Ontem foi noite para rever o “Before Sunrise” e o “Before Sunset”. Eu continuo a gostar mais do primeiro, ela prefere o segundo. Esta manhã fomos juntos ver o “Before Midnight”, que estreará na próxima semana em Portugal. É um filme no mesmo registo dos anteriores, mas bastante mais desequilibrado. Aviso já que não vou contar muito da história para não me armar em spoiler.
E o que é que não está tão bom neste filme? O excesso de personagens. Quem viu os dois primeiros, quem acompanhou a história de amor de James e Céline, que os viu a conhecerem-se num comboio, a viverem um dia mágico em Viena, quem os reencontrou nove anos depois em Paris, quem o ouviu relatar o dia em que esperou por ela e ela não apareceu, quem a viu cantar para ele e dizer-lhe que ele iria perder o avião de regresso a casa, quem viu tudo isto, como eu, queria ver mais da vida daqueles dois. E este filme dá-me isso, mas em dose insuficiente. O problema nem é dar-me pouco da vida deles, é dar-me muito da vida de outras pessoas que não me interessam para nada. Eu não quero saber detalhes sobre os amigos deles, não quero saber se são felizes, tristes, se têm pénis grandes ou pequenos, se o gajo que faz bicicletas é um entendido em literatura contemporânea ou se a velhota viúva já superou o drama. Não foi para isso que fui ao cinema. Fui ali para saber do James e da Céline.
O filme arranca bem, mas depois perde-se numa conversa que é demasiado curta para me fazer gostar dos personagens e demasiado longa para estar num filme destes (quando virem saberão do que estou a falar – do diálogo ao almoço). As personagens, para lá de muitas, são demasiado complexas, intelectuais, todas têm grandes teorias complexas sobre a vida e os relacionamentos, o que lhes retira alguma credibilidade.
Mas o final, as duas últimas cenas, longas, intensas, dramáticas, divertidas, comoventes, tristes, felizes, dão-nos uma sensação de conforto, de regresso a casa, diálogos violentos e verdadeiros, demasiado reais, bem interpretados, com doses dramáticas na medida certa, e isso acaba por salvar o filme.
Para quem viu os dois primeiros, é óbvio que é obrigatório ver este terceiro.
James?! Jesse!
Hoje "encontrei" esta noticia na Slate, talvez já tenha visto.
Bárbara
http://www.slate.com/blogs/browbeat/2013/0 5/30/before_sunrise_inspiration_before_m idnight_is_dedicated_to_amy_lehrhaupt.ht ml
Esta estória devia ter terminado no primeiro. Era deixar à consideração. O segundo escapa porque é Paris. De resto, devia ter terminado ali, logo em Viena.
Estes são dois dos filmes que fazem parte dos "Filmes da minha vida"! O primeiro porque me prendeu em cada segundo, adoro os diálogos e a forma jovial como eles se vão apaixonando e ajudou muito a aproximação da minha idade/pensamentos com a dos personagens. Foi o motivo que me fez querer conhecer a cidade de Viena. Embora tenha gostado mais do primeiro, o segundo não me decepcionou. Só a ideia de voltar a reencontrar estes dois e logo em Paris foi brilhante. Concordo com um dos comentários anteriores: o final com a música da Nina Simone, a frase da Celine e aqueles olhares e sorrisos entre os dois, são dos melhores de sempre! Estou muito curiosa com o terceiro. Sinceramente acho que não me importava de os continuar a acompanhar, de 10 em 10 anos, numa qualquer cidade europeia.
desejosa…
vi os dois primeiros e prefiro o Before Sunrise de longe. o nome do personagem não é Jesse??
Adorei os anteriores e tenho muito medo de me desiludir com este 3º. Vou ver de certeza, mas com o pé muito atrás 🙂
Preferi bem mais o primeiro, tenho de admitir. Mas o final daquele segundo, ao ritmo de Nina Simone, é dos meus finais favoritos de sempre. Quero muito ver este terceiro. Caramba, gosto mesmo do aspecto tão real deles, nessa foto!
Quero ver!
Coisasquetaiseafins.blogspot.pt
Apesar de gostar dos dois, também acho o primeiro francamente melhor!!
http://thatsthe-way.blogspot.pt/