Quem faz bem aos nossos filhos, tem-nos para sempre

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No momento em que nos tornamos pais, ganhamos uma força que não sabíamos que tínhamos, uma capacidade de amar outra pessoa diferente de tudo o que existia na nossa vida. Mas também é verdade que depois de sermos pais nos tornamos mais emocionais e frágeis quando estamos em contacto com o sofrimento de uma criança. Conseguimos olhar para os miúdos e para os pais deles e entender exatamente o que eles devem estar a passar, porque conseguimos vestir a pele daquele pai ou daquela mãe e entender cada dor, cada angústia, cada medo.

Ontem à noite fui ao cinema ver o filme “Beautiful Boy”, com os fabulosos Thimothée Chalamet e Steve Carell. Muito resumidamente, o filme mostra-nos a história verdadeira de um pai que atinge os seus próprios limites quando tenta ajudar um filho, adolescente, que só encontra prazer na vida quando está drogado. A ideia parece pouco original mas está contada de forma tão bonita, tão verdadeira, tão dura, e com interpretações tão boas, que é impossível a qualquer pai não se emocionar, não se revoltar, não sentir o estômago retraído a cada soco que vai levando.

O filme tocou-me ainda mais porque a realidade ali presente era muito parecida com a minha. O pai tem 40 e tal anos, como eu, o filho mais velho é de um relacionamento anterior, tal como eu tenho, e os dois mais novos são de um segundo casamento, e são um rapaz, que deve ter 5/6 anos (da idade do Mateus) e uma menina mais pequena (de três ou quatro anos), e eu tenho a Benedita, com 5 meses. Mas aquilo parecia mesmo a minha vida, só as idades dos miúdos são ligeiramente diferentes.

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A maneira como o pai, David Sheff, ia gerindo o problema do filho, a forma como isso ia afetando a sua relação, o facto de apesar de ter a vida de pernas para o ar com o problema de Nic (o filho mais velho) ter de continuar a ser o pai de sempre para os dois mais novos é devastadoramente realista e emocional. A cena em que ele vai ver a competição de natação do filho pequeno e não consegue sorrir, não consegue tirar nenhum prazer do momento importante para a criança porque tem a cabeça no outro filho, que naquele momento está desaparecido e mergulhado nas drogas, mexeu mesmo comigo, deixou-me à beira das lágrimas. Quem ainda não viu o filme, por favor, vá, porque é daqueles mesmo obrigatórios.

Os problemas que afetam as crianças e os adolescentes são-me mesmo muito próximos e nunca me consigo abstrair-me do que eles estão a viver e dos problemas paralelos que os pais desses miúdos vivem no dia a dia.

Há muitos anos que trabalho na área digital e uma das coisas que me dão força para continuar todos os dias a fazer aquilo em que acredito é perceber que com coisas muitos simples, e usando tecnologia, conseguimos mudar a vida de muita gente, nem que seja fazer pessoas felizes por uns momentos.

Esta semana, fiquei a conhecer uma aplicação que procura, precisamente, resolver um problema de crianças ao mesmo tempo que contribui para a sua felicidade, ainda que momentânea. Chama-se Story Sign, é uma criação exclusiva da Huawei AI e está instalada nos novos Huawei P20 Mate. Basicamente, esta app foi pensada para as cerca de 35 milhões de crianças surdas-mudas que existem em todo o mundo, e que, antes de aprenderem a ler, não têm forma de entender um livro infantil, a menos que estejam com alguém que saiba comunicar com língua gestual.

A app, que existe em várias línguas, entre elas o português, tem uma base de dados de livros (que está em crescimento, para já, em Portugal, tem o “Onde Está o Bolinha?”, curiosamente um dos livros preferidos do Mateus), e o que a aplicação nos permite é que façamos um scan às páginas do livro e a história vai sendo descodificada pela app e contada em língua gestual por uma avatar, a Star, que aparece no ecrã. Desta forma, as crianças surdas-mudas que não sabem ler podem ter a oportunidade de, autonomamente, poderem ficar a saber a história daquele livro usando o Huawei P20.

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O potencial desta ideia é brutal. Com o crescimento da base de dados de livros, é possível que os miúdos desenvolvam muito mais a sua capacidade criativa com o contacto com cada vez mais histórias. Por outro lado, permite que estes miúdos possam viver a experiência de ter o pai, a mãe, o irmã, a tia, a ler uma história com eles, porque ninguém precisa de dominar a língua gestual, a Star faz isso por eles.

São estas ideias pequenas que nos ajudam a mudar o mundo, a torná-lo um pouco melhor para todos, mais inclusivo, mais justo.

É muito difícil descrever o que é ser pai, ou o que é ser mãe. Não há palavras certas ou suficientes. No filme “A Beautiful Boy”, há outra cena maravilhosa em que o pai tenta dizer ao filho, quando ele era mais pequeno, o quanto gosta dele. Diz-lhe qualquer coisa como “Imagina todas as palavras do mundo juntas. É a única forma de conseguir dizer-te tudo o que sinto por ti, o quanto gosto de ti”.

Quem gosta assim, quem é pai, ou mãe, saberá o valor que tem uma criação que fará dos nossos filhos meninos mais felizes. Isso, é tudo o que nos basta para também nós estarmos bem.

Texto escrito em parceria com a Huawei.

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