Não consigo me controlá!

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Hoje parece-me importante falar de um assunto fraturante e que, garantidamente, anda na cabeça de muita gente mas ninguém tem coragem de o abordar: a invasão a que fomos sujeitos dos Badoxas desta vida.

Não vou falar de gordos. Nem dei um erro ortográfico a escrever Badoxa. Estou mesmo a falar do cantor, e de outros do género que têm aquelas musiquinhas irritantes que tomaram de assalto a nossa rádio.

Sou só eu que já não tenho paciência alguma para estas canções da treta que passam A TODA A HORA e E EM QUASE TODAS AS ESTAÇÕES de rádio? A minha vida está praticamente resumida à TSF e à Vodafone FM, as únicas que parecem resistir a este tsunami musical que está a deixar a rádio impraticável.

Hoje, por exemplo, vim de carro do Porto para Lisboa e foi quase impossível ouvir cinco minutos de rádio sem ouvir o “Jajão” e o “Controla” e o Badoxa, o Anselmo Ralph, o Nélson Freitas, o Yuri da Cunha e mais não sei quem. São tantos, cada vez mais e parece que se reproduzem a uma velocidade incontrolável.

Não tenho nada contra as kizombadas e até acho que pode ter muita graça e ser bem divertido (embora prefira kuduro) em festas, em discotecas com amigos, num ambiente em que o pessoal se possa abanar e brincar. Agora no carro? E a TODA A HORA? Não dá. Chega. É um enjoo. Já sei que tenho sempre a opção de mudar de estação, só que uma pessoa já começa a ter de saltar várias vezes de estação porque estas canções estão a passar em quase todas ao mesmo tempo.

Mas agora vamos à parte pior: as letras.

Podia desconstruir aqui a letra do “Era Só Jajão”, que ia ser uma paródia, mas vou antes fazer este exercício com o “Controla”, do Badoxa, que aposto que muita gente achava que se chamava “Controlar” (pois, faria mais sentido, de facto). Mas vamos lá.

A canção começa assim:

“Não tenha medo me agarrar, toque em mim me aperta,

me amassa hum hum hum assim não da tou a gostar

Não consigo me controlar, tem cuidado ta me cuiar, 

não dá mesmo para parar, ka ta da mesmo pa controla”

Nem sei bem por onde pegar primeiro. Vamos às rimas: “agarrar” não rima com “aperta” ou “amassa”. O Badoxa usa o sotaque para a coisa se dar: “agarrá”, “apertá”, “amassá”. Preguiçoso, mas pronto, no hip hop isso também se usa muito. Mas depois já dá jeito ter ali o “gostar”, que não rimaria com o “aperta” e o “amassa”, mas a técnica do sotaque volta a ser utilizada.

Agora, saltemos para o último “verso” (custa-me chamar a isto versos). “Pa controla”? “Pa”? Pois, se fosse “para”, como deveria ser, lá se ia a métrica e a coisa ficava esquisita. Pronto, vai “pa”, que ninguém nota e assim como assim é como o pessoal diz. Siga.

“Ca ta dá mesmo para controlar,

Controla, controla, Controla

controla, Ca ta dá mesmo para controlar

Controla, Controla”

A canção tem perto de quatro minutos. Mais de um minuto é passado a ouvir a palavra “controla”. É. Um enjoo. “Controla”, “controla”, “controla”, “controla”. Chegaaaaa! Eu é que já não consigo me controlá!

“Baby eu gosto do teu de agarrar

Tens o poder de me fazer alucinar

Tu sabes bem que eu tenho vontade de te amar

Não sei como podes duvidar”

Quando o pessoal não sabe rimar o que é que faz? Rimas fáceis e que não façam grande sentido. Normalmente, palavras terminadas em “ar”, “ão” ou “inho”. É o caminho mais fácil, que os putos de seis anos usam muito. Só há um caminho ainda mais fácil e preguiçoso: rimas com palavras… iguais.

“Uhh, dança comigo

Me tira do sério

Faz o que eu te digo

Estou a falar a sério”

Mesmo? “Sério” a rimar com “sério”? Genial.

“Me encosta no canto

Chega mais perto

Me agarra desse jeito

Meu atrevido

Tu sabes que eu gosto do teu jeito”

Ou então “jeito” a rimar com “jeito”. Não está mal, não.

Se gostaram, já sabem, dia 30 de Maio Badoxa ao vivo no Coliseu de Lisboa.

