Os bifes da Jonet, versão Margarida Rebelo Pinto

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Declaração de interesses: sou amigo da Margarida Rebelo Pinto. Não somos íntimos, não falamos todas as semanas, mas já a recebi em casa, já jantámos, já lanchámos, já conversámos muitas vezes sobre tudo e mais alguma coisa. Gosto dela, é boa rapariga, muito divertida, uma pessoa com quem se está tranquilamente a falar durante horas porque há sempre assunto e a conversa acaba invariavelmente em gargalhadas. No fundo, temos a relação que acho que toda a gente tem e quer ter com um amigo.

Hoje, ao longo de todo o dia, fui percebendo pela aplicação do Facebook que tenho no telemóvel que ela estava debaixo de fogo por qualquer coisa que tinha dito à RTP. Não sabia bem o que era, quais as frases polémicas, mas dezenas de amigos meus partilharam um vídeo nos seus perfis apelidando a Margarida de coisas como “atrasada mental”, “descerebrada”, “fútil”, “inútil”, “pedante”, “estúpida”, atribuindo as frases ao facto de ser “loira”, e por adiante.

Diz-me a experiência neste tipo de situações que o melhor é ver o vídeo antes de comentar o que quer que seja, porque já sei que na maior parte das vezes as frases e as ideias que são replicadas são descontextualizadas para parecerem muito mais graves do que efectivamente o são, sendo que muitas vezes as pessoas opinam sem sequer terem visto as imagens, mas sim com base nas tais frases fora de contexto e até alteradas. Foi assim, por exemplo, com a enorme polémica à volta de umas declarações explosivas da Isabel Jonet que, afinal, não o eram (na minha opinião, claro — quem quiser ler o que escrevi, na altura, sobre o assunto pode ir aqui).

Ou seja, quis ver o vídeo antes de me pronunciar, e quis tentar entender o que estava a gerar esta onda de indignação generalizada nas redes sociais. E pronto, tal como eu calculava, a maioria das críticas que lhe são feitas não fazem sentido porque partem de uma coisa que ela não disse: que é contra as manifestações. E era nessa tecla que quase toda a gente batia no Facebook. Mas vamos lá então às frases bombásticas da Margarida.

“Fico profundamente triste quando vejo ESTE TIPO de manifestações de pessoas que vão interromper e tentar perturbar o trabalho daqueles que neste momento governam o País”.

Reparem no “este tipo de manifestações”. Margarida Rebelo Pinto não disse ser contra AS MANIFESTAÇÕES, ela disse ser contra as manifestações DENTRO DO PARLAMENTO (que até são proibidas por lei), e disse-o numa semana em que um grupo de gente que estava nas galerias desatou a chamar “ASSASSINOS” aos deputados e membros do Governo. Assassinos!? Bom, confesso que quando ouvi este protesto também abanei a cabeça num acto de resignação. Há gente que, de facto, não entende a dimensão das palavras que usa. Uma pessoa que governa de acordo com os seus ideais, sejam eles socialistas, sociais-democratas, comunistas ou centristas, e que governa depois de ter sido eleita democraticamente pelo povo, não é uma assassina, independentemente de se discordar profundamente das políticas que ela implementa. Que eu saiba, nenhum membro do Governo ou da Assembleia matou quem quer que seja, por isso, acho que irem para as galerias da Assembleia chamar “assassinos” aos políticos parece-me para lá do limite do razoável e do decente. Lá está, não sou contra as manifestações, acho é que não vale tudo na altura de nos manifestarmos.

Ou seja, a leitura que faço das palavras da Margarida é esta: como ela disse, “ESTE TIPO de manifestações” deixam-na profundamente triste. Está no seu direito, da mesma forma que os manifestantes estão no direito de se manifestar.

Segunda bomba que a Margarida largou: “Não foi este governo que colocou o País na situação em que ele se encontra. Houve vários governos anteriores, com medidas suicídas, que nos puseram na situação em que estamos hoje”.

Independentemente de muita gente achar que este é o pior governo de sempre, e é legítimo que assim pense, parece-me evidente que o País não está na situação em que está por culpa exclusiva do Executivo de Passos Coelho. Ou estava tudo a correr lindamente antes de ele ter chegado ao poder? Ou o País estava numa óptima situação financeira e, de repente, mergulhou na miséria? Ou o défice estava muito baixo e de repente disparou? Ou as taxas de juro estavam quase a zero e nestes dois anos e meio foram por aí acima? Não, não, não e não. O País tem vindo a ser arruinado, sucessivamente, pelas políticas definidas pelos governos dos últimos 30 anos, sejam eles mais à direita ou mais à esquerda. Passos Coelho tem a sua parcela de culpa, mas não me parece que seja a maior.

Mais uma declaração escandalosa: “Sou a favor das taxas moderadoras nos hospitais. Acho muito bem que sejam aplicadas”. Muitos podem ter uma opinião contrária à dela, muitos podem achar que as taxas moderadoras são um escândalo, uma violação constitucional, um atentado contra os mais pobres. Tudo legítimo. Mas também muita gente entende que esta é a única forma de tornar o sistema nacional de saúde viável. E as pessoas que pensam isso são de esquerda e são de direita. Não foi este governo que criou as taxas moderadoras, e seguramente que o governo que se seguirá ao actual não irá acabar com elas. Ou seja, quem tem responsabilidades de gestão pública hospitalar, independentemente da cor política, tem a mesma opinião que a Margarida Rebelo Pinto: é a favor das taxas moderadoras. Não me parece que por uma pessoa ter essa opinião possa ser rotulada de “atrasada mental”.

Outra: “Há medidas que, não sendo populares, são as únicas medidas possíveis”. Aqui, não concordo com a Margarida, não me parece que haja apenas um caminho para atingir um mesmo fim. Há o caminho definido por este governo, mas haverá seguramente outros, não sei se mais ou menos eficazes, mas a verdade é que há outros. Mas lá está, acho que ela tem direito a achar que este é o caminho certo. Não é seguramente a única a pensar assim. E isso, uma vez mais, não faz dela “estúpida” ou “descerebrada” mas apenas uma pessoa com uma opinião própria, certa ou errada, é a dela. Da mesma forma que não concordo com ela quando diz que as tais manifestações dentro do Parlamento revelam “falta de inteligência”. Não me parece que os manifestantes sejam pouco inteligentes, apenas não concordo com as palavras que escolheram para manifestar a sua indignação.

E no fundo a polémica toda resume-se a isto. Ou seja, um grande vazio.

Na actual conjuntura, parece que é quase um crime pensar-se de forma diferente da maioria indignada, sobretudo se esse alguém for uma pessoa que está ou aparenta estar bem na vida. Há pessoas que acreditam neste governo e nas políticas que estão a ser seguidas. É um facto. E as sondagens mostram isso mesmo. O PS tem uma curtíssima vantagem sobre o PSD, o que é revelador disso mesmo, de que há centenas de milhares de portugueses que acham que este Governo está a fazer o que tem de ser feito. Mas quem pensa diferente, quem é contra o Governo, tem esta tendência irritante de se achar mais inteligente ou mais esperto ou mais sofredor do que os outros. Não é. Pensa, sim, de forma diferente. Tem, sim, ideias diferentes. E todos devemos ser livres de as expressar sem sermos rotulados de estúpidos, fúteis, inúteis e mais não sei o quê.

Este texto, por acaso, defende uma amiga minha, mas não serve para defender uma amiga minha. Escrevi algo de muito parecido quando foi o caso da Isabel Jonet e nunca troquei uma palavra com ela na vida. Também não é um texto a favor do governo, contra a oposição ou contra os que se manifestam. É um texto sobre a liberdade de expressão, o direito à palavra e à opinião livre, sem rótulos, sem ofensas, com elevação. Ninguém tem o direito de se achar mais do que o outro apenas porque não concorda com o que ele está a dizer. Mas, no mundo em que vivemos, com estes assassinatos públicos que gostamos de fazer, a única coisa que estamos a ajudar a construir é um mundo menos livre em que todos temos de pensar duas e três vezes antes de darmos a nossa opinião. Esse, sim, é o caminho mais perigoso.

118 Comentários

  1. E é isso que o autor do blog não referiu, não deve ter notado porque é amigo da Margarida… Não foi apenas o que ela disse mas como o disse! O tom de desprezo nas palavras proferidas… Classes à parte, consta que a avó usava luvas para tomar chá…

  2. Errado! Estive desempregado durante 2 ANOS, nunca auferi de qualquer tipo de subsídio (desemprego ou de inserção) durante esse tempo, pedi ajudava por estar doente e PAGUEI tal como todos os outros. Cada consulta de urgência a que fui (sempre depois das 22h, pois era de noite que me sentia pior) paguei sempre 20€. Estou actualmente empregado a regime temporário como oficial de electricista, ganho 3,25€ por hora sem direito a subsídio de alimentação. Em 2003, com menos experiência e menos responsabilidade eu ganhava 10€ por hora, tinha carro de empresa, telefone de empresa, almoçava em restaurantes e entregava as facturas dos almoços a troco da quantia gasta. Algo está errado neste país. Muito errado.

  3. Caro senhor, fica-lhe bem defender a sua amiga mas, na verdade, caíu no mesmo erro de que acusa os detratores de Margarida Rebelo Pinto. Ela usou do mais elementar direito de expressão quando disse o que disse? Com certeza mas então, ao proferir tais afirmações, ainda por cima no canal público, deve sujeitar-se às críticas, que foram imensas e muitas delas educadas e corretas e não ordinárias ou insultuosas, como as que referiu. Essas são sempre de lamentar, as outras são de respeitar.
    Mesmo sabendo que conhece pessoalmente a escritora, achei a sua interpretação das suas afirmações perfeitamente forçada e parcial. Embora a ache uma escritora absolutamente desinteressante (li um livro dela para ver como era e não voltarei a ler outro) até lhe dou o benefício da dúvida, que não é bem assim, que não queria dizer exatamente aquilo, que queria dizer outra coisa, etc e tal. Mas, num direto televisivo, o que ficou para a história foi o que foi dito naquele momento e nem me parece que o que ela disse seja assim tão dúbio e que as interpretações possam ser assim tão flexíveis.
    Sobre os apoiantes que este Governo têm, efetivamente é assim mas, pessoalmente, descontando os que têm interesse direto na atual situação, acredito que isso se deve a certos atributos persistentes do povo português, nomeadamente a ignorância, o analfabetismo, a ileteracia funcional, o absentismo e a alienação. Creio que só estes fatores, somados, explicam qualquer apoio popular a este Governo.

  4. Caro Arrumadinho,
    Todos nós temos direito de nos expressar livremente. Mas isso também traz consequências. Quem diz o que quer pode ouvir o que não quer. E desculpe a expressão mas a Sra Margarida Rebelo Pinto “pôs-se a jeito”. Quando publicamente vem dizer que sente repulsa por quem se manifesta na Assembleia perante os deputados em quem confiaram o seu voto e cujas decisões levaram a que houvesse um “assassínio” da classe media e que muitas pessoas estejam realmente a passar muitas dificuldades, para além de lhes chamar pouco inteligentes, então a Sra não se deve admirar que ocorram estas reacções. Sinceramente é vergonhoso a forma clara como esta Sra desconhece a realidade do seu país. Concordo que se deva pagar nos hospitais mas de uma forma justa. Quem pode pagar que pague mais, quem não pode o Estado tem de as proteger e de lhes proporcionar um sistema de saúde que garanta a sua sobrevivência. E é esta palavra que hoje em dia é o mote de muitos portugueses SOBREVIVER. Todos tivemos cortes como a Sra diz mas aconselho a que não compare quem sempre contou trocos mesmos antes da troika e depois deixou de os ter, com quem vive sem ter de retirar o leite para comprar pão. Sim todos sofremos com a crise que este governo submisso cujo o seu anseio por poder nos levou a esta situação. Mas uns sofrem bem mais do que outros e é para com esses que devemos ter respeito. E isso foi algo que a Sra Margarida Rebelo Pinto não teve.

  5. Porque é que alguém deve respeitar esta “escritora” quando a dita cuja não respeita ninguém e é de uma arrogância sem limites, julgando-se dona da verdade?

    Escritorazeca!!!!E de algibeira

  6. Caro senhor
    É um facto que a pobreza sempre existiu.
    Também é um facto que tal facto deva ser minorado em vez de agravado, que é o que tem sucedido neste país…
    Classificar este governo de ASSASSINO significa dizer que este governo toma medidas, bem consciente e indiferente ao grave mal que causa aos mais desfavorecidos deste país. Muitos já eram desfavorecidos que baste antes destas medidas serem tomadas!!!
    Relativamente à situação da mãe da senhora Raque (que, por acção das medidas deste governo, se tornou uma situação comum!), independentemente de ter ou não direito a algum subsídio, o governo deve assegurar o acesso a certos recursos básicos para que não viva abaixo do limiar da dignidade!!!
    É um facto que, em consequência das medidas deste governo, aumentou terrivelmente a proporção de pessoas cujo acesso aos recursos básicos já não lhes permite manter uma vida digna!!! Pois deixaram de conseguir aceder a esses recursos!!!
    Quanto aos subsídios públicos atribuídos sem critério… Veja a reportagem da TVI sobre os colégios privados que são financiados com o dinheiro dos contribuintes! Uma entre “n” situações que são permitidas descaradamente pelo governo!
    A questão do governo quanto a atribuir subsídios públicos sem critério parece que apenas se põe aos mais desfavorecidos, uma vez mais! É claro que estas “medidas” desprovidas de bom senso e de preocupação pelo “próximo”, demonstram falta de integridade e de honestidade. São medidas “ASSASSINAS” porque são cegas e não têm consciência ou, então, são absurdamente indiferentes ao sofrimento dos mais desfavorecidos!!!
    Por fim, o senhor afirma que “…a sua mãe poderia ter direito … mas, se não tem direito é porque não cumpre com o que é exigido por lei.”
    Quer-me parecer que esta sua afirmação é uma falácia… Do género “pescadinha de rabo na boca”!
    Então o que se aponta de errado a este governo não é fazer leis como lhe convém, de modo a retirar ao povo o acesso aos recursos?! Obviamente, só mesmo os miseráveis, os ciganos e outros indigentes terão acesso ao que quer que seja, por via das medidas deste governo!
    Caro senhor, é claro que o que tem não é falta de sensibilidade… O que o senhor tem é distância… Parece que tem mesmo muita distância! De tal modo que não lhe é possível alcançar determinadas perspectivas … que ajudem a sua capacidade de discernimento. Experimente viver durante um semestre, juntamente com a sua família, com um vencimento no montante do ordenado mínimo… Até podem ser dois ordenados mínimos! Depois de viver assim durante um semestre, se quiser, conversamos!

  7. Manha solarenga mas fria de sábado. O pantufa já está num estado de excitação tal hamster com speeds. Saio á rua para o passear e vejo o Sr. Joaquim a procurar ferro velho no caixote do lixo, enquanto a D. Maria, sua companheira de quase 50 anos, observa á janela, com medo do que dizem os vizinhos. O Sr. Joaquim trabalhou toda a sua vida. Em miúdo, largou a escola porque seu pai, homem austero marcado pela primeira grande guerra e pelos horrores que lá se viveram, o pôs a trabalhar. “Para cavares não precisas de saber ler” disse-lhe. E assim o Sr. Joaquim, com 8 anos, passou a levantar-se cedo para ajudar no sustento da família, e a matar a fome. Empregou-se já homem na mercearia da aldeia, e lá trabalhou durante toda uma vida. Fez os seus descontos, lutou pelo seu país, trabalhou sem queixume. Hoje, o Sr. Joaquim recebe 300 euros de reforma, e passa fome, vivendo do que encontra no lixo. Não tem dinheiro para medicamentos, para comida, para pagar a luz, a agua, não tem dinheiro para comprar roupa, nem para ir ao médico.
    Pessoas como o Sr. Joaquim são o espelho fiel desta sociedade. Uma sociedade em que o trabalhador honesto é olhado com desprezo por um conjunto de abutres que surgiu na nossa fauna após a entrada na CEE. Por um governo que mais não vê do que uma vítima, a quem simplesmente assalta diariamente com impostos e imposto sobre impostos, descontos no salário, cortes na qualidade de vida. Porque o cigano que tem uma barraca coberta com lona e 5 filhos precisa de um subsidio, que vai buscar aos CTT no seu Audi. Porque o Banco não teve os lucros que esperava , e portanto precisa da ajuda do Estado, que o contribuinte paga. Porque o Deputado precisa de ajuda para pagar as suas despesas da renda da casa, porque sai da Quinta da Marinha, para um condomínio de luxo na Expo. Porque a Fundação do amigo que já esteve no governo, e que ninguém sabe muito bem o que faz precisa de dinheiro, não se sabe muito bem porquê. Porque os grandes grupos económicos não podem pagar tanto imposto senão vão embora, paga o pequeno comércio, que entretanto fecha com o peso da carga fiscal. Porque aquele funcionário publico que só trabalhou 10 anos no estado já tem direito á reforma com 43 anos de idade. Porque o Jõao Alberto quer fazer mais um túnel na ilha. Porque…porque…porque….
    Assim se explora um povo cada vez mais empobrecido, cada mais faminto, e o Estado, tal lobo esfomeado sempre a pensar de que forma pode ir ainda mais fundo ao nosso bolso. O povo sofre, desespera, mas luta e subsiste.
    O sr. Joaquim levanta os olhos, sorri e diz bom dia. Não tem vergonha do que faz, nem tem que o ter.
    Ouvir esta senhora falar do alto de um poleiro em que se encontra, sem saber o que é chegar a casa e não ter pão para dar aos filhos, não ter agua para lhes dar banho, não ter luz para os aquecer, e ainda assim vê-los felizes por se terem uns aos outros, uma senhora que nunca lutou pelo que fosse, uma senhora que acha muito bem que se cobre as taxas moderadoras ao Sr. Joaquim, que não tem o que comer, uma senhora que acha que somos pouco inteligentes porque damos voz ao nosso descontentamento, uma senhora que acha que a culpa é dos sempre dos outros, que fica triste porque pessoas como o Sr. Joaquim lutam para ter a sua dignidade humana, causa apenas uma única coisa..pena. Tenha pena de uma senhora que crê em contos de fadas, que vive num mundo em que tudo é cor de rosa, que o mundo são festas e cocktails, que tudo são vivendas em Cascais, e que tudo o resto é escumalha humana burra.
    Dei os bons dias ao S. Joaquim e apertei-lhe a mão, convicto de que não trocava a vida de pessoa pouco inteligente , por a daquela sábia senhora….e continuei o passeio com o pantufa…

  8. “Sou amigo da Margarida…” Sensatez seria não escrever em sua defesa talvez com o intuito de aliviar a sua própria conciência por se identificar com o pensamento de quem tem tudo e não passa necessidades. Talvez percebessem melhor se o povo mais carenciado invadisse as vossas mansoes/penthouses, destruisse os vossos mercedes/bmw/audi e vos …

  9. Comentário muito bom!
    Porque quem é realmente pobre tem vergonha da sua pobreza, e certamente não vem para aqui reclamar e criticar uns e outros, até porque não tem dinheiro para computadores, muito menos pagar a internet.
    Quem não tem dinheiro, quem está mal e passa fome tem mais vergonha que muitos que se veêm a pedir no banco alimentar de telemóvel topo de gama no bolso de umas calças que muitas vezes são bem mais caras que as que uso diariamente.
    Não estou a generalizar e até acho que devemos ser seres solidários para quem tem menos que nós.
    Mas há muitos “pobres” que muitas vezes são aqueles que vão ao café tomar o pequeno almoço, eu tomo em casa, que dizem que não tem dinheiro para o combustível/transportes, eu venho trabalhar a pé.
    Vivem em apartamentos sociais, pois não têm outras condições e têm carros melhores que o meu à porta. Pessoas a ganhar RSIs e afins para estar em casa a fumar a janela (não tenho nada contra fumadores). Mas a minha mãe sempre me ensinou que se não há dinheiro não há vicios.
    Há muita gente em que a falta de dinheiro é só mesmo para comer.
    Nem todos são iguais e bem vejo também realidades diferentes, mas há muita da pobreza que se fala hoje não é bem a realidade real da sociedade, passo a redondância.
    E podiamos estar aqui horas e horas a divagar sobre os shoppings sempre cheios, os cinemas idem aspas e afins.
    Mas enfim.

  10. Concordo! com o seu comentário. Grande parte dos portugueses anda a carregar este pesado fardo/crise à mais de uma década! Já sem forças… não terão direito a expressar a sua frustração! Muito contidos somos nós Portugueses na forma como nos manifestamos! Vejam o exemplo das manifestações no Brasil, Grécia entre outros… nós ao que vejo somos muito pacíficos! (Não quero com isto dizer que sou a favor de violência nas manifestações, mas que ao menos tenhamos a liberdade de usar as PALAVRAS como forma de luta! 25 de Abril sempre fascismo nunca mais!)

  11. Se bem me lembro da ultima vez que reparei, o meu país era livre e democrático, em que não havia censura, e em que as pessoas tinham o livre arbitrio de dar a sua opinião sobre o assunto que pretendessem. Agora comentários desnecessários, moralista e pouco desinteressantes, além de livres eram também excusados. Muito mais tratando-se de um blog pessoal. Haja consciêcia e cidadania!

  12. Quanto aos centros de saúde é por isso que existe uma coisa que se chama livro de reclamaçao. Porque reclamar pela falta de atendimento num blog não adianta de nada, e infelizmente ainda muitos não reclamam no local correcto (não é para ofender), e sim, reclamar é um direito e vai adiantando de qualquer coisa.
    Se for a uma urgência de um hospital central a uma segunda ou a uma sexta feira, não se admire de as encontrar cheias e certamente 60% da populaçao não se encontra efectivamente com uma urgência médica, mas a proximidade com o fim de semana ajuda a tomar a decisão de ser mais um a entupir os serviços. E falo porque lá trabalhei e vi a realidade de perto.
    É inadmissível ir a uma urgência por causa de uma unha do pé encravada, mas é decisao do proprio, quanto a isso temos que aceitar. (Situaçao verídica)
    Há de tudo neste país!

  13. A senhora tem direito a exprimir a sua opinião, como todos os portugueses, e por isso mesmo é que grande parte das declarações à RTP são tão graves. Apelidar os manifestantes de falta de inteligência, de responsabilidade cívica, etc. não tem justificação nem defesa possível.
    A parte mais grave para mim foi aquela em que a senhora defende que o português não deve ter a sua típica atitude de “treinador de bancada”, que deve confiar nos governantes e aceitar as políticas praticadas e ver no que dá….Essa parte o “Arrumadinho” não abordou… Mas então e o direito de expressão e de manifestação? e o pensamento crítico?
    A meu ver, independentemente do estado da economia nacional, os cidadãos deverão ter sempre direito de se pronunciar sobre o conteúdo das políticas aplicadas…Não podemos ficar apáticos só para “não atrapalhar”…
    E para piorar tudo veja-se o constante ar snob, de superioridade, cinismo e arrogância que essa senhora assume, que já vem usando há muito tempo, e que me irrita solenemente.

  14. Estou na generalidade em concordância com o comentário do arrumadinho, discordo é apenas no tom de voz que a MRP utilizou, um tanto ou quanto desprendida, distante do comum mortal, como se todas as medidas fossem necessárias e o único caminho a seguir. Na minha opinião pareceu um discurso vazio e bem ensaiado, com uma leveza de espírito impressionante. Transmitiu realmente a sensação de que não vive neste mundo e visse tudo com leveza/distância e sem consciência social.

  15. A liberdade de expressão é um direito muito bonito que tem vindo a ser muito maltratado. Todos nós temos o direito a ela e ninguém é dono da verdade absoluta. Dito isto, depois te ter visto e ouvido as tais declarações da senhora, fiquei com um sorriso nos lábios confesso.
    Não sei do que as pessoas estavam à espera de uma determinada pessoa, de uma determinada condição social, que se pronuncia sobre um aspecto da vida política e social do seu país do seu ponto de vista.
    De facto caro arrumadinho, apesar de já ter privado com ela e a mesma ser sua amiga, tal não o impedirá de ver certamente que a dita senhora é originária de um país que já não existe. Para as pessoas que não sabem, uma consulta rápida na internet explicará mais fácilmente o que estou a tentar dizer e dou o seguinte exemplo:

    “Maria Margarida Valente Rebelo Pinto (Lisboa, 7 de Junho de 1965) é uma portuguesa que escreve livros.
    Tendo nascido na alta aristocracia lisboeta, desde cedo demonstrou capacidades de comunicação e escrita invulgares, livres, de um estilo descontraído e registo simples, normalmente através de frases simples e curtas.” extraído da wikipédia.

    Eu não vivo num mundo cor de rosa, e como tal, não acredito que seja possível, ensinar determinados valores e experiências de vida a toda a gente.
    Acho que o problema aqui foi a dita senhora opinar sobre muita coisa que não sabe, misturando com outras coisas que sabe. O facto de ter conhecimentos limitados de como vivem a maioria dos portugueses, não a impediu de opinar. Está no seu direito e vale o que vale.
    Assim como a maioria dos portugueses não pode exigir da senhora mais do que aquilo que ela tem para dar e dar maior valor às declarações proferidas, do que na realidade elas possuem.
    Já agora o caro “arrumadinho” não tem que vir justificar nada, se é amigo, se não é amigo, se está a defender, se não está a defender. Este blog é seu, e nele dá a sua opinião. Eu intrometi-me e vim dar a minha, pode aceitá-la ou não. A minha opinião sobre este assunto todo é simples: é mais um “não acontecimento” criado pelas declarações de alguém que tem visibilidade mediática, o que não quer dizer que tenha conteúdo crítico aceitável ou intelectualmente considerável.

  16. Espero que a Margarida Rebelo Pinto tenha umas poupanças de lado, para que um dia, caso caia na pobreza, não sinta pena e repulsa de si própria, se se tiver que manifestar para que não lhe cortassem o pouco que tivesse.

  17. Recomendo vivamente a leitura da Constituição da República Portuguesa, onde, relembro, vigora o Princípio da Não Exclusão em relação à satisfação da necessidade activa. Significa isto que, não podem ser afastados da satisfação das suas necessidades os que não podem pagar no todo ou em parte o respectivo preço. Compete ao Estado sim auxiliar os seus, proteger os seus de forma controlada justa e assertiva.
    O que a senhora fez num canal estatal, pago com o as contribuições do povo a quem ela intitula de pouco inteligentes (calculo que sejam os mesmos que lhe compram os “livros”), fere a dignidade da classe média que foi durante anos o pilar suporte deste país e que neste momento não tem dinheiro para comer. Repito não têm dinheiro para comer. Não têm dinheiro para pagar taxas moderadoras. Não têm dinheiro para comprar medicamentos nas farmácias. Sou voluntária. Conheço bem a realidade do que falo. Falo de famílias de classe média, repito, classe média cujo parco rendimento não chega para fazer face aos compromissos assumidos aquando do tempo que tinham emprego. E que as únicas refeições que comem são aquelas dadas pela caridade. Mas quem sustenta a caridade é a classe média também. Já há pouco para dar e tantos para receber. Vão para a rua. Saiam dos blogues e vão para a rua. Observem. Ajudem. E depois voltem e escrevam o que viram, crianças com fome, idosos abandonados, uma cidade entregue a si mesma. Sabia que a taxa de suicídios tem vindo a disparar nos último meses? Informem-se. Repare-se que só falei da Classe Média, mas temos os nossos idosos, as nossas crianças, as classes mais baixas… Já viram como se vive no interior? Já viram como se vive nas aldeias? Como as crianças vão à escola? O que elas esperam deste Natal? Vão à rua, ajudem quem precisa e depois voltem aqui e escrevam o que viram. E depois digam-me se é o povo português assim tão pouco inteligente?

