A Sónia Morais Santos, do blogue Cocó na Fralda, resolveu responder ao meu post com um texto que considero ser a palmadinha nas costas da praxe nestes momentos em que a solidariedade é quase uma obrigação, e quem não o manifestar é um pulha. São visões diferentes para uma mesma questão. Há, no entanto, duas coisas que nos diferenciam: eu tento apontar um caminho, mostrar uma alternativa, explicar que é necessário cortar com o modelo do passado que continua instituído em muitas redações deste país e que leva a isto, a despedimentos colectivos, a empresas falidas. Leio atentamente tudo o que a Sónia escreveu e duas questões não me saem da cabeça: 1. Os tempos de viver a contar com o emprego certo, a fazer aquilo que nos mandam, sem se ser proativo, sem se dar o litro todos os dias, sem procurar a superação, esses tempos, acabaram. 2. Nem todos são empreendedores, nem todos sabem ser freelancers, nem todos sabem trabalhar por conta própria – muito bem, totalmente de acordo. E então? Qual é a solução? Baixar os braços e ficar à espera que alguém se lembre de nos telefonar? Ir para as filas de centro de emprego procurar trabalho noutras áreas, onde possamos voltar a ter um emprego certinho, a cumprir ordens, e a levar para casa um salário certo ao fim do mês? É essa a alternativa? Infelizmente, para muita gente sim, será isso que vai acontecer. Mas isso não é uma alternativa, nem uma opção, é uma consequência da nossa atitude perante o trabalho, nuns casos, de má sorte, noutros, e de injustiça, em muitos outros. Mas pronto, levamos com a pancada. E agora? A solução é chorar num canto e dizer que o mundo se uniu para nos tramar? Isso paga as contas? Isso fará de nós melhores profissionais no futuro? Não, não e não.
As pessoas têm naturezas diferentes, claro que sim, parece-me até absurdo escrever isso, mas a nossa natureza não é um modelo fechado, não somos como somos e mais nada. Somos como somos, até termos de aprender a ser diferentes. Nem toda a gente nasce criativa, ou especialista em determinadas áreas, mas toda a gente pode trabalhar para ser mais criativa e especialista noutras áreas. Nem toda a gente sabe ser freelancer, pois, é verdade, mas se a alternativa é ficar de braços cruzados, então, é bom que as pessoas aprendam a ser freelancers.
A grande questão aqui é que os tempos mudaram, são outros, e não ver isso, continuar a olhar para o mercado de trabalho, sobretudo na área da comunicação, como se olhava há 5, 10 ou 15 anos é estar a colocar-se na primeira fila para o próximo despedimento. Já há muito poucos empregos de sonho, em que podemos ficar confortavelmente à espera que um superior nos dê ordens, sem procurarmos ser nós a encontrar a solução, a ter a ideia de abordagem de um assunto. Hoje estive a almoçar com um dos muitos trabalhadores que foram despedidos da Controlinveste e ele confirmou-me aquilo que eu já sabia, mas que nestas alturas ninguém pode dizer ou escrever: muita daquela gente andou anos e anos a cumprir horário, a esconder-se do trabalho, a engonhar dias, meses, anos, a ver se fazia o menos possível. Isto acontecia na Controlinveste como acontece em quase todas as redações deste país – e eu falo com conhecimento, porque já passei por dezenas, e em todas, todas mesmo, havia calões, incompetentes, gente mal formada, péssimos profissionais. Lá está, faz parte da natureza de cada um. Como é óbvio, quando vão 160 pessoas para a rua, é inevitável, como escrevi anteriormente, que não saiam também pessoas competentes, íntegras, sérias, esforçadas, trabalhadoras. Seguramente saíram muitas e essas, mais do que ninguém, devem sentir-se injustiçadas e revoltadas, por terem dado muito a uma empresa e terem recebido de volta um chuto no rabo. Mas eu recuso-me a olhar para “os trabalhadores” como um todo – é por isso que não sou comunista. Cada pessoa é uma pessoa, cada caso é um caso, e haverá seguramente casos de injustiças mas outros bastante justos. Este amigo com quem almocei contou-me alguns casos. Disse-me, por exemplo, que, nos últimos três anos, uma jornalista que trabalhava com ele deu-lhe uma ideia para reportagem. Uma. Em três anos de trabalho. Nem toda a gente é criativa, nem toda a gente é empreendedora, nem toda a gente tem capacidades acima da média, mas a verdade é que depois quando chega a altura de cortar cabeças são essas que aparecem na primeira linha, nos topos das listas de despedimento.
Eu sei que é muito feio, num dia triste como o de hoje, dizer estas coisas, mas quem me lê sabe que sou totalmente contrário à visão do coitadinho, da total desresponsabilização do trabalhador e da pessoa e culpabilização dos chefes, dos patrões, da sociedade, do mundo. As pessoas, por muito pouco empreendedoras que sejam, por muito pouco criativas que sejam, têm de entender que o mercado de trabalho é uma selva e se entramos nessa selva sem armas, sem preparação, sem atitude, sem espírito de luta somos comidos vivos nos primeiros minutos. Não temos armas, não sabemos lutar, não somos pessoas com atitude, pronto, então temos duas opções: ou escolhemos outra área menos selvática ou vamo-nos preparar para a guerra, aprendendo coisas novas, tornando-nos pessoas mais fortes.