66 Comentários

  1. Este foi um post publicitário, não foi?

    A procura deve ter aumentado e ninguém terá desculpa para não saber a letra depois de análise tão cuidada…

    😛

    (sim, é para ler com tom de brincadeira)

  2. Se substituissem o kizomba pelo rock, tenho a certeza que ninguém vinha para aqui se queixar. Não porque gostam de rock, mas sim por outra razão que tooooodos nós sabemos qual é…
    Não gostam não oiçam. Tão simples quanto isso. É preciso vir para aqui gritar para que todo o mundo saiba que não gosta?
    Li um comentário que concordo plenamente: normalmente kizombas são apreciadas mais pelo rítmo e não pelas letras, daí o não caprichar nas letras. Eu não percebo francês mas adoro o Zouk (não sei se conhece esse gênero mas é um estilo de música das antilhas, mais concretamente do Haiti, muito parecido ao kizomba – aliás o kizomba é mistura de zouk e outros gêneros africanos) porque adoro o rítmo, a melodia.
    Houve aqui um comentário que diz que “se calhar andam a passar muito kizomba nas rádios pela quantidade de Angolanos a visitarem Portugal”, concordo plenamente e acho que fazem isso porque são interesseiros que só pensam em negócios e consequentemente dinheiro!
    Por mim não passavam uma única música kizomba nas rádios de Portugal. Tenho milhares de kizombas em casa e oiço vezes sem conta.
    Estou é farto de ouvir pessoas a criticarem tudo o que vem de África!
    Já repararam que kizomba só fala do amor? É que para quem canta kizomba e para quem ouve kizomba como eu, o que conta é mesmo isso: rítmo e amor!

  3. E para os senhores ofendidos que dizem que kizomba e do melhor que existe, nada contra o estilo pois existe uma ou outra que aprecio, o mal disto é as rádios. Eu estava a gostar muito de uma musica da ellie golding (acho que se escreve assim) a Love me like you do, mas depois de a ouvir 3 vezes no espaço de 5 minutos enjoei e eu tinha ate “arranjado” o cd das “50 sombres de gray” pois a banda sonora esta do melhor, apaguei o respetivo do meu pc pois enjoei de todas as músicas. Por isso meus amigos o que aconselho é arranjem um pen ou então para quem não tem possibilidade um cd e assim resolve-se o assunto. Depois perguntam o porque das pessoas já não gostarem muito e ouvir rádio. I wonder why? 😛 Bom post 🙂

  4. Posso dizer que vivo em Angola e acho que nunca ouvi essa música cá. Thank god.

    Mas há kizombas maravilhosas, e sembas, e afrohouse, que servem para dançar inclusive em casa ou ouvir no trabalho.

    Mas se calhar sou eu que estou angolanizadaz

  5. Afinal ainda existe alguém que pensa como eu. Não peço facto de não ser adepto deste estilo, porque isso até se “engole” quando assim tem de ser, mas sim pelo facto de achar que as letras não fazem qualquer sentido e não transmitem um mensagem que nos traga qualquer tipo de sentimento.
    Neste estilo de música, acho que se safam apenas o Anselmo Ralph e mais recentemente o C4 Pedro, porque na minha opinião estão a conseguir ir no bom caminho e a relacionar-se com as pessoas certas, permitindo-lhes por isso, fugir ao seu “estilo base” e mostrar versatilidade, o que não quer dizer que os outros artistas não tenham o seu valor, quanto mais não seja pelo seu trabalho e porque alguém gosta deles verdadeiramente, o que é no fundo o desejo de qualquer artista.
    Muito bom o texto Arrumadinho, parabéns.

    Abraço do Pickachu!

  6. Num contexto de ginásio, zumba, ou num bailarico até acho piada ao ritmo mas, só e apenas o ritmo.

    Até aceito o argumento de que em algumas letras exista uma mistura de crioulo com português.
    Não aceito o argumento de que a cultura justifica tudo e que nós somos uns acéfalos porque não o percebemos.

    Há dias ouvi a seguinte musica do Anselmo Ralph que ouvi, ri e pensei “na! fui eu que ouvi mal”, mas bastaram uns cliques e confirmei os meus piores receios.
    Passo a citar:
    “Eu quero ser o teu Scooby-doo
    E tu vais ser o meu osso (dito osú)”

    Desculpem lá mas isto não é crioulo, nem sequer me venham com o argumento de que é pronúncia típica dos angolanos, cabo-verdianos, guineenses. whatever. Tenho muitos e bom amigos e eles não dizem “osú” dizem “osso”.
    Isto é a rima fácil, sem qualquer sentido.

