Os miúdos hoje não dão valor àquilo que têm. Quantas e quantas vezes é que já ouvimos isto? Pois. Mas se muita gente o diz é porque muita gente o sente, e muitas das pessoas que o dizem são em parte responsáveis por este problema. Eu sou um deles. Por mais que saiba que posso não estar a fazer o melhor para os meus filhos, são demasiadas as vezes em que cedo, em que me deixo levar por eles, em que me deixo levar porque sei que aqueles segundos de felicidade que eles vão ter, aquela alegria, o sorriso, fazem-nos também a nós, pais, felizes e realizados. Somos felizes a fazê-los felizes, mesmo quando sabemos que o nosso comportamento, a médio e longo prazo, pode não ser o mais adequado. Mas como é que se contraria isso? Como é que se consegue ser quase sempre duro e intransigente só para se marcar uma posição, para os educar, para os fazer entender que a vida é dura, e as coisas devem ser cuidadas, que os brinquedos não são para brincar um dia e encostar a um canto, que tudo custa dinheiro, e que o dinheiro custa a ganhar? É um desafio diário e permanente, mas um desafio obrigatório e que todos temos de enfrentar, por muito que nos custe.
Foi sempre isto que a minha mãe e o meu padrasto fizeram comigo. Nunca fomos ricos, e, por isso, quando recebia qualquer presente, sabia que tinha de o preservar, de o usar até se gastar, porque não havia prendas todos os dias, muitas vezes só mesmo no Natal e nos aniversários. Foi sempre esse o exemplo que tive em casa.
Hoje estou do outro lado, e as coisas são diferentes, embora eu tenha consciência de que não deviam ser. Ir às compras com os meus dois filhos é uma aventura, uma experiência, muitas vezes uma guerra. Há dias, fomos fazer as compras normais do mês ao Pão de Açúcar do Amoreiras Shopping Center. E começaram:
— Pai, compras-me aquele jogo?
— Pai, posso ter esta bola?
— Pai, quero um ovo de chocolate.
— Pai, olha o avião da Patrulha!
— Pai, eu queria tanto um chupa.
E uma pessoa passa o tempo a dizer “não” e “não” e “não” e “não” mas lá tem de ceder a determinada altura.
— Um chupa para cada um e pronto.
O pior é que mesmo quando eles ouvem um sim, muitas vezes, em vez de ficarem contentes por irem ter qualquer coisa, ficam chateados porque não tiveram todas as outras.
O drama continuou quando saímos do supermercado. O Mateus queria ir à Dreamy World, a loja que vende coisas da Patrulha Pata ou dos PJ Masks, o Henrique queria ir para a FNAC, ambos já focados no Natal. O Henrique tem ainda a vantagem de fazer anos no início de dezembro, por isso tem a desculpa ideal, porque diz sempre que anda à procura de ideias para presentes para o aniversário e para o Natal.
Como já sei que mais dia menos dia vou começar a receber telefonemas e mensagens da minha mãe, da minha avó, da minha tia, dos meus irmãos, a perguntar o que é que os putos querem para o Natal, eu vou tomando notas de tudo o que eles dizem, para ter ideias para distribuir pela família. Este ano, muito provavelmente, vou fazer o mesmo que fiz no ano passado. Ligo logo a toda a gente para saber quanto é que estavam a pensar gastar com cada miúdo, e aproveito o Black Friday do Amoreiras Shopping Center, que é já na sexta-feira, dia 24 novembro, para comprar tudo com descontos que chegam aos 50 por cento, e depois o pessoal transfere-me o dinheiro. Embora vá contra o meu ADN fazer compras de Natal antes de 23 de dezembro, percebi pela experiência do ano passado que se poupa imenso dinheiro se não deixarmos tudo para a última hora, e se aproveitarmos estes dias, como o Black Friday. Quando compro as coisas a 24 de dezembro, muitas vezes, por falta de tempo, de ideias ou de alternativas, acabo por levar coisas muito mais caras, porque tenho mesmo de comprar qualquer coisa, o que é um disparate.
Muita gente acha que estes dias de Black Friday são sempre uma grande confusão. Mas não é necessariamente assim. É só preciso ter alguma disponibilidade e flexibilidade de horários. Como calha a uma sexta-feira, só por si, já há menos gente do que ao fim de semana, o que é bom. O ano passado, por exemplo, cheguei ao Amoreiras pouco antes de as lojas abrirem — deviam ser umas 9h45 — e antes do meio-dia tinha tudo comprado, sem grandes filas, sem stresse, e encontrei tudo o que queria. Despachei uns 90 por cento de compras de Natal e poupei uns 200 euros. A vantagem do Amoreiras é que tem praticamente todas as lojas de que gosto, todas aquelas onde gosto de comprar coisas (FNAC, Bertrand, Zara, SportZone, GMS Store, Bulhosa, Knot, Imaginarium, Celeiro, Perfumes&Companhia, Bimba y Lola, Loja das Meias, e tantas outras), e não tem a confusão dos outros shoppings. Ser ao pé de minha casa também ajuda, verdade.
Por isso, meus amigos, se dia 24 de novembro forem às compras ao Amoreiras, vão só depois do meio-dia, para eu apanhar menos filas, pode ser?
Texto escrito em parceria com o Amoreiras Shopping Center.