Estou totalmente solidário com todos os funcionários da Controlinveste que foram despedidos, mas jamais diria a um amigo meu nessa situação que a solução é ir para o centro de emprego ou ficar à espera que o telefone toque. Isso era noutros tempos. Hoje, quem não lutar, quem não se reinventar – cá está o porquê da palavra “reinvenção”, porque eu sei que as pessoas não são todas iguais, criativas ou empreendedoras – precisa de muito mais sorte para sobreviver na tal selva. Os outros, os que procuram sair da zona de conforto e entendem que têm de fazer pela vida mudando algo nos seus comportamentos, investindo em formações noutras áreas, ganhando dimensão enquanto pessoa, esses verão a sorte chegar mais depressa.
Infelizmente é verdade. Estou a fazer uma licenciatura em Jornalismo e colaboro com jornais. Certo é que o trabalho ao não ser pago leva a que não lhe dêem importância, colaborem com empenho e perseverança. Oiço diariamente pessoas a dizerem-me “é só voluntariado” ou “o patrão manda e tu fazes não tens de ser tu a sugerir artigos”. Quando a realidade é o contrário. A iniciativa é bastante valorizada.
claudiapereira96.blogspot.pt
Muito bem, é de mais pessoas frontais e com uma visão realista do mundo que este país precisa. Chega aquela visão do passado-falsa- quue o trabalhador, por muito inútil que seja, tem sempre razão, e que os patrões são todos uns mauzões que só despedem por sadismo e não por não trem mais condições de manter os postos de trabalho. Parabéns Ricardo.
Concordo com a Catarina! Quando vai a um restaurante e algo não está do seu agrado não lhe chapam com um “Não gostou? Não volte”. Apesar de não pagarmos nada para aqui vir o facto é que as marcas lhe pagam. Até parece que não precisa de leitores, se não precisar diga já, pode ser que as marcas fiquem ainda mais interessadas!! #FUJEQUEELEÉDOUDO
Lendo os comentários, noto que há muitas mulheres com falta de “sexo”.
Saiam à noite, bebam álcool, riam, relaxem e levem um homem para casa e dêem uma valente “queca”, que isso passa…
Caro,
Tal como o senhor, também eu vou dizer o que penso porque sempre fui assim.
Confesso que venho espreitar alguns artigos seus, nomeadamente aqueles que me atraem mais: o Benfica e as viagens.
O seu texto é uma espécie de manifesto “yuppie” actual. Só assim se pode explicar como transforma um despedimento colectivo numa lição profissional e num “Manual do Desemprego”. Sim, foi despedimento colectivo que falei, logo, assume-se que nada tem a haver com falta de proactividade , de superação e de reinvenção como sumptuosamente exalta. Ou seja, foram dispensados os mais velhos apenas por uma questão de redução de custos e nos quadros do pessoal. Não tem nada a haver em dar o litro todos os dias, porque infelizmente os jornalistas são números. É isso que importa, não o seu exercício exibicionista.
O que me espanta é a sua dissertação acintosa sobra a classe, à qual, acho que pertence, quase dando a parecer que eles estavam mesmo a merecê-las! Num acto de comiseração, diz que a solução “não é ir para o centro de emprego ou ficar à espera que o telefone toque”, como se descobrisse a pólvora ou ninguém se tivesse lembrado disso. Ninguém o obriga a ser solidário, mas um dia poderá ser a sua vez.
Uma última palavra para aqueles que vêm aqui rejubilar com o seu texto: provavelmente quem nunca trabalhou, meninos e meninas da mamã, “tios” de Cascais que vêm deixar links para os seus entediantes blogues.
Touché
Se ler com atenção, verifica que o que digo é que se um trabalhador vive “encostado” certamente não será ele o único responsável. Qdo estamos numa organização e se chega ao ponto dos colegas verificarem que não trabalhamos, algo vai mal… e o não será unicamente o trabalhador a ter a responsabilidade por essa falha.
Vivo num mundo real, onde infelizmente já “contratei” e “despedi” muita gente e cada vez acredito mais, que as organizações devem procurar promover e desenvolver as suas pessoas e não simplesmente substitui-las. Porque no fim, lamento dizer, as pessoas são mais iguais do que nós gostamos de acreditar 🙁
Diana, o único problema é que para se decidir ser freelancer tem que haver almofada financeira para arrancar… o que se calhar não é o caso da maioria destes trabalhadores.
Atenção que eu até concordo com a opinião do Ricardo, como habitualmente.
Mas o timing talvez não tenha sido muito sensível e cai, de facto, numa certa sobranceria, tal como o seu.
Concordo e compreendo bem o que diz Alice.
Se fossemos todos empreendedores, quem é que trabalharia nas nossas empresas?
Felizmente não temos todos as mesmas ambições, valores e objectivos de vida e, inevitavelmente, não temos todos as mesmas capacidades e qualidades…
Ricardo,
Os seus últimos 3 textos pecam por um único defeito. O achar que o que se passou consigo é solução-bitola para o problema de todos. Esteve durante este tempo todo num lado da trincheira e saiu ileso. Tem certamente o mérito e alguma autoridade para o referir; mas ao afunilar como afunilou a sua argumentação, perdeu o nexo que os seus argumentos poderiam ter tido para sustentar a sua posição.