  7. Mas eu, por algum momento referi que a letra da música é absolutamente espetacular? Ou perfeita? Não me parece. Se quiser entender o meu comentário à letra, está no seu direito.

  8. Olha, Olha faz o mesmo com Amor Electro, GNR, Delfins, Polo Norte, DAMA, André Sardet, João Pedro Pais, Agir, Rita Red Shoes…

  9. Ahahah estou a adorar! Então é preciso perceber a cultura para perceber o porquê de rimar sério com sério? Oh meu caro anónimo isso nem aqui nem na China!!! Isto é uma rima preguiçosa, tal como no inglês é preguiçoso rimar let’s go com let’s go, ou no francês avec com avec, ou no espanhol bailando com bailando… Percebe a ideia? Isto não é rebaixar ninguém, é constatar um facto.

  10. Literalmente entende tudo, mas não conhecendo a cultura africana, é normal que não perceba o contexto, que não perceba porque é que há "Sério" a rimar com "sério" ou porque é que as rimas afinal não rimam. As coisas devem ser interpretadas dentro de um contexto e visto que a kizomba sempre se dirigiu a africanos ou a pessoas que efetivamente conheciam e gostavam da cultura africana, a forma como é cantada permite que a música se aproxime mais das pessoas a quem se dirige porque é assim que elas falam, são essas as expressões que utilizam, etc. e embora ultimamente pareça que a kizomba é tipicamente portuguesa, a verdade é que não é logo não tem que respeitar o que, em bom português, é correto. Mas que culpa tem o cantor, que de um dia para o outro isto tenha virado moda e chega a todos os ouvidos?
    Concordo plenamente com algumas ideias que refere mas não posso aceitar a forma como descreve a música como sendo uma crítica construtiva . Daí dizer-lhe que que, pela forma como a escreveu, está a rebaixar o trabalho do cantor. Como referi anteriormente, nada tem a ver com gostar ou não gostar pois esse é um direito seu.

  11. Ao que parece todos os comentadores deste comentário estiveram nas aulas de português do sexto ano do arrumadinho, menos o dono do comentário, deve ter tido um 2 e agora anda por aqui a barafustar.

  12. Concordo plenamente, para a paródia é a melhor coisa para se ouvir. Agora perdoem-me, não vejo qualquer qualidade musical. Podemos comparar este estilo de música ao pimba português.
    Venham os bailes e as sardinhas, mas depois façam o favor de mudar o disco.

    Agradecida

    http://mdefemme.blogspot.pt/

  13. Caro Ricardo,

    Eu não sei quem é o badoxa, nunca ouvi a musica “controla”, muito menos sei o que é ou quem é o Jajão, não sou admiradora de kizomba e nem a ouço.

    Ouvi falar disso tudo no teu post. Da transcrição que fizeste da letra da música também achei de muito mau gosto e criatividade zero. Mas há um aspecto que deves considerar: as pessoas gostam destas músicas pelo ritmo e sonoridade, ninguém está preocupado com a poesia…
    Ainda sobre a letra devo concordar com algumas pessoas que me antecederam nos comentário que referem ao facto de boa parte da letra estar em crioulo de Cabo Verde. Queria falar sobretudo do “pa”. Esta palavra está integrada numa frase escrita completamente em crioulo que é a seguinte: “ka ta da mesmo pa controla” que, em bom portugues, significa “não dá mesmo para controlar”. Portanto, o pa não é abreviatura do para… significa “para” em crioulo.
    Joana

  14. É um martírio ter de levar com estas músicas a toda a hora. A minha onda não é a kizomba de todo, mas confesso que algumas até são aceitáveis para o momento, dão vontade de abanar o esqueleto, mas não 200 vezes por dia.
    A RFM era a minha rádio preferida há uns anos atrás, mas hoje em dia raramente me demoro por lá mais do que uma música. Tem vindo a decair imenso, começando por ter de recorrer ao Nilton assim que a Rádio Comercial adquiriu o Ricardo Araújo Pereira, mas nem assim recuperou a liderança (pessoalmente, não acho piada nenhuma ao Nilton) e agora passa a musica da moda dos adolescentes a ver se se safa. Mas comigo já lá não vai.
    No carro é quase sempre M80, Comercial, RR e a Antena 3 para o Fora do 5.

