Não há dia em que não passe de carro pelo Amoreiras e não ouça o Mateus: “Pai, vamos à FNAC comprar os bonecos da Patrulha”. Ele até já nem é o maior fã do mundo da Patrulha Pata, mas nunca mais se esqueceu daqueles 10 minutos que passou na FNAC, na altura do Natal, absolutamente vidrado em toda a bonecada que a loja tinha dos cãezinhos. Hoje aconteceu o mesmo, assim que ouviu na Rádio Comercial que o Programa da Manhã estava a ser gravado no Amoreiras. “Papá, vamos lá?”. “Não, Mateus. O Amoreiras ainda não abriu, e ainda ontem à noite estivemos lá a jantar”.
Na verdade, eu acho que isso de pedir a bonecada é só um pretexto para ir ao Amoreiras — nunca vi um puto que gostasse tanto de ir a um shopping. Aquilo é sempre uma aventura, e o drama maior é conseguir controlar a fera, que desata a correr para todo o lado e a querer ir a todas as lojas e espaços que adora (acho que nisso sai à mãe). A sorte dele é que eu também gosto do Amoreiras, e passo lá a vida, até porque fica mesmo perto de casa, e tem praticamente tudo o que me faz falta na vida.
Normalmente, a rotina é sempre a mesma: carro no parque, saímos no piso 1 e lá vai ele disparado a tentar perceber por que porta é que está a entrar. Quando saímos naquela mais perto do supermercado, vai logo para a zona infantil, descer no escorrega e brincar com os putos todos. Só o arranco de lá depois de lhe prometer que o deixo sentar-se no helicóptero elétrico (muitas vezes tenho de dar a desculpa de que não tenho moedas, senão deixo lá o salário). Quando saímos na porta mais perto da escadaria central, vai logo a correr em direção à Dreamy World, agarrar-se aos bonecos da Disney, e a pedinchar para lhe comprar tudo o que apanha, mesmo coisas de que não gosta particularmente. Agora anda na fase do Hulk (ou Luke, como ele diz), embora depois se queixe de que tem medo dele. Putos. Quando entramos pela porta que fica no lado de fora do shopping, corre para a FNAC. Não tenho grandes hipóteses.
Mas não me queixo da sorte. Ter um shopping como o Amoreiras ao pé de casa é a salvação de qualquer homem, sobretudo se tiver filhos. Para contextualizar isto, é preciso dizer que eu sou aquele homem que adora centros comerciais. Eh, pá, crucifiquem-me, mas eu adoro. Está ali quase tudo o que eu gosto (cinema, livros, comida, gadgets, cenas de desporto), por isso não sei de que é que me posso queixar. E de entre todos, aquele onde mais vezes vou é, sem dúvida, o Amoreiras.

É lá que faço as compras do dia a dia, no Pão de Açúcar, é lá que perco horas na FNAC, é lá que tento perceber todas as novidades literárias na Bertrand (a minha loja do coração), é lá que vou ao cinema, é lá, na Sport Zone, que compro as minhas cenas das corridas e dos treinos, é lá, na Lúcia Piloto, que corto o cabelo, é lá que janto pelo menos duas ou três vezes por semana (agora estou viciado no Poké Bowls, mas onde me apanham mais vezes é no Selfish, no SushiCafé ou no Bala), é lá que passo horas a escolher vinhos e petiscos na loja Gourmet do Pão de Açúcar. Quem me conhece pode estar a pensar: ah, mas tu adoras correr, e ali não podes correr. Ah! Ah! Ah! Não posso? Pois que posso. Tanto posso que ainda há uns meses participei numa corrida desde o piso zero até ao novo miradouro 360 graus, um dos rooftops mais incríveis da cidade, e talvez o sítio com uma vista mais impressionante de Lisboa.

Há dias, numa discussão no escritório, debatia-se o melhor bairro para se viver em Lisboa. Telheiras! Alvalade! Benfica! Carnide! Ouvi de tudo. Gente, claro, que nunca viveu no eixo Campo de Ourique-Campolide, e não sabe o que é ter o Amoreiras à porta de casa. Tau!
Texto escrito em parceira com o Amoreiras Shopping Center.
Então sonso? já nem dá pra escrever no blog? Tá sem inspiração, tá? 🙁
Lisboa divide-se entre aqueles que dizem “ir às Amoreiras” e “ir ao Amoreiras”…
Quem cresceu com AS Amoreiras ao pé sabe do que falo… (Largo do rato) 😉
O único problema do Amoreiras é ter sido projetado pelo Taveira..!