Acredito que possa suceder seguindo à risca o que proclamou nos seus dois últimos e longos texto, mas parafraseando a Heidi numa analogia à fashion “one day you’re in, the next day you’re out”, também acredito que tudo pode mudar drasticamente, e por muito bons que sejamos, podemos ficar agarrados ao tapete.
Quanto à arrogância, citada aqui por muitos, é arma de arremesso sua uma barreira de defesa. O que explica muito do seu texto.
Nem mais! E eu sou gaja! Mas concordei com tudo o que o Ricardo escreveu e com este comentário.
Nós somos os eternos coitadinhos. Já chega.
Uma pessoa fica uns dias sem cá vir e quando vem… Bom, apenas li os comentários da primeira página e queria apenas dizer-te uma coisa: as pessoas – neste caso leitores, mas creio ser uma regra geral – apenas constatam as viagens que tu e a tua mulher fazem, os produtos que vocês recebem, os textos patrocinados, etc. Mas na verdade, ninguém (ou poucos) valoriza o trabalho que vos deu chegar onde chegaram e o trabalho que dá manterem-se nesse ritmo. Nessa lógica, creio que tanto tu como a tua mulher são o exemplo perfeito para o que escreveste neste texto: mesmo perante uma situação profissional ‘confortável’, não deixaram de procurar mais e melhor. Agora, aproveita o Brasil, inspira-te e continua o bom trabalho!
sinceramente o que acho que custa a estas pessoas é ouvir a verdade e não sabem lidar com o sucesso dos outros. em vez de o tomarem como exemplo para mudarem a sua vida não, preferem achar que os outros se estão pavonear por terem isto ou aquilo. é aqui que se vê porque é que o nosso país não vai para a frente, as pessoas preferem o comodismo, preferem criticar do que fazer alguma coisa por elas.
e sinceramente faz bastante falta na nossa sociedade mais frontalidade.
enfim, por alguma razão não vejo o meu futuro neste país, e não não é por causa da crise.
Claro que é mais fácil! É o ideal para muitos empregadores! Pagar um um serviço à peça, sem as amarras de um contrato de trabalho.
Caríssimo:
Se o sucesso for medido pela bitola das frivolidades que aqui são escritas, então estamos conversados acerca do conceito de sucesso.
Cordialmente
André Messias
Não há dúvida. Os fundamentalistas da aceitação da lei da selva, da falta de alternativas, são os novos comunistas…
Sou leitora assídua e nunca comentei, mas este post não posso realmente deixar de comentar.
É sempre muito fácil comentar acerca da vida dos outros, como é fácil mudar, seguir outro caminho, ir à luta, etc. Muito fácil. Mas a vida dos outros não é a nossa e não somos nós que de repente ficámos sem o dinheiro com o qual contávamos para pagar as contas que infelizmente não deixam de existir! Até há um provérbio que diz : “Com o mal dos outros posso eu bem!” Claro que sim, não é a nossa pele, opinar é muito fácil.
Eu até entendo o que quer dizer, porque realmente se chegámos à situação que chegámos é porque em parte há muita falta de vontade de mudar neste país e muito comodismo. Conheço pessoas que ficaram sem emprego e desde então não fizeram nada para mudar a situação, simplesmente limitaram-se a viver as suas vidinhas enquanto o subsídio de desemprego durou. Nem uma formação para se valorizarem, nem a aposta num novo rumo, nadinha. Agora que o subsídio de desemprego terminou : “Ah, porque a culpa é do Governo, que colocou o país no estado em que está e blábláblá… ” Pois, a culpa é de todo o mundo, menos de quem não fez nada por si próprio enquanto podia.
Agora o que eu acho é que não podemos generalizar a situação tal como o Ricardo faz. E chega a comparar com o caso americano em que os jornalistas-bloggers são chamados. O mercado português não tem nem de longe, nem de perto a “saída” do mercado americano. E além disso, o que seria deste país se todos fossem empreendedores?
Já por várias vezes nalguns posts noto que mostra a sua vaidade por estar na situação que está, trabalho com sucesso. Fico muito feliz por si acredite, mas é uma coisa que não lhe fica nada bem.
A humildade ficar-lhe-ia muito melhor.
Afirmar que no dia em que saiu de uma redacção recebeu 3 telefonemas, só demonstra o seu ego altíssimo e que não tem nem um pingo de sensibilidade para com os seus colegas jornalistas.
Boa tarde,
Sou a Ana e tenho 18 anos, e apercebi-me à algum tempo que queria ser jornalista, devido ao facto de acreditar que há muita gente na área que não se esforça verdadeiramente para que as notícias importantes, reveladoras e, sobretudo, mediáticas cheguem às pessoas sob uma pessoa íntegra e honesta.
Sinceramente, não me importa se serei freelancer ou não, emigrada ou nem por isso, escrever em inglês ou espanhol, desde que ”adicione” algo de bom ao mundo e que mantenha sempre os meus valores, o meu trabalho e dedicação em tudo que farei enquanto profissional da área.
Como é óbvio, sei que o país está numa situação difícil, mas também sei que o mal não dura para sempre. Se possível, é óbvio que tentarei fazer outras formações para me ajudar tanto na profissão como em pessoa. É raro os casos em que tive algo de ‘ mão-beijada ” – sempre fui habituada a lutar, a não desistir de nada e a trabalhar para que surjam os frutos – e por isso, espero que isso seja uma mais-valia.