  15. O que é dito neste post é bastante verdade. E, neste caso, o exemplo é apenas mais um exemplo. Há cerca de 5 anos enviei um email para a RFM queixando-me exactamente da repetição de músicas ao longo do dia ao qual nunca obtive resposta.
    Parece-me que, numa altura que tudo é digital e está ao alcance de um clique seria muito mais fácil criar uma playlist variada e não ter a mesma sempre a tocar. Tal como dizia o Arrumadinho eu sei que posso mudar de emissora, mas é uma sorte encontrar uma que não faça o mesmo e isso facilmente se verifica ao fim de 1 ou 2 dias. Do mesmo modo, acho bastante irritante o preenchimento dos tempos mortos com perguntas insignificantes que apelam à resposta dos ouvintes criando momentos de pseudo humor ( na minha opinião). É por isso é que só ouço rádio apenas quando não depende de mim poder desligar o aparelho.

  16. Concordo plenamente com o seu comentário. Acho que a melhor coisa que fiz até hoje foi comprar um leitor de mp3/mp4 e só ouvir música. Sim, porque isto não é música! É um atentado aos ouvidos e à sanidade mental!
    Tenho imensa pena de ver a rádio a ser destruída assim…

  17. Qual Antena3? Deus me livre. É que nem rádio. Tem que ser Spotify, senão acabo mesmo por ignorar o mundo da música com tanto vómito musical que há por aí…

  18. Pois efectivamente não gostamos todos do mesmo e ainda bem! Talvez por ter estado em África, o facto é que adoro a energia e o calor que todas estas músicas que referiu despertam (ficou a faltar o Bô tem mel…). De inverno, nos dias muito frios, quando entrava no carro liguei muitas vezes a radio África .ficava logo com a alma mais quente. E também já as dancei na noite, sozinha com amigos e com o maridão . Muito bom.

  19. Errado. A classificação de moralmente superior é tua. E não classifiquei os sotaques como sendo ridículos. Comparei com o tua ridicularização do sotaque na música do Badoxa. É engraçada a forma como aceitas as críticas à tua própria crítica.

  20. O crioulo é uma língua de formação rápida e natural, com base lexical na maior parte inglesa, francesa e por fim portuguesa, mas não deixa de ser uma língua. O crioulo deriva do pidgin que é a chamada língua de contacto. De toda a forma crioulo é considerado língua e não um dialecto como muito boa gente pensa.
    O meu sogro fala crioulo da Guiné e trabalhou toda a vida no IPAD agora ICA ( que dá apoio aos PALOPS) na altura que me casei ele ir ou esta dúvida a limpo.
    Ele é barra a crioulo da Guiné e a sogra de Cabo Verde.

    Mim ká falá nada crioulo!

  21. Caro anónimo. Este post diz duas coisas: que estou farto de ouvir kizomba nas rádios e que a maioria das letras das canções que passam nas rádios são muito más.
    No primeiro ponto, pelo que percebo do seu comentário, estamos de acordo. Também concorda que há uma invasão de kizomba nas rádios. Certo. Vamos ao segundo ponto, as letras. Acha mesmo que eu preciso de saber crioulo para as entender? Elas não estão em chinês. Elas são 95 por cento em português, com uma ou outra palavra em crioulo (que, já agora, não é uma língua). Da letra que coloquei aqui qual é mesmo a palavra que eu não entendo? O “pa”? É que é a única coisa em que estão a pegar. Por não saber que “pa” é crioulo perco toda a sustentação para escrever o que escrevi? Não. Nenhuma.
    Depois, depreende que eu quero acabar com a kizomba. Não quero. Tal como escrevi até acho graça num determinado contexto, mas nunca enquanto estou a conduzir, menos ainda se for a toda a hora e em todas as estações. Dei apenas a minha opinião: não gosto, pronto. Há quem concorde, há quem discorde, mas porque raio é que não posso dizer que não gosto de kizomba e que acho as canções más e enjoativas? Não percebo este tipo de comentários, sinceramente. Pela sua ordem de ideias, ninguém pode dizer mal de ninguém, ou do trabalho de ninguém, porque isso seria rebaixar essa pessoa. Não é. A liberdade crítica, de se gostar ou não, de se criticar ou não, é uma coisa que se conquistou em Portugal há muitos anos. E é isso que vamos continuar a fazer: a criticar quando não gostamos, a elogiar quando gostamos.

  22. Como referido em comentários anteriores, acho que este post não faz qualquer sentido. Concordo consigo quando diz que as “kizombadas” estão a ser levadas à exaustão mas aí o problema é de quem? Do cantor com sotaque e cujas letras não fazem sentido (principalmente para si que nem criolo percebe)? Não me parece. A kizomba existe desde sempre. Desde que o português a descobriu é que temos vindo a assistir a este exagero. As letras nunca as vai conseguir perceber pq não fala criolo nem qualquer outra língua africana, nem conhece as expressões típicas que fazem sentido para quem é africano mas quem não é não percebe. Acho que deveria repensar este post pois se está no seu direito em não gostar do tipo de música, nada lhe permite rebaixar o trabalho de outrem, ainda mais não o entendendo.

  23. Se a música é boa ou má não interessa. Jamais se inaginou a RFM a passar kizomba, mas é a lei do mercado, vende, passa-se. Se as rádios são pagas e muito bem pagas para passar, não interessa, aquele é o dinheiro que as sustentam.

  24. As rádios passam porque o capital angolano é o que rege o negócio. Parece-me bastante simples de entender. Eles têem dinheiro e querem mostrar o seu lugar actual de destaque social em todas as esferas.

  25. Na minha opinião não há quase nada tão bom como a do Anselmo: “O teu ciúme no teu ouvido pôs algodão”. Dá que pensar… (e como seria de esperar, todos os “versos” dessa “estrofe” vêem a acabar em ão).

  26. Ora, concordo com a irritação sentida pela constante repetição da “kizombada” nas rádios. Por mais que se goste de uma música, ouvi-la a cada 20 minutos tira qualquer um do sério.
    Mas vamos à parte em que não concordo e deveríamos pensar duas vezes antes de dizer baboseiras:
    1. Quem é que impôs o quê? Creio que estás a falar na subliminar imposição política e dos players de mercado quanto ao repentino amor por África (Angola!), que se sente nos últimos anos (de crise portuguesa/europeia).
    2. Estas “canções da treta” têm público, caso contrário não estariam a dar-lhes tanto tempo de antena. Anyway, são gostos. Ouve quem gosta.
    3. Antes de corrigir o que quer que seja, dá jeito ter a certeza do que estamos a falar. Estas “musiquinhas irritantes” são cantadas por angolanos, caboverdianos, moçambicanos… ou por portugueses com origens nestes países/culturas. Calculo que também saibas que o português falado nestes países tem um sotaque diferente do falado em Lisboa, Porto ou Évora. Consequência das línguas nativas de cada um destes países e da adaptação ao português que para ti é o correcto. E ainda, “ka ta da mesmo pa controla” nem sequer é português, é crioulo! Logo, como queres que soe a português se não o é?! Vamos falar de como o português brasileiro também é incorrecto?
    4. Gostava de te ler até hoje. Não porque temos gostos diferentes, mas porque antes de corrigires nem te deste ao trabalho de te certificares que estarias a corrigir correctamente. Podia falar do sotaque ridículo das gentes do norte ou do sul ou das ilhas, mas a diferença entrenós os dois é que não os acho ridículos. Jeitos diferentes de falar a mesma língua que nos distinguem dos demais e nos caracterizam e que só enriquem a cultura nacional.

  27. Tenho uma colega de serviço que me obriga a ouvir Antena 3 o dia inteiro, é um sufoco!! às vezes apetece-me contrariar e meter Spotify (com musica personalizada) em alto e bom som, só que infelizmente não posso fazer isso.

  28. Ora bem “senhor arrumadinho”, a sua pessoa que é um exímio professor de português, notasse perfeitamente por conhecer a forma como as criancinhas de seis anos escrevem, é tudo em ão, inho, ar…e afins, um fonólogo de excelência, o Badoxa exagera na repetição de palavras, não é verdade?… e o seu sotaque é usado propositadamente para tornar as músicas com mais sentido e ritmo…certo?
    A sua pessoa percebe tanto de português que não percebeu que metade da letra está escrita em criolo, e que por isso é impossível classificá-lo com as métricas do português.
    O Badoxa faz letras simples porque o seu público é “simples”, repete as palavras porque qualquer música pop que se prese é repetitiva de maneira a ficar no ouvido, o Badoxa é angolano, a sua música é angolana por isso o seu sotaque não podia ser diferente.
    Gozar com o ridículo é a forma mais fácil de ter piada, menos inteligente e mais preguiçosa, nesse sentido deixe-me dizer-lhe que não é muito diferente do Badoxa.
    Já percebeu que eu sou fã do Badoxa? Sou mesmo.
    Mas deixe-me dizer-lhe que concordo consigo ( não sou daquelas fãs com palas nos olhos) as músicas do Badoxa não fazem sentido nenhum, oiço-as centenas de vezes e continuo sem percebê-las.
    Mas também deixe-me dizer-lhe que custa-me dizer-lhe que concordo consigo porque embora não perceba nada das suas letras sou fã da sua voz, interpretação e sonoridade e, não bastante, acho que ele tem muito talento.
    E por esses motivos eu oiço Badoxa vezes sem conta por causa do seu talento (que não é para escrever canções obviamente). Confesso-lhe que até já pensei em enviar-lhe um email a dizer-lhe para ele pedir a outros autores para escreverem por ele, porque ele tem muito talento e desperdiça-lhe com as suas letras sem sentido.
    Adoro a voz do Badoxa, adoro a sua sonoridade, e espero que ele cresça enquanto artista e apresente trabalhos melhores e mais completos, afinal até o Justin Timberlake teve uma faze má, não é verdade?

  29. Ahh como eu partilho deste teu enjoo! São músicas sem piadinha nenhuma e não se percebe nada do que dizem. Experimenta a Rádio Comercial, penso que nunca por lá ouvi nem Jajão nem Controlá (vais-te enjoar com outras músicas repetidas n vezes, mas ao menos sempre se percebe o que dizem).

  30. “São tantos, cada vez mais e parece que se reproduzem a uma velocidade incontrolável.”

    Obrigado por teres adicionado o excerto que eu te enviei.

    -Mário
    —————-

    Nao leves a mal a piada xD

  31. Ouve a Comercial que não passa lá nada dessas badoxices!
    RFM é a estação do horror, música sim, música sim lá passa o Jajao e os amigos ?

  32. Porquêêêêê??? Eu estava tão bem na ignorância… Também acho um enjoo! Não percebo o fenómeno e muitas vezes acho até que as rádios passam a música não por ser moda, mas por tantas vezes passarem é é que se tornaram conhecidas e as pessoas aderiram. Estes gajos para mim não são estrelas, ponto final. O Anselmo ainda escapa, vá – não ouço, achei piada à “não me toca”, mas depois, lá está, foi repetida até à exaustão.
    Agora ouço TSF, Vodafone, M80 e antena 3, ficando as mixórdias da comercial para ouvir em podcast.
    Mas pronto, não conhecia aqui o Badoxa e preferia ter continuado assim. A minha segunda-feira não está a começar bem 😀

  33. Ahahah genial! Foi interessante ficar a conhecer esta letra em detalhe. Eu não suporto essas músicas, até em ambiente de festa já chateiam, estão em toda a parte! Rádio só oiço mesmo a Vodafone, tudo o resto vai de mal a pior.

  34. Arrumadinho, o que me ri com este teu post! É verdade, o “controlá” já não dá mesmo! Não se aguenta! Acho que é uma moda, como outra qualquer, e como tal, será passageira! Espero… O único que eu ainda gosto é o Anselmo Ralph! De resto, nem tanto! Valha-nos os leitores de cd no carro e outras coisas que tais, e a M80, para ir mudando o registo! Porque isto também acaba por ser um problema das rádios portuguesas que estão sempreeee a dar as mesmas músicas!

  35. Safa-se também a M80 e a Nostalgia. Para já, pois daqui a 20 anos irão passar estes “hits” actuais da nossa rádio.
    E ouvir isto no local de trabalho o dia todo???? é de morrer.
    Agora mais a sério, será que esta quantidade de Badoxas está ligada à quantidade de Angolanos a viver e a visitar o nosso país?

  36. Subscrevo todas as palavrinhas!
    É isto mesmo! E o pior é que quando mostramos que não gostamos temos mil e um olhos de indignação em cima de nós…

  37. Tem toda a razão Ricardo, até gosto das músicas, mas já ando enjoadinha delas! Como podemos comprar um CD se já estamos fartos de ouvir milhentas as mesmas músicas???

  38. hahaha o que eu me ri. Se tivesse feito o mesmo com a musica do Jajão tinha sido muito bom. Agora posso me queixar do mesmo,todos os dias ouço no meu trabalho a RFM e é vira o disco e toca o mesmo. Não sou fã deste tipo de musica.
    Boa semana.

  39. Normalmente a Comercial não passa esse tipo de música. Mas sabe que eu “só” ouço kizomba quando me apetece rir? É porque sai-me cada rima e frase filosófica de lá xD

  40. Não podia estar mais de acordo relativamente à música, de dar voltinhas à tripa, que passa nas rádios portuguesas.
    Posto isto, minha vida está resumida à Oxigénio, e à Smooth para momentos mais Zen.

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