Na escola, nunca fui propriamente o miúdo popular. Não era particularmente giro, não era particularmente preocupado com as coisas que vestia e também não ligava particularmente às miúdas. Até aos meus 15 anos, a prioridade da minha vida foi sempre só uma: o desporto. Ia para a escola de fato de treino, passava os intervalos a jogar à bola, chegava às aulas todo suado, enfim, como se percebe pelo cenário não era bem aquilo que as miúdas gostavam nos rapazes.
Mais ou menos nessa altura, passava na televisão a série “A Bela e o Monstro”, com a Linda Hamilton e o Ron Perlman, e tal como hoje já naquela época eu era um papa-séries, por isso não perdia um episódio. O Monstro viva num esgoto, era feio como tudo, e no entanto tinha a gostosona da Linda Hamilton toda apaixonada por ele. E a verdade é que aquilo não só me dava uma enorme esperança em poder vir a ter uma namorada gira, como também me ligou de forma muito intensa à história de “A Bela e o Monstro”.

Há dias, no cinema, estava eu com os dois putos, quando vi a apresentação da adaptação do filme de animação de “A Bela e o Monstro”, com a fofinha da Ema Watson, que estreia em Portugal no dia 16 de março. Os miúdos ficaram fascinados com aquilo (adoram tudo o que meta monstros) e começaram logo com o “pai, quando é que vamos ver este?”, mas eu acho que fiquei ainda mais interessados do que eles, sobretudo porque ver o trailer me fez lembrar a minha relação com aquela história, os meus tempos de criança, de adolescente parvinho e inocente, e bateu uma certa nostalgia.
Para quem não conhece, a história deste filme é idêntica à da animação da Disney de 1991. Basicamente, um Príncipe (Dan Stevens) muito rico que vive num castelo, e que tem tudo aquilo que quer, trata toda a gente com desprezo e arrogância, sem o mínimo de simpatia ou bondade. Um dia, uma velha pobre bate-lhe à porta do Castelo a pedir ajuda, e ele trata-a mal e corre com ela. Teve azar. É que a senhora afinal era uma bela feiticeira que, irritada com a atitude dele lhe lança um feitiço: transforma-o num Monstro e a todos os funcionários do castelo em objetos (uma chávena, um piano, um candelabro, um bule, um espanador). A feiticeira deixa-lhe uma rosa: se ele não aprender a amar, e não for amado, até que a última pétala caia, ele ficará para sempre um Monstro. E quem é que vai aparecer depois na história? Pois, ela mesmo. Mas antes o pai. Então, o senhor Maurice (Kevin Klein), um artista bonzinho e solitário, perde-se na floresta enquanto foge de uns lobos. Acaba por se refugiar no castelo do Monstro, que faz dele prisioneiro. A filha de Maurice, Bela (Ema Watson) vai lá para o salvar, mas o melhor que consegue é uma troca: o pai é libertado e ela passa a prisioneira do Monstro. O resto já conseguem adivinhar.
O filme estreia esta quinta-feira, 16 de março, e eu vou estar lá no primeiro dia com a criançada para o ver, carregado de pipocas, e provavelmente voltarei a dar por mim a recordar os meus tempos de puto em que achava impossível que algum dia pudesse ter uma Bela a olhar para mim. A verdade é que, olhando para trás, não me posso queixar. Agora é olhar para a frente e continuar a acreditar no mesmo.
*Post escrito em parceria com a Disney
Para “que nenhuma bela olhava”? É para “QUEM nenhuma bela olhava”
0 comentários??!!
Só pode ser porque recebeu demasiados convites para serem a sua próxima Bela! 😉
Mas, isso à parte, o texto-confissão-desabafo-desejo está qualquer coisa…
Não me digas que agora andas a arrastar a asa à Belinha?
Ainda não vi o filme, mas vi a série dos anos 80 e a banda desenhada da Disney. Estas histórias em que existe sempre algo a aprender são intemporais e apesar da adaptação a informação continua lá. No entanto o mundo onde apenas os/as bonitos(as) existissem seria monótono. A diversidade e a fealdade também significa diversidade que quebra a monotonia.
Eu já fui o Monstro para que nenhuma Bela olhava … acho que queria escrever Eu já fui o Monstro para quem nenhuma Bela olhava, certo ? 😉
Olá Ricardo,
Gosto muito de vir aqui ao seu cantinho 🙂 gosto mesmo muito da forma como escreve. Venho cá todos os dias… tenho pena que esteja um pouco ausente do blog, praticamente escreve um post de 15 em 15 dias (não me leve a mal por favor) 🙂 eu percebo que possa ter muitos compromissos e que nem sempre seja possivel vir aqui com a regularidade de outros tempos, mas vá lá, acho que não é pedir muito, pelo menos 2/3 posts por semana 🙂
Beijinhos,
Liliana Nogueira
Agora é olhar para a frente…
Só um reparo, Emma Watson =)
Ricardo, já me cruzei consigo várias vezes na cidade de Lisboa (portanto, já o vi ao vivo e a cores), e deixe-me que lhe diga, acho que não terá nada com que se preocupar! 🙂 Também quero ir ver o filme, acho que é bom termos de voltar a ser um pouco crianças de vez em quando e relembrar os nossos tempos de infância. Sou um pouco mais nova que o Ricardo e também me recordo desta série. Pessoalmente adoro a Linda Hamilton (quem não gosta do Exterminador 2??), por isso vai ser um gosto ver o filme e lembrar a série ao mesmo tempo.
Tenho a certeza que existe uma Bela à procura de um Monstro arrumadinho! 😀
Até custa a acreditar…mas a ser verdade, passou de monstro a um belo príncipe ?
Parabéns pela forma como escreve.