Por fim, quero apenas dizer que leio o seu blog e o da sua esposa à imenso tempo – apesar de não me lembrar de ter deixado algum comentário em ambos -, mas fizeram-me mudar de opinião e a pensar sobre diversos assuntos. Devido a isto, torço para que, um dia, me encontre com um de vocês – porque com os dois seria demasiado bom – a nível profissional.
Está a gozar, não está???
Não existem pessoas que trabalham encostadas… Preguiçosas??? Mas em que mundo é que vive???
É bom saber que há mais gente no mundo a pensar como eu. E ao seu texto, Ricardo, não mudava uma vírgula. E digo mais, indo ao encontro do que já foi escrito nesta caixa de comentários, faz falta mais gente com esta visão. Mais gente que não tenha ficado parada no tempo em que todos tínhamos trabalho, só porque sim. Honestamente, não me parece que ter trabalho seja um direito. Mas lá está, é com certeza a minha falta de sensibilidade e arrogância a falarem mais alto.
Quanto à Sónia Morais Santos, confesso que até tinha algum apreço por ela e pelo quão trabalhadora aparenta(va) ser. Mas a visão socialista, carregada de direitos e com poucas obrigações que tem manifestado nos últimos tempos (ou isso ou sou eu que ando mais atenta) têm alterado a imagem que tinha dela.
Eu tenho uma teoria que me tem ajudado a crescer e a tirar as palas dos meus olhos: quando muita gente diz o mesmo sobre mim, talvez tenham razão. Talvez seja melhor eu pensar sobre o que transmito. Das duas um, ou sou o que digo, ou tenho problemas em expressar o que sou.
Pense nisso.
Bem, depois de ler tantos comentários negativos, fiquei com vontade de dar a minha opinião.
Gosto imenso do seu blog Ricardo precisamente pela forma como escreve e por este seu lado anti paninhos quentes que partilho. É a imagem de marca do nosso povo vitimizar-se e ai de alguém que venha dizer “se calhar perdeste o teu emprego porque não fazias um bom trabalho”. Obviamente que na conjunctura actual, muitos bons trabalhadores sofrem a injustiça de perder o seu emprego mas não são todos e, creio, não são sequer a maioria.
Só a título de exemplo cada vez que tenho de ser atendida por um funcionário público, quer seja em centros de saúde, segurança social, finanças etc só penso como a grande maioria se perdesse o emprego era completamente justificável porque realmente estão ali só mesmo para ganhar o seu a fazer o menos possível e ainda trataram mal as pessoas para quem trabalham: o povo!
Tudo isto para lhe pedir que não fique “soft” com esta onda de comentários negativos porque tem muitas pessoas (eu por exemplo) que cá vêm todos os dias procurar um post novo precisamente pela sua forma de ver e escrever sobre os mais diversos assuntos.
A única coisa que aqui li e concordo a 100%, e é uma critica que também faço à sua mulher, é o facto de sistematicamente só responderem a comentários negativos, ignorando por completo as pessoas que mais deviam valorizar: quem vos segue, elogia, faz perguntas e criticas constructivas. Reflictam ambos acerca disto porque nesta atitude sim denotam uma certa ingratidão.
Cumprimentos.
Tato?! ” reinventa te mas é o… Canario” ?!
Parece que o espírito comunista pós 25 de abril continua bastante aceso.
Agressivo, mas frontal e, a meu ver, muito verdadeiro. E tem piada pá, principalmente a parte do tacho para os filhos, mas atenção que depois tudo se vai justificar pela capacidade de se reinventarem.
Há sempre opiniões divergentes. E é verdade que dos seus textos não se infere nenhuma crítica aos despedidos. É verdade. Mas também é verdade que os sus textos soam sempre a verdades absolutas, o que resulta num tom – ainda que não intencional – chato… Muito chato!
É um discurso perfeitamente alinhado com o politicamente correcto, do “seremos todos uns empreendedores”, da substituição do “foram despedidos” para o “firam libertados para abraçar novas oportunidades”… Este é um discurso que a mim, pessoalmente, me enerva! Por várias razões. Mas a principal, e julgo que é disso que as pessoas se queixam, é a irritação que fica ao ler um discurso que, acredito, ainda que bem intencionado, cheira a censura, a “se não fossem mandriões…”‘ “Se ao menos fizessem como eu”…
Nem todos podemos ser empresários por conta própria – cadê os funcionários e empregados se todos forem, como sugere, patróes de si mesmo?
E as pessoas reclamarem sobre o que foi escrito, não significa que o estejam a atacar. Significa, apenas, que não concordam.
Penso e sinto o mesmo, não só em relação aos jornalistas mas a todas as profissões… Que bom voltar a ler as tuas opiniões sobre assuntos controversos!
Acho até ridículo pensar-se que o centro de emprego possa ser uma solução. Sou freelancer e nunca estive inscrita no centro de emprego, nunca recebi subsídios e tento reinventar-me constantemente e acho que isso é o futuro! Aliás, é o presente!
E hoje é muito mais fácil ser-se freelancer do que era há 10 anos!
Eu concordo com o que o Ricardo diz. Não é uma questão de ser sensível ou deixar de o ser.
Eu estive desempregada durante 1 ano. Fui despedida após 3 anos de contrato numa empresa de trabalho temporário.
