Jack e a Grande Arte

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Terminei há dias “O Quarto de Jack”. Achei o livro fascinante, não só pela forma original como está apresentado, como pela essência do discurso, uma narrativa imposta por uma criança de 5 anos que fala, pensa e sente como uma criança de 5 anos (muitas vezes os autores têm dificuldades em conseguir isto). Eu, pai de um rapaz dessa idade, reconheci as brincadeiras, a forma de ver as coisas, a inocência, as birras, o amor incondicional. A todos os pais, principalmente aos que têm crianças nesta idade, recomendo o livro.

Senti apenas que, talvez, o livro tivesse umas 50 páginas a mais, e há situações que se repetem vezes demais, sem acrescentarem grande coisa à história.

Depois de ler o livro, fui pesquisar coisas sobre a autora, Emma Donoghue, que não conhecia. Tem dois filhos, claro, um deles rapaz, que tinha 4 anos quando ela começou a escrever o livro e 6 quando o terminou. A matéria-prima estava ali mesmo à mão, e quando assim é as coisas são mais simples.

De tudo o que li dela, retive uma ideia: ao ler o livro, ela sentiu-se uma má mãe, vendo tudo o que a Mamã, da história, fez pelo seu Jack. E o que ela fez é, de facto, apaixonante e comovente.

Para quem não conhece a história, o livro mostra a vida de uma mãe e de um filho fechados num quarto. Ela foi raptada sete anos antes, e colocada ali, onde é frequentemente violada pelo raptor. Acabou por engravidar e teve Jack, que nasceu fechado no quarto, e toda a realidade que tem do mundo é a que encontra no quarto. Para ele, só existem 3 animais verdadeiros, a aranha, o rato e a formiga, já que são os únicos que viu. Todos os outros são apenas “animais da televisão”. Tal como os gelados, a relva, o mar, as pessoas – tudo isso são coisas da televisão.

Depois desta lição de amor mãe-filho, comecei a ler o que para muita gente é uma das maiores obras da literatura brasileira, “A Grande Arte”, do Rubem Fonseca. A história passa-se num Rio de Janeiro dos anos 80. Quero ver se quando eu chegar ao Rio do ano 2012, daqui a 21 dias, o livro já estará despachadinho.

9789720071514

1 Comentário

  1. Arrumadinho, como gostou tanto deste livro eu "obriguei-me" a continuar a lê-lo… ainda estou a ler e cada vez gosto mais do livro "O quarto de Jack".
    Obrigado pelo empurrão!

  2. ola boa noite recebi este livro no dia 14 a noite e no dia 16 ja estava fecha-lo pois já o tinha lido
    gostei imenso, confesso que foi o seu blogue que me levou a querer ler este livro. gostei imenso apesar de não estar a espera de ter tanto desenvolvimento após a fuga do quarto

  3. Boa noite

    Não sei se sabe, mas o Rubem Fonseca vai estar na Póvoa de Varzim, entre 23 e 25 de Fevereiro, no Correntes d'Escritas. Apareça.

  4. Eu ando a ler… assim que a modos de o acabar, mas quando chego á cama a vontade já é quase nenhuma e os dias vão passando e o livro nem se mexe.
    Muito sinceramente não acho grande piada ao livro, mas tenho-me esforçado para o acabar de ler.

  5. Vi o seu post sobre o livro "O quarto de Jack" no outro dia, e já encomendei, estou ansiosa para começar a ler. 🙂

    P.S. Já agora, deixo a sugestão de um livro MUITO bom, "Pássaros Feridos" de Collen McCullough.

  6. Olá boa noite!
    Não conheço o livro citado mas pela sintese que dele fizeste, já hoje me apetecia começar a ler, devido aos meus afazeres, dificil será termina-lo, vou pensar…
    Estou fã das tuas leituras e respectivos resumos.

    Depois de um domingo atribulado, não para mim, que apenas sinto uma ligeira tensão muscular nas costas, mas para aqueles que não estão bem, parece-me que sábado, o dia do doente fez "jus" a algumas das m/ amigas,acredito que vão melhorar.

    Acredito que a semana que começa, traga as boas energias a todos os que delas carecem.

    Mtª.s Beij.K:).

  7. Comecei hoje a ler o "quarto de jack" e mesmo sem ter crianças por perto dessa idade, o livro toca-me bastante pela inocência das palavras. Das coisas mais bonitas numa criança 🙂

    Filipa Gouveia

  8. Por mero acaso, na passada 2ª-feira peguei nesse livro (O Quarto de Jack) e pensei: "que seca de livro, deve ser profundamente deprimente". Se tinha dúvida, agora tenho a certeza.

    Mas, enfim, ainda bem que há gosto para tudo.

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