São só uns quilinhos a mais e a mais e a mais

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Maria Kang é uma blogger americana de 32 anos, casada e com três filhos. Ela criou uma organização sem fins lucrativos de promoção do exercício físico junto da população geral, e passa a maior parte do tempo a dar palestras e a fazer demonstrações sobre a importância do treino no nosso corpo. Maria Kang é também uma mulher muito bonita e magra.

Há tempos, rebentou uma enorme polémica e acendeu-se uma discussão quando Maria Kang escreveu um post sobre o seu corpo e republicou esta imagem no blogue:

O post rendeu-lhe quase 20 mil comentários e a foto, que foi originalmente colocada no Facebook de Maria Kang, já foi vista por mais de 17 milhões de pessoas, de acordo com uma notícia do “Mail” online.
Maria Kang decidiu republicar a foto no blogue após um fenómeno frequente nas redes sociais: a imagem tornou-se viral. Muitas opiniões deixadas no blogue eram positivas, de gente que via nesta foto um exemplo a seguir, gerando o efeito que Maria Kang pretendia, que era o de “Se eu consigo, tu também consegues”. Mas, como é natural, muitas mulheres despejaram toda a sua raiva em cima da rapariga, acusando-a de tudo e mais alguma coisa. Para as mais críticas, Maria Kang é “nojenta” porque promove o que eles chamam de “fat bullying”, ou seja, uma discriminação dos gordos, ou leva a que as pessoas passem a olhar para os gordos como sendo uns falhados. Várias comentadores apresentaram o seu rol de desculpas para não conseguirem voltar à forma e acusaram-na de ser uma fútil que só consegue este corpo porque não faz nada na vida, recorreu a cirurgias plásticas e tem uma ama que lhe toma conta das crianças. Segundo Maria Kang, nada disto é verdade. Ela garante que não fez qualquer cirurgia, que não tem ama e que tem dois empregos. Também garante que ficou com peles extra depois dos três partos, que ficou com estrias e que só conseguiu este corpo com muito espírito de sacrifício e força de vontade. Treina cinco a seis vezes por semana, normalmente em casa, entre 30 a 60 minutos, entre as 6h30 e as 7h30, antes de os filhos acordarem. Mas, já irritada com as desculpas das leitoras, Maria Kang desabafou e disse aquilo que muitas vezes é ouvimos no “Biggest Loser” americano mas que em Portugal é proibido fazer, porque podemos magoar os sentimentos das pessoas: “A culpa de terem um corpo que não querem não é minha. É vossa”.
Sinceramente, e embora saiba que cada caso é um caso, acho mesmo que Maria Kang tem razão. Na maior parte das vezes, somos nós próprios que inventamos desculpas para justificar os quilos a mais e achamos que a barriguinha que temos, os pneus a mais, o excesso de celulite são uma inevitabilidade e que não há nada que possamos fazer para mudar isso, ora porque não temos horários, ora porque temos filhos para cuidar, ora porque os ginásios são caros, ora porque não podemos pagar tratamentos, ora porque é uma questão genética, ora porque engordamos com o ar, ora porque as dietas não resultam. Raramente alguém diz: “Eu sou gordo por minha culpa”. E é verdade. A maioria das pessoas com excesso de peso é a culpada desse excesso de peso e só não é mais magra porque não tem força de vontade para lutar contra isso, porque desiste de uma dieta ao fim de quatro dias, porque desiste do ginásio ao fim de um mês, sempre empurrado pelas tais desculpas que inventamos para nos justificarmos a nós próprios e aos outros, para nos sentirmos um pouco melhor.
De acordo com os jornais de hoje, Portugal tem 3,5 milhões de pessoas pré-obesas e 1 milhão de pessoas obesas. Ao todo, metade da população tem um peso muito acima do saudável, com todas as consequências que isso traz para a saúde. De acordo com uma nota da Direcção-Geral de Saúde, a obesidade é “um dos maiores problemas de saúde pública em Portugal”. No mesmo documento lê-se que “o impacto crescente que as pessoas obesas começam a ter nos serviços de saúde demonstra a necessidade de se atuar cada vez mais cedo”.
Por isso, junto a minha voz à da Maria Kang: Qual é a vossa desculpa? Até quando vão deixar que o excesso de peso tome conta de vocês, sem perceberem que são vocês que devem tomar conta dele? É preciso agir, e agir já, hoje, ontem. E agir é fazer mais por nós e pelos nossos filhos, promovendo a alimentação saudável e a prática do exercício físico desde pequenos, é dando-lhes exemplos, é fazendo aquilo que lhes dizemos para fazer. O combate ao excesso de peso e à obesidade NÃO É UMA QUESTÃO ESTÉTICA E FÚTIL é uma questão de saúde. Perceber isso é o primeiro passo para se mudar tudo o resto.
Aqui fica uma foto de Maria Kang em 2008, antes do nascimento do primeiro filho. Se quiserem consultar o blogue dela, é ir aqui.

124 Comentários

  1. Olá,
    O meu nome é Mª Goretti Melfe Nunes e sou aluna do segundo ano do Mestrado em Sociologia: Exclusões e políticas sociais na Universidade da Beira Interior, Covilhã. Neste âmbito, estou a elaborar a minha dissertação em torno da análise das questões da obesidade, do corpo e da imagem corporal.
    Acha que lhe é possível divulgar a minha investigação no seu blog? Eu criei um blog (http://investigacaoubigoretti.blogs.sapo.pt/)propositadamente para efeitos de investigação. Não encontrei outra forma de contactar com o autor deste blog, por isso estou a fazê-lo em forma de comentário.

    Desde já, Obrigada.

    Goretti Nunes

  2. Eu ja fui magra e neste momento, devido a problemas de saude, sou obesa. Custa muito ler que os gordos inventam desculpas para o seu estado. Para quem nao sabe (ou finge nao saber…) a obesidade e uma doenca. E tacto, boa educacao e tolerancia nunca fizeram mal a ninguem mas ao que parece a maior parte dos comentadores sao tudo menos empaticos. Colocar as coisas de forma tao simplista e nao so errada como profundamente desumana e espero verdadeiramente que ninguem tenha de passar pelo que passei.

  3. Se há questões complexas na vida em sociedade sem dúvida nenhuma que estamos perante uma e vou explanar o meu ponto de vista sem tentar “ofender” nem um lado nem o outro. Isto porque com 1,71 mt e com 80 Kg estou claramente no lado dos com excesso de peso!!
    Para se praticar desporto não é preciso andar em ginásios nem gastar dinheiro, todos nós podemos ir correr na rua (obviamente que depois ficamos sujeitos às chuvas e ventos e tudo o que pode soprar mas podemos faze-lo) ou então podemos fazer alguns exercícios em casa de forma mais protegida. Terá os mesmos efeitos ou benefícios? Não sei mas faze-lo de forma repetida e sistemática terá de certeza um efeito corporal e mental. Obviamente que nem todos teremos a genética desta bloguista e uma coisa é começar com um excesso de 5 quilos e outra coisa é começar com um excesso de 20 ou 30 quilos. Mas é verdade que todos nós podemos fazer mais e melhor e pode doer a verdade mas podemos fazer melhor.
    Mas agora eu vou falar na primeira pessoa e sem expor mais ninguém poderei descarregar em mim as verdades 🙂
    O meu horário de trabalho mais usual durante o mês (sendo que trabalho por turnos) é levantar-me às 5h40 da manha e sair do trabalho às 17h00 e páro das 12h50 às 14h para almoçar. Quando saio às 17h entro no caso e páro apenas às 17h30 para ir buscar a minha filhota ao colégio (outra nasce dentro de dias mas para já não modifica horários). Chegamos a casa por volta das 17h50 e entre conversa e brincadeira com ela chegamos às 18h30 para a hora do banho dela. Banho dado e começa-se a fazer o jantar e às 20h estamos já os três a jantar, mais um pouco de brincadeira e são 21h e começa-se a preparar a hora do sono, lê-se uma história e leite quente e às 21h30 está a pequenota a dormir.
    Entre as 22h e as 23h dialogo/namoro/converso/discuto!! com a esposa e entre as 23h30 e as 24h estou a deitar-me para acordar novamente às 5h40.
    Eu admito que não sou como o prof. Marcelo que só dorme 4 horas mas neste meu registo arranjar um tempo em que estou mentalmente disponível para fazer desporto é complicado, eu admito que não abdico do tempo com a minha filha para estar 30 minutos a fazer exercícios.
    Tento comer coisas mais saudáveis e desta forma engordar menos ou nem engordar, claro que o efeito é muito mais lento e demora muito mais a perder peso mas é a minha solução 🙂

  4. Na minha opinião isto é assim: Cada qual tem um ideal daquilo que quer para o seu corpo, e seja magro ou gordo é o seu corpo e são os seus desejos. Agora isto pode criar 2 situações, ou te focas no teu objectivo e trabalhas afincadamente para o conseguir, e neste caso há N exemplos de que tudo é possivel, ou simplesmente desistem e passam a criticar quem luta por isso. Pessoalmente, sinto-me bem, sinto-me em forma, posso estar magro p uns, posso estar gordo p outros, eu sinto-me bem, e é só isso que importa 😉

  5. Mariana, com todo o respeito, há coisas que diz que não fazem o mínimo sentido, até porque a genética conta muito em vários casos.
    Nunca fui magra(aliás, tenho tendência para engordar), sempre tive rabo e peito, fiz exercício desde que me lembro até aos meus 19 anos, a minha irmã, ao contrario de mim, sempre foi um espeto, e só começou a fazer exercício depois dos 26.
    Deixei de fazer exercício há 8 anos, e desses 8 anos para cá, engordei cerca de 20 Kgs, a comer, pois. A minha irmã que come basicamente o mesmo que eu é capaz de ter engordado 4/6 kgs.
    Não a percebo de todo quando fala de dar emprego à senhora que viu na pastelaria, porque uma coisa é ser gorda, outra é ter mau aspecto.
    Sou gordinha e estou desempregada, mas não visto fatos de treino, nem havaianas porque sendo magra ou gorda dá um aspecto de “mulher do bairro”, ando sempre com o cabelo, pele e unhas impecáveis, e tenho um sorriso branco de fazer inveja a qualquer pessoa.
    Sim, as pessoas magras podem ter mais pontos na questão de arranjar emprego, mas se for magra, cabelo oleoso, pele oleosa, baça e suja, unhas falhadas e com o verniz a estalar e dentes podres/amarelos, não há magreza que a safe.
    Por último, só fala mal dos outros quem não se sente bem na sua pele, seja gordo, magro, branco, preto, homem, mulher. Pensem nisto.

  6. Dei uma volta pelos comentários e constatei um facto: há por aqui muita gordura mental. O primeiro prémio vai para um comentário que dizia que só era pobre quem queria. Isso constitui a obesidade mórbida do pensamento contemporâneo. Devia ser alvo de uma experiência social: colocá-la durante um ano num bairro social a ganhar o ordenado mínimo. Se um ano não lhe chegar, estou disposto a conceder-lhe uma vida inteira para que possa provar que, não querendo ser pobre, nessas condições o deixaria de ser.
    Abomino a ditadura do socialmente correcto, da perseguição a todos os que não correspondam a um ideal supostamente de beleza. Se uma pessoa pretende emagrecer e não consegue, deve ser ajudada. Se essa pessoa é gorda e não se importa, o que temos nós a ver com isso? Cambada de plastic people!

  7. Lamento…mas a questão de ser pobre n é tão linear assim…eu trabalho, estou efectiva na minha empresa, nunca falto…e sou pobre!! Todos os meses a minha mãe tem de me ajudar, pq os 600€ q ganho n dão p pagar a casa, contas de água, luz etc, comida, gasolina, pq tenho d ter carro pq muitas vezes entro d madrugada tipo 4 e 5 da manhã, e n há transportes q me valham a essa hora…portanto meus caros, infelizmente ser pobre hj em dia em PT, n é bem uma escolha. E cmo eu, há certamente mtas outras pessoas!!

  8. SIMPATIA PARA EMAGRECER (CHICO XAVIER)

    QUARTA-FEIRA: Pela manhã, pegue meio copo de água e dentro dele coloque o nº de grãos de arroz correspondente aos quilos que você deseja perder; na mesma noite beba a água deixando os grãos de arroz, completando novamente com meio copo de água.
    QUINTA-FEIRA: Pela manhã em jejum, beba a água deixando os grãos de arroz, completando novamente com meio copo de água.
    SEXTA-FEIRA: Pela manhã, em jejum, beba a água com os grãos juntos.
    OBSERVAÇÕES:

    1º – conserve o mesmo copo durante o processo;
    2º – não faça regime, pois a simpatia é infalível;
    3º – tire os números de cópias correspondentes aos quilos que deseja perder;
    4º – comece na quarta-feira após distribuir as cópias;
    5º – publique na mesma semana.
    TENHA FÉ QUE FUNCIONA MESMO. BOA SORTE!!!

  9. Ser magra é o antónimo de ser gorda. Nunca pode ser um elogio, porque é um extremo e os extremos nunca são bons para ninguém. No entanto, as pessoas substituem o “elegante” o “em boa forma” pelo “magra”. “Estás magra!” e lá fica ela toda contente, o resto do dia.
    Estou a falar de uma perspectiva feminina, porque o ridículo nota-se mais aqui. Elas deixam-se dominar completamente por esta obsessão estética, que no fim, criou-se nos média através de mãos masculinas, pra agradar, vejam só, vistas também masculinas.
    Está mais que provado que a actividade física, se concretizada nas medidas certas, aumenta a auto-estima, a qualidade de vida e, claro está, põe-nos em boa forma. Mas fazer exercicío físico só para ser-se agradavél à vista aos outros, para ter-se aprovação, é para esquecer. É fazer o bem pelas razões erradas, o que acaba por não ter o efeito pretendido. A mim parece-me que na foto que termina o seu post, Maria, apesar da sua boa forma (porque, sim, estava em forma), está a encolher a barriga. Todas as mulheres, raparigas, crianças, fazem isso, todos os dias, sem ninguém se aperceber, pelo menos, numa durante uma dada fase. Portanto, Maria estava no ponto certo, com um corpo genuinamente feminino, mas, pelos vistos, havia qualquer coisa em falta, porque ela teve necessidade de suster a respiração, de modo a parecer mais magra.
    É preciso encontrar a motivação certa e o equilíbrio. E a motivação certa, a meu ver, não é a vontade de se querer ser mais bonita ou bonito, de se querer ser bem sucedido no amor, ou o que seja. A motivação certa está na saúde, quer física quer psicológica.

  10. Marisa, por acaso há uns tempos que ando a pensar nisso. Talvez o faça nascer este fim de semana. Depois deixo aqui o link. Obrigada pelas palavras, de coração.

    Ana.

  11. Obrigada aos dois, de coração. É incrível como nos sabem tão bem, por vezes, ler coisas de pessoas que não conhecemos. Este Mundo ainda vai valendo a pena… 🙂

    Ana.

  12. Só para esclarecer – ninguém disse que os obesos não devem ser ajudados e ninguém disse que não podem ou não deviam recorrer ao SNS.
    O que se disse, e é o que me parece que a DGS diz, é que os obesos – pelo simples facto de terem peso a mais – são um custos acrescido ao orçamento do SNS por situações que não têm a ver, directamente, com saúde! Comprar uma maca mais robusta não dá melhor saúde a ninguém – é mesmo só necessária porque há pessoas que excedem os 150Kg!
    Ninguém vai comprar equipamentos mais robustos para um drogado, para um seropositivo ou para um insuficiente cardíaco ou pulmonar – exceto se também forem obesos!
    Assim como (vou comprar com outra coisa que nada tem a ver) o aumento da esperança de vida das pessoas tem por efeito directo o aumento dos custos do SNS, porque as pessoas mais idosas, por terem mais doenças, recorrem mais às instituições de saúde. Isto é uma constatação, não é uma crítica. Mas aqui, a menos que se queira matar velhinhos, não há muito a fazer.
    Quanto aos obesos, há que incentivá-los a perder peso. Não é um problema só deles, mas de todos, é só isto! Ninguém os quer impedir de recorrer ao SNS, quer que eles emagreçam, que é totalmente diferente! Assim como se quer prevenir que os seropositivos retransmitam o HIV, se fazem campanhas contra a exposição solar e anti-tabágicas! É igual. Também se podem fazer campanhas para que as pessoas comam de forma saudável e façam exercício!

  13. Este comentário nem merecia resposta de tão ridiculo que é… Por acaso não trabalho nas limpezas, mas n entendo o seu tom de desdem qto a essa profissão. Temos bons profissionais em todas as categorias, e um hospital n trabalha só dependente de médicos, ha toda uma equipa que faz o hospital funcionar, assistentes técnicos, assistentes operacionais, técnicos superiores, administradores, pessoal da limpeza etc…
    A Sra. Ana ao k me parece deve ser médica, pois acha que quem não o é, torna-se ressabiado… Então em Portugal deve haver alguns milhões de ressabiados por não termos estudado medicina…Por acaso trabalho num sector de gestão hospitalar e tenho acesso a estatisticas de um dos maiores Hospitais do país, portanto se falo é com conhecimento de causa. Mas vou deixar o meu curso e cargo de Gestão e vou ali num instante tirar um curso de Medicina p ser mais feliz!!lool e já agora aproveito e aplico-me nas cadeiras de “desahumanidade” e “descompaixão” e “desaprendizagem” na construção de textos e oficios, e prepotencia, pois parece que em alguns profissionais de saúde são disciplinas obrigatórias.

  14. Por acaso a roupa devia ser o menor dos problemas, pois para fazer exercício, não precisa de ser fashion, nada que uma t-shirt larga e umas calças de fato de treino não resolvam ( na minha opinião, claro). O peito percebo q seja desconfortável q que possa ter dificuldade em encontrar sutiã.
    Para perder peso é aconselhado treino mais intenso que as caminhadas, pelo que é mais aconselhado um ginásio com profissionais especializados em perda de peso, do que caminhar espontaneamente na rua.
    Toda o discurso acerca da discriminação nos ginásios realmente parece-me exagerado e sem fundamento. Assisti a pessoas que com força de vontade e coragem perderam bastante peso, passaram de obesos ( ou pré-obesos, se é que o conceito existe) a pessoas com imc normal. E não me pareceu que a roupa fosse o principal problema deles, e tenho a certeza que nc foram discriminadas ou tratadas de forma diferente ( a não ser, obviamente, na especificidade do treino).
    Ah, e parabéns pelos 18kg a menos, sem esforço tenho a certeza que não seria possível, obvio que é mérito seu…

  15. Portanto uma pessoa que tenha um vicio (fumar, drogas, álcool) e tenha problemas de saúde devido a esses vicios não deve ser ajudada? Deve ser posta de lado pela sociedade e deixada a morrer?
    O problema deste estúpido país (e de muitos outros) é que se esqueceram de uma coisa importante chamada sensibilidade. E de que NINGUÉM é um cidadão exemplar.
    Não se ponham a apanhar sol ou não vão ser tratados por cancro na pele.
    Não bebam.
    Não tenham parceiros sexuais multiplos.
    Não comam gorduras.
    Não fumem.
    Porra qualquer dia não se pode fazer nada sem que o mundo nos caia em cima. Estamos aqui para viver, para fazermos erros (na minha visão muitas das coisas acima não são erros) e para continuar a viver.
    Não discriminem por amor de deus.
    E já agora, a imagem acima só diz uma coisa: estética acima de saúde. Mete nojo.

  16. Ridículo estes comentários então um forcado não pode recorrer SNS pk foi ele que quis ser forcado e levou uma cornada que se desenrasque. Ah foste correr quem te mandou? Fraturaste uma perna ? Aguenta-te! Ah então ias a 160 km/hora espatifaste o carro meu malandro e ainda por cima partis-te a tromba nem penses usar o SNS este serviço é só para pessoas altamente idôneas e certinhas e super saudáveis, que não cometem um erro.

  17. Inspectora ventoinha em acção, de que cor eram as cuecas da obesa? Sabe informar? Então os obesos do centro de emprego, arranjaram emprego hãn ? E os putos do hiper comeram muitos doces ?

  18. Trabalha num hospital mas não deve ser médico nem enfermeiro, todo o ser HUMANO tem direito ao SNS quer seja gordo, preto, branco, drogado, alcoólico, obeso é para isso que todos descontamos para a SS. A obesidade é doença. Vá desista das limpezas do hospital e tire lá o curso de medicina, parece que está um pk ressabiado.

  19. Clap clap clap Mariana em vez de olhar para a sociedade e a controlar tudo á sua volta, olhe para dentro de si… Há e chiuuu aqui que ninguém nos ouve o seu discurso é ridículo. E vá cuidar do seu quintal.

  20. bem, há aqui uma coisa que eu gostaria que alguém me esclarecesse. fala-se muito em índice de massa corporal e agrupar as pessoas com base no seu peso e na sua altura (o dito IMC). mas eu, que não sei muito desta área, acho que não faz muito sentido este agrupamento… não será mais exacto medir consoante a percentagem de massa gorda? é que por exemplo eu tenho 58 kg para 1.62m, que se encaixa no peso normal. mas tenho 38% de massa gorda. não será isto pior do que uma pessoa que tem IMC considerado excesso de peso mas tem, sei lá, 15% de massa gorda? é só um pensamento…

  21. Francisca, como sabe (ou deveria saber) existem várias pílulas anti-concepcionais com composições diferentes, que influcenciam de forma diferente o ganho ou perda de peso de quem a toma. E sim, é verdade que se pode engordar após começar a tomar a pílula.

  22. Completamente absurdo. Completamente.
    Desculpa mas a saúde é para todos, independentemente das escolhas que cada um faz e acabou.
    Se os alimentos industriais são mais propensos a causar cancro do que os orgânicos, calculo que como SÓ produtos orgânicos? Não? Então se tiver cancro ninguém o ajuda.
    Quer dizer, há pessoas que não têm mesmo noção.
    Isso não é ser pragmático, é ser insensível e burro.

  23. Eu concordo em pleno com este post.
    A maior parte das pessoas refugia-se em desculpas para justificar a sua condição…eu mesma já fui assim. Mudei o meu estilo de vida, mudei a minha alimentação mas deixei de ter desculpas. Passei a estar menos horas no sofá e também na cama…acordo mais cedo para fazer exercício e qualquer tempo para o fazer é melhor que nenhum.
    Também posso dizer que é terrivelmente complicado na nossa sociedade manter um plano alimentar acertado…os eventos sociais em Portugal são à volta de uma mesa…e quem não come “o normal” é porque está de dieta e não porque opta simplesmente por comer diferente e muitas vezes melhor.
    Por isso…não são os filhos, não é o emprego, nem depressões, nem absolutamente coisa alguma que faz as pessoas ficarem gordas…são elas mesmas que não querem realmente mudar, porque não tem força de vontade suficiente, porque infelizmente Portugal protege os calimeros…e a nossa mentalidade já está talhada para justificar tudo aquilo que não conseguimos alcançar.

  24. há vários níveis de obesidade e há excesso de peso sem obesidade e garanto-lhe que há muita gente que prefere ser gordo, com tudo o que isso lhe traz de negativo do que deixar de comer aquilo que gostam ou trocar uma hora de sofá por uma de exercício, porque isso para eles é mais negativo e deixa-os mais infelizes.

  25. Simplesmente vergonhoso os comentários do Pedro. Mostram ignorância, falta de sensibilidade e mais nem quero pensar! VERGONHOSO. Graças a Deus, o mundo em geral não pensa com o senhor, senão estavamos condenados

  26. Trata-se de um tema muito interessante e que felizmente tem vindo a ser mais debatido. Vejo este texto como um bom puxão de orelhas. Não apenas para quem tem peso a mais mas para todas as pessoas que preferem o sofá, deixando a saúde, porque no fundo é disso que se está a falar, em vez de uma vida mais activa.

    homem sem blogue
    homemsemblogue.blogspot.pt

  27. Queria só acrescentar alguns pontos…

    Para uma pessoa obesa ir ao ginásio ou mesmo correr na rua/parque exige uma coragem imensa. Há um sentimento enorme de vergonha, uma sensação de que estão todos a observar e criticar. Claro que na realidade não é bem assim, mas depois lá aparece alguma alma «brilhante» que decide partilhar a sua diarreia verbal e insulta a pessoa obesa enquanto está a fazer exercicio. Pessoalmente eu já ouvi de tudo… e só não posso dar exemplos porque enterrei essas memórias bem fundo. Mas lembro-me da sensação de humilhação total, a vontade de desistir de tudo.

    Por vezes essas almas «iluminadas» chegam a ser mesmo os empregados do ginásio. Já cheguei a trocar de ginásio por causa de uma situação dessas.

    Também há pessoas que fazem o contrário e incentivam a pessoa obesa que se está a exercitar. É sempre bom ouvir algo positivo.

    A grande ironia é que, na minha experiência, geralmente quem insulta as pessoas mais gordas são geralmente pessoas feias e já a roçar na meia idade. Os comentários positivos que recebi foram sempre de pessoas jovens, muito bonitas e em forma.

    Também a questão da saúde real vs. saúde aparente é um tópico com muito para se dizer. Geralmente as pessoas (e mesmo a classe médica) olha para uma pessoa obesa e pensa automaticamente: tensão arterial alta, diabetes, níveis de colesterol altos, maus hábitos alimentares e mau estilo de vida. Mas também não é bem assim. É verdade que normalmente essas coisas vêm associadas… mas é aos estilos de vida, não à obesidade em si!

  28. Trabalho num Hospital e não podia concordar mais com este post. As pessoas não tem consciencia do dinheiro que o Estado gasta a remediar (na maioria dos casos) casos de obesidade. Dinheiro que podia ser usado em coisas mto mais uteis para a sociedade se as pessoas ganhassem responsabilidade pelos seus corpos e saúde!!Vida ha só uma e o corpo é nossa propriedade, no meu faço o que quero com ele, tenho um peso normal para a altura, mas quando sinto que engordo 2, 3 quilos, não me desleixo porque sei que quanto mais engordar mais dificil será recuperar,é uma bola de neve…

  29. Não se preocupe, que aparece já aqui a trupe das psicólogas de serviço a arranjar mil justificações para a obesidade não dependente de doença física, mas sim psicológica. Eh pá, get over it. Por muitos problemas que se tenham e toda a gente tem os seus, isso não é desculpa para se “refugiarem na comida”. Se o fizeram, têm bom remédio, deixem de o fazer! Ai arranjar motivação e não há apoios e é caro e as pessoas mandam bocas e eu tenho motivos para o fazer… desculpas! Por muito que isso possa ser verdade, têm duas opções: ou continuam a queixar-se e a autocomiserar-se e a engordar mais, ou decidem mudar as vossas vidas. Há milhares de pessoas com problemas e vidas difíceis que tinham esse ou outros vícios e superaram as suas adversidades. É possível fazê-lo. Já estou como diz a Maria Kang: what’s your excuse? Porque qualquer coisa que digam para o justificar, não vai passar disso, de uma desculpa.

  30. Concordo com este e com o outro comentário. As pessoas parece que, na sua argumentação, partem sempre do princípio de que têm direito a tudo e poucos ou nenhuns deveres. Objectivamente, não há uma única característica positiva que advém da obesidade. Até as próprias pessoas obesas admitem que o são porque usam o comer como compensação para outras coisas, que se sentem mal depois, etc. Por isso, porque não criticar abertamente esta prática e admitir que esta só traz problemas a todos os envolvidos (gordos e sociedade em geral)? Porque é que estamos aqui com paninhos quentes e dizer que, coitados, há sempre uma razão psicológica para as coisas serem como são, temos de aceitar o próximo como ele é, temos de ser respeitadores de todos. Eh pá, o mundo real não é assim. Há dinheiro limitado, há cortes, há orçamentos reduzidos para as coisas. Há gente a mais a precisar de tratamento no SNS. Por isso, sim, concordo que se há cortes a fazer, que se façam nos benefícios concedidos aos obesos. E que os médicos lhes “dêem na cabeça” quando estes têm de ser alvo de procedimentos médicos. Em Coimbra, por exemplo, há um conhecido cirurgião cardio-torácico que se recusa a operar certos pacientes enquanto estes não baixem o seu peso para um certo patamar. E sabem porquê? Porque com o peso com que lhe aparecem aumentam IMENSO o risco de a cirurgia correr mal. Porque em termos de eficiência, coisa que os médicos e quem gere hospitais tem de ter em conta, como já referiu o comentador acima, é muito mais danoso operar alguém com excesso de peso que alguém que não tem. Isto é a realidade. Há orçamentos a respeitar, metas a cumprir (do tipo, um hospital fazer X cirurgias num mês, ou cada médico atender Y pacientes), objectivos a alcançar.

    As virgens ofendidas que aqui comentam a apelar ao respeito e à diversidade têm duas hipóteses: ou continuam a viver no mundo de fantasia em que aparentemente habitam, ou percebem como a vida real é. A sociedade em geral não tem de ser prejudicada pelos vossos problemas psicológicos, nem pelos vossos quilos a mais. É a verdade nua e crua.

  31. O que eu sei, é que salvo raras excepções (de doença,tiroide,etc)o problema da obesidade é a própria pessoa que o cria. Agora digam-me porque tem o Serviço Nacional de Saúde pagar milhares de cirurgias estéticas e bandas gastricas, bypass etc, a pessoas que dão cabo do seu corpo e da sua saúde por livre arbitrio?? porque que temos todos de financiar faltas de consciencia e o Estado não me paga também uns implantes mamários já agora?? é que também me davam jeito, e eu nasci assim, não fui eu que “dei cabo de mim”.

  32. anónimo vai-me desculpar mas entao e roupas desportivas pra gente acima de peso? existem? será que sao acessiveis à maioria da populaçao?

    entao e ja vivenciou estar acima de peso, ir caminhar para um parque ou para donde seja, preferencialmente sendo mulher e ouvindo o que as pessoas que passam dizem? ou até os olhares?

    logicamente nao vejo isto como desculpa porque tal como disse acima eu ja pesei os 108 e neste momento tenho 18 kgs a menos, e nao, nao me meti em ginasios pq sao caros e longe (na minha situaçao), mas lidei com a questao da falta de roupas desportivas pro meu tamanho (e usei bastantes vezes o truqe dos 2 sutias e uma tshirt larga para contornar a inexistencia de tops desportivos pro meu tamanho)… no meu caso isso desmotivou sim, e bastante, mas eu sou teimosa o suficiente pra usar os 2 sutias, e usar fones dos bons qando vou a caminhar na rua pra ignorar as bocas, mas tambem admito que aja gente que nao tem o mesmo espirito que eu

  33. Concordo, em grande parte com o Pedro acima, de dia 14.10.2013, às 17:49.
    Quando a DGS afirma que a obesidade é um problema de saúde pública, não é porque, sendo obesas, essas pessoas têm muitos problemas de saúde relacionados com a obesidade e por isso recorrem muito ao SNS.
    Uma das minhas médicas, que é cirurgiã, já me relatou situações em que os obesos, pelo simples facto de terem peso a mais, são um custos acrescido para o SNS, mesmo relativamente a situações de saúde que nada tenham a ver com a sua obesidade.
    Desde macas partidas, a aparelhos de TAC em que eles não cabem, ou a necessidade de recorrer a 5 ou 6 enfermeiros para os transladar de macas em vez de apenas 2, ou mesmo o dobro ou o triplo do tempo que demora uma cirurgia no abdómen, por exemplo, porque há milhentas camadas de pele e gordura a cortar e depois a suturar, o que faz com muitas vezes estejam afectos mais do que 1 ou 2 cirurgiões de volta do mesmo paciente – além do tempo de bloco e dos consumíveis que são o dobro ou o triplo do normal.
    Parecem minudências, e pode parecer insensibilidade, mas o que é certo é que isto tudo afecta, largamente, o orçamento do SNS, com o prejuízo dos custos necessários ao tratamento de efectivas doenças. Enquanto se gasta dinheiro numa maca mais robusta não se gasta dinheiro num tratamento inovador!
    Enquanto o bloco operatório estiver ocupado com uma cirurgia a um obeso – não relacionada com nenhuma doença provocada pela própria obesidade – não está a ser realizada outra cirurgia noutro doente que precise, porque aquela vai demorar o dobro ou triplo do tempo normal.
    E isto, pode ser duro e cru, mas é um problema de saúde pública (e não só da saúde do próprio) e que tem de resolvido.
    Há que incentivar as pessoas a perder peso, efectivamente, para seu próprio bem, mas, pelos vistos, para bem da saúde dos outros também!

  34. Concordo plenamente com este post.

    Eu sou obesa. Aliás, estou no limiar entre o grau I e II da obesidade. E é culpa minha, admito-o.

    Acho que é muito importante que as pessoas assumam responsabilidade pelo que fazem. Arranjar desculpas esfarrapadas ou culpar outras pessoas é absolutamente cobarde.

    Sei que é possível mudar porque já o fiz antes. Segui a dieta da nutricionista, fui ao ginásio 2 horas por dia TODOS os dias durante 9 meses — mesmo em dias de chuva, mesmo em aniversários, até mesmo quando arranquei o dente do siso. Ia sempre a pé até ao ginásio, que ficava a 2km de casa. Quando há determinação nada é impossivel. Nessa altura eu perdi 30 quilos e passei de 45% de gordura corporal para 20%. Foi um grande triunfo.

    Hoje em dia já recuperei todo o peso perdido. Aconteceram coisas terríveis na minha vida e estou a passar por uma grande depressão. Mas não desisti de mim mesma. Quando me sentir um pouco melhor vou recomeçar a jornada. Ainda tenho muitos anos de vida pela frente, não posso simplesmente baixar os braços.

  35. Por acaso não gosto mesmo nada do género de educação física que se faz.

    Sempre fui a favor de um plano simples e que se faz em muitos países e alguns privados:

    Um aquecimento normal, com corrida, alongamentos, flexões e afins e depois deixava-se os alunos praticar o desporto que mais apreciassem em vez daquela obrigatoriedade toda de “vamos fazer tudo e mais alguma coisa”.

    Acredito mesmo que a saúde física dos alunos seria potencializada se eles pudessem focar-se nos desportos que gostam.

    Digo isso porque fiz parte de uma turma que praticamente só tinha raparigas e quase nenhuma gostava de futebol. Quando era o mês do futebol grande parte das miúdas ficava a passear-se no ginásio a fazer de conta que estavam a jogar e até estragavam o jogo a quem, como eu, gostava daquilo, mas estava condenada a ter jogos de porcaria.

    Mas depois quando passavam a algo que gostavam, como volley (que por acaso detestava), o esforço delas aumentava imenso e jogavam maravilhosamente.

  36. Já tendo sido gorda e assumindo que a culpa era minha, posso também garantir-lhe uma coisa. O meu consumo de comida excessiva era muitas vezes mais “automático” que “voluntário”.

    Reparei nisso quando fazia dieta e de repente me via com pão na boca sem me aperceber disso (cheguei ao cúmulo de não poder ter pão junto de mim porque era mesmo um gesto mecânico).

    De resto acho o seu comentário ridiculamente insensível. Acredito que se sinta incomodado em transportes públicos se fica apertado. Pessoalmente também me enerva a mania dos homens se sentarem com as pernas tão abertas que ocupam mais do que o espaço que precisam, mas as críticas que você defende não só não ajudam a pessoa obesa/gorda como a deixam mais doente. Já basta ter problemas físicos, problemas psicológicos é desnecessário. Aliás, se a dita pessoa que for criticada tiver uma ligação emocional à comida, o mais provável é ir afogar a sua dor com mais comida.

    Contudo, não acho que se deva ignorar o problema. Acho que apenas as pessoas próximas ao doente o devem criticar (e mesmo assim com muito carinho), mas que todas as pessoas podem e devem promover um estilo de vida saudável sem fazer juízos de valor.

  37. Álcool bebo, com moderação. Tabaco e drogas não, obrigado 🙂 Bem como sexo sem protecção ou gorduras. As pessoas têm de perceber que, infelizmente, os recursos são limitados. Não há dinheiro para tudo, é um facto. Por isso, há que fazer opções. E eu, enquanto contribuinte, prefiro que os recursos limitados de que o SNS dispõe sejam canalizados para doenças a sério e para tratar pessoas que para elas não contribuírem, que nutricionistas e psicólogos e bandas gástricas para gordos, ou distribuição de metadona a drogados, ou tratamentos constantes a fumadores, que mesmo com um cancro em cima alternam entre pôr a máscara de oxigénio e dar mais umas passas (já o vi eu, tantas vezes). Para vocês parece que o mundo é um lugar perfeito, temos de todos de nos aceitar e dar bem e ajudar tudo e todos. Lamento, a realidade não é assim e com o panorama económico que vivemos dificilmente será assim nas próximas dezenas de anos. Por isso comecem a ser um pouco mais pragmáticos no vosso pensar. Enquanto contribuinte e pessoa que paga sempre os seus impostos (que não são poucos) posso opinar sobre o destino que gostava que lhes fosse dado. Mas não se preocupem, já que com a quantidade de gordos a aumentar como está, é provável que continuem a não me dar razão e que vocês possam fazer as vossas operações de borla e enfardar os bolos que quiserem porque têm problemas psicológicos, que haverá sempre um dinheirito de parte para vos curar quando precisarem 🙂

  38. Acho que o fundamental é as pessoas respeitarem a aparência e as opçoes e estilos de vida de cada um.
    Quem quer levar uma vida saudável e praticar exercício faz muitissimo bem, mas não tem de discriminar quem opta por não fazê-lo.
    Quem por outro lado leva uma vida mais sedentária e sem cuidados alimentares assim faz por escolha própria, ninguém tem nada a ver com isso.

    Já me trabalhei numa pequena empresa onde todas as mulheres obcecavam por dietas e fazer de tudo para se manterem magras, eu que não sou gorda nem magra, mas de estrutura absolutamente normal lá decidi embarcar numa dieta….

    fiz tudo certinho, muitos sacrificios, e exercicio diário, mas o meu organismo perde peso lentamente, foi isso que aconteceu tive resultados que me fizeram acreditar que tudo valia a pena, mas foram lentos.

    As minhas colegas diziam me coisas como ” que horror isso não é normal, eu já teria perdido o dobro…tens de passar fome..come menos do que a nutricionista recomenda”.
    Obviamente que se me sentia bem com estes comentários começei a sentir me mal, a sentir me uma baleia no meio das minhas colegas. (o que não era de todo verdade).

    Isto só para dizer que a pressão social faz com que não só os mais gordinhos mas até as pessoas normais que não sejam magríssimas se sintam mal, é quase imposto que só quem ande com os ossos a mostra é que é bonito.

    A beleza vem em diferentes formas e cores.

    Sim devemos todos fazer um esforço para sermos saudáveis….mas acima de tudo devemos RESPEITAR a todos e ter cuidados com as palavras porque elas ferem e deixam marcas para a vida.

  39. Caro Ricardo,

    Permita que comente este seu post.
    É profundamente irritante essa cultura do corpo. Um flagelo, na minha opinião, da sociedade actual e que cria enormes frustrações nos “não alinhados”.
    A senhora em questão resolveu que depois de ter 3 filhos queria ter de volta o corpo que tinha antes de os ter. Perfeito. Está no seu legítimo direito. É feliz assim.
    O Ricardo, pelo que sei, é feliz a correr, a fazer as suas maratonas. Eu, pelo contrário, entre correr ou levar umas vergastadas nas costas com um pau de marmeleiro ainda penso duas vezes. Ou seja, não sou feliz a correr e o meu exercício físico resume-se a umas jogatanas de futebol com os amigos. O que até me valeu um pé partido na semana passada. Sabe o que me faz mesmo feliz? Ler. Adoro ler, perco-me por um bom livro. Outros perdem-se pela cozinha, outros por flores e outros por uma tarde passada enterrados no sofá. No final, o que realmente importa, é que cada um seja feliz naquilo que faz. Seja a correr, a ir ao ginásio todos os dias, a ler, a cozinhar, “and so on”. E pode acreditar que até conheço pessoas muito felizes com os seus quilinhos a mais e que se deliciam com uma belas tarde passadas à mesa.
    No outro dia, numa conversa entre amigos, um dos “alinhados”, daqueles loucos por exercício, questionava como é que alguns dos presentes tinham tempo para manter blogs, argumentando que não tinha tempo para tais coisas. Sabe qual foi a resposta mais sábia que saiu daquela conversa? Alguém disse o seguinte: “Tenho tempo para manter um blog porque gosto e me dá prazer. Conforme tu tens tempo para ires todos os dias ao ginásio porque te dá prazer”. Fim de citação.
    Caro Ricardo, ninguém tem o exclusivo da felicidade. Ninguém tem o direito de impor a outros seja o que for. Seja um modo de vida, seja uma aparência física ou uma forma de pensar.
    Concordo quando diz que a obesidade é um flagelo. As pessoas com excesso de peso devem preocupar-se antes de mais com a sua saúde, mas isso não quer dizer que tenham que ser uns “Adónis”. Ou seja, não tem que passar de um estado de obesidade mórbida para um dos Anjos da Victoria Secret. No meio, no sentir-mo-nos felizes na nossa condição é que está a virtude. Tudo o resto, tudo aquilo que nos tentam impingir como modelo de sociedade, exercício diário e aparência física, é apenas ruído desnecessário, a roçar a prepotência.
    Receba os meus cumprimentos e os parabéns pelo seu blog que sigo com bastante atenção.

  40. Não é nada que seja visível com roupa mas sem roupa eu vejo, na barriga e nos braços, essencialmente. Não é nada de transcendente e mais vale emagrecer e ficar assim, do que continuar gordo (isto é a minha opinião) mas acho que com ginásio e cremes hidratantes e/ou reafirmantes que vai lá tudo ao sitio.

  41. Que estupidez. Que insensível. Espero que nunca tenha tocado em álcool, tabaco, drogas, que nunca tenha feito sexo sem protecção que não como gorduras a mais NUNCA. Porque se tiver um problema se saúde por sua “culpa” não estou para pagar os seus custos como contribuinte.

  42. Só uma questão, porque é que lhe interessa se as pessoas são obesas ou gordas? Se há um problema de obesidade? A não ser que o afecte a si e às pessoas mais próximas de si, o que é que lhe interessa?
    Acho que maior parte das pessoas tem noção que há comida que fazem mal e outras que fazem menos mal. Que exercicio é bom. A partir do momento em que as pessoas são educadas, o que é que nos interessa o que fazem? Não nos afecta diretamente!
    Deixe as pessoas viverem como querem, como são felizes e acabou. Cada um faz as suas escolhas.

  43. Não concordo consigo.
    Acho que o tom e exemplo do post não são adequados ao problema em causa. Apesar do problema existir e ser grave. Pareceu-me um post no tom das “Nazis do leite materno”.
    No entanto, não acho que seja o tom habitual do autor do blog. E acho que cada post que fez da corrida que acabou ou da dieta que fez são, esses sim, motivadores da mudança.

  44. Concordo.

    Se rebentar o joelho a correr ou tiver uma ruptura muscular, ou um problema cardiaco derivado do esforço da corrida, porque é que há-de o SNS me salvar? Eu é que quis ir correr!
    (dada a falta de sensibilidade, informo que está aqui muita ironia)

  45. Porque é que o “só és pobre porque não queres trabalhar” não soa bem?

    Há aqui dois pontos distintos a ter em conta:

    Primeiro, fazer exercício físico, qualquer pessoa pode fazer em casa, na rua, ou no ginásio caso tenha possibilidades para o pagar.
    Por isso, só é gordo se se quiser (salvo questões de saúde, como sempre eu disse desde o meu primeiro comentário no FB).

    Em segundo lugar, e relativamente ao “só és pobre porque não queres trabalhar”, também há dois pontos distintos a considerar.
    Como nós sabemos, há muito desemprego em PT, por isso acredito que haja muito boa gente que quer trabalhar e não consegue arranjar emprego.
    Mas também há muita gente que conseguiria arranjar, mas não trabalha porque não quer.
    Ou porque prefere ficar a receber subsídios, mesmo que sejam um pouco mais baixos, mas ficar em casa sem fazer nada dá menos… trabalho, cansa menos.
    E eu que, graças a Deus tenho trabalho, recebo na mesma todos os dias e-mails de empresas a pedirem pessoas para trabalhar. Ehá anúncios que andam semanas a circular à espera de alguém que os vá preencher.

    Por outro lado, e ao contrário do exercício físico que se pode fazer em casa e na rua, trabalhar nem sempre se pode fazer em casa nem na rua.

    Portanto, o “só és gordo porque queres” e o “só és pobre porque não queres trabalhar”, fazem ambos sentido.

    Cada um com o seu devido significado.

    Por isso, todos nós devemos pensar duas vezes antes de mandar bitaites. 😉

  46. “Mulheres que tomem a pílula, então, uff… esquece.”

    Errr… eu tomo a pílula sem interrupção há 4 anos, tenho 26 anos, meço 1,68m e peso 54kg. Não estou a ver em que é que a pílula influencia a perda/ganho de peso (aliás, se ler a bula da mesma, verá que nos efeitos secundários de muito pouca incidência está, na mesma proporção, a perda e o ganho de peso que se verificou em certas mulheres). Isso é um mito e mais uma desculpa.

  47. Não é uma questão de “deitar o olho”, de “vigiar” ou de “criticar”. Chama-se estar atenta à sociedade em que vivemos, quer seja neste aspecto, quer seja em muitos outros. No dia-a-dia não olha para o que a rodeia e pensa sobre o que viu? Eu faço isso e as situações que relatei são isso mesmo. E mais, penso para mim, jamais iria dizer isto a uma pessoa (como já vi aqui comentários de pessoas que têm excesso de peso e que relatam terem sido insultadas, coisa que acho horrível É-me indiferente se essas pessoas querem/gostam/preferem comer mal, não fazer exercício e pesar mais de 100kg. Se fossem da minha família ou meus amigos, já me importaria porque seriam pessoas que significam algo para mim e que tentaria ajudar pois são objeçtivamente hábitos pouco saudáveis que só fazem mal aos visados.

    O que o meu discurso, ou do da Maria Kang, ou do Arrumadinho acrescentam à sociedade é que são pessoas que conseguiram fazer algo e estão a dizer que se eles conseguiram, qualquer pessoa também o pode fazer. Não quer dizer que com isso se vá deitar a baixo quem não o queira/consegue fazer. Simplesmente a ideia de que há as pessoas normais (= pessoas com excesso de peso, que andam um bocado desmazeladas, que têm milhares de imperfeições) e as modelos e actrizes capas de revista (magras, pele óptima, perfeitas) é errada. Há um meio termo, perfeitamente capaz de ser atingido por qualquer cidadão médio e não há desculpas para qualquer um ser assim. Se não o querem ser, who cares, simplesmente então aceitem as consequências que daí advêm (como disse, o possivelmente não arranjarem um emprego devido ao aspecto que têm), sem culpar e arranjar desculpas para quem o fez e conseguiu (as Marias Kangs desta vida).

  48. Concordo com o que refere no seu post, no entanto, não podemos esquecer que os contornos da vida de cada um nem sempre são fáceis e simples! Mas sim, o principal motor para a mudança está dentro de nós!

    Dona Micas
    Donamicas.blogspot.com

  49. Concordo com o que refere no seu post, no entanto, não podemos esquecer que os contornos da vida de cada um nem sempre são fáceis e simples! Mas sim, o principal motor para a mudança está dentro de nós!

  50. Olá, eu sei que não é nenhum abuso, mas incomoda-me… só espero conseguir atingir mais este objetivo, visto que os que tenho traçado tenho conseguido atingir, mas obrigada pelo incentivo 😉

  51. De facto, não se percebe o porquê de tanta celeuma… ou percebe. Que as pessoas se sentem culpadas por não terem o “corpinho perfeito” eheheh . Bem, deveriam, então, ter mais convicção nas suas próprias escolhas de vida. Não é verdade que esse “corpinho” esteja ao alcance da maioria das pessoas, porque a maioria das pessoas tem trabalho sedentário ainda que cansativo, pouco dinheiro, e como tempo é dinheiro, também pouco tempo. Por outro lado, obviamente a estrutura física das pessoas é muito variável; as pessoas que tomam anti-depressivos, por exemplo, ou têm um metabolismo rápido por natureza, ou então estão lixadas. Mulheres que tomem a pílula, então, uff… esquece. E tantas, mas tantas outras situações que tornam o processo de ser-se magro muito mais difícil do que por aí me soou e eu teria muita facilidade em provar isto que estou a dizer cientificamente. No entanto, devo confessar que fiquei satisfeita ao ver essa foto. Assusta-me pensar que, quando tiver filhos, não tenho hipóteses de me reabilitar fisicamente, nem com todo o esforço/sacrifício do mundo. Esta mulher prova o contrário. Excelente, gosto disso. No entanto, não percebo porque é que temos de ter uma desculpa para não termos o corpinho perfeito. O corpinho perfeito exactamente para quê, alguém me recorda? Ainda se fazer exercício físico nos permitisse enriquecer-nos interiormente de alguma forma. Mas não, de facto, não. Nos ginásios ainda não exibem filmes, e a música é sempre da mais brutal falta de qualidade. Felizmente já fazem bicicletas estáticas com um apêndice para colocar livros e ir lendo à medida que se pedala, mas nas não estáticas esta prática poder-se-ia tornar altamente perigosa eheheheh. Francamente, acho triste que uma pessoa dedique toda a sua vida ao exercício físico (a sério que acho), com tanta urgência que a alma humana tem de conhecimento e com tanto que tem de evoluir. Para mim, o exercício físico serve-me, não sou eu que o sirvo a ele. Faço bastante exercício físico, mas essencialmente para descontrair, relaxar e por questões de manutenção do bom estado e saúde física, nunca para perseguir um lindo corpinho “perfeito”, já que não fui feita para ser exibida numa montra como se fosse um qualquer objecto. Gosto da publicidade porque é libertadora, mas serei sempre contra a ditadura do corpinho perfeito. Porque a estupidez é um mal maior e mais urgente a combater do que a gordura. Se a gordura incomoda muita gente… a estupidez incomoda muito mais… 🙂

  52. Concordo plenamente, e lamento que educação física nas escolas continua a ser uma disciplina discriminada que nem para a média final conta. Era demasiado importante que todas as crianças tivessem na escola uma educação física de qualidade e que levassem a sério a importância do exercício físico para a saúde sem falar nos outros benefícios inerentes.

  53. Ana,

    vou falar da minha experiência pessoal.
    Tenho 23 anos, meço 170cm e peso 58kg. No entanto, há cerca de 3 anos tinha cerca de 120kg: ganhei cerca de 5kg/mês, ao longo de um ano, devido a problemas pessoais/emocionais.
    Não vou entrar em pormenores sobre a perda de peso, mas digo-lhe que é possível voltar a ter um corpo definido e fazer com que a pele “recue” até ao músculo. Eu não fiz qualquer procedimento cirúrgico, e tenho hoje um corpo mais tonificado do que aquele que tinha anteriormente. Quanto às estrias, é verdade, estão por cá.

  54. Eu sou gorda e não gosto de ser. Se já tentei mudar? Já. Todos os dias digo que amanhã começo a mudar e sabe o que acontece? Não consigo! Por mais que tente não consigo fazê-lo sozinha e sem ajuda. Para conseguir tenho que ser acompanhada por um nutricionista e um psicólogo, técnicos que escasseiam no sns e que nos consultórios particulares, para um acompanhamento mensal (que eu acho ser o indicado), requer uma disponibilidade financeira que eu infelizmente não tenho, pois uma consulta destas especialidades ronda aproximadamente os 50€, para mais e não para menos.
    Revolta-me a ideia que quem é gordo é fraco, pois eu acho que sou forte em quase todos os aspectos da minha vida, enfrentado as grandes dificuldades por que tenho passado com um sorriso e com uma vontade de ir para a frente, sendo que nos meus momentos de compensação recorro à comida. É quase uma compulsão, é o meu porto de abrigo e sei que é mau para a minha saúde. Existem pessoas que se refugiam na bebida, na droga ou até em outros vícios, e que por isso são considerados doentes, quem come é normalmente apontado como preguiçoso e desleixado.
    No sns existem consultas para quem quer deixar de fumar, para deixar o alcoolismo, e para tratar adições, no caso da obesidade cada consulta é marcada (com muita dificuldade) de 3 em 3 meses, quando não é de 6 em 6 meses. E em resposta a um comentário que aqui vi, nem toda a gente que recorre ao sns é para fazer cirurgias, mas sim para seguir um regime regulado e acompanhado. Até os seguros de saúde não são “amigos” da obesidade ou pré-obesidade, pois nenhum dos que tive cobria as consultas de nutrição, pois são consideradas para efeitos estéticos e nem com relatório médico as seguradoras cobrem o tratamento de emagrecimento. No entanto pagam as consultas de cardiologia, diabetes, etc que tratam os problemas originados pela gordura.
    Quanto a um outro comentário que aqui li quero dizer que adoro ir ao cabeleireiro, à manicure, ver lojas que tenham roupa para mim (e que são poucas e algumas com preços escandalosos), e que conheço pessoas bem magras que cheiram mal, a roupa fede e que não se cuidam, por isso acho um bocado ignorante dizer que quem é gordo é desleixado. Ser desleixado é um defeito independente do corpo da pessoa.

    Em jeito de remate digo que faço caminhadas de 1 hora pelo menos 3 dias por semana e que nas duas gravidezes terminei-as com o mesmo peso com que as comecei, pois que com os enjoos e as azias não me apetecia comer e como tal acabava por emagrecer. Devia de andar era sempre grávida …

  55. Que exagero! Trabalhei sempre em ginásios e não é comum esse tipo de discriminação… Aliás, vi muita gente a obter resultados visiveis e a mudar de vida, com relativa facilidade. É uma questão de querermos! E de assumirmos que queremos mudar de vida. Não vale a pena irmos andar 1 hora na passadeira e comermos um bolo todos os dias ao pequeno almoço. A mudança tem de ser em todos os campos, aliar o exercicio à nutrição. E sim, tirando patologias muito especificas, quase toda a gente consegue perder peso e ter um corpo saudavel.

  56. Uiiiiii que ignorância. Toda a obesidade é doença que pode ser de origem fisiológica ou psicológica. Pare de criticar e faça algo de útil. É por existirem pessoas assim, que a sociedade esta como está. Só os gordos são desmazelados? Que raio comem os gordos? Absolutamente ridículo … Essa das filas do centro de emprego é de espernear a rir. Olhe se não tem nada de útil para fazer vá para casa cozer meias.

  57. ‘E acho que o modo como apresentas a situação é mais parecida com a de um vencedor sobre um vencido.’

    Mas esse é o tom habitual do autor do blogue. Já o notei também no post sobre a depressão. Há uma certa falta de empatia em tudo o que escreve.

    Nota: tenho o problema contrário ao exposto neste post.

  58. Muitas vezes quando via pessoas obesas mórbidas ou com grande excesso de peso pensava quase de imediato que deveria ser um problema hormonal, nomeadamente, hipotiroidismo. Até ao dia em que comecei a estagiar na consulta de obesidade do Hospital de Santa Maria e vi casos que me deixavam boquiaberta (força de expressão obviamente). Posso dizer que em 99% dos casos, os doentes atingiam centenas de quilos por comerem muito, mas mesmo muito e mal. E claro não praticarem nenhum exercício físico. O caso que mais me impressionou foi um adolescente que com 15 anos já tinha perdido umas centenas de quilos graças a um bypass gástrico e se preparava na altura para uma dolorosa maratona de cirurgias plásticas para retirar quilos de pele em excesso. E tudo por maus hábitos alimentares incutidos desde a infância.
    No meu caso, eu assumo que tenho peso a mais por preguiça, desleixo e falta de força de vontade de “fechar a boca”. Não arranjo desculpas, a culpa é minha e só minha tal como só nas minhas mãos está a capacidade de inverter o cenário. A teoria sei-a toda acerca de bons hábitos alimentares e exercício agora passar à prática isso já é outra história.

  59. É engraçado que este discurso do “só és gordo porque queres” passa sempre bem, mas o “só és pobre porque não queres trabalhar” já não, apesar dos argumentos subjacentes serem muito parecidos.

    Enfim, a malta gosta mesmo é de mandar bitaite sobre a vida dos outros (e tanto vale para os gordinhos indignados como para a brigada do ginásio)

  60. Identifico-me muito com este comentário. Sobretudo na parte do “Ninguém sabe, ninguém desconfia e se eu contasse ninguém acreditaria. Sou normal, como normal em frente às pessoas! Se eu sou feliz ? Não!”. Mais ou menos desde os 11 anos que comecei a ter problemas com a alimentação. E já estou nos 20. Tenho frequentemente períodos de compulsão alimentar, seguidos de outros em que não como praticamente nada. Se já tentei mudar? Muitas vezes, ao longo de quase 10 anos. Mas não consigo. Até porque esta é a forma que encontrei para me manter emocionalmente equilibrada (por mais estranho que possa parecer). E sinceramente já não me vejo a mudar. Não sou gorda, nem nunca o fui. E tenho plena consciência que corpos perfeitos não existem. Haverá sempre qualquer coisa que gostávamos de mudar em nós próprios. Mas quando era uma miúda ainda não de tinha, de todo, consciência disto. Agora tenho-o, mas acho que estes meus hábitos já se tornaram uma rotina de tal forma, que nunca os vou conseguir abandonar. E sim, também não vou mentir e dizer que ter excesso de peso não me assusta. Porque assusta. E muito. Mas, não olho de lado para quem vive bem com isso e não quer saber se veste um 36, um 42 ou um 48. Aliás eu até gostava de ser assim. E depois há a questão da saúde claro! Mas isso já é outra história e aí claro que acho que quem tem excesso de peso deve ser acompanhado. Mas fácil não é, digam o que disseram. Eu também sei que os meus hábitos estão longe de ser saudáveis e mesmo assim não me vejo a mudar.
    Porque é que eu fiquei assim? Não foi por causa de revistas, nem de top models. Mas porque desde miúda que comecei a praticar ballet e aos 11 foi a altura em que comecei a levar a dança mais a sério. Não foi de um dia para o outro que decidi deixar de comer, mas começou por ai. Hoje estou na faculdade na área de saúde e a dança ficou para trás. Mas os meus comportamentos continuam e muito piores. Para piorar a situação, na minha família, não é fácil lidar com a “imperfeição”. Quem é magro, elegante, giro até cair para o lado, com uma boa carreira profissional e muitos amigos é que é uma pessoa de sucesso. As mesmas pessoas que me diziam que estava óptima e não precisava de dietas, era as mesmas a dizer-me que a roupa me ia deixar de servir se comesse uns chocolates a mais. P

  61. Ora ai está um tema com múltiplas visões e opiniões. Quando era mais nova ai para o 6 º ano, era assim para o gordinho e detestava as aulas de educação física. Nunca considerei que tivesse excesso de peso, mas sempre achei que tinhas uns quilitos a mais. Foram precisos alguns anos para entender o valor do exercício físico na minha vida. Só há 2 anos atrás decidi olha para o exercício com outros olhos. Além da caminhadas não fazia praticamente mais nada. Inscrevi-me num clube de fitness com aulas de grupo. Passei a ser fã de BodyPump e BodyCombat. E sim no inicio custou. Os outros já faziam tudo bem e lá estava eu toda atrapalhada. Sim custou mas nunca mais desisti. Actualmente, faço algum ginásio(Sou fã assumida de BodyPump), faço ginástica numa associação, ando de bicicleta e adoro caminhadas. Decidi perder o medo que tinha da água e fui para a natação. E agora a parte mais difícil, a corrida. Admito que foi o que mais me custou e se não tivesse sido uma amiga, teria desistido. Parece fácil… ao fim de 10 minutos já vou a pensar que não consigo…continuei a insistir…e sim houve dias que tive que desistir, porque simplesmente não aguentava. Mas nunca desisti. E é com imenso orgulho que consigo correr 10 km e ás vezes um pouco mais. E sabem aquela sensação fantástica de chegar ao final e conseguir? É a melhor recompensa que se pode ter.

  62. 28 anos, duas gravidezes, uma em 2009 e outra em 2010.. Tenho 1,69m e peso 57kg… Não sou esquelética, sempre pesei mais um a dois kgs do peso ideal pa altura. Depois dos bebês decidi correr meia hora todos os dias…4 e 3 anos depois mantenho o peso, não faço dietas e como o que gosto sem exageros…

  63. O meio-termo a que me refiro é que nunca tendo sido obeso também não dito as certezas de como sair da situação como óbvias, infalíveis e simples.
    Todos sabemos que na luta contra o cancro ajuda imenso ter mente positiva. Todos conseguem? Não. Mas também acho que também não ajudará muito ditar isto como certeza, partindo do meu ponto de vista e estado de saúde saudável, a uma pessoa que já tem de lidar com a doença. Já lhe basta o cancro, não tem de se martirizar por não ser positivo.
    Partes de generalizações para um problema de saúde que tem particularidades. E as particularidades é que muitas vezes estas pessoas tentam mas não conseguem. Até utilizando como referência o Biggest Looser, de certeza que reparaste que tendo todos a mesma solução, métodos e sei lá mais o quê, não chegam todos lá. E todos deram o primeiro passo que referes, inscreveram-se no programa (pior que aquilo só inscreverem-se numa colónia de verão numa galera romana).
    Acho que a obesidade é consequência de problemas e fraquezas psicológicas, mas que pode ser revertido quando se consegue dar o “click” certo para aquela pessoa, mas que pode não ter o mesmo resultado nos outros.
    O teu texto não utilizando a palavra extremista (tens razão, fui eu que usei), parece. Porque estás num pedestal de modelo a atingir por quem quer sair da inércia e obesidade, e atiras uma verdade (que é) que elas já vêem ao espelho e que duvide as motive a agir. Ainda para mais usando uma tesuda em 2008 que virou MILF em 2013.
    Acho que o esforço para as pessoas deixarem de ser gordas, é o idêntico a uma pessoa que sai pela primeira vez de casa para ir correr e pretende um dia correr a maratona. E se correr fosse fácil, todos acabavam a maratona.

  64. É uma questão muito complicada e que envolve vários factores que vão muito para além da força de vontade de uma pessoa.

    É antes de mais, um problema psicológico, que requer acompanhamento. E isso custa muito dinheiro.

    Depois, tem a ver com hábitos alimentares enraizados. As pessoas mais pobres comem pior e é um ciclo vicioso do qual é difícil fugir.

    Comer bem, é muito mais caro.

    Claro que emagrecer tem muito de força de vontade também.

  65. De fat bullying sofro eu quando viajo de avião (ou de outro meio de transporte público qualquer) e ao meu lado se senta uma pessoa obesa e eu fico sem metade do espaço que teria. Se os locais é que deveriam estar adaptados a todo o tipo de pessoas? Sim, claro, também (e ainda mais) deviam estar adaptados aos invisuais, a quem anda de cadeira de rodas, aos anões, etc… agora, em relação a este tipo de hábitos, que assumem a forma de doenças e nos quais a obesidade se inclui (o mesmo vale para quem fuma) e que não trazem nada de positivo para quem os pratica, nem para a sociedade em geral (não só por, nessas questões do dia-a-dia, incomodar os restantes, mas também pelos custos que fazer o SNS suportar… que são pagos por todos nós), devem ser desincentivados e criticados, sim. Especialmente porque são actos voluntários da parte de quem os pratica (podem ter questões psicológicas por trás, sim, mas depende da vontade de cada um mudá-los… é possível! O ser humano consegue tudo aquilo a que se propõe fisicamente, é uma questão de esforço e de vontade, se milhares antes de vocês o fizeram, em que é que vocês são diferentes para não o conseguir? Não quero saber se vos morreu a mãe, a avó, a prima ou o gato… a muita gente aconteceu isso e bem pior e não é por essa razão que decidiram enfardar até chegarem aos 100kg).

    Não é apenas uma questão de “eu faço o que me apetece e como o que eu quiser porque me é igual se sou gordo ou não e tu tens de me respeitar”. Respeitar, sim, mas com limites e penso que a crítica aqui é completamente legítima e tem de ser feita. Não se pode promover ou aceitar algo que, objectivamente, só traz coisas negativas.

  66. Mariana, ridículo é o seu comentário…….
    é incrível o seu discurso.. que até dá vontade de rir….que descriminação meu Deus, que ataque……
    continue a deitar o olho aos carrinhos..
    continue a vigiar o que os “gordos” comem no café
    continue a criticar o que vestem…
    continue a vigiar a fila dos centros de emprego…. para ver quem se enquadra no seu perfil estereotipado…

    Agora pergunto, o que é que o seu discurso, acrescenta á sociedade? acha que é com a critica/ataque que motivamos as pessoas á alimentação saudável, e ao exercício?

    o seu discurso é de uma pessoa, altamente preconceituosa.. você é daquele tipo de pessoas, que miram tudo á volta para criticar….

    tem tatuagens… deve ser drogado..
    é gordo… é desmazelado
    veste mal… ai que pobre..
    ui que feio….. ninguém o quer….
    coitado….. aquele manca…..
    ai que cabelo horrivel…. quem lhe dá emprego???

    o que estas pessoas acrescentam á sociedade 0 zero…. o mundo não é perfeito, a sociedade não é perfeita aceite as pessoas como elas são, com as limitações, com as características físicas, com a personalidade que têm….

    não critique…. faça algo acontecer para tornar o mundo melhor….
    e olhe para dentro de si…. certamente também não agradará a muitos….deus que é deus também não agradou…

  67. Por acaso concordo com a Maria. Já vi muitos casos de bandas gástricas comparticipadas que “rebentaram”, porque as pessoas em questão tinham o vício de comer e continuavam a consumir a mesma quantidade de alimentos.

    Muito antes de perder peso por iniciativa própria, fui a uma nutricionista no hospital da zona e basicamente nunca tive acompanhamento psicológico, apenas me passaram um plano alimentar horroroso que eu não cumpri.

  68. Concordo completamente com a Maria Kang e contigo. Se temos excesso de peso, a culpa só é nossa (excepto aqueles casos de problemas com a tiróide ou ainda devido a medicação).
    50% da minha família é obesa (e venho de uma família que, contando com primos e tios, chega às 70 pessoas) e estão sempre a dizer “Eu não sei como engordo! Há dias em que só como à noite!” Pois não percebem que aí está o problema. Passam o dia sem tocar qualquer alimento e quando chega a hora do jantar, são capazes de comer 3 pratos de feijoada e deitarem-se logo a seguir. E outras tantas asneiras alimentares que fazem ao longo do dia. E mexerem-se não vale.
    Eu e o meu irmão somos dos que têm um peso normal: não somos obesos, mas não somos magros. Mas temos cuidado com aquilo que comemos. Se, por ventura, comemos mais ou abusamos mais, nos dias a seguir temos um cuidado redobrado.
    E a verdade é que fui mãe há pouco tempo, sobraram-me 4 quilos a perder e não descanso enquanto não os perder! Demore um mês, dois ou três! Se não os perder, a culpa só é minha e não da minha filha. 😉

  69. Por acaso o seu imc é de 24,5. É considerado peso saudável. Se perdesse esse peso ficava com cerca de 20, o que também é saudável, mas pronto.

  70. Eu era uma das pessoas que se desculpava com a genética ou o “eu nem como muito”. Na verdade comia, mas como conhecia abençoados que enfardavam bem mais do que eu, mas não engordavam (apesar de não fazerem exercício físico), culpava o metabolismo.

    Cheguei aos 21 anos com 75 kg e tinha um IMC acima de 28. Isso combinado com a humilhação que é ir comprar roupa e não caber nas calças fez com que eu tomasse uma medida radical. Começei a fazer uma dieta Atkins, ligeiramente menos restrita (mais como a dieta da Roquette). Isto foi há pouco mais de um ano. Pesei-me hoje e embora estivesse parada nos 60 há algum tempo, estou agora nos 59,5, com um IMC de 22,7, ou seja, um peso saudável.
    Sinceramente não me lembro de uma altura em que tenha pesado menos de 60 quilos (embora ache que foi para aí aos 10 anos).
    Tudo isto fez-me ver que só cheguei àquele ponto por culpa minha (embora também ache que em miúda devia ter sido mais controlada pois não tinha noção do mal que me estava a fazer).
    Confesso porém que agora tenho que começar a tonificar (perdi o peso todo praticamente sem exercício, tirando a caminhada para a faculdade de 20 minutos e os raros 30 minutos de bicicleta) a zona do estômago e dos braços (nunca tive muitos problemas nas pernas) e isso sim vai ser difícil porque nunca gostei de fazer exercício físico.

    Mas já estou muito contente com o progresso que fiz. Hoje tenho uma alimentação muito mais saudável, não passo por humilhações de não caber no número mais alto de calças num shopping (na maior parte dos sítios raramente apanhava calças acima do 40/42) nem de ter pessoas a olhar para mim com ar de gozo, ou pior, nojo.

    Contudo, não sou a favor da pressão social que se faz sobre os gordos e detesto o discurso do “se eu tenho X filhos e tenho tempo para ficar uma bombshell qual é a sua desculpa?”. Existem pessoas que simplesmente não querem abdicar das porcarias que comem e não querem fazer exercício (eu sou “culpada” deste último) e estão no direito delas. Ninguém tem o direito de dar opiniões acerca das opções alimentares e de exercício de cada pessoa, a não ser que faça parte da família ou ciclo de amizades dessa pessoa (e vá lá se for o médico delas) e esteja mesmo preocupada com a sua saúde.

    A sociedade dá mesmo demasiadas opiniões sobre o lifestyle de cada um. Mas isto não é só com os gordos, mas também com os magros. Incomoda-me tanto o “faz dieta” para os gordos como as típicas invejosas que vão ver fotos de modelos e começam a tecer os comentários do “come uma sandes” ou a procurar qualquer mínimo defeito nelas só para se sentirem melhor (“que dedos dos pés feios”).

    Se era bom que todos fossemos saudáveis? Era. Mas que eu saiba ser doente ou ter uma aparência fora daquilo que a sociedade considera “correcto” não é nenhum crime.

  71. Nunca percebi essas pessoas que fazem comentários a outras na rua! E isto vale para os bons e para os maus. Eu se estou a andar na rua, quer sozinha, quer acompanhada, vou “na minha” e, ainda que olhe em redor, jamais me ocorreria meter-me com uma pessoa que passa e mandar uma boca! Uma vez também estava a correr (e não tenho excesso de peso) e um velhote (que ia a correr também) disse algo do género “vá! tão devagar! com mais força!!!” e ultrapassa-me com um ar crítico 😀 wtf?! Não percebo essas pessoas que são compelidas a meter-se em tudo e com todos, juro.

  72. Olá Maria!
    Queria apenas informar que provavelmente (e a mim é o que me dá a entender) fala por desconhecimento da situação.
    Eu sou acompanhada pelo sns há vários anos por causa do excesso de peso. Nunca quis colocar a banda gástrica, apesar de me ter sido sugerido, coloquei sim o balão com o qual fiquei temporariamente e já retirei há alguns anos.
    As pessoas não chegam propriamente ao sns e dizem quero uma banda/balão e está feito. Há um acompanhamento feito por uma equipa técnica composta por especialistas de nutrição, psicologia, gastro,…
    Depois de acompanharem o paciente algum tempo (no meu caso, cerca de 2 anos) e verificarem a capacidade e motivação para prosseguir este objetivo aí sim optam pelo procedimento.
    Penso que é melhor optar pela ação preventiva, combater a obesidade e evitar problemas cardíacos, gástricos,…, e não sobrecarregar o sns com os problemas que daí poderão advir?
    Sei que devemos ter força de vontade para atingirmos os nossos objetivos e muitas vezes somos fracos porque é muito mais fácil simplesmente comer, ver televisão e não fazer nada, mas também existem motivos muito mais complicados que esses e o sns é exatamente isso… um serviço de saúde.
    Já circulei na rua e me disseram coisas do género… “nem sei como consegues caminhar, oh gorda!”
    E também já saí para correr sozinha (tentar ultrapassar os meus complexos, a minha vergonha e reduzir o excesso de peso) e ao passar por mim disseram-me “Força! É assim mesmo, não desistas!”
    E o mais engraçado é que o primeiro comentário foi feito por um senhor idoso e o segundo por um jovem que corria a um ritmo bem mais elevado que o meu.
    Mas também aceito a dificuldade que algumas pessoas têm em compreender certas situações.

  73. Mas, neste caso, sendo o uso do Photoshop apenas para embelezar a imagem (e não para disfarçar alguma coisa no corpo dela), percebo a sua utilização. Muitas vezes as fotos tiradas com as máquinas ficam mais giras se puxarmos pelo contraste, saturação, color vibrance, color balance, etc… eu própria faço isso com as fotos que tiro em viagem (e tenho uma máquina boa!), porque acho que ficam mais bonitas e às vezes até mais realistas (semelhantes à realidade que vi). Neste caso, sendo assim uma foto para publicar, tirada por um profissional, é normal que depois seja um pouco composta em Photoshop, acho que todos os fotógrafos profissionais o fazem. Já não gosto quando vejo em certas revistas close-ups de modelos que foram claramente demasiado “airbrushed” e que têm carradas de photoshop (às vezes até se descobrem imagens de backstage da sessão e se vêem logo as diferenças na modelo). Neste caso, não havendo isso, acho normal que a foto final tenha melhor aspecto e esteja mais colorida que uma tirada por ela com um telemóvel contra o espelho num canto qualquer 🙂

  74. Olá Nelito. Não sei exactamente a que meio-termo é que te referes, porque eu no texto não falo de extremos. Não digo, em lado algum, que todas as pessoas devem ambicionar ter um corpo como o da Maria Kang, não digo em lado algum que devem conseguir resultados num mês ou em três semanas, não falo em momento algum de questões estéticas, mas de saúde. O qua falo é de uma necessidade de combatermos a obesidade, e sair dos níveis de obesidade não significa ter o corpo da Maria Kang nem uma barriga totalmente lisa e definida. O fat bullying é totalmente focado em questões estéticas, são os gordos que são gozados por serem gordos e por usarem roupas enormes, e por não caberem nas cadeiras dos autocarros, e por terem as barrigas a transbordar das calças. Isso é fat bullying. O que eu escrevi é que as pessoas com excesso de peso devem ter noção do mal que estão a fazer a elas próprias, em termos de saúde, daí ter apresentados os números da obesidade e pré-obesidade em Portugal. Agora, se não forem as pessoas obesas a dar o primeiro passo no sentido de perderem peso, então, ninguém o dará por elas. Se não pararem de inventar desculpas, então, irão continuar sempre gordas. Se não aprenderem a comer e continuarem a abusar de tudo o que faz mal, então, nunca alcançarão resultados. Se nunca começarem a fazer exercício, então, também não podem queixar-se de não conseguirem queimar gordura. Não digo que isto tenha de ser feito em três, quatro ou cinco semanas, digo, sim, que é uma mudança de mentalidade que é fundamental, um processo de reeducação alimentar que irá melhorar a saúde de quem é obeso e, a médio/longo prazo terá como consequência uma grande perda de peso e melhorias de saúde a todos os níveis. Por isso, não percebo onde é que vês aqui um passo atrás.

  75. Estou de acordo contigo.
    Acho mesmo que, excepções à parte por questões de saúde (claro), a maioria das pessoas obesas arranjam sempre mil e uma desculpas para não praticar exercício físico. A questão da genética existe mas não é desculpa. Pode requerer maior esforço adicional sem dúvida mas com força de vontade tudo se consegue. A questão da mentalização e a motivação associada marca toda a diferença!
    Bom post!

  76. “Julgo que a questão não é gostarem, mas preferirem. Preferem ser gordos que abdicar de certas comidas e ter o sacrifício de fazerem exercício.”

    A Ana tem razão… A minha mãe é obesa e o meu pai pré-obeso, e eles preferem realmente sê-lo ao abdicarem, por exemplo, de certas comidas que em dieta não se pode comer todos os dias, ou quase nunca.
    A madrinha da minha irmã também o é e já me disse que a vida é demasiado curta para estar-mos a fazer sacrifícios com a comida quando já os fazemos com tantos pontos da nossa vida. Por isso sim, não é que gostem de ser gordos, mas não se importam nada de o ser, porque acham que há coisas mais importantes na vida. E é um direito deles.
    A minha mãe, senão fosse na altura de comprar roupa (que é estupidamente mais cara para pessoas grandes) em que ela vê que nada lhe fica assim super bem, ela nem liga para o facto de ser obesa.

    Eu antes julgava um pouco as pessoas que eram obesas por desleixo, mas a verdade é que a felicidade de cada um de nós apenas a nós nos diz respeito. E se eles estão bem assim, então deixemo-los estar 🙂

  77. Acho que falta aí um meio-termo e alguma calma, não?
    De facto este é um país que encontra muitas desculpas e poucas soluções. Mas sobre este assunto generalizas sobre um problema de saúde que tem as suas particularidades, nomeadamente, as pessoas. E partes do princípio que somos todos iguais e, bem, não somos. Utilizando uma analogia com a corrida, se todos treinarem o mesmo, atingem os mesmos resultados? Sabes tão bem como eu que não.
    Apesar de achar que o problema principal que focas, e bem, é o problema da obesidade e que deve ser combatido. Agora, o modo como o abordas, o exemplo que utilizas e o exemplo que apresentas (creio que nunca foste obeso e sempre tiveste essa figura), de facto parece fat bullying. E acho que o modo como apresentas a situação é mais parecida com a de um vencedor sobre um vencido.
    A obesidade, bem como a necessidade de apresentar desculpas, deve ser combatida e cada post teu sobre a dieta que fazias ou a corrida ou o treino, é um passo nesse sentido, porque esse combate é feito de pequenos passos. Acho que com este post deste vários passos atrás.

    Nota: Não sou nem nunca fui obeso.

  78. Bem, que estupidez…toda a gente devia ver o que consegue fazer se quiser, nada mais…na minha opinião modesta, acho que quem fala contra é só por inveja…eu assumo a minha, mas que me leva a trabalhar para mim e a minha auto-estima e saúde, não a falar contra alguém que só quer motivar as outras…

  79. resposta à Ana a 24.10.2013 às 12:14

    Ana, não consigo deixar de lhe dar uma palavrinha, se me permite. não seja tão dura consigo própria. orgulhe-se da sua enorme conquista e aprenda a lição não caindo no mesmo erro. mas agora disfrute do seu peso, da sua figura e da sua vida sem se culpar. o importante é que conseguiu! e sabe que mais?
    se tivesse sido sempre saudável nunca se teria defrontado consigo própria, levado a cabo essa luta que a tornou mais forte e lhe mostrou a força que tem e até onde consegue ir.
    disfrute da vida, com um sorriso 🙂

  80. Olá, Angie. Iniciei a semana passada uma dieta, e de 102 kg, passei para 99.
    Quando dizes peles, a que te referes? Tenho um certo receio…

  81. acham que preferem ?? Isso é a coisa mais absurda! Apenas não conseguem! É muito difícil, e quem não acredita que a comida é um vicio como tabaco e drogas, está redondamente enganado!! Geralmente a obesidade está associada a episódios de compulsão alimentar que é muito difícil ultrapassar! Antes de qualquer coisa, a obesidade é um problema psicológico.

  82. A questão era mesmo essa: porquê usar photoshop?
    Na verdade, nota-se nas cores da imagem, na uniformização da pele especialmente na zona da barriga e numa espécie de brilho difuso da imagem. Contudo, la está, apesar de estar top, houve a tal necessidade de “embelezar” algo que por si só já é bonito, não era necessário.
    Não critico a acção dela, acho bem que existam bons exemplos, acho é que temos uma insatisfação crónica connosco, que muitas vezes não é tão benéfica quanto queremos fazer parecer. Não digo que seja aqui o caso, mas foi especialmente por achar que ela não precisava de outros artifícios, que referi a questão do Photoshop ;).

  83. Compreendo perfeitamente quando dizes que precisas de alguém que te apoie, que te dê um empurrãozinho. Sei que não nos conhecemos, mas sinto que posso fazer qualquer coisa por si.

    Sou a Ana que comentou as 12h e vinte e pouco. Também eu só consegui meter na cabeça que tinha de mudar à séria quando tive quem me abrisse os olhos subtilmente e quem me acompanhava no ginásio, as instrutoras do meu ginásio então foram essenciais. Mas vamos por partes. Não pesava 100kgs mas pesava 80kg. Os kgs aqui não interessam tanto, a não ser pela saúde. Uma pessoa com peso a mais sente mais ou menos a mesma coisa. Eu compreendo-a, a sério. O que lhe posso dizer é que tem de contrariar isso.

    Inscreva-se num ginásio. Inscreva-se num ginásio tipo vivafit, só para mulheres. Casos como o seu há muitos mais, não se sinta um ET. Sendo um ginásio só para mulheres, não existe aquela vergonha de “ai este jeitoso está a treinar ao meu lado, ai que vergonha”. A maioria das mulheres que os frequenta é ou já foi gordinha, pelo que a compreende. Não a vai criticar, vai dar-lhe força, vai aplaudir cada kg perdido, vai motivá-la de maneira a que de início seja um sacrifício equipar-se para ir ao ginásio mas que ao fim de uns meses já conta as horas para ir treinar, porque o ambiente é, regra geral, muito bom e motivador.

    E depois, é como disse. Torna-se um vício. Pelo menos comigo tornou-se um vício. Quanto mais perdia ao ínicio, mais motivação tinha, mais treinava, mais cuidado tinha, gostava de me ver e de como me sentia, adorava como isso me fazia feliz! E é isso que não me deixa perder o foco. E isto é o que eu lhe prometo, é que se tiver coragem para dar o grande passo e se se empenhar, quando vir resultados é isto que sente. Se ao ínicio custa? Custa, mas ninguém fala aqui em facilitismos… Falo sim em recompensas!

    Quando estava no pico de perda de peso, decidi começar a correr. Nessa altura não corria nem 5 minutos seguidos. Hoje corro 5km seguidos sem grandes problemas, a fazer um tempo razoável, e o meu objectivo agora é treinar para fazer 10kms na proxima prova. E mais te digo: espero em 2015 conseguir concluir uma meia maratona, e vou conseguir! Se consegui isto tudo, vou conseguir isso sem espinhas.

    Percebes onde quero chegar? Nós somos capazes de tudo. Te garanto que tu és capaz de perder esses 40kgs de que falas. Está provado que quando achamos que atingimos o nosso limite (seja físico ou psicologico) ainda só atingimos uma pequena percentagem do nosso limite real. Nós temos sempre mais para dar. E tu vais conseguir.

  84. O estado comparticipa muitas cirurgias de colocação de banda gástrica aos obesos. Está errado… porque focam-se na solução, quando deveriam preocupar-se com a causa da obesidade da pessoa. Ou seja, o sns em vez de comparticipar essas operações devia proporcionar tratamento psicológico e psiquiátrico a estas pessoas. Acho que com essa medida já iria mudar muita coisa.
    E realmente não é preciso muito para fazermos exercício, eu pessoalmente não tenho feito muito, mas já estou toda animada porque vou mudar de casa para a semana e vou fazer um treininho porreiro a acartar caixotes e sobe e desce de escadas!

  85. Não me incomoda nada a foto da senhora. É bonita, teve 3 filhos e tem um corpo fantástico. Da mesma maneira que não me incomoda ver tantas outras mulheres, que também têm filhos e também têm corpos fantásticos. Também eu já passei por 3 gravidezes. A primeira, do meu filho que tem 11 anos, apesar de só ter engordado 11Kg, o que não é excessivo, rebentou-me, literalmente, com a barriga toda, porque tenho 1,55Mt e o meu filho tinha 4kg e 53cm. Fiquei estriada desde a cintura até baixo do peito, e para isto, não há remédio, nem ginásio que o valha. Perdi 16Kg depois do meu filho nascer e estava magra mas com um aspeto horrivel. Depois de consultar um cirurgião plástico, porque era de facto o único “remédio” possível, para as peles penduradas, fui informada que a abdominoplastia custaria entre 4000 e 5000€ . Não fiz, porque não tinha nem tenho capacidade financeira. Depois de ter o meu filho, tive mais 2 gravidezes até 3 meses, que resultaram em aborto espontâneo e que contribuiram para piorar o aspecto que a barriga já tinha, sem falar no aspecto psicológico e hormonal.
    Enfim, isto para dizer, que apesar de não estar obesa, de fazer caminhadas regularmente e ter cuidado com o que como, em nada contribui para melhorar a minha beleza física. Mas também não é por isso que deixo de ir á praia ou vestir o que gosto, sem cair no ridiculo, porque tenho consciência do meu corpo. Mas também tenho consciência que muitas pessoas, na praia, olham com horror para a minha barriga completamente cheia de estrias e um pouco pendurada.
    Para acabar, desde que seja feliz, que se dane a barriga tonificada 🙂

  86. A maternidade a Maria só fez bem. Está bem mais bonita agora (depois de 3 filhos) do que antes. O que acho é muito simples, e vai de encontro ao que dizes. Há muitas mulheres que depois de serem mães se desleixam. Porque têm um filho, o mundo delas começa só a girar à volta do rebento e esquecem que a vida continua. Passam-se inteiramente para segundo plano. Eu acho que mudar depende de cada um. E a falta de tempo não é desculpa.

  87. Eu estou que excesso de peso. Mas tenho consciência que a culpa é minha. Claro que há fatores fazem que isso aconteça: problemas, ansiedade, a vida que não corre como nós queremos, etc. Mas, no fim, a verdade é uma só: estou gorda porque como mais do que preciso para viver.
    É verdade que está na minha mão mudar isso, é verdade que não é fácil, e é também verdade que exige sacrifício.
    Sabendo isso, e considero que o primeiro passo para qualquer pessoa que queira emagrecer é enfrentar esta dura verdade, sou eu que tenho que avançar com medidas para obter o corpo que quero.
    Neste momento, tenho o corpo que mereço. Por culpa minha.

  88. Julgo que a questão não é gostarem, mas preferirem. Preferem ser gordos que abdicar de certas comidas e ter o sacrifício de fazerem exercício.

    A questão aqui é mesmo a saúde e que está relacionada, mas não tem propriamente a ver com magreza/obesidade. Posso ser magra e ter problemas associados pela falta de exercício, por exemplo. E até ter uns kilos a mais (também conheço exemplos, embora seja mais difícil) e não ter problemas de saúde associados.

    Outra questão aqui, é que tudo o que diz no post é tudo verdade, menos a parte de que tinha peles a mais, e com o exercício voltaram ao sítio! É IMPOSSÍVEL, sem cirurgia estética. Estria e peles penduradas são um contra, é óbvio, ainda que acho que valha a pena em relação a ser obeso

  89. Maria…
    Se reparou, a Maria treina em casa, arranjou tempo para treinar, é cedo mas são sacrifícios q se fazem. Se n tem conhecimento para treinar sozinha, o q é normal, peça ajuda.
    Se tem um objectivo, tem de lutar por ele, para seu bem e para os q estão à sua volta.
    Força.

  90. Eu perdi, até agora e ao longo de 2 anos, 27kg. Pesava 93kg quando comecei. Durante o tempo todo fiz hidroginastica 2x por semana e só no mês passado é que senti que tinha de me inscrever num ginásio para me por a mexer a valer. Neste mês perdi 5kg, com dieta e treino, muito muito treino. Não vou mentir e dizer que não tenho peles descaídas porque tenho. Mas eu acredito que o ginásio me vai ajudar nisso. Eu também tinha uma certa vergonha de ir para o ginásio quando só se vê pessoas bem feitas a pavonear-se mas tive de colocar esse receio de lado e ir em frente. Neste momento estou a 10kg do meu objectivo e ninguém me vai parar…

  91. Concordo a 100%. Eu sou bulímica. Ninguém sabe, ninguém desconfia e se eu contasse ninguém acreditaria. Sou normal, como normal em frente às pessoas! Se eu sou feliz ? Não! Tenho conhecimento até agora de mais 6 pessoas (próximas ou próximos de próximos) que sofrem de bulimia. Mais 3 de anorexia. Foram os muitos casos que, como eu, ninguém faz ideia, e que julgo que será a maioria! Com isso é que nos deviamos preocupar!!!! Sabem porque é que eu me tornei bulimica? Porque alguém, desde que eu nasci, disse que a beleza é isso que está nessa foto com esses bébés. Não é preciso ter-se esse corpo para ser bonita e saudável. Porque as pessoas que vivem a contar as calorias, com remorsos de festas de anos, 3 horas por dia no ginásio (sim conheço quem faça isso), que tomam porcarias para os músculos, porcarias para emagrecer, porcarias para tonificar, porcarias para mais porcarias, é que não são saudaveis!!!! Que lição vão dar para os filhos? Deixem os gordinhos em paz, porque conversas destas só fazem os gordinhos ter mais compulsões por comida. Mudem é os media e esse lixo de propaganda à magreza e ao culturismo! Cada pessoa é como é, cada pessoa tem que encontrar o equilibrio. Se fossemos todos iguais, o mundo não tinha piada.

  92. A tal Maria, recebendo de outras pessoas o comentário do Photoshop, publicou aqui uma foto tirada por ela no dia em que tirou a que ficou famosa:
    https://www.facebook.com/photo.php?fbid=466133593417601&set=pb.284697751561187.-2207520000.1350271836&type=1&theater

    Não me parece que haja Photoshop, só se for para as cores ficarem mais vivas 😛

  93. Concordo com tudo o que foi dito tanto pelo Ricardo como pela Maria e até concordo com os comentários que já li…

    Neste momento peso 62kg e tenho 1,59m, sei que tenho cerca de 10kg a mais do que devia e não querendo parecer que estou a arranjar desculpas eu tenho displasia da anca (neste momento mais agravado do lado esquerdo do que direito) e fui operada a 8 meses em que no 1º mês de recuperação (por estar sempre deitada e com gulosices) engordei 3kg, os quais já perdi…

    Não sou grande fã de ginástica e não posso correr, mas neste momento quero ir para um ginásio para perder estes 10kg que tenho a mais, sei que não vai ser fácil porque as dores que vou sentir (associadas ao meu problema) vão ser mais que muitas, mas ler tudo o que o Ricardo e a Ana escrevem tem sido um fator motivador… espero que daqui a um ano no máximo consiga dizer que perdi os meus 10kg e que recuperei bem o meu problema, apesar de saber que não vai ser fácil visto que ainda me espera mais uma operação…

    Também posso dizer que um do fatores que fez com que eu ganhasse estes míseros 10kg foi mesmo o facto de ter deixado de gostar de mim, o meu problema que me provocava imensas dores (ao ponto de quase não andar) e deixou-me embaixo, deixando-me de me preocupar (apesar de ter um namorado e uma família que me puxava para cima), então quando me ia muito abaixo comia, depois quando melhorava tentava não comer porcarias e acabava por perder algum peso que ganhava… mas enquanto ganhava 2 ou 3 perdia 1 ou 2. sei que parecem desculpas mas isto é um desabafo de alguém que está a fazer de tudo para se erguer e para um dia olhar ao espelho e gostar do reflexo…

    Nunca me deixei cair em depressão porque apesar de tudo considero-me forte, e quando digo que não gosto de mim deve-se ao facto de querer mais e melhor para mim, acho-me gira e apesar de 10 kilitos a mais acho que não sou nenhum monstro, mas quero mesmo perder tudo o que tenho a mais 😀

    Só uma nota a um comentário que li, tenho 10kg a mais e apesar disso arranjo-me bem todos os dias antes de sair de casa, mas mesmo assim não consegui arranjar emprego quando andei a procura (o que me motivou a estudar mais e ir para a uni)… e sabe porque não arranjei emprego??? não foi por ter uns kg’s a mais, foi por coxear e não há nada pior que nos sentirmos rejeitados por algo que não temos culpa…

    Beijinhos ao Ricardo, a Ana, ao Mateus, ao Henrique e ao Manolo
    😀

  94. ricardo, ainda estou a formar opiniao sobre o assunto, mas deixo aqui um pequeno texto que resume o que eu ja senti na pele e seguramente outras pessoas tambem
    (ja pesei 108 kgs para 1,68, e agora estou nos 90 e a descer lentamente)

    Sociedade: Você é gorda. Levanta sua bunda gorda da cadeira e vai fazer exercícios
    Mulher gorda: OK! Vou comprar umas roupas de academia!
    Indústrias de roupas: Anh, nós não temos seu tamanho. Pessoas gordas não fazem exercício, então não tem mercado pra isso. Toma uma calça de moletom e camisetão masculino.
    Mulher gorda: Mas e os meus peitos?
    Indústrias de roupas: Não temos tops esportivos pra você também. Tem algumas lojas específicas, se você anima gastar algumas centenas de reais num sutiã que vai ficar todo suado.
    Mulher gorda: Bem, acho que vou usar 2 sutiãs um em cima do outro então. Agora, preciso me inscrever numa academia!
    Academia: Anh. Ok. Acho…
    Membro da academia: *olhando feio para mulher gorda* *dramaticamente higienizando tudo o que a mulher gorda encosta* *reclamando com a academia por ter que olhar para gente gorda* *de modo geral tratando a mulher gorda como lixo*
    Mulher gorda: Eu não estou nem um pouco confortável aqui. Acho que vou fazer uma caminhada.
    Passante: Ei, gordona! Cuidado pra não quebrar a calçada, hein?
    Outro passante: *condescendente* Uau, que legal que você está tentando perder peso!
    Mulher gorda: Eu não estou tentando. Eu só quero ficar mais em forma
    Outro passante: Mas você TEM que perder peso!! Você não é saudável!!
    Ainda outro passante: Muuuu!! Olha a vaca!!
    Mulher gorda: É… acho que eu não queromais ficar aqui. Acho que eu vou comprar uns equipamentos e me exercitar em casa.
    Loja de aparelhos de ginástica: Desculpe-me, o limite de peso deste aparelho é 30kg abaixo do que você pesa. Você vai precisar de perder peso se você quiser se exercitar em casa. Já tentou ir à uma academia? ou fazer uma caminhada?
    Mulher gorda: Ok. Obrigada.
    Mulher gorda: …
    Mulher gorda: Estou sem idéias.
    Sociedade: Você não perdeu peso ainda??? Gente gorda é tão preguiçosa!!

  95. Concordo com a Ana. Muitas pessoas com excesso de peso têm problemas de saúde que os impedem de perder peso, mas a maioria tem é problemas do foro psicológico. E isso sim é tão grave como qualquer doença. Ninguém tem noção do que essas pessoas sofrem e ninguém gosta de sofrer. E não são só os gordinhos, são as anóreticas, as bulimicas…

    Falar é fácil, mas Arrumadinho, já passaste por isso ? Pois…

  96. Ora bem o que chama de fat bullying também é chamado de fat shaming. E é um sério problema na América.
    Há uns tempos houve uns patetas que resolveram fazer uma “fat shaming week” no twitter em que postavam fotografias de raparigas gordas e faziam comentários depreciativos. Isto é bastante problemático porque primeiro os comentários eram só para raparigas, ou seja os homens não eram afectados. E depois este tal shaming não leva a que uma pessoa perca peso. Leva a que seja reduzida a auto-estima e muitas vezes isso não traz um efeito esperado, o emagrecimento. Leva a depressões e muitas vezes ao suicídio. E o suicido de adolescentes na América por razões de bullying tem crescido imenso.
    Eu não digo que não haja um problema e que a obesidade seja saudável. Há um problema que eu considero igualmente gravidade que é a obsessão de ter um corpo perfeito. Essa senhora conseguiu o tal corpo de actrizes e modelos e etc, muito bem para ela. Mas nem toda a gente consegue e é tão simples quanto isso. Por ter problemas de pele, por ter um corpo que é propenso a reter líquidos entre tantas outras coisas.
    Nem toda a gente que tem uns quilos a mais (e não estou a dizer obesa, obesidade é outra coisa) não deixa de ser saudável por os ter. Mas ser obcecado com o corpo, ter que atingir a tal perfeição imposta pelos media na sociedade ocidental pode levar a problemas graves de auto-estima. E isso é absurdo.
    Deve haver uma informação geral sobre os produtos que fazem bem, que fazem mal consumir, opções grátis de exercício, toda a gente deve ser informada.
    Depois cada um faz o que quer. Mas garanto que o bullying, shaming, o que quer que se queira chamar não leva a nada nenhum. Nem a obsessão.

  97. Eu sou gorda por minha culpa!

    Sou capaz de o admitir e saber que não é motivo de orgulho ou vergonha, mas simplesmente um facto.
    A verdade é que até há bem pouco tempo não percebia bem a necessidade de emagrecer, de parecer saudável. Inocentemente pensei que as pessoas que me rodeiam gostam de mim pelo que sou, não pelo que pareço, mas finalmente percebi a parte de me sentir bem comigo própria.
    Hoje com 31 anos percebo que não é isto que quero para mim… há cerca de dois/três meses deu-me o click e reconheci que tenho de fazer as coisas por mim, pensar em mim, no meu bem estar… e até me senti mal com isso, senti-me egoísta! Tenho acompanhamento psicológico e quando disse à minha médica que tinha muito receio de me tornar uma pessoa egoísta ela disse-me que ser egoísta era bom, termos o nosso ego, darmos valor a nós próprios… algo completamente diferente de egocêntrico.
    Neste período consegui emagrecer cerca de 8Kg mas sei que tenho um longo caminho pela frente.
    Mas queria apenas dizer que o assumo e o facto de assumir penso que será mais um passo pelo caminho certo.
    Queria também agradecer ao Ricardo e não só… à Ana (apipocamaisdoce), ao Bruno (homemsemblogue) entre outros… a partilha diária que têm com os vossos leitores, a força que transmitem e a perspetiva diferente das coisas que sozinha acho que não conseguiria.
    Incumbem-me uma necessidade de tomar conta de mim, de ser vaidosa, querer fazer desporto e, sobretudo, apostar numa melhoria contínua.
    Obrigada por tudo isso e muito mais.

  98. O culto do corpo, facilmente, pode tornar-se uma panca como outras e deixar de ser “saudável”. Vê-se isso muito, especialmente nos homens, com tendências macaquianas e batidos a torto e a direito. Isso não é saudável.

    Há também uma enorme pressão para a perfeição estética, nomeadamente nas mulheres. Se reparares bem, mesmo a foto da Maria, que sim senhora, apresenta um corpo escultural, tem photoshop. Ela nem deveria precisar disso, porque está top, mas nota-se que se fez ali uso do programa de edição de imagem. Ela, ou quem quer que tenha pegado na imagem, sentiu em algum ponto que havia coisas a “aperfeiçoar”, mesmo depois dos kilos perdidos, abdominais definidos e óptimo aspecto.

    Nunca seremos a mulher mais bonita do mundo, nem para nós, nem para os outros. Mas devemos cultivar a nossa melhor versão, tanto para nós, como para quem valorizamos. O desleixo é sintomático de problemas na nossa vida, maioritariamente emocionais, mas por vezes também de predisposição genética e é fácil arranjar desculpas quando se quer.

    Acho positivo que tentemos melhorar-nos e sentirmo-nos bem connosco, mas acima de tudo, sermos saudáveis, não cultivar a magreza porque sim, não nos limitarmos a regras totalmente rígidas de batidos verdes e pouco mais, porque achamos que temos de pesar 45 kilos.
    Quando nos sentirmos bem connosco, com energia, com boa alimentação, algum exercício, sem grandes pancas com uma ou outra coisa, possivelmente aí sim, estaremos equilibrados. Que é, no fundo, o mais importante.

    Não tenho problemas com mulheres bonitas, não me sinto ameaçada por haver “melhor” – porque haverá sempre. Não me preocupo excessivamente em não ser perfeita, porque todos temos imperfeições. Há que nos sentir bem com o que temos, procurando o bom-senso de saber que milagres não acontecem se não nos mexermos e se não fecharmos a boca e que desculpas, qualquer mau pagador as tem.

  99. Para mim há alguma diferença entre ter peso a mais e ter o corpo que se quer! Não é preciso ser gordo para não estar 100 % satisfeito com o seu corpo. Tão doente pode ser o gordo como aquele que vive obcecado com exercício físico e com cada migalha que mete na boca. E não estou a falar de casos extremos como anorexia ou bolimia.
    E conheço o ambiente de ginásio, que pode ser bem doentio. Com medições, com comparações, com venda de produtos para queimar gorduras, suprimir apetite etc. Em que há espelhos por todo lado, gente com pouca roupa por todo o lado e comparações (então as mulheres…) constantes.
    A foto da senhora não é inocente. Porque ela podia ter tirado a foto e feito o comentário. E aí seria apenas uma questão de peso e boa forma física. Mas não. Rodeou se dos seus 3 filhos como quem diz “3 gravidezes e toda tonificada” tem mal? Não. Mas também não tem mal, nem nenhuma mulher deve sentir se doente por ter um bocadinho de barriga ou celulite em consequência da gravidez.

  100. continuando… já vimos o que acontece às pessoas que vao ao biggest loser e afins. Pergunto-te ( e gostaria mesmo muito que me respondesses). Se eu perder 40 kilos a pele retoma, o seios retomam, ou fico com tudo pendurado?

  101. Concordo contigo.
    É uma responsabilidade minha o facto de ter 100Kgs sim é verdade, e também eu uso essas desculpas, ah e tal os filhos, o trabalho… tretas, o meu problema é:
    1. não quero ir para o ginásio porque me sinto mal, nos meus 100 kgs diante daquela gente toda cheia de curvas
    2. falta-me ter alguém que me incentive, que me apoie
    3. tenho um receio que adorava que esclrecesses, já vimos o que acontece ás pessoas

  102. Em 2008 ela não era obesa. Ok não tinha um corpo de cair para o lado mas estava obesa. Agora claro que está melhor, está tonificada, com bom ar, fantástica! Parabéns a ela 🙂

  103. Ana, não te conheço mas não consigo ficar indiferente às tuas palavras. Parabéns pela tua conquista. Por certo que vais continuar elegante e em forma fisica e vais ver que tudo o resto (satisfação pessoal, realização profissional, etc.etc.) virá por acréscimo. a sério.
    beijo,

  104. Concordo com o que tu (e a Maria Kang) dizem. Basta uma pessoa, em Portugal, deitar o olho aos carrinhos das outras pessoas quando vai ao supermercado para ver o conjunto de asneiras alimentares que grande parte da população pratica. E o problema, penso, é que isso já tem a ver com a educação que receberam desde pequenos. Vejo miúdos pequenos no supermercado a quem os pais dão logo, ainda antes de estarem a pagar as compras, pacotes de batatas fritas, refrigerantes, chocolates… isso eram coisas que eu em pequena só comia quando ia a uma festa de anos, por exemplo.

    Há pessoas que têm problemas de saúde que fazem com que engordem, é certo, mas essa é uma pequena percentagem dos obesos. A grande maioria é mesmo porque come desenfreadamente e não faz qualquer exercício físico. E esse desmazelo nota-se não só no peso da pessoa, como no seu aspecto físico em geral. Hoje de manhã vi uma senhora na esplanada de um café a tomar o pequeno almoço: era gordíssima, estava enfiada num fato treino já coçado,, tinha um cabelo escorrido apanhado num puxo e um ar completamente inerte. Na altura pensei: se eu fosse dona de uma empresa, de uma loja, de um supermercado e uma pessoa assim me aparecesse a candidatar-se a um emprego, alguma vez me causaria boa impressão? às vezes vejo na tv gente com esse aspecto na fila dos centros de emprego a reclamar que não lhes dão emprego… se calhar o primeiro passo seria cuidarem um pouco do seu aspecto, para causar uma 1a boa impressão e poderem assim impressionar. Podem vir com aquelas coisas de que valemos é pelo que somos cá dentro e bla bla bla, mas todos sabemos que a nossa primeira impressão de alguém é completamente diferente se essa pessoa estiver com um bom aspecto (e aqui digo bom aspecto em geral, não tem de ser magríssima e usar o 34, até pode ter uns 10kg a mais mas apresentar-se bem… e 10kg a mais é diferente de 30kg ou 50kg, que já são os tais obesos).

    Eu já tive dois períodos da minha vida em que vivi no estrangeiro e aí não praticava exercício físico (apesar de andar bastante a pé) e tinha menos cuidado com a alimentação. Engordei, mas apenas uns 5kg face ao que tinha antes de ir. E nessa altura comia o que me apetecia, sem pensar muito no assunto. Ainda assim, os efeitos que senti no meu corpo não foram ao ponto de me tornar no que vejo certas pessoas serem… às vezes pergunto-me o que raio comerão por dia para chegarem ao ponto de pesarem mais de 100kg! Depois, quando voltei, recomecei a ir ao ginásio (3 vezes por semana, 1h de cada vez) e a comer de forma mais regrada durante a semana (não como doces, nem nada pouco saudável… ao fim-de-semana é que já vou comer fora uma vez ou outra e como essas coisas) e consigo perfeitamente e sem grande esforço manter-me elegante (meço 1,68m e peso 56kg).

    Acho que se há pessoas gordas que não têm qualquer tipo de doença que justifique essa gordura, mas que não se importam com isso e assumem que preferem comer porcarias todos os dias e não se mexerem, tudo bem. Agora, usarem desculpas para isso e criticarem quem é magro, inventando justificações para estes o serem que não simplesmente o levarem uma dieta regrada e fazerem exercício, é ridículo.

  105. Oh Arrumadinho, eu compreendo o que dizes mas… Nem tudo é assim tão fácil. Provavelmente não te lembras até porque ignoraste mas há +/- ano e meio mandei-te mail a pedir dicas para começar a correr. Há ano e meio decidi fazer alguma coisa por mim. Pesava 80 kgs para 1.68m. Estava a passar uma fase horrivel na minha vida, deprimida que so visto, desanimada com a faculdade, com o amor… Mas ainda assim consegui dar a volta. Ano e meio passado e tenho menos 16kgs. Treino todos os dias no ginasio, pelo menos hora e meia, corro ao fim de semana. Mas isto aconteceu quando tive quem me desse um empurrao e nao me deixou desistir. Eu sabia que tinha batido no fundo e que so com forca de vontade saía de la, mas o desanimo ja era tanto que eu achava que nem valia a pena. Valeu, claro! Vejo agora…
    Mas so mudei quando eu estava preparada para isso. Antes disso comecei dietas vezes sem conta, sempre sem sucesso.
    So mudei à séria quando consegui descirnir que ou era agora ou nao era. E isso deixou marcas, muito feias. Ainda nao recuperei a minha auto-estima, que acho que nunca foi muito grande, agora estou girissima (pelo q dizem) mas acho q vou ser uma encalhada para sempre. Resumindo: os gordos nao sao gordos porque querem, sao gordos porque as vezes nao tem capacidade psicológica para encararem o problema, estao tao deprimidos e desleixados que acham que ja que esta tudo perdido e ja, vamos deixar de pensar em nos porque nao vale a pena. Muitas pessoas me veem como exemplo, no meu ginasio entao tem sempre o meu nome na boca mas sabes que mais? Nao me consigo orgulhar, orgulho sentia eu se nunca tivesse precisado abrir a pestana, se tivesse sempre sido saudavel e tivesse conseguido resistir a tentacao de
    Me entregar aquele estado depressivo. Escrevi a pressa e neste assunto nao consigo bem organizar as ideias. Fica o desabafo e um conselho a todos os gordinhos q nao gostam de o ser: voces conseguem! A serio que conseguem. E quando começarem a ver resultados, começam a viciar-se e depois ja nao custa.

  106. Não poderia concordar mais a Maria e contigo, Ricardo.
    A realidade deste país e do mundo é triste no que toca exercício, alimentação e saúde. Sou apaixonada por fitness, interesso-me por nutrição e no entanto sou uma gulosa apreciadora de gastronomia. Tento ter um equilíbrio foco-me numa alimentação paleo e treino por paixão, por amor, para lá da questão estética, muito para lá mesmo ! Apesar dessa também existir, claro. No entanto claro está que volta e meia tem de vir jantaradas e almoçaradas, bolachas até entupir, gomas, gelados e afins.. mas afinal o equilíbrio é mesmo isso. É sair da regra volta e meia 🙂

    E que o fitness, o desporto, o exercício e a nutrição reinem 😛 em prol da saúde sempre !

  107. Eu comentei essa polémica no FB na altura que saiu.
    E salvo excepções, de pessoas que têm problemas de saúde, qualquer pessoa consegue ter um corpo desses.
    É uma questão de organização, gestão, espírito de sacríficio, persistência e parar de arranjar desculpas!

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