Nesses 3 anos, vi muitos colegas que chegavam ao trabalho, completamente sem vontade de o fazer. Nunca esboçavam um sorriso, nunca se esforçaram e depois esperavam que os resultados lhes caíssem do céu. Claro, que no final do mês era uma choradeira. “Ai, eu não tenho sorte nenhuma.” E isto, irritava-me profundamente.
Eu não sou muito empreendedora, nem sou uma pessoa que vive em concordância com o seu lado artístico/criativo, mas na altura do aperto o instinto de sobrevivência tem que ser maior que a nossa resignação. Tem que ser maior que se contentar com o subsídio de desemprego, porque esse não dura para sempre.
Há que pôr mãos à obra. Eu descobri que afinal tinha algum talento com trabalhos manuais e ganhei algum dinheiro assim. Não é preciso ser a pessoa mais empreendedora do mundo. O que é preciso é REAGIR!
Talvez por ser mais velha, já desisti, desisto de lutar pelas pessoas do meu país, embora discorde de algumas ideias que já vi expostas neste blog acho que tem toda a razão e mais uma vez afirmo enquanto as pessoas do meu país não entenderem que todos temos que trabalhar para desenvolver a nossa sociedade que não basta instruir que também temos que educar e mudar mentalidades não vale a pena.
A si Ricardo só tenho uma coisa a dizer continue que vale a pena nem que seja só para alguém ao ler pense e diga espera aí que o tipo até tem alguma razão.
Maria do Rosário
Pergunta inocente do dia: os comentadores são capazes de analisar o conteúdo do post(concordando ou não…) sem fazer juízos de valor?
Obrigada
Os factos que apresenta são sempre os falaciosos.
Curiosamente havia lido o post da Sónia, mas não sabia que seria uma resposta ao seu anterior post , descobri depois com os comentários e agora ao ler aqui. Não acho que o post dela seja a palmadinha nas costas, assim como também não acho que tudo o você escreveu esteja errado de acordo com a realidade em que hoje se vive.
No entanto espero que saiba que não existem pessoas que trabalham “encostadas”, calinas ou sequer preguiçosas de origem (ou seja elas quando começam, a trabalhar têm vontade de o fazer), existe sim hoje a ideia que dentro das empresas é cada individuo o responsável único pela sua carreia. E isso é absolutamente falso, a empresa quando contrata devia assumir o desenvolvimento das suas pessoas e se por acaso existem pessoas que passam mais tempo nos corredores que a trabalhar certamente não é somente por culpa única.
Parece que gostamos sempre de continuar a achar que aos outros acontece o que merecem, pelo seu pior desempenho e que nós (que assistimos de bancada) temos a sorte que temos porque trabalhamos muito!!!
Fosse o universo assim tão simples e a palavra sorte e a palavra injustiça deixariam de fazer parte dele!
Aqui a questão não é, como vamos reagir a isto (dos despedimentos)? A questão é, para já, lidar com a tristeza/angustia de ficar sem emprego. É sim, receber um ombro ou uma palmadinha nas costas!
Claro que depois há que agir, mas é a mesma coisa que dizer a alguém que acabou de receber uma má noticia ou apanhar um grande desgosto, “vá bola para a frente, a vida continua”. Claro que sim, mas primeiro há que fazer o luto, os primeiros dias são difíceis, ninguém precisa de ninguém armado ao pingarelho a dizer como é que se vive!
Eu também acho que és um ganda chato!!!!
Haja paciência!
É só o que consigo pensar quando leio alguns comentários.
A verdade é que o post da Sónia Morais Santos foi uma resposta ao teu, ao ler percebi imediatamente que o recado era para ti, mas acho que não havia grande necessidade de responderes, pois quem te segue e tem dois dedos de testa percebeu muito bem o que escreveste no primeiro post.
É óbvio que nem toda a gente tem estofo para ser freelancer, mas parece-me que também anda aí muita gente com medo da concorrência, contam-se pelos dedos os blogues que têm textos bem escritos, inclusive alguns dos melhores nem se quer são de jornalistas.
É verdade que nem todos estamos talhados ao sucesso por mais que sejamos empreendedores, trabalhadores e criativos, tal como referiste no primeiro post, existe sempre o fator sorte.
Não vi o teu post como desmoralizante mas sim como um incentivo à luta, aliás mostraste um caminho, uma opção pode não ser para todos mas está lá. Deixo outra que se juntem uns quantos e façam um jornal online, com conteúdos relevantes, com textos em condições e notícias que realmente sejam importantes, com o tempo conseguiram rendimentos através da publicidade e quem sabe assinaturas, a Internet é um mundo de possibilidades.
Os que não têm estofo para isso que procurem outras opções, todos os miúdos querem ser jogadores de futebol, quantos é que chegam a ser? Baixar os braços e ficar a lamentar a má sorte, isso é que não leva ninguém a lado nenhum.
Fico triste por eles, fico, como ficaria por outro qualquer desemprego coletivo, esta classe tem mais ferramentas e competências para vencer do que qualquer outra, o que dizer dos muitos operadores fabris que são despedidos em massa…
A única critica que te deixo é ao facto de as vezes escreveres sobre estes temas como se fosse fácil conseguir vencer, não é, existem demasiadas condicionantes e muitos obstáculos, até na nossa legislação, mas a persistência é a arma secreta dos empreendedores.
Caro Ricardo, já aqui muito se escreveu acerca do teor do seu post.