  18. Cá está outra vez o arrumadinho a defender o indefensavel. Este país é muito pequeno. São todos amigos uns dos outros.

  19. Caro Arrumadinho,

    Ao ler o teu texto, parece-me que tu é que estás a descontextualizar as palavras da Margarida Rebelo Pinto. Eu não morro de amores por ela. Não gosto do estilo de escrita. Considero-a uma pseudo-escritora, pouco criativa e não dotada de uma grande inteligência ou nível intelectual. Por isso nem compreendo como é que ela vai a TV comentar a actualidade do país. Enfim, é o país que temos.
    Mas ela, nos comentários que fez, feriu susceptibilidades. Ache que qualquer pessoa com o mínimo de decência percebe que há muita gente em Portugal a passar mal. Muito mal. OK, as taxas moderadoras são precisas, mas há mesmo muitas pessoas que não conseguem pagar. Há pessoas a morrer de fome! Portanto, se ela vai comentar a realidade do país na TV, ela tem que ter conhecimento daquilo que na realidade se passa. O que obviamente, ela não tem.
    Assim sendo, acho o teu post infeliz e nada imparcial.

  20. Também assisti, e também achei isto o mais escandaloso e aquilo que falta mais ao respeito àqueles que com tão pouco ainda são obrigados a ter menos.

  21. Confesso que a frequência com que visito blogs é quase nenhuma e que, quando o faço não sou de os seguir. Já tinha vindo ao seu e, tal como em todos os outros li… e fechei. Hoje voltei. O post sobre toda a indignação e revolta gerada em volta do assunto ‘Margarida vs RTP’ anda, desde os comentários da escritora, a pairar-me na cabeça mas… como via tantos comentários negativos nem me dei ao trabalho de ver tal coisa. Ok… antes de julgar devia ter visto, mas não, deixei-me ficar com a ideia de que realmente ela foi horrível e que falou mal de ‘nós’ e que tudo o que disse é uma pura mentira. Bem… até ler este post, confesso. Adorei o seu esclarecimento, a forma como, de forma simples, explicou e contextualizou todas as palavras ditas por Margarida. Agora sim, depois de ler vou ver o vídeo e, com toda a certeza que irei interpretar da forma contrária àquela que aconteceria se tivesse falhado este seu post.

    Obrigada e parabéns pelo blog! A partir de hoje sou sua fã! Ah… e da Margarida já era e continuarei a ser.

  22. Eu concordo em pleno consigo Arrumadinho! O problema é que as pessoas vão todas atrás do que algumas mentes iluminadas dizem e não pensam pela sua cabeça. E foi o que aconteceu com este video da MRP. As pessoas não se deram ao trabalho de ouvir o que ela disse, mas sim o que o Bruno Nogueira disse, entre outros. Por isso é que o país está como está, porque as pessoas não sabem pensar, nem têm valores. Limitam-se a criticar, sem fazer nada para o que está mal mude.

  23. Exacto,este post é sobre a liberdade de expressão. Sou o mais a favor possível da mesma. Mas quem diz o que pensa também se sujeita à opinião alheia,em especial se o faz num orgão de comunicação com o impacto da RTP.
    Sejamos todos totalmente honestos. A Margarida Rebelo Pinto gosta destas polémicas. Se assim não fosse não estaria sempre no meio delas. Certamente,poderá dizer que isso sucede porque ela diz sempre o que pensa. Mas ensina o bom senso que não podemos dizer sempre o que pensamos pois corremos o risco da nossa liberdade de expressão esbarrar na de terceiros.
    Mas claro está a Sra está a lançar um livro e tudo isto é muito conveniente. Porque nos próximos dias iremos esquecer a crise,a taxa moderadora para odiarmos a Margarida.
    Eu não a odeio. Acho que ela se tem muito em boa conta e por isso se dá ao direito de falar sem pensar num sem número de pessoas que muito descontou sendo desempregado de longa duração e vivendo de esmolas.
    No meio de muitos portugueses pouco inteligentes há alguns que apenas têm fome,frio e anseiam pela serenidade de poder usar o cérebro para algo que não seja apenas a satisfação das suas necessidades básicas.
    Acho apenas que a Sra Margarida podia ter um pouco de humanidade quando fala numa enorme massa generalizada de portugueses que efectivamente existem mas que não qualificam o que é ser português nos dias de hoje,insatisfeitos e revoltados com o país. Com este governo porque é este que o está a acompanhar nesta miséria mas podia ser outro qualquer. Que se calhar até não se importariam de pagar impostos e taxas moderadoras assim tivessem trabalho que lhes proporcionasse esse espaço na sociedade. E estes portugueses são muitos. E merecem o nosso respeito.
    Podem não estar perto da Margarida,de si Ricardo mas existem e ninguém os ouve porque não aparecem nas manifestações,muitos desistiram de acreditar e ter esperança.
    Por isso se a Sra Margarida tem o direito de ir a um canal de televisão dizer o que pensa também tem que saber que os milhares que a ouvem estão no direito de opinar e estar em desacordo. De forma mais ou menos polida. Mas quem usa a comunicação social a seu favor tem que estar preparado para que por vezes as coisas apenas virem do avesso.
    Mas não se apoquentem porque este fait-divers não tarda passa e outro virá. Outra coisa em que somos bons é esquecer.

  24. A MRP tem todo o direito à opinião dela. Tem o direito de a expressar perante os seus amigos, nos seus livros, até em crónicas que eventualmente escreva para algumas revistas. Até aí, tudo certinho. Não terá é tanto direito de a ir expressar para a TV nacional (canal PÚBLICO, pago pelos portugueses pouco inteligentes), mostrando total falta de sensibilidade perante as dificuldades sérias de tanta gente. E as dificuldades sérias não são deixar de fazer férias no Brasil e passar a fazê-las no Algarve. Não são deixar de ir jantar ao Olivier para passar a fazê-lo na churrascaria do bairro ou não o fazer de todo (suponho que sejam deste tipo os cortes que afectaram a vida da Margarida). São fome. São falta de dinheiro para medicação essencial. São falta de verbas para os filhos poderem estudar. Enfim, são situações dramáticas. E aqui já entra o bom senso, coisa que a MRP não tem. Terá ela noção do que representam estes cortes na vida de tanta gente? Já terá parado para pensar no desespero destes cidadãos? Não me parece, caso contrário não teria coragem para falar assim. Não lhe retirando todas as outras qualidades que o Ricardo diz que ela tem (pode até ser divertida, boa rapariga, boa companhia etc e tal), mas bom senso e sensibilidade ela não tem. Porque podia ter dito a mesma coisa de outra forma. Podia ter escolhido outras palavras, outras expressões. E não o ter sabido fazer, para alguém escritora de profissão, é lamentável.

  25. O que nos falta nesta e noutras situações é moral. Moral na analise e moral nas atitudes, estamos numa sociedade do vale tudo, uma sociedade sem consciência colectiva.
    Valem todo o tipo de manifestações?
    Não. Não vale nestas, nem a violência, nem o vandalismo, nem o insulto,nem o aproveitamento politico.
    Vale todo tipo de greve? Não.Mais uma vez e por vezes nos sentimos insultados com algumas greves.
    Eu exemplifico:
    -Como se sente aquele professor contratado à doze ou mais anos que provavelmente pediu ao concilio familiar que lhe adiantasse o bilhete de avião e chega ao aeroporto e não parte porque trabalhadores que ganham insultuosamente mais estão em greve por aumentos salariais?
    É verdade está na nossa história recente e não muito longínqua.
    O que sente aquela domestica que acordou às cinco ou seis da manha para ganhar a sobrevivência do dia e chega ao cais não há barco chega a estação não há metro e à noite chega a casa e o que ganhou ficou abaixo do limite decente para o aconchego do estômago daqueles que ama. Se houvesse consciência colectiva começaríamos por ter políticos que independentemente das ideologias estariam a trabalhar em conjunto a resolver os nossos problemas e não os deles. Se houvesse consciência não vivíamos mais do que o necessário à custa daqueles que que descontam para o nosso subsidio desemprego. Sim, há imensa gente que não aceita um emprego enquanto o subsidio não acaba ….e poderia continuar…mas sei que a minha opinião não fará diferença pois aqueles que precisam mudar nem sequer se dão ao trabalho de ver a opinião dos outros.

  26. Ia precisamente indicar este artigo do Público. É um verdadeiro soco no estômago… Deixou-me em lágrimas. Fome sempre houve, mas hoje há mais, muito mais. Além de mais gente desempregada, há mais gente a pedir ajuda e menos gente com possibilidades para ajudar. Não perceber isso é viver noutro planeta.

  27. Declaração de interesses: não suporto a Margarida Rebelo Pinto. Confesso que nunca lhe li os livros, que a temática não me interessa, mas não suporto o modo afectado de falar, a superioridade de que parece achar-se dona. Falaram-me desta polémica e eu, confesso, fiquei empolgada por ter mais motivos para a minha embirração. E vi o vídeo. E desilusão: tudo aquilo que disse mereceu o meu respeito. Não estou a dizer que concordei com tudo mas quem (como eu), não sendo contra as manifestações em si, é (como eu) contra as manifestações “proibidas por lei” dentro do Parlamento, merece o meu respeito porque me parece que sabe o que isso é.

  28. LOL, o que eu me rio com estes comentários.
    Só coloco uma questão: onde estavam os protestos e as manifestações no tempo do Socrates?
    Era tudo à tripa forra e a comer bife do lombo… Mas quem paga a conta? Como sempre, o PSD vem pagar as contas do bar aberto do PS.
    E aposto um rim como esta limpeza, este trabalho que está a ser feito, o caminho para a recuperação vai ser todo arruínado pelo senhor António-pessoa-mais-oca-que-já-alguma-vez-vi-José Seguro.
    Mas enfim, só sou uma jovem desempregada de 22 anos, com uma licenciatura. Não me manifesto nem chamo assassinos. Sei ver o que de bom e o que de mau se faz. Mas isto sou eu.

  29. É só problema dos meus ouvidos ou a MRP quando emite opiniões é sempre com uma postura arrogante? Será que o problema não será antes a forma como ela transmite a sua opinião e não a opinião propriamente dita?

    De qualquer forma acho que o que ela disse não foi nada de anormal para uma pessoa como ela, pois ela apenas tem jeito para escrever e inventar. Agora tentar sobressair como faz bem Marcelo Rebelo de Sousa não é para qualquer um. Primeiro, precisa de carisma, empatia. Segundo, precisa de saber falar, improvisar, utilizar as palavras corretas no sitio certo. Terceiro, não chamar nomes ao povo.

    Mas aproveita para ouvir o que o Bruno Nogueira tem a dizer sobre esta tua amiga aventureira.

    Opiniões são como as vaginas…. Cada um tem a sua.

  30. Não concordo de todo com o texto! Serão assassinos apelas aqueles que carregam no gatilho ou também aqueles que lhes vendem as armas? Penso que a noção de assassino não á assim tão simples. E as pessoas estão revoltadas pois este governo está literalmente a matar as pessoas à fome com os cortes dos subsidios e ordenados, a matar as pessoas que não têm dinheiro para pagar taxas moderadoras dos hospitais…
    Quanto à Margarida , sinceramente penso que toda a gente tem direito a expressar a sua opinião! Num país em que um dos canais generalistas passa a Casa dos Segredos e esse programa é sempre líder de audiências não percebo o espanto pelo opinião da Margarida, assim como gostava de saber quantas pessoas que agora a criticam não têm um livro dela em casa! Na minha opinião pessoal acho-a uma pessoa com desiada exposição pública e demasiada falta de inteligência, mas a culpa da sua exposição é claramente das pessoas que compram os seus livros!

  31. Exactamente.
    Se eu tivesse de pagar mais porque afinal não era uma urgencia, ainda vá, agora assim… 20 euros por uma consulta a maior parte das vezes feita por médicos com cara de frete!!!!

  32. Pois, mas muitas vezes as pessoas entopem as urgencias por dá cá aquela palha porque simplesmente os centros de saúde não conseguem responder no dia (como deveriam). Se eu estou doente agora, que sentido faz “volte amanhã das 16h às 18h” que é quando a médica tem consulta aberta? Claro que se me sinto mesmo mal, vou ao hospital.
    Ou até vou ao privado, mas se tenho o azar de precisar de algum exame, pago na totalidade do meu bolso que o priovado não pode prescerver exames e o médico de familia não passa vindo o pedido do particular!!!

    E quem diz que 20 euros (mais tratamentos) é um valor simbólico, deve ganhar mal, deve….
    É que para uma familia de por exemplo 4 pessoas, mesmo que ganhem 1200 euros mÊs, entre casa, escolas, comer (nem falo em carro que podem andar a pé ou comprar velhinho e usado e pagar a pronto), é realemnte uma fortuna que conseguem “poupar” para quando têm a infelicidade de ficar doentes. Imaginem que precisam de ir ao médico 2/3 vezes no mês? Mais a conta da farmácia? Pois… parece-me que quem poderá entupir os hospitais poderão ser os isentos porque de toda a gente que conheço faz bem as contas antes de ir ao médico…. ao que chegamos!

  33. Eu por acaso já lidei com alguns e posso dizer que eles gostam de falar para as camaras porque quando falavam para a na altura simples miuda que atendia no balcão de uma das mais importantes livrarias de Lisboa pode crer que não tinham pena nehuma de quem trabalhava e sempre trabalhou nos veroes desde os 16 anos para pagar a faculdade… Eu sei do que falo, passei muitas dificuldades em miuda e sobrevivi. Hoje não passo, mas não passo porque nunca pedi creditos, só compro quando posso assim como não tenho TV cabo nem smartphone, tenho computador porque precisei na faculdade e comprei a pronto. Tirei 2 cursos superiores á noite a trabalhar e com filhos. Conheço pessoas que tiveram de emigrar porque tinham tudo o que eu não tinha comprado a credito e olhavam de lado quando eu dizia que não tinha isto ou aquilo, ve-se agora quem esta melhor, eu no meu sossego ou eles que trabalham duro para pagar o que gastaram cá? Posso dizer que senti pouco a crise porque nunca vivi acima daquilo que o meu ordenado e do meu marido permitia e ainda tenho amealhado a suficiente para estar em casa 1 ano se ficar desempregada sem subsidio sem me privar da minha vida habitual.

  34. Compreendo o seu ponto de vista mas é inevitável que a sua opinião esteja toldada pelo facto de se tratar de uma amiga sua. A MRP tem toda a legitimidade em dar as suas opiniões mas ao faze-lo de forma pública e com grande projecção “põe-se a jeito” para ser alvo de críticas quando opina sobre assuntos delicados e polémicos.
    Pessoalmente, pelo que demonstra nas suas declarações públicas, não gosto do estilo, posso até dizer que detesto. Também já lhe dei o benefício da dúvida ao ler um dos seus livros e não lhe reconheço o tão afamado talento literário. Repulsa, causa-me a forma sobranceira e um pouco leviana com que a senhora opina do alto da sua situação nitidamente privilegiada. É falar sem conhecimento de causa, é julgar sem sentir na pele e pior sem pelo menos fazer um exercício de empatia e tentar colocar-se nos sapatos dos outros, por mais diferentes que sejam dos nossos

  35. Boa tarde,

    Pontos prévios: não gosto da autora e da pessoa MRP;
    Vi a entrevista e, concordo que: as frases foram retiradas do seu contexto e levadas muito à letra.

    Quanto ao assunto em si, sendo um blog pessoal pode defender a sua amiga.
    Já uma televisão pública ser usada para promover um livro pessoal discordo profundamente, ainda que, tenha ido a titulo de comentadora da atualidade.
    Relativamente à assembleia da república, penso que também não se deve levar à letra a palavra “assassínos” pois foi no sentido figurado, sendo que indiretamente, não tenho dúvidas que as politicas deste e de outros governos “mataram” muita gente. E é ai que chegamos aos cortes nas pensões, taxas moderadoras, etc., que levam a que os mais “fracos” da sociedade não resistam.

    Por fim, tenho pena de nunca ter visto um simples artigo, ou comentador a manifestar o desagrado pelo comportamento dos deputados, porque esses sim parece que estão na AR como se está numa manifestação de rua, desde a gritaria à falta de respeito e gozo é uma pouca vergonha. Quando deviam fazer debates construtivos, estão a esgrimir argumentos sobre quem é pior que quem!

    Grato pela atenção.

    Cmpts,
    NT

  36. Como já se tem dito, é sempre complicado quando mexem na saúde, mas na minha modesta opinião, as taxas moderadoras tem todo o sentido existir (quanto ao valor, já não posso dizer se ė ou não justo). Por exemplo, não ė a primeira vez que se vêem pessoas em urgências não apresentam nenhuma doença mas sim precisam de renovar uma receita. E sinceramente, esse tipo de serviços faz-se durante o dia num centro de saúde. Mas como também já foi dito, cerca de metade da população ė isenta, e como se sabe, tudo o que é de borla, o português tem de usar e abusar. E depois, quem sofre, são aqueles que não tem o pouco o suficiente para possuir algumas regalias, mas também não se podem dar ao luxo de gastar mais um bocado do orçamento em despesas que não estavam previstas.

  37. Arrumadinho, até posso concordar com o que dizes em relação a esta senhora… Mas se calhar, se os tempos fossem outros, a filha teria capacidade para a ajudar!! Este governo só protege os ricos e os amigalhaços, a quem arranja emprego nos ministérios criados à força. Estou desempregada, sempre descontei muito dinheiro para a segurança social. Porque até ganhava bem. Mas agora recebo muito menos de 50% do que ganhava, só porque existe um valor máximo. Se calhar um valor máximo para os descontos fazia sentido! Continuo a ter despesas fixas altas, com a casa, a creche dos filhos (sem alternativa publica!) e cada vez que vou ao supermercado chego ao carro e choro. Porque não tenho dinheiro e temos de comer. É justo, isto? Serão os cortes que todos levámos? Este governo está a matar a esperança de virmos a ter uma boa vida. E isso é pior que assassinato. É tortura com requintes de malvadez.

  38. Eu não vi o vídeo, só li “umas coisas”, mas isto é sempre mais do mesmo. Fala quem está de barriga cheia e assim não custa!
    Sou daquelas (que no blog da Pipoca, por ex.) se insurge contra quem acha que “por estarmos em crise” não podemos dizer que compramos uma mala de 2000 euros. Não, quem pode faz muito bem em comprar.
    Agora não me venham essas pessoas dizer que “ah e tal com os cortes só consegui comprar uma mala de 1500 euros”. Isso não!

    Pobreza sempre houve e infelizmente tende a aumentar, mas o que vejo cair com maior rapidez é a classe média e vai-se juntar brevemente à classe mais baixa.
    Não somos (sim enquadro-me) pobres para pedir ajudas, nem subsidios (nem o queria, claro) nem ricos para os cortes que nos fazem não fazerem mossa. Mas que a vida alterou muito, alterou.

    Tenho dois filhos pequenos, um no 1.º ciclo e outro no 2.º ciclo. Eu ganho 550 euros e o meu marido não tem ordenado certo, mas no geral ganhava uma média de 1500 euros às vezes passava. Agora com os impostos recebe substancialmente menos, por vezes nem mil euros, porque somos MUITO ricos. Temos agora menos de 400 euros por mes para cada um cá de casa. É bem melhor do que muitos têm, é verdade. Mas esses outros, têm isenção de taxas moderador4as por exemplo. Eu estive doente no mês passado e tive de ir `urgencia 5 vezes – a 20 euros de cada vez. Fui ao Centro de Saúde mais umas quantas. Fora os exames que tive de pagar, posso dizer que foi-se quase o meu ordenado!
    Eu não quero subsidios, quero que me deixem ficar com o dinheiro que ganho (neste caso o meu marido) ao final do mês.
    Não passo fome, os meus filhos têm roupa e calçado, a minha casa está a ser paga ao banco, mas eu não contribuo para o aumento do consumo de nada a não ser o básico. restaurantes, cabeleireiros? Pois sim! Devolvam-me o dinheiro que me tiram todos os meses e vêm como ajudarei a economia a desenvolver!

  39. Eu já trabalhei na administração de um hospital público e posso dizer, a título de exemplo, que o que o SNS paga a um hospital da sua rede por um episódio de urgência são 60€ (ou eram, há 2 anos atrás). Por isso, quem paga taxa moderadora nesse caso, apenas está a pagar 1/3 do valor que custou ao Estado!

  40. Tens toda a razão, a MRP tem direito à opinião dela e o resto da população tem o direito de achar que a opinião dela é totalmente ridicula. Da mesma forma que a MRP deu voz ao que achave na televisão, o resto das pessoas que não podem ir à televisão reagem à opinião da MRP na net…

  41. Cara Raquel Alves, a sua mãe é desempregada de longa duração (há mais de 1 ano)? Descontou para a Segurança Social? É que talvez possa pedir a reforma antecipada. Por pouco que seja, será sempre qualquer coisa. Informe-se sobre isso.

  42. Para ler e reler, se assim for o caso, e compreender um pouco melhor porque é que muita gente se manifesta: http://blogues.publico.pt/reporterasolta/sos-na-zona-pobre/

    E, infelizmente, tem uma continuação nada agradável:
    http://blogues.publico.pt/reporterasolta/o-ze-francisco-partiu/

    Tal como ‘os bifes de Isabel Jonet’, as declarações de Margarida Rebelo Pinto são, no mínimo, condenáveis. Sim, uma pessoa tem direito à sua liberdade de expressão (e eu, enquanto jornalista, o sei) mas também tem o dever de se informar antes de desfrutar dessa liberdade de expressão.

    Os números estão lá, só não os vê quem não quer. Sim, a culpa não é exclusivamente deste Governo, mas também o é. A austeridade não é o caminho; já muita gente o admitiu, inclusivamente a Presidente do FMI. Olhemos para o caso da Islândia (um saltinho à Hemeroteca permitirá ler uma excelente reportagem da revista Visão sobre a recuperação da Islândia sem austeridade, sendo agora a única economia da Europa em crescimento. Penso que essa reportagem é de 2011, Abril ou Maio).

    Sim, as manifestações são muitas, tal como as greves, especialmente em transportes públicos (com a recente greve da Soflusa/Transtejo). Mas são a única forma de o povinho nada inteligente (como a MRB se referiu) se fazer ouvir, uma vez que não tem poder económico para se fazer ouvir de outra forma. Os cortes são muitos – na saúde, na educação, etc. – e os aumentos de impostos outro tanto. Quantas pessoas não perderam já a casa com estas medidas, quantas pessoas estão desempregadas há mais de 5 anos? A indústria foi destruída, a agricultura não sai da cepa torta. Não se atrai investimento estrangeiro e muito menos se incentiva ao empreendedorismo nacional e ao desenvolvimento das nossas empresas. Aumenta-se a exportação, mas não se diminui a importação. Não há uma preocupação em desenvolver a economia portuguesa para tentar ser suficiente, sem prefixo.

    Mais uma vez, os dados estão lá, as notícias estão lá, os blogs estão lá. À Margarida Rebelo Pinto só lhe tinha ficado bem analisar esses dados antes de ter falado. Com ou sem opinião própria, com ou sem cabeça, com ou sem liberdade de expressão.

  43. “Repulsa e pena” de cada vez que temos de ouvir essa senhora falar em público…
    E tentar emendar algo que não tem emenda ainda me parece pior 🙁

  44. Lamento mas apenas escreve este post porque é amigo dela, caso contrário a sua opinião seria outra. A isto eu chamos ser faccioso. A MRP esteve mal, mas as opiniões dela para mim valem zero. Mas claro que ela pode dizer o que bem entender, mas liberdade de expressão é isso mesmo, discordar ou concordar. Eu, usando a minha liberdade de expressão, acho que o que a senhora disse é de total uma falta de noção da realidade e ainda usando a minha liberdade de expressão acho que a senhora é, sem dúvida, acéfala.

  45. Se ela falou e não se deve condenar a opinião dela, o mesmo se passa com aquele senhor que resolveu exprimir a opinião dele acerca do Ronaldo, não é?

    O que é grave, não só em Portugal mas a nível global, é a falta de liberdade de expressão que está a formar garras cada vez com mais afinco.
    Não se pode dizer nada…

    E já agora, se fez um comentário a nível publico.. sabia que iria ser completamente repudiada/admirada ao mesmo nível.

    Cá para mim isto foi mais uma de: ” Falem bem ou mal de mim, o que importa é que falem.”

    Eu acho de extrema pobreza de coração o que ela falou, mas se é essa a opinião dela, força. Não é a minha com certeza.. Só que devia ter guardado para ela os seus pensamentos acerca do assunto.

  46. “Mas, no mundo em que vivemos, com estes assassinatos públicos que gostamos de fazer, a única coisa que estamos a ajudar a construir é um mundo menos livre em que todos temos de pensar duas e três vezes antes de darmos a nossa opinião. Esse, sim, é o caminho mais perigoso.”

    Concordo inteiramente consigo.

  47. pseudo-intelectuais é um bom adjectivo para aqueles que passam dificuldades ou para os que não passam mas tem alguma sensatez para compreender o lado de quem está mal…

  48. Plenamente de acordo Raquel Alves.
    Desperdiçam o dinheiro
    – Com subsídios de alojamento, transporte a deputados, eles não ganham o suficiente para pagar o alojamento?? Mas um enfermeiro, professor ou qualquer outro trabalhador já ganha, para esses não há subsídios.
    – Reformas a deputados com 49 anos, como é o caso por exemplo do Santana Lopes
    – Viagens, almoços e jantares tudo pago pelos portugueses
    – Motoristas, secretários, secretários para os secretários, etc.
    – Vejam quem são os donos de todos os resortes em Cabo Verde.
    Eu gostava de saber que cortes tiveram esses parasitas.
    E isto são só pequenos exemplos, fora todas as fraudes como o caso BPN, que esse não interessa falar pois o cavaco e filha tem o rabo bem preso.
    Há muito desperdício de dinheiro no nosso país (não é desperdício, está a engordar as contas de alguns) por isso estamos como estamos.
    A única solução era por esses corruptos todos num saco e atira-los da ponte abaixo, e só se perdia o saco.
    A outra o que quer é rapazes novos.

  49. “Quantas pessoas entopem as urgências dos hospitais por “dá cá aquela palha”, sem necessitarem realmente de estar naquele serviço e podendo perfeitamente deslocar-se a um centro de saúde?”. Deveria então ser os próprios hospitais a começar a informar essas pessoas que os casos delas não são urgências e começar-se a taxar mais esses casos ou então reencaminhar para os privados. Não seria mais justo assim? Também não me parece justo que o resto da população tenha que pagar pela excepção.

  50. Arrumadinho, talvez desconheça alguma da realidade do nosso pais. Permia-me que o elucide: há pessoas a viver com reformas de 100€ ou sem elas. Pessoas essas idosas, doentes. Há pessoas a viver no interior, sozinhas, sem água, luz ou gás. Há neste momento pessoas a morrer por falta de meios para ir a um médico, por falta de dinheiro para comprar medicamentos, pessoas cuja assistencia social foi cortada por falta de meios. Há pessoas a morrer de fome e frio. Isto não é especulação, é dito com conhecimento de causa baseado em factos concretos. Há pessoas com doenças do foro psiquiatrico que não tomam a medicação porque a comparticipação lhes foi cortada, e temos vindo a assistir às consequencias. Há pessoas em desespero a cometer actos de loucura (não defendo, atenção). De certa forma sim, o governo actual está a conduzir à morte muita gente neste país. Será o insulto ‘Assassinos’ assim tão descabido?
    SB

  51. O problema de hoje é que muitas vezes as prioridades estão trocadas pois conheço muita gente beneficiária do RSI e com ajudas da Cruz Vermelha que todos os dias vai tomar o pequeno almoço ao café, o café da tarde e quando chego ás 19h a casa já vão tomar o café do jantar. Muitas vezes para telemoveis, internet e tv por cabo tem que haver € e para o essencial não há. Tenho 30 anos nunca fui passar férias, quando casei tinha uma pessoa que me oferecia a lua mel e preferi € pois sabia que o dinheiro me faria falta. É como digo e volto a dizer muitas vezes a verdadeira pobreza está encoberta por vergonha.

  52. Apesar das taxas moderadoras a saúde continua a estar ao alcance de todos. Há quem esteja isento de as pagar (pessoas com baixos recursos e rendimentos), e há quem não esteja (pessoas que têm rendimentos mais altos ou que, apesar de poderem não ter rendimentos por ai além, têm o suficiente para pagar o valor simbólico das taxas moderadoras). Por acaso acho que aqui se devia fazer como se faz em Espanha: tratar as pessoas nos hospitais públicos, não cobrar nada por isso, mas emitir uma factura daquilo que foi o preço dos recursos que se gastaram com aquele tratamento, ou seja o que for. Tenho a certeza que algumas pessoas ficariam espantadas com o valor daquilo que consideram simples intervenções médicas.

    E atenção, eu concordo com o Estado Social, e espero que seja possível mantê-lo nas condições em que ainda o vamos tendo, com educação e saúde tendencialmente gratuitas. Mas tenho em crer que o Estado Social vai ter de acabar da maneira como o conhecemos, porque nos vai levar também tendencialmente à falência.

    Quanto àquilo que a MRP disse, acho que toda a gente adora uma boa polémica. Que hoje em dia qualquer pessoa que viva minimamente acima da média é um excelente bode expiatório quando já se perdeu tudo o resto.

    http://day-dreamer.blogs.sapo.pt/

  53. A opinião dela, sobre este tema, foi só uma opinião. Teve de certa forma alguma razão no que disse, mas a forma como disse está absolutamente desadequada, descredibilizando tudo o que diz.

    Recordo aqui um artigo que esta senhora escreveu que demonstra bem a maldade e frustração interna que lhe vai na alma.

    http://sol.sapo.pt/inicio/Opiniao/interior.aspx?content_id=250

    E não é só pelo facto de ela ser magra que merece respeitar os outros. É pelo facto de ser uma pessoa. Mas não se pode pedir muito a pessoas que vivem no seu mundinho à parte… Ou será que devemos dar um desconto?

  54. Caro Arrumadinho,

    Não costumo comentar os posts que escreve e se calhar já o devia ter feito porque não devemos pronunciarmo-nos apenas quando não concordamos com aquilo que lemos e as mais das vezes o que escreve é ponderado e acertado. E por isso mesmo o blog está nas minhas visitas diárias.

    Mas desta vez a declaração de interesses denunciou-o, e a parcialidade na análise é patente, porque afinal, ao contrário do que diz, a polémica não se resume apenas ao que consta deste texto. Faltou referir que esta escritora diz ter ‘repulsa’ de quem se manifesta daquela forma, diz que os portugueses ao reclamarem das medidas são ‘treinadores de bancada’ (e neste caso não falava de quem se manifestou nas bancadas da Assembleia, mas genericamente, o que salvo o devido respeito, não é consentâneo com a liberdade de expressão que faz com que ela mesma possa dizer o que disse na televisão público), fala das taxas moderadoras como se não pagássemos nada pelos serviços públicos que usufruímos, quando os impostos não são mais nem menos do que esse pagamento e ainda diz que também sofreu cortes, todos sofreram cortes e temos mais é que aprender a viver com eles. O resumo, como vê, ficou, desta vez, aquém!

    O problema, como sempre, e já o foi da Isabel Jonet, passa, desde logo, pela forma como são ditas determinadas afirmações, olvidando o contexto em que vivemos e as pessoas a quem dirigimos as nossas palavras, comparando o incomparável, colocando-se ao lado de pessoas que também sofreram cortes mas em pensões e salários que são mil vezes mais diminutos do que os certamente sofridos por esta escritora. Nestas matérias, algum pudor e respeito são absolutamente necessários e nas suas palavras (da escritora em questão) faltaram de forma evidente.

    Mas esta é apenas uma opinião de uma sua leitora assídua!

    Saudações (também benfiquistas)

    Raquel Alves

  55. Arrumadinho, este Governo pode não ser o culpado da crise mas é claramente o culpado de estarmos como estamos pq é ele que aplica as medidas que levaram a este caos.
    É ele o responsável pelos cortes, pela massiva emigração, pelo brutal desemprego. É ele o responsável.

    E quando essas acções levam a que pessoas morram à fome ou em desespero ponham fim à vida então sim são assassinos.

  56. Nunca pensei que iria estar 100% de acordo contigo, ainda para mais num post sobre a MRP, mas a verdade é que estou mesmo. Ela simplesmente não disse nada de especial.

    Não concordando com tudo o que ela disse, a verdade é que disse umas lapalissadas que toda a gente já sabe, e deu entender que não devemos protestar porque o governo lá sabe o que está a fazer. Com este último ponto não concordo, a MRP certamente que estará bem na vida e não tem necessidade de protestar muito.

  57. A Margarida Rebelo Pinto não disse só o que transcreves. Utiliza adjectivação que, sendo polida, não é melhor: “Repulsa e pena” ou “falta de memória e falta de inteligência”. Eu utilizo “repulsa” para definir que algo me dá vómitos, “pena” para coitadinho e “falta de inteligência” não uso, vou directo ao assunto e digo “burro” ou “estúpido” mas o significado, para mim, é igual.
    Convenhamos, “Ninguém tem o direito de se achar mais do que o outro apenas porque não concorda com o que ele está a dizer.” também se aplica a ela.
    Mas, de facto, tens razão, actualmente não há espaço, nem tolerância para emitir uma opinião, que se fica logo ofendido e toca de cair em cima da pessoa que exprimiu o seu ponto de vista. Pior ainda nos tempos actuais, não por causa da crise, mas da amplificação que as redes sociais dão a opiniões que não passam disso. E parece que a moderação, meio-termo, calma é algo que não incluído nas redes sociais.
    E a verdade é que a opinião dela é apenas a reprodução de outras opiniões, com as quais ela concordará, já emitidas por outras pessoas. Nada de novo ou diferente ou merecedor de perda de tempo.

  58. Mas Arrumadinho isso seria inevitavel. Se diz uma quantidade de coisas sem fundamento e ainda junta a isso uma arrogancia inacreditavel, ignorando o facto de haver gente na verdadeira miseria estava a espera de quê? Esta crucificaçao de que falas é ela também fruto da liberdade de expressão. Apenas é vista do outro lado. E se as pessoas que se sentem lesadas nao podem ir a TV expressar a sua opiniao fazem-no da forma possivel: facebook e outros.

  59. Agora que os ânimos já não estão exaltados, talvez se possa debater um pouco melhor este assunto das declarações da Margarida Rebelo Pinto – para simplificar, MRP.
    Em 1º lugar, o Arrumadinho tem toda a razão e a MRP tem direito a dar a sua opinião e foi isso que aconteceu. Devemos estar felizes por isso acontecer: ou seja, em Portugal, temos politicos que falam sobre estes assuntos: os politicos no activo, os do Governo, mas os ex-politicos, tipo Marques Mendes, Marcelo Rebelo de Sousa e mais recentemente José Sócrates. Na SIC Noticias, na “Quadratura do Círculo”, também estão lá António Costa, Pacheco Pereira e Lobo Xavier. Isto é bom, porque em príncipio sabem do que estão a falar – pois já tiveram ou têm experiência governativa. Atenção que não estou a aqui a falar do conteúdo do que eles dizem, nem é uma questão de concordar ou não.
    E depois temos comentários de outras pessoas, da sociedade, da comunidade e, lá está, concorde-se ou não, ainda bem.
    Porque muito mal estará o nosso país quando só os politicos falam sobre a sociedade e, repito, é muito bom haver outras pessoas a falar sobre isto, podem dar outros pontos de vista.
    Quanto à MPR, que não conheço, só de 2 ou 3 livros, disse o que pensava. Mas estamos a pedir a “cabeça” dela porquê? Ela é politica ?!?! NÃO !!!
    Com o devido respeito para a MRP, ela escreve livros e tem muito sucesso, aliás, já há vários anos é uma autora de referência e não é fácil em lugar algum do mundo e aqui em Portugal, onde não se lêem muitos livros e onde não há muito dinheiro (nunca houve, aliás), ainda mais dificil é. Mas alguém votou nela? Ela geriu dinheiros públicos ou teve responsabilidades governativas? Não !!!
    Não percebo o porquê de tanto ânimo exaltado com a MRP.
    Temos politicos que dizem coisas piores, todos os dias, e para sermos completamente honestos, todos eles, da esquerda à direita (menos os do PC e do BE, que nunca governaram) e não temos essa reacção, porquê com a MRP ?!?
    E se fosse um jogador de futebol, uma modelo ou uma actriz, acham que seriam declarações diferentes?
    Posso ser eu, mas não estou à espera que a MRP ou a Isabel Jonet apresentem a solução para os problemas do país. Para isso votamos nos politicos e que me lembre nunca vi lá o nome da MRP ou da Isabel Jonet. Ou do Arrumadinho, que se limitou a dar a sua opinião.
    Para nos governar, temos os deputados, o Governo, temos eleições, a liberdade de voto, temos blogs como este, temos o e-mail dos deputados, etc.etc.
    Deixem a MRP dar a opinião e pode ser que a imprensa (TV e jornais) comece a dar tempo de antena às pessoas “normais” deste país e não se fique apenas com os políticos, esses sim (ou alguns deles, vá) é que mereciam uns nomes feios, porque têm sido incompetentes e que nos desrespeitam todos os dias.
    Não podemos nem devemos pensar sempre igual e quanto mais opiniões houver, melhor…seja em politica, seja em futebol, seja em cortes de cabelo, seja em lojas de roupa (Fred Perry vs. Desigual, por exemplo ou Zara vs. Primark)..aliás, vamos ao estrangeiro e gostamos todos de Nova Iorque ou de Londres ou de Berlim porquê? porque lá há todo o género de pessoas: executivos de sobretudo de caxemira com um gorro, uma designer super gira que vai de bicicleta para o trabalho, etc.etc.
    Desculpem o mail longo, mas este assunto da liberdade de opinião é demasiado importante.
    E agora, de volta ao trabalho, que há que levar o país para a frente…

  60. Parabéns pelo post. Em primeiro lugar, por ter defendido uma pessoa que está a ser achincalhada e assassinada em praça pública apenas porque emitiu a sua opinião. Parece que há muita gente que fala no 25 de Abril mas depois tem muita dificuldade em conviver com a liberdade de expressão. Em segundo lugar, por ter tido a coragem de ir contra a corrente. É muito fácil bater no ceguinho e o facebook tornou-se uma forma de insulto gratuito. E, digo-o sem qualquer problema, concordo com quase tudo o que ela diz. Já agora, e para terminar, não sou fã da obra dela mas abomino os que aproveitaram esta situação para se armarem em críticos literários. Um abraço e continuação de bons posts!

  61. Sendo amigo ou não desta senhora, tem que admitir que há maneiras e maneiras de se dizer as coisas. O mesmo aconteceu com a história das gordas. Esta senhora tem todo o direito de ter as opiniões que lhe apetecer, mas tem que pensar 3 vezes antes de falar da maneira arrogante com que fala e de empregar as palavras insultuosas que emprega…

  62. Se quem trabalha desde os 9 anos e desconta desde o 11 para a Segurança Social (antiga Casa do Povo) ou seja, muito mais de 40 anos, não tem direito a nada??? Andou a descontar para quem??? Para os parlamentares que com 2 legislaturas têm direito a reforma??? É isso??? Para o Sr. Presidente que tem que lhe chegue para pagar as despesas ou para a Srª Ministra das Finanças que, coitadinha, não consegue poupar???… E ainda gozam… Fica-vos bem esses sentimentos. Espero sinceramente, que nunca lhe falte, porque o estado não pode ajudar a todos indiscriminadamente, só aos corruptos. Obrigada

  63. Se quem trabalha desde os 9 anos e desconta desde o 11 para a Segurança Social (antiga Casa do Povo) ou seja, muito mais de 40 anos, não tem direito a nada??? Andou a descontar para quem??? Para os parlamentares que com 2 legislaturas têm direito a reforma??? É isso??? Para o Sr. Presidente que tem que lhe chegue para pagar as despesas ou para a Srª Ministra das Finanças que, coitadinha, não consegue poupar???… E ainda gozam… Fica-vos bem esses sentimentos. Espero sinceramente, que nunca lhe falte, porque o estado não pode ajudar a todos indiscriminadamente, só aos corruptos. Obrigada

  64. digo lhe ja que não li o comentário todo, 2 ou 3 parágrafos bastaram me. Sendo muito simplista, vossa excelencia defende, uma pessoa que diz sentir repulsa, por alguem se manifestar contra algo que essa mesma pessoa diz, que muitos outros governos já vêm fazendo. Realmente para voces, é melhor que tudo continue calado. Diz ainda que o Governo foi eleito democraticamente. apenas isto, arranje lá uma maquina do tempo e em vez das garantias que em vesperas de eleições nos deram, que não aumentavam impostos, que não cortavam subsídios, etc, etc. coloque o actual chefe do governo a dizer tudo o que na realidade veio a fazer, para constatarmos se seria este o Governo em funções. olhe muito sinceramente, respeito a opinião de cada 1, até a amizade que tolda o bom senso Às pessoas mas façam o favor de ter vergonha na cara ao menos.

  65. És amigo dela, estás a defendê-la é simples, não fos-te foi sério ao deturpares toda a entrevista e apenas mencionas-te as partes que te convinham, lamentável, tanto tu como a tua amiga

  66. Obviamente que quando a MRP escreve coisas como esta crónica, as pessoas repudiem tudo o que ela diz:

    “Serve esta crónica para retratar e comentar um certo elemento que existe frequentemente em grupos masculinos e que responde pelo nome genérico de ‘Gordinha’
    A Gordinha é aquela amigalhaça companheirona que desde o liceu cultivava o estilo maria-rapaz, era espertalhona e bem-disposta, cheia de energia e de ideias, sempre pronta para dizer asneiras e alinhar com a malta em programas. Ora acontece que a Gordinha é geralmente gorda e sem formas, tornando-se aos olhos masculinos pouco apetecível, a não ser em noites longas regadas a mais de sete vodkas, nas quais o desespero comanda o sistema hormonal, transformando qualquer bisonte numa mulher sexy, mesmo que seja uma peixeira com bigode do Mercado da Ribeira.

    A Gordinha é porreira, é fixe, é divertida, quer sempre ir a todo o lado e está sempre bem-disposta, portanto a Gordinha torna-se uma espécie de mascote do grupo que todos protegem, porque, no fundo, todos têm um bocado de pena dela e alguns até uma grande dose de remorsos por já se terem metido com a mesma nas supracitadas funestas circunstâncias. E é assim que a Gordinha acaba por se tornar muito popular, até porque, como quase nunca consegue arranjar namorado, está sempre muito disponível para os mais variados programas, nem que seja ir comer um bife à Portugália e depois ao cinema.

    À partida, não tenho nada contra as Gordinhas, mas irrita-me que gozem de um estatuto especial entre os homens. Às Gordinhas tudo é permitido: podem dizer palavrões, falar de sexo à mesa, apanhar grandes bebedeiras e consumir outras substâncias igualmente propícias a estados de euforia, podem inclusive fazer chichi de pernas abertas num beco do Bairro Alto porque como são ‘do grupo’ toda a gente acha muita graça e ninguém condena.

    Agora vamos lá ver o que acontece se uma miúda gira faz alguma dessas coisas sem que surja logo um inquisidor de serviço a apontar o dedo para lhe chamar leviana, ordinária, desavergonhada e até mesmo porca. Uma miúda gira não tem direito a esse tipo de comportamentos porque não é one of the guys: é uma mulher e, consequentemente, deve comportar-se como tal. E o que mais me irrita é quando as Gordinhas apontam também elas o dedo às giras, quando estas se comportam de forma semelhante a elas.

    Ser gira dá trabalho e requer alguma diplomacia. Que o digam as minhas amigas mais bonitas e boazonas que foram vendo a sua reputação ser sistematicamente denegrida por dois tipos de pessoas: os tipos que nunca as conseguiram levar para a cama e as gordas que teriam gostado de ter sido levadas para a cama por esses ou por outros. Uma mulher gira não pode falar alto nem dizer palavrões que lhe caem logo em cima. Já uma Gordinha pode dizer e fazer tudo o que lhe passar pela cabeça, porque conquistou um inexplicável estatuto de impunidade.

    Porquê? Porque não é vista como uma mulher? Porque todos têm pena dela? E, já agora, porque é que quando uma mulher está/é gorda nunca ninguém lhe diz, mas quando está/é magra, ninguém se coíbe de comentar: «Estás tão magra!?»

    Como dizia a Wallis Simpson: «Never too rich, never too slim». E quanto às Gordinhas, o melhor é arranjarem um namorado. Ou uma dieta. Ou as duas coisas.”

    Não condeno quem pensa assim. Acrescentemos ainda o facto de escrever também livros que, basicamente, são maus.

    Gostava honestamente de saber qual a opinião do Ricardo (blogger que muito estimo) sobre esta crónica da MRP no Sol.

    Cumprimentos.

  67. E dividir uma sardinha por três pessoa é exemplo a seguir?
    Viviam bem no sistema feudal que o senhorio arranjou para os teus avós?
    Se agora comemos três, quatro, cinco sardinhas por pessoa, ainda bem! E isto não significa que somos agora ricos e que nos podemos governar com menos 2 e 2/3 de sardinha, só porque os nossos avós o faziam. Há aqui uma certa falta de conhecimento das referências, não?
    Eu também conheço/conheci pessoas que dividiram sardinhas, e nenhuma delas queria voltar a esses tempos. E ensinaram-me que eu nunca deveria quer sentir esses tempos.

  68. Vi o vídeo e em algumas coisas tenho de discordar contigo. Embora entenda que se trata apenas de um ponto de vista diferente, de uma opinião, e creio que para além destas frases que destacastes existem outras que me parecem graves de proferir com o animo leve que a Margarida Rebelo Pinto profere. A dada altura diz que é mesmo assim todos temos de aprender a viver com menos, o que é verdade para mim, para ti, para ela e felizmente para muitos milhões de portugueses. Mas também existem uns bons milhões que não têm nada… absolutamente nada… Famílias inteiras, com crianças bem pequenas que têm que ir buscar comida à “sopa dos pobres”, e mesmo aí não há para todos. Creio que o que falta a muita das pessoas que aprece nos jornais e televisão a fazer comentários sobre a crise como a Margarida Rebelo Pinto ou a Ministra das Finanças têm que se coibir de fazer alguns comentários, porque existem situações verdadeiramente dramáticas, que me parecem estar ainda muito encobertas! Por isso, embora concorde que é uma palavra forte, chamar de assassinos ao governo ou deputados, não anda muito longe da verdade, porque têm estado a assassinar o SNS, a Justiça, a Educação… e não tenhas dúvida que indirectamente têm matado muita gente, de desespero e fome… e por isso têm que ter uma verdadeira consciência dos efeitos que as suas medidas provocam! (estiquei-me mas querioa só mesmo mostrar outro ponto de vista :-P)

  69. Só tenho mesmo isto a acrescentar.
    Esta visionária intelectual, esclareceu todas as dúvidas aos Portugueses, relativamente à crise que assola o nosso país.
    É a opinião de uma “escritora” que é conhecida no meio por plagiar-se a ela própria e é um bom exemplo para que todos tenhamos consciência que: falar por falar e pouco pensar, resulta em erros difíceis de reparar.
    No seu portentoso parecer, para além da repulsa que sente pelos Portugueses que expressam a sua opinião contra o estado da nação, os mesmos são classificados de: “treinadores de bancada” ou “pessoas com falta de inteligência”.

    Margarida, calada iluminas umas sala…
    Arrumadinho, sair em defesa dos amigos acerebrados, nem sempre é uma boa ideia…

  70. Porque que é que as manifestações são proibidas no parlamento? Lá está. Uma daquelas medidas que os nossos governantes tomam para que o povinho não ande a chatear. Chamar assassinos é chato?! É chamar pouco para a realidade que algumas pessoas atravessam. No parlamento chamam se coisas bem piores uns aos outros no confronto entre partidos. A MRP fica triste com as manifestações no parlamento?! Os que gritam assassinos ficam tristes com as decisões que por lá se tomam.
    E a segunda bomba não foi bomba nenhuma. Disse o que toda a gente diz. Acontece que o Passos Coelho ganhou umas eleições a dizer que ia fazer o contrário do que acabou por implementar. E pior. Não fiz a reforma do estado, que consome todos os recursos financeiros e avançou pelo caminho mais fácil: taxar os rendimentos dos cidadãos.
    Relativamente a taxas moderadoras é verdade que fazem sentido. Acontece que a MRP não deve saber o valor das mesmas nem quais os critérios de aplicação. E mais! Não é uma maravilha que a um funcionário público fique mais barato ir a uma consulta ou urgência num hospital privado do que num hospital público?! Nada que não nos deva indignar.
    E depois, o pior. O tom de dondoca loira burra e superficial (não estou a dizer que é mas é o que parece ) que não vive neste mundo e que nem imagina o sofrimento que algumas pessoas estão a passar.
    Todos vivem com menos? Para ela viver com menos é comprar menos louboutin. Para outros é chegar o inverno e não ter dinheiro para comprar sapatos aos filhos.

  71. Arrumadinho, desculpe lá, mas sabe muito melhor que eu, que quem tem exposição pública tem de ter cuidado com aquilo que diz.
    Escreve tudo o que lhe apetece no seu blog? Diz tudo o que lhe apetece ao seu patrão?
    E não usar o direito da liberdade de expressão para justificar tudo aquilo que se diz!
    Essa criatura ofendeu os portugueses! Não é isso liberdade de expressão!

  72. Ricardo,

    Li um bocado a “correr” todos os anteriores comentários, por isso, pouco vou acrescentar.
    A MRP mais uma vez tenta falar de algo que não entende, apesar de ter direito à sua opinião.
    A forma desprendida, quase enojada como fala das pessoas que vão ao parlamento interromper os trabalhos, dá uma imagem do tipo de pessoa que me parece ser.
    A tua amiga, nos anos em que houve um “boom” (?), foi quando teve mais sucesso, certo? Aliás, a escrita dela, nessa altura, enquadra-se muito bem nesses anos de tripa forra.

    Estás a branquear o que ela disse, e como aqui alguém disse, este governo é uma cambada de assassinos sim. Pois mata os sonhos das pessoas, das familias entendes?
    Apesar de parecer mal, acho muito bem que se vá à AR gritar contra 230 malandros, ou contra alguns membros deste governo.
    Outros houve, sim, mas neste momento os autistas são eles, topas?

    Cada vez mais tenho a sensação, de que esta senhora, o que quis fazer foi criar um pouco de ondulação, para tentar vender mais umas edições.

    Fica-te mal, tentar perorar sobre tudo e todos, deixa correr e desta vez não tentes defender o indefensável.
    Ou então, espero que aqui venhas falar sobre o que disse o Crato e o deixar de comer durante um ano para se poder pagar a dívida.

    Taxas moderadoras? Claro que se deve pagar o serviço, mas este devia estar indexado ao IRS e não está, porque eu pago 18 euros na urgência e se calhar o gajo ao meu lado, que ganha mais, vai pagar o mesmo. Errado!
    Porque não fala a senhora do que devia ser realmente feito? Ou porque não fala ela do facto de os partidos politicos estarem isentos de IMI, de IUC e afins?
    Pode ir comentar à vontade, mas para dizer mais do mesmo, mais vale ficar em casa. Neste momento, necessitamos é de dar ideias e agitar as águas para a escumalha governante não achar que somos todos amibas, e a tua amiga, fez exactamente o contrário. Deu-lhes força!

  73. Gosto de ler ideias iguais às minhas. Não para me achar o maior mas para não ficar a pensar que sou o único a conseguir ver os dois lados da moeda.
    Normalmente, em qualquer tipo de discussão, faço o papel de advogado do diabo (até à exaustão) e as pessoas não conseguem compreender quando digo que aceito a opinião, e às vezes até a partilho, mas que provavelmente há outras visões da coisa que também são válidas, e às tantas mais válidas.

    Não conheço a Margarida, nem nunca li nada dela. Não costumo seguir a vida social portuguesa e por isso não tenho qualquer tipo de opinião formada acerca da escritora. Desta forma, baseio-me apenas no que foi dito e nos comentários que inundaram o facebook nos últimos dias.

    Quando vi a quantidade de ofensas que choveram sobre a mulher no meu feed do FB não pude ficar indiferente e tive de ir ver o video. Compreendo que quem esteja revoltado agarre em cada letra e as use como forma de defesa perante uma falta de argumentos tão gritante como existe na maioria das pessoas – as pessoas, na sua maioria, apenas sabem dizer que está mal e que assim não pode ser mas quando se pede uma, e uma só, ideia diferente, a primeira resposta é que não lhes cabe a elas ter ideias.
    Agora, não quererem aceitar que o que foi dito é a realidade do nosso país, que sempre houve miséria mas que agora é mais explorada pelos media, que estamos na penúria, que temos de facto de cortar, que quem tinha mais também cortou mas que é normal que continue a ter mais, etc… é simplesmente rídiculo.
    Às vezes penso que desde a escola primária uma formação obrigatória em gestão pessoal não era mal pensada.

    É verdade que há menos dinheiro.
    É verdade que estamos com o cinto cada vez mais apertado.
    É verdade que ninguém gosta de cortes.
    Mas também é verdade que se não houver cortes as portas fecham, que o estado não pode (nem deve) ajudar toda a gente, e maior verdade é que as pessoas não sabem gerir os seus bens. (claro que há casos em que não há nada para gerir, mas isso é assim e sempre foi – em casos de crise surgem as boas ideias, toca a aplicá-las pessoal).

    E já me alonguei mais do que queria e misturei isto tudo xD

    Abraço

  74. Pois, essa é parte mais escandalosa para mim!
    Já vem sendo hábito esta criatura dizer e escrever coisas parvas e não tem mesmo outro adjectivo a dar, é mesmo parvas!
    Sempre com o seu ar altivo, snob, dona do mundo e da sabedoria só porque escreve uns livrinhos…
    A atitude, a pose, o tom de voz é tudo irritante. Somando as palavras que disse, só podia dar aso a esta polémica.
    Faltou sim Arrumadinho fazer referência a esta parte que a Ana L. referiu. E a mais importante porque foi isto que irritou as pessoas. A mim foi!
    Para mim o maior sinal de falta de inteligência é uma pessoa que viva bem no campo económico, não consiga perceber como é a vida que quem tem muito pouco. E ainda acham que as pessoas gostam de viver com pouco e sobreviver com a pouca ajuda que o estado ainda consegue dar.

  75. Concordo que esses 3 pilares que refere devem estar ao alcance de todos, o problema é que as pessoas, por natureza, são abusadoras e vêem em tudo direitos e não deveres. Quantas pessoas entopem as urgências dos hospitais por “dá cá aquela palha”, sem necessitarem realmente de estar naquele serviço e podendo perfeitamente deslocar-se a um centro de saúde? As taxas moderadoras servem precisamente para moderar essa utilização por vezes irracional dos serviços. O problema é que, dada a população pobre que temos, metade dos utilizadores do SNS são isentos (vi um dia numa notícia que são 5 milhões de isentos), portanto para esses continua a ser igual a forma como usam o serviço. Não o será para mim, que raramente uso as urgências (felizmente) e quando o fiz tive de pagar 20 euros. Posso pagá-los, sim, mas penso também que com os impostos que pago devia ter direito a usar, nem que seja 1 vez ao ano, as urgências sem pagar. Enfim, é tudo muito complexo e não é um assunto que linearmente se pode dizer que se é a favor ou contra, penso eu

  76. Caro Paulo ou não fui eu que entendi o subtexto do comentário ou então acho que errou em praticamente tudo o que escreveu. Não é verdade que seja colunista (não tenho nenhuma coluna de opinião, sou um blogger), não é verdade que seja capitalista (tem, por acaso, acesso às minhas contas bancárias para o saber?), sou um jornalista, e se tivesse algum conhecimento sobre a profissão saberia que a única forma de um jornalista ser capitalista é se tiver fortuna de família, e eu não tenho. Não perebi essa de ser da Ribeira… nem a parte do Benfica.

  77. Tal como nos bifes, a polêmica só existe devido a liberdade de expressão. Cada um de nós tem formas ilimitadas hoje de emitir a sua opinião. Esta liberdade vai acabar por suicidar se. Porque as pessoas vão desistir de falar. Quem ganha ? Quem já hoje quer calar as pessoas que manifestam livremente a sua opinião. E não e o governo de Passos. E uma mentalidade que tem incorporada esta filosofia no seu ADN Basta consultar a história Abraços

  78. Olá Arrumadinho,
    a grande maioria das vezes concordo com a tua opinião e tu fazes-me sentir que não sou a unica maluca que não vai em rebanhos e concorda com tudo o que a maioria diz só porque sim e não pensa. Por acaso ouvi tudo aquilo que ela disse em directo e pensei para comigo… Olha outra que vai ser crucificada na praça publica porque diz aquilo que pensa e não aquilo que todos os pseudo-intelectuais da nossa praça dizem. Até demorou tempo porque ela falou no sabado de manha e só agora é que estalou a polemica….

  79. O “Arrumadinho” tem muita razão e desde sempre houve muita miséria, a minha mãe tem 66 anos, os meus avós toda a vida trabalharam para os “senhorios” (donos da casa onde viviam e dos campos que fabricavam). Não ganhavam nada, apenas não pagavam renda mas tinham que cultivar para entregar 90% das colheitas aos senhorios, não tinham fins semana e quando os patroes viam os meus tios e a minha mãe brincar, dizia ao meu avô se não tinha que lhes dar que fazer. A minha mãe com 7 anos ia às 6h manhã à frente de uma junta de bois para o campo, tinha apenas 1 par de socos (tipo chinelos que são usados nos grupos folcloricos) e ao sabado à noite limpava-os com azeitona para ficarem bonitos para no domingo ir à missa. Sopa nunca faltava, nem pão que se fazia ao fim semana e durava até ao próximo. Quando havia, 1 sardinha grande dava para 3 irmãos, e os meus avós nem comiam. Agora digam-me se hoje há miséria? Infelizmente há muita pobreza mas há muita mais pobreza de espírito, há muita gente a aproveitar-se da situação e a verdadeira pobreza é muitas vezes encoberta por vergonha.

  80. Penso que mais uma vez não se trata tanto do conteudo. Claro que se a MRP tivesse dito as coisas da forma como tu aqui as explicas talvez a polemica nao fosse tao grande. Mas nao disse! Por exemplo a questao das taxas moderadoras foi analisada de forma completamente insensivel (chegando a ser ridiculo), como se o valor pago fosse tao irrisorio para todos como claramente o é para ela. Uma coisa é liberdade de expressao outra coisa é inteligência e sensibilidade sociais.

  81. Ainda há muita gente com a boca cheia, é o que acho.
    Enquanto os políticos forem os meninos betinhos que tiveram tudo na vida, e nunca saíram da secretária, levando uma vida inteira atrás dela, nada muda. Não sabem nada da vida.

    Arrumadinho até tem razão em muitos pontos que afirma, e não foi apenas este o governo que nos levou à situação em que estamos. É certo.
    Mas que a tem piorando, tem.

    Então a situação está igual ou pior:
    – depois da imensidade de medidas de austeridade que foram tomadas (!)
    – depois de todos os cortes, em ordenados pensões etc etc
    – depois de todas as empresas que fecham pq o estado nao lhes paga, ou porque não conseguem pagar os impostos
    – depois do desemprego aumentar sem parar

    Não faz sentido, depois de todos os sacrifícios que são feitos.. nada mudar.
    O défice não baixa.
    O emprego não aparece.
    Só nivel de vida dimunui.

    No dia em que tiverem de misturar o leite (se o tiverem, é uma sorte) com água, para 1L de leite chegar para a semana toda. E fazerem-no para matar a fome de um filho. Aí sim. Pode ser que abram os olhos.

    Até lá, vamos continuando a ver noticias
    – como as dos colégios particulares financiados pelo estado (como dito na reportagem -> + colegios particualres=- escolas publicas até que um dia, acaba o dinheiro e as escolas publicas fecharam .. e depois, só estuda quem tem dinheiro)
    – taxas moderadoras e pessoas impossibilitadas de ter acesso à saúde (quando já se paga imposto para isso, uma taxa enorme qd comparada com outros paises da europa que têm acesso a tudo.)
    – empresas a fechar, desemprego a subir, despesas do estado a aumentar
    – reformas a diminuir, idade da reforma a aumentar

    Não sei se isto vai passar.
    Mas também não sei o que vai sobrar quando passar.

  82. Caro arrumadinho, o assassino tanto é aquele que prime o gatilho como aquele que dá a ordem…neste caso à ordem do poder económico.

    Mas o meu amigo (figura de estilo), não deve saber o que é isso…não leve a mal, mas o senhor arrumadinho é um colunista capitalista com tudo o que isso tem de bom (ironia)!

    Ouvi dizer que é natural da Ribeira? Tenha cuidado, qualquer dia ainda lançam o boato que o senhor arrumadinho é simpatizante ou mesmo sócio do SLB !

  83. Quem é a Margarida Rebelo Pinto? Será por acaso aquela senhora que plagia umas coisas assim de vez em quando?

    Esclareça-me por favor!

  84. Arrumadinho, em primeiro lugar deixa-me que te diga que concordo com tudo o que dizes neste post. “Mas quem pensa diferente, quem é contra o Governo, tem esta tendência irritante de se achar mais inteligente ou mais esperto ou mais sofredor do que os outros. Não é.” Aleluia, alguém diga o que eu sempre achei! Muito bom! Já chega dos apedrejamentos contra quem não está contra o Governo.
    Em segundo, e isto não tem nada a ver com o conteúdo do post, uma ideia: tal como fizeste o post sobre as 5 séries que andas a ver, porque não fazer um post com as tuas 5 séries (ou 10, ou 20, que séries boas nunca são demais) preferidas de todos os tempos? Depois de Breaking Bad, Hannibal e Orange Is The New Black, preciso de novas ideias.

  85. Arrumadinho permita-me comentar se os nossos governantes são assassinos ou não. Provavelmente não se tratam de questões meramente politicas, mas sim, suspeito, de questões relacionadas com o que de seguida vou expor.

    Considero que é uma pessoa bem informada e culta, no entanto não sei se tem conhecimento que o actual serviço de saúde e muitos médicos estão a ser pagos pelo governo para não prescreverem mais que x exames ou receitas médicas por mês. Sim, recebem mais 1/3 do valor do ordenado se ‘cumprirem’ com essas indicações. Com que fim? Acabar com a classe não trabalhadora – inválida – reformada. E sim, existem pessoas a morrer, principalmente idosos, por não terem os cuidados médicos adequados e estarem a receber diagnósticos negligentes. Determinados exames ficam caríssimos fora do SNS, muito acima do valor de muitas reformas e pensões, sendo que as pessoas ficam abandonadas à sua sorte ou à caridade de familiares ( se os tiverem, ou se importarem com eles).

    Digo-lhe isto com conhecimento de causa. Conheço dois médicos que se recusaram a entrar no ‘esquema’ e que por isso estão com sérias dificuldades.

    E o que dizer sobre o facto de que o espaço aéreo Português está a ser “sobrevoado” por aviões que pulverizam os “Chemtrails” ou rastos químicos? E sobre os alimentos manipulados e a nova Lei das Sementes liaga à grande MONSANTO? Já se questionou quem lucrará com isso? O que pretendem? Porque é que hoje existem tantos casos e cancro, autismo, etc que não se verificavam há uma década atrás (nem tanto)? Que a pouco e pouco nos vão matando sim, sem que nos apercebamos. E existem milhares de outras evidências, basta pesquisar um pouco e deixar de ser manipulado e adormecido.

    Pena que o nosso povo, que Portugal continue na ignorância, cheios de pretensão e orgulho. Pena que os nossos meio de comunicação sejam tão manipulados e que 50% do tempo dos noticiarios seja desperdiçado e que vomitem futebol, todos os dias, em dose tripla. Basta ver o exemplo de outros países que já começaram a ‘acordar’ e a averiguar as evidências.

    Não faria sentido estar a falar de algo sem fundamento só porque sim, simplesmente é uma reflexão do porquê não considerar tão absurdo que em plena Assembleia da República os cidadãos se queiram manifestar sobre muitas coisas que nos são ocultadas e que só quem passa pelas situações o descobre. Ainda mais, está previsto nos Artº
    2º,3º,21º,45º, 48º, 50º e 51ºda Constituição da República Portuguesa o direito ao Cidadão a pedir a palavra, intervir e expôr as suas ideias e descontentamento na Assembleia.
    E como disse o Presidente da TIAC, Luís de Sousa: «A proteção prevista na lei é demasiado vaga e não prevê quaisquer mecanismos efetivos para a sua aplicação, o que significa que, na prática, o denunciante fica entregue a si próprio». Portanto quem quer denunciar os casos de corrupção ‘lixa-se’ desculpe-me a expressão. Mais uma vez digo-lhe isto pois já estão a ser tomadas acções contra estas práticas, no entanto aos olhos da nossa justiça manipulada como todo o nosso sistema não têm recebido grande validez.

    Obviamente isto não se passa somnte a nivel nacional, mas sim a nivel global, a diferença é que muitos países são mais conscientes que nós, que continuamos na ignorância.

    Desculpe se o fiz perder tempo, se considera todas estas questões ilusórias, sem fundamentos, conspiratórias. Basta pesquisar um pouco, para fazer as contas e perceber que 1 + 1 = 2. E pesquise nos sitios certos, leia a nossa constituição, fale com as pessoas certas, imagino que o Ricardo tenha bastantes conhecimentos, basta querer.

    Da minha parte, não quer dizer que vá deixar de viver o meu dia a dia por isso. Tenho de lutar pela vida como todos, dar o meu melhor, ler, trabalhar, passear, mas lutar por uma vida e um mundo melhor. Agradeço a sua atenção,

    Sara C

  86. Não concordo com a MRP, mas defenderei o direito da senhora à sua opinião até ao fim.

    Infelizmente acho que estamos a viver numa sociedade que é a primeira a falar de liberdade de expressão e de democracia, mas quando existe uma voz que se levanta com uma opinião diferente da maioria, essa opinião é oprimida com insultos e até por vezes ameaças.

    Exemplo disso foi a Manifestação de Apoio à Troika, que apesar de afinal ser falsa e uma acção de manifestação do Que se lixe a Troika, foi alvo de comentários horrorosos no facebook, em que várias pessoas sugeriram mesmo ir agredir os “apoiantes” e só acalmaram quando viram que era tudo uma partida.

    Eu não apoio muitas das decisões deste governo, mas mesmo que apoiasse acho que teria medo de admiti-lo num local mais “público” como o facebook só para não levar com mensagens em que me insultavam não só a mim, mas todos os ascendentes até ao meu tetravô.

  87. Sinceramente penso que o que chocou as pessoas não foi o que ela disse, mas sim a arrogância com que o disse, como já é costume da parte desta senhora….

  88. Eu concordo com um comentário feito em cima. A questão aqui não é a diferença de opinião, é a forma arrogante e pretensiosa como esta é dada, sobretudo falando num domínio publico. Uma coisa é dizer ai no sofá de sua casa que “também ela sofre cortes”, porque em vez de comprar uma mala Carolina Herrera, só pode comprar a da Zara. Outra coisa é falar disto em público – e não pode, porque essas pessoas que (mal e com a qual tb não concordo) tiveram essa acçao no parlamento serão certeza pessoas desesperadas e numa situação difícil, sendo que por difícil não podemos entender somente a perda de duas malas de marca por ano. E relativamente a isto é preciso ser-se cauteloso e sensível, e mostrar , ou melhor, não mostrar, a falta de tolerância que tão mal lhe ficou. Porque não se pode esquecer, que na sua grande maioria “ganha a vida” (e as malas!) com livros que acrescentam muito pouco à cultura de alguém e normalmente comprados pelas pessoas que tentou julgar.

  89. Gosto bastante dos seus comentários porque são sempre sensatos.

    Relativamente a MRP não posso concordar quando diz que os portugueses viveram acima das necessidades e agora estão a sofrer. Tivemos governos que viveram acima das possibilidades e continuam a fazê-lo e os portugueses estão a pagar por isso (BPN), obras pública de milhões, PPP, etc.
    Pois cada português viveu de acordo com o que ganhava e nunca pensou que ao fim de 20 ou 30 anos de trabalho iría perder o direito a Saude, a educação e a uma possível reforma.

  90. Ó Arrumadinho… Essa coisa do politicamente correcto e que sempre houve miseria e blá blá é completamente ao lado da realidade de hoje. As pessoas perderam os empregos e para não perderem a casa ou ficarem sem luz deixam de comer… Eu desde Junho de 2010 que sou voluntária numa instituição que serve a chamada sopa do pobre no Porto e é aterrorizador ver a quantidade de pessoas que vão lá para a única refeição do dia e o que essa quantidade de pessoas aumentou. E vejo lá professores, e enfermeiros e lojistas… E por muito que o estado tenha que tomar certas medidas, que tem, tem que investir para criar postos de trabalho, tomar medidas para diminuir o desemprego… Mas medidas a serio não é estas tretas que promovem o trabalho temporário… Este governo abandonou as pessoas.

  91. Ora bem, vamos lá comentar isto com mais calma…

    Vamos pegar nas frases que quiseste comentar, Ricardo.
    “Fico profundamente triste quando vejo ESTE TIPO de manifestações de pessoas que vão interromper e tentar perturbar o trabalho daqueles que neste momento governam o País.”

    Certo. No entanto, quem perde tempo a ver os debates na Assembleia da República vê que os mesmos são um monte de críticas, ataque e contra-ataque, onde não se discutem ideias. Discute-se coisas sem conteúdo. É um debate vazio. Não legitima de facto as atitudes de perturbação dos trabalhos na Assembleia da República, mas quando numa situação de excepcional crise em que vivemos, vemos os partidos a porem as teorias politico-partidárias á frente dos interesses do País; dá mesmo vontade de fazer barulho. Chamar a atenção.

    “Não foi este governo que colocou o País na situação em que ele se encontra. Houve vários governos anteriores, com medidas suicídas, que nos puseram na situação em que estamos hoje”.
    Mas é ESTE Governo que está a dar a cara. É ESTE Governo que está com falta de soluções para os problemas do nosso País. É ESTE Governo. Eleito legitima e democraticamente. É ESTE Governo que toma medidas que depois se vão descobrir que poucos ou nenhuns resultados darão para a consolidação das nossas contas.

    “Sou a favor das taxas moderadoras nos hospitais. Acho muito bem que sejam aplicadas”.
    Não concordo. O Serviço Nacional de Saúde deve (ou deveria ser) tendencialmente gratuito. Há muitas outras áreas que são um sorvedouro de dinheiro (PPP´s, por exemplo) que poderiam e deveriam ser investidas na saúde e educação. Mas se as taxas moderadoras fossem uma inevitabilidade, então deveriam ser as mais baixas possível. Não parece, mas 20 euros, (estou aqui a pensar numa taxa das mais elevadas) podem fazer a diferença para algumas pessoas.

    “Há medidas que, não sendo populares, são as únicas medidas possíveis”.
    Tal como tu, discordo. Os cortes nos salários da Função Pública – embora ache que alguns dos funcionários que a compõem têm regalias disparatadas e incompreensíveis, que aí sim, deveriam ser cortadas – são brutais. Repito, brutais. Quem ganha menos de 600 euros, está a salvo. Mas que ganha mais do que isso tem tido cortes nos subsídios de Natal e de Férias, para além de taxas e mais sobretaxa no IRS. Uma pessoa que ganhe 1100 euros brutos (uma maravilha de salário), leva para casa pouco mais de 900… cerca de 200 euros são para descontos e impostos.
    Devia ser-se mais corajoso nalgumas coisas. Acabar com as rendas de energia. Renegociar ou “nacionalizar” as PPP´s. Demitir administrações de empresas públicas deficitárias. Fundir empresas e organismos públicos com REDUÇÃO das administrações. Pagar salários a gestores com base em objectivos. Acabar com ajudas de custo a deputados. Realocar a frota automóvel do Estado a outras funções (a Polícia poderia lucrar muito com alguns carros)…

    Agora, mais algumas coisas que ela disse e que me parece que fala de barriga cheia. Eu digo PARECE, porque não a conheço e só comentarei a imagem que ela passa:

    “Portugal nunca foi um país com grandes recursos, levou um boom na Europa e parece que ficamos todos ricos”.
    É uma verdade, mas também não nos devemos esquecer que foi durante o “boom” que muita gente conseguiu estar bem na vida. Sobretudo muitas pessoas que nasceram na década de 60 e que se conseguiram afirmar profissionalmente na década de 80. Já agora, deixa-me que te diga: a Margarida Rebelo Pinto nasceu em 1965. Em 1986 teria uns 20/21 anos. Quantas oportunidades de trabalho lhe surgiram com o “boom” na Europa? Mais do que as que os jovens de hoje podem contar.

    “Toda a gente tem que aprender a ganhar menos. Eu também tive que fazer cortes”.
    Claro. Mas aqui o problema não é SÓ o ganhar-se menos. O problema foi os milhares de empregos que se destruíram. O problema Ricardo, não é passares a ganhar um salário de 3000 euros e passares a viver com 2800 (por exemplo). E ganhares um salário de 1000 euros e passares a viver com 800 euros, sendo que quer no primeiro, quer no segundo casos pagam-se as mesmas coisas em diversos bens e serviços que se compram.

    Lamento falar assim de uma amiga tua, mas comento apenas o que ela disse num vídeo.
    Um forte abraço.

  92. Mais uma vez tenho de concordar com o Arrumadinho, assumindo que a leitura que ele faz do caso da mãe da Raquel está correcto. O estado não pode ser responsabilizado por todas as situações e atribuir fundos a toda a gente, ou melhor, até pode, mas para isso acontecer quem desconta terá também de pagar mais.

  93. Infelizmente, a grande maioria dos portugueses apenas lê a coluna social do CM e revistas cor-de-rosa… como tal, para eles a palavra assassinos tal como muitas outras, encerra significados obscurecidos pela ignorância…

  94. Arrumadinho, quando leio os seus comentários relativamente a estas discussões na web e crucificações públicas, e vejo que são comentários moderados, com uma preocupação por avaliar os factos e para fornecer uma opinião ponderada penso que o seu Blog devia merecer uma menção honrosa por prestar um serviço público fantástico e educativo.
    Como a MRP acredito que quase tudo o que acontece hoje vêm de medidas anteriores a este governo, e que medidas gravosas têm de ser postas em prática. Concordo consigo quando diz que há medidas que este governo está a tomar e que deviam ser substituídas por outras já foram discutidas mas que por algum motivo não são aplicadas. Pessoalmente penso que muitas manifestações de desagrado por parte de sindicatos e partidos políticos que exigem a demissão do governo ou que geram lobbies criam instabilidade na mente das pessoas e um denegrir da política portuguesa que ela ainda não merece, e isso, de alguma forma, entristece-me como cidadão e eleitor que, como outros portugueses votou no governo actual, que foi eleito democraticamente por um período de 4 anos.

    Cumprimentos

  95. Cara Raquel. Lamento discordar de praticamente tudo o que disse. Se este Governo é assassino porque há gente a morrer à fome, bom, quer parecer-me que todos os governos são assassinos porque desde sempre que houve gente a morrer à fome em todos os países do mundo. A pobreza e a miséria, em níveis um pouco maiores ou menores, sempre existiu e sempre existirá. O povo não estava todo na maior e, de repente, começou a passar fome. Isso aconteceu com muita gente nesta legislatura como aconteceu com outras pessoas noutras legislaturas.
    Quanto ao caso da sua mãe, e por muito que isso lhe possa custar, tente explicar-me: a sua mãe não está na idade da reforma, logo, não se pode reformar, presumo que seja reformada de longa duração, visto que já não tem direito a subsídio, e tem um braço partido por algum acidente que terá tido na sua vida, e não no trabalho, visto que está desempregada. Exactamente porquê é que deve receber subsídios do Estado? Porque partiu um braço? Porque não tem emprego há muito tempo? Eu compreendo o desespero e o sentimento de impotência, mas também compreendo que um Estado é ingovernável se todos puderem viver dos subsídios públicos atribuídos sem grande critério. Sinceramente, quanto muito, acho que a sua mãe poderia ter direito ao RSI, mas se não tem é porque não cumpre com o que é exigido por lei. Não quero parecer insensível, mas muitas vezes temos de ter distância para podermos julgar os casos com mais discernimento. E, na minha opinião, a Raquel não tem razão no que argumenta. Se o caso se passasse com alguém da minha família acharia o mesmo, e faria o que a Raquel faz: procuraria ajudar no que pudesse.

  96. Eu acho muito triste as pessoas hoje em dia em vez de parecer que estamos a caminhar para a evolução estamos a andar para trás. Porque julgam demais os outros, facilmente ofendem outras pessoas e sempre com a desculpa que tem liberdade de expressão para dizer o que querem e bem lhes apetece, mas depois esquecem-se que ter liberdade de expressão não é sinónimo de ofender quem tem uma opinião diferente da nossa. Já temos vistos vários casos desses nas redes sociais em que decidem ofender a torto e a direito só porque a outra pessoa tem uma OPINIÃO DIFERENTE da nossa.

  97. Boa noite Ricardo,

    vi essas declarações e não concordo com a maioria das coisas que a Margarida Rebelo Pinto disse. Não considero que sejam razão para insultá-la mas, na minha opinião, proferiu-as com muita arrogância e não demonstrou compreensão pela situação que milhares de pessoas atravessam neste momento.

    Cumprimentos,

  98. Percebo a ideia que queres passar com este texto e concordo. Até aí tudo certinho. Já se sabe como o pessoal é, e quase que aposto que nem se deram ao trabalho de ouvir as declarações dela. Só o facto de ouvirem o nome “Margarida Rebelo Pinto” e “Polémica” já basta para soltar todo um rol de insultos. Até percebo, eu não simpatizo muito com a senhora, mas enfim, exageros também não.

    Só a parte das taxas moderadoras hospitalares é que acho mal… Não só acho mal que sejam aplicadas, como também acho mal quem as apoia. Há três pilares essenciais numa sociedade, que deveriam ser ao alcançe de todos: A Saúde, a Justiça e a Educação. Principalmente a saúde. É inegável.

  99. Independentemente de concordar ou não com o que foi dito e feito (até porque não vi), compete-me discordar… Quem governa o nosso país, é ASSASSINO sim!
    Está a matar tudo o que é serviço público, desde a educação à saúde passando pelos transportes, pela justiça (que já de si era pouca)…
    E está a matar os portugueses. E falo com conhecimento de causa.
    Desde Abril de 2012 que a minha mãe, com 60 anos, desempregada e com um braço partido, não recebe qualquer ajuda do estado… NADA!
    Ela vive da caridade alheia, e eu ajudo a pagar as contas. Está a morrer aos poucos, de fome, de vergonha, de solidão, de tristeza, de pobreza… E como ela, estão muitos portugueses, ELES que governam estão a matá-los… São ASSASSINOS!!!

  100. Independentemente de concordar ou não com o que foi dito e feito (até porque não vi), compete-me discordar… Quem governa o nosso país, é ASSASSINO sim!
    Está a matar tudo o que é serviço público, desde a educação à saúde passando pelos transportes, pela justiça (que já de si era pouca)…
    E está a matar os portugueses. E falo com conhecimento de causa.
    Desde Abril de 2012 que a minha mãe, com 60 anos, desempregada e com um braço partido, não recebe qualquer ajuda do estado… NADA!
    Ela vive da caridade alheia, e eu ajudo a pagar as contas. Está a morrer aos poucos, de fome, de vergonha, de solidão, de tristeza, de pobreza… E como ela, estão muitos portugueses, ELES que governam estão a matá-los… São ASSASSINOS!!!

  101. Falta aí uma parte que considero a pior de todas: qualquer coisa como “todos sofremos cortes, eu também sofri. temos todos de aprender a viver com menos”. Bom, com certeza a certeza de que todos sofremos cortes, há que ter a noção de que uns sofreram mais cortes do que outros e de que há gente sem dinheiro para comer. É um facto. A maneira desprendida e despreocupada com que a Margarida se pronunciou sobre uma realidade que não lhe atinge é que lhe ficou mal. Muito mal, até. “Cortes”, significa, para muita gente, dormir sem nada no estômago. Coisa que a senhora não deve saber o que é, felizmente. Portanto, talvez as pessoas que se manifestem não tenham “falta de inteligência” – como a Margarida refere – mas sim fome.

  102. Eu confesso que já vi o vídeo e ainda não percebi o que raio é que está a incomodar tanto as pessoas. Deu a opinião dela e todos temos direito à nossa, seja igual ou não. Enfim, gostam de criar estas pseudo-polémicas…até parece que não há mais nada no mundo com que se preocuparem.

  103. Infelizmente o povo português só quer ver o que lhes convém dispensando assim uns pequenos exercícios mentais: pensar, interpretar, entender e por aí adiante…
    Disparam logo em todas as direcções porque é sempre mais fácil, deve dar mais prazer insultar como lhes convém, o que geralmente nunca é coisa boa!
    Continuo a dizer que enquanto a mentalidade não sair da pseudo zona de conforto à espera que as coisas caiam do céu, nunca iremos a lado nenhum!

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