Estou numa fase da vida em que rejeito tudo o que me faz perder tempo. Odeio estar parado nalgum sítio só porque sim, sem poder fazer nada. Essa é uma das razões que me levam a não ter carro: só o tempo que se perde parado no trânsito (e em Lisboa a coisa está bonita) ou à procura de lugar para estacionar já são motivos suficientes para optar sempre pelo metro, ou por ir a pé.
Há algumas situações que me enervam particularmente. Cortar o cabelo é uma delas. Aqueles 45 minutos a uma hora que perco sentado numa cadeira a lavar o cabelo, depois à espera que me levam para uma cadeira, depois em frente ao espelho, com uma toalha na cabeça, à espera que a senhora venha perguntar “Então, como é que vai ser?”, é tudo desesperante.
Cá está a principal razão para eu ser um dos muitos homens que fazem as compras de natal no dia 24 de dezembro: sou incapaz de me enfiar em centros comerciais ou na Baixa em lojas completamente cheias, com filas gigantescas na caixa, na secção de embrulhos, nos balcões de atendimento, em todo o lado. Um horror. Não dá para mim — e eu até nem tenho nada contra ir às compras ou andar em shoppings. Não suporto, mesmo, é perder tempo parado sem fazer nada, unicamente à espera.
Excecionalmente lá compro uma ou outra coisa a 23, mas, por norma, é tudo a 24 de manhã ou depois de almoço. Há quem ache que nesse dia é impossível, que é a maior das confusões, mas, por experiência, digo já que não. Costumo ir ao Colombo, e o centro está quase sempre com menos gente do que num dia normal fora do período de Natal, super tranquilo.
Felizmente, este ano decidiu-se entre a família que só há presentes para as crianças, ou seja, não tenho assim tanta coisa para comprar. As minhas sobrinhas não vivem em Portugal, e não vêm cá no Natal, por isso só me restam os meus filhos e o meu sobrinho mais novo. Vai ser uma manhã de 24 em beleza.
Olá Ricardo,
Sou mulher, mas estou totalmente de acordo com o teu post que quase poderá chamar-se de desabafo Natalício. As perdas de tempo em determinadas coisas são de facto desgastantes, acho que já atingimos uma certa maturidade que anteriormente não achávamos perda de tempo.
As compras de Natal…aí as compras de Natal, tema para muita conversa ou não, simplesmente prendas para as crianças e, ou realmente algo que surpreenda um adulto, caso contrário não vale mesmo a pena perder tempo com esta parte material, importante mesmo é a reunião familiar que cada vez mais tem dado lugar à azafama das prendas e tudo o que gira à volta do consumismo. Este ano foi mesmo bem fixe não recebi nenhuma prenda porque vou recebendo ao longo do ano, e coisas de que realmente gosto, viagens, algumas escapadinhas em alguns hotéis, eventos culturais, roupas e sapatos (já muitos poucos), etc. Para o filhote mesmo já não acreditando na magia do pai Natal a descer a chaminé gosto sempre de oferecer algo que goste e de preferência que abra as prendas em casa sem ser no meio da confusão à 00:00, quando a consoada é em casa da família. Gosto que abra e aprecie sem ter a pressa de abrir a próxima, por alguns motivos começa a abrir as suas prendas desde 23 até 26 dezembro, aprecia muito mais. É um menino de 10 anos que não pede uma lista infinita de coisas, é muito seletivo, os livros foram a sua prioridade, e a mãe não descuidou.
Maria Saraiva
O meu nome é Paula Vasconcelos e eu faço as compras a 24 de dezembro!! Porque também não tenho tempo pra filas e lojas cheias e só de ver, dá-me uma vontade de sair a correr. E tenho me dado bem assim.
Mas se não gostas dessas coisas todas, precisamente por isso é que não devias deixar os presentes para a última! Eu tenho tudo comprado para aí 1 mês antes do Natal 🙂 começo a pensar nisso a partir de Setembro e, sempre que vou a um shopping/lojas, estou atenta ao que vejo/promoções e se algo me parece a “cara” de um familiar a quem vou dar presentes, compro logo. Também compro várias coisas pela net. Assim chega a confusão do Natal e já não tenho nada para tratar.