É de facto um assunto que gera opiniões muito diversificadas tendo em conta que cada um se exprime com base nas suas vivências pessoais ou que lhes estejam próximas. O Desemprego é um flagelo. Ninguém é olhado, respeitado e procurado da mesma forma quando se está desempregado. Falo obviamente por experiência própria. Sou mais um caso dos muitos que tiveram que procurar a sua sorte no estrangeiro e a sensação ( ao contrário do que se diz com desconhecimento de causa, obviamente) não é maravilhosa. Enfim, mas não foi para relatar a minha história que aqui vim…quem sabe no entanto se um dia o Ricardo resolve recolher algumas histórias dos atuais emigrantes ( à semelhança do que fez para o seu último livro sobre os desamores) e as compila num livro…fica a sugestão.
O que aqui me trouxe foi o facto de me aperceber que o Ricardo mostrou uma grande humildade ao publicar as duras críticas que lhe foram dirigidas, sem qualquer tipo de censura ou omissão. Assim se distingue um verdadeiro jornalista e blogger dos restantes…Cumprimentos de uma portuguesa emigrada em Milão
Ricardo,
Continua assim. Fazem cá falta pessoas assim, como tu. Já cá temos coitadinhos demais e “gente” que se suporta nas desgraças para justificar tudo e mais algum coisa.
És um homem de sorte, é um facto!… E isso meu caro, faz despoletar muita inveja em muita gente.
Tu e a Pipoca sao o máximo!
O Arrumadinho e a sua Pipoca Mais Doce, mais do que competentes a escrever, tiveram muita sorte e uma grande jogada de Marketing! Daí o sucesso dos vossos blogues! Eu percebo o comentário da Bloguer do Coco na Fralda, não sendo dessa área, estou solidária com os trabalhadores dispensados, porque acho que um pouco de solidariedade, humildade e compaixão pelos outros nunca é demais! Obviamente que não é isso que lhes vai dar emprego, mas também não será a sua frieza e objectividade a fazê-lo, certo? Por amor de Deus, nos nao somos nem pretendemos fazer o papel de empregadores! Nós queremos é demonstrar a nossa amizade a essas e tantas outras pessoas! Por outro lado, o Arrumadinho diz nao ser comunista, mas é assim que se comporta ao dizer que toda a gente tem que se reinventar! Nao! Nos temos que fazer aquilo que gostamos, para o que nos formámos e lutar por isso! Nao nos podemos simplesmente deixar convencer e optar pela via mais fácil, rendermos-nos ao que da dinheiro…e agora volto a falar do blogue da Pipoca mais doce: o blogue tem muitos seguidores sim, porque estamos na época do fast food, fast read! Em vez de gastarmos papel ao comprar revistas cor de rosa, lemos em 2 segundos aquele blog: cheio de futilidade, completamente à parte da realidade actual do nosso país, e carregado de publicidade, que julgo contribuir para o vosso ganha pão! Nao é uma crítica, é uma análise!
Eu gostei da frontalidade da Joana. O Ricardo é um escritor chato e aborrecido, sim, na minha opinião. Não há uma vez que, dando uma opinião sobre algum assunto mais polémico, não venha com um “ainda não sei quê”. Fica a moer, a moer, a moer o assunto. E há assuntos mais delicados, em que já se percebeu a sua opinião, mas tem de vir moer, moer, moer de novo. E se uma uma pessoa tem outra opinião, o Ricardo mói, mói. Por aqui acrescento, então, ao chato e aborrecido, moedor (já lhe tinham chamado isto?;)
Uma pessoa achar outra chata, aborrecida, está a insultá-la como? Acho o Ricardo uma pessoa extremamente produtiva, com qualidades. O que é que me faz pensar isto de si? Se deixar uma crítica má é perder a razão e partir para o insulto, deixar uma crítica má será o quê?
Antes que me responda, cito-o: “Não me lembro de um concurso do Malato que tivesse uma boa dinâmica. Ele fala, fala, fala, diz piadas sem graça, e fala, fala, fala (…) Acho o Malato um chato, os concursos do Malato muito aborrecidos.”
Depois se puder, diga-me onde é que teve de assinar para poder chamar “chato” aos outros sem ser ofensivo, que se eu dizê-lo é ofensivo, gostava de tratar disso. Obrigada.
Sobre os despedimentos. É uma espécie de luto que tem de ser feito e os posts do Ricardo são como dizer a um viúvo: parte para a frente, há mais peixe no mar, não vás ficar em casa a chorar.
Cada um tem o seu tempo. A Sónia entendeu isso e foi sobre isso que escreveu, o Ricardo viu-se a si e precisou que todos marchassem ao seu ritmo. É chato, pronto. É chato. Não está errado, não está incorrecto, não está certo, nem é o melhor. É só chatinho.
E pronto, é isto.
Uma crítica construtiva seguida de opinião pessoal.
Sem ataques e mesquinhez.
Posso falar como empreendedora. Lancei-me no mercado com uma empresa que tem novos contornos, tive de bater a portas e mais portas para ver o que realmente conseguia de forma a lançar o projecto. Se é fácil? Não! Se tem frutos? Sim, aos poucos vou colhendo os mesmos! Se tenho medo do futuro, mesmo não correndo o risco de ser despedida visto que eu sou a minha chefe? Tenho e muito! Já que neste país quem arrisca por vezes se a coisa dá para o errado não petisca. Mas tinha amigas minhas desempregadas que me tiravam o chapéu por ter a CORAGEM de avançar com um negócio em tempos de crise. Não é pêra doce.
Ao contrário de si que anda à sombra da bananeira e muito pode agradecer à sua esposa pelo “sucesso” extra-jornal que tem, eu tive de lutar com o meu suor para atingir aquilo que tenho! Você hoje pode estar bem alapado no escritório do seu jornaleco/revista e amanhã levar um chuto no cu. Se calhar não se sentia bem pelo facto de ser despedido e se realmente o mundo do jornalismo é cada vez mais fechado e mesmo com um currículo impecável batesse às portas e elas não se abrissem eu gostava de saber como se sentia no dia a dia!!O que temos hoje não podemos dar por garantido amanhã, mesmo quem vai à luta e é empreendedor! E acho que é esse o seu problema, gosta de cuspir imenso para o ar. E é por isso que raramente o leio porque dá-me urticária a sua abordagem a certas coisas. Por vezes a ideia principal está lá, mas é o modo como utiliza as palavras que o deitam a perder, o tom arrogante que muitas vezes gosta de empregar.
Eu concordo contigo… ninguém tem é lata para o dizer!
Eu trabalho na área da banca e sei que há muitos funcionários a deambular pelo escritório o dia todo, não pensam nos clientes, estão-se a marimbar para a imagem da instituição e só querem é que chegue as 16h30 para se pirarem. Eu sinto vergonha por colegas meus terem este tipo de comportamento no trabalho, sem proactividade, só com exigências e sempre de mal com a vida! Já passei por vários empregos e dificuldades até, mas hoje sei que foi positivo para mim… sou uma pessoa pouco empreendedora, mas a polivalência de trabalho em várias áreas, deu-me mais atitude e mais força. Preferi ter tido este percurso, do que estar a trabalhar na mesma empresa há 10/15 anos, porque hoje tenho mais garra, mais valências e sobretudo uma visão realista!
À sorte de que fala no seu post anterior chamo cartão de simpatizante e amigo de determinado partido ou Lobby. Neste país é empreendedor aquele que desde o berço começa logo a rentalibizar. Haja diversidade de opiniões para uns chamarem sorte àquilo que muitos neste país vêem como jobs for the boys . Quanto à história de uma ideia para uma reportagem em 3 anos, isso é extraordinário! Saberá melhor que eu, se vive nas redacções há já alguns anos… que muitas vezes, muitas ideias, nem sempre resultam em boas reportagens simplesmente porque o alinhamento político das chefias impede os bons trabalhos, as boas reportagens…Não se podem fazer reportagens demasiado ousadas nos tempos que correm…Quanto aos dispensados, alguns bastante talentosos e com provas dadas – é mais fácil contratar meninos bonitos, queques, aristocratas saídos das universidades a ganharem metade do que ganham os quadros dispensados e a cumprirem a agenda politica de quem lhes paga magistralmente. Fica mais barato, é mais fácil conviver com gente distinta, e assim limpasse de vez com a corja comunista que infesta as redacções…
Entendo as duas partes e aceito ambas as opiniões, até porque não passam disso mesmo, e cada um tem a sua e tem esse direito.
A única coisa que não entendo é o porquê de tanto alarido com o despedimento de 160 trabalhadores? Afinal de contas são só mais 160, a juntar aos outros tooooodos!
Para mim, se são jornalistas, professores, engenheiros, calceteiros, ou até trabalhadores em nome individual, a tristeza de se ficar sem trabalho é igual, e o passo a seguir será sempre arregaçar as mangas e arranjar trabalho. Por conta própria ou por conta de outrém, isso é o que menos importa, o que é verdadeiramente importante é não baixar os braços e batalhar sempre.
Mas também esta é tão somente a minha opinião 😉
Ana Serrano
Ricardo,
Digo-lhe antes de mais que concordo em absoluto com o seu post e me revejo nas suas palavras.
Eu sou jornalista de formação e comecei a minha vida profissional como jornalista numa publicação local, sem auferir qualquer rendimento, unicamente porque estava apaixonada pela ideia de poder contribuir para uma melhor informação (e, consequentemente, melhor formação) dos cidadãos da minha terra. Esse sonho – como o dos 160 trabalhadores da Controlinveste e de muitos outros, certamente, noutras publicações – caiu por terra e obrigou-me a olhar para a vida sob outra perspetiva. Tive que me reinventar, aprender sobre outras áreas e, sobretudo, arregaçar as mangas e nunca desistir.
Hoje, olho para o futuro com a confiança que só pode ter quem já passou por muito e venceu sempre, unicamente por ter uma atitude proactiva e positiva, até porque – e saliento já antes que venham acusar-me do contrário – não tenho o rei na barriga, não tenho pais ricos nem coisa que o valha (pelo contrário, sou eu hoje que ajudo os meus pais), não tenho quem me pague ou ofereça nada!
As pessoas não podem, de facto, acreditar que doravante só poderão, da forma como antes faziam. Essas pessoas estão, de facto, “condenadas” e quem pensa o contrário (infelizmente) vai acabar por dar razão ao Ricardo mais tarde.
Concordo com o comentário da Joana. Leio o Arrumadinho há imenso tempo e, às vezes, a impressão que dá ao lê-lo é que estamos a levar com um sermão!
Viver a vida dos outros, ver os problemas dos outros e resolvê-los de uma rajada, é sempre mais fácil do que viver a nossa vida e resolver os nossos problemas. Toda a gente sabe isso!
Mas o arrumadinho às vezes exagera e, pelas entrelinhas, quase podemos dizer que acha que quem está desempregado há mais que x meses está por sua própria culpa ou porque é um loser! E isso não é, de todo, verdade. Assim de repente, diria que o arrumadinho diz algumas coisas porque a vida lhe corre bem e nunca teve que passar por certas dificuldades!
És um tipo pragmático e realista, como um homem deve ser. O sentimentalismo nestas situações é uma coisa feminina, e é normal que elas venham para aqui dizer que és muito mau, mas no fundo procuram a nossa força quando a coisa dá toda para o torto. Esta é uma das grandes diferenças entre os sexos. Força nisso, continua a dizer a verdade. Abraço.
Caro Ricardo,
Sou leitora assídua do seu blog. Concordo com o Pedro quando diz que lhe ficava bem fazer uma introspecção quando lê tantos comentários no mesmo sentido; já pensou que, se é frequentemente acusado de ser arrogante, é porque pode mesmo sê-lo? E não, não estou a confundir arrogância com frontalidade, sendo esta uma das qualidades que mais lhe admiro e uma das razões que me levam a seguir o seu blog.
Concordo frequentemente consigo e partilho muitas das suas opiniões e valores, mas admito que, por vezes, acho a forma como as expressa arrogante, de tal forma que me revi perfeitamente no comentário da Joana. Acho admirável que o Ricardo seja uma pessoa ética, honesta, inovadora e empenhada, e que estas qualidades o tenham levado a ser uma pessoa bem sucedida, mas o que eu sinto (juntamente com muitos outros leitores), é que lhe falta empatia e capacidade de perceber e aceitar que a fórmula do sucesso não é igual para toda a gente. Aliás, ‘sucesso’, por si só, é um conceito diferente para cada pessoa. Pode não fazer sentido para si, mas há quem ambicione “ter um emprego certinho, a cumprir ordens, e a levar para casa um salário certo ao fim do mês”. Não temos de ser todos ambiciosos e inovadores, e definir-nos como pessoas com base no nosso percurso e sucesso profissionais.
Não estou a dizer-lhe que devia mudar a sua maneira de ser ou de escrever, atenção; estou apenas a pedir-lhe que reflita na possibilidade de os seus leitores não estarem a interpretá-lo mal ou a sentirem-se atacados devido à suas próprias frustrações, mas sim que o Ricardo seja, de facto, um pouco arrogante. É perfeitamente aceitável ter um ou dois defeitos, sabe?
Não li o post até ao fim, não tive paciência…normalmente defendo que não é preciso passar pelas situações para as compreender, ou seja, não é preciso ter um filho para se ser sensível com as crianças, não é preciso perder um parente para se imaginar o sofrimento de quem passa por isso, mas ao Ricardo parece que só passando pela situação iria compreende-la. Com o que li deu para perceber que o Ricardo não faz a mínima ideia do que “fala”!
Tens toda a razão, Ricardo.
Tal como tu já passei por várias redacções e em todas há calões, incompetentes, até gente que passa ao lado da notícia e não a vê.
Depois há aqueles que passam anos a odiar a empresa onde trabalham e os que não fazem mais que cumprir horário (ao contrário de ti, acho que cumprir horário tendo disponibilidade para excepções devia ser a regra) e, sim, não dão uma ideia, não dão uma notícia, não criam algo que possa ser mais valia.
E sim, provavelmente, alguns desses foram despedidos. E sim, é um drama. E sim, antes deles deveriam ir os que não puxam por eles e nada fazem deles. E sim, acima de tudo devemos ser proactivos. E competitivos, até com as nossas próprias qualidades.
O que escreves não é o que as pessoas querem ler. É, no entanto, a verdade. Claro que é mais fácil ter essa lucidez quando estamos bem, quando a vida nos corre bem. Mas é óbvio também que só quem não te conhece acha que a vida te corre bem por causa dos teus lindos olhos. Só quem não sabe o quanto trabalhas, o quanto tentas valorizar-te, o quanto tentas criar rupturas pode olhar para este teu post como arrogância.
Abraço
A sua visão é extremamente redutora e creio fruto da sua própria experiência que relata. Felizmente para si que no dia que foi despedido já contava com três propostas de trabalho distintas e não teve de ir como muitos penar para o centro de emprego. Acredite que a maioria que vai, apenas o faz por falta de opção e se por vezes as pessoas choram, se queixam ou desmotivam é porque ao contrário de si, depois de um despedimento veem o seu retorno ao mercado de trabalho cada vez mais árduo. Vá a uma página de classificados e veja o número de estágios para menores de 30. Ou tente responder a algum e veja se lhe oferecem mais que o ordenado mínimo. Acha que é fácil uma pessoa “reinventar-se” quando muitas vezes tem prioridades tão básicas que a pressionam como alimentar um filho ou proporcionar-lhe tecto e estudos. Pós-graduações, Mestrados e formações são caríssimas e o IEFP não ajuda em nada. Eu saí há 6 anos de uma empresa e por força das circunstâncias decidi tornar-me freelancer. A receber uma ninharia, apesar de trabalhar imenso e a ver a minha qualidade de vida a decrescer de dia para dia, é certo. Mas optei por isso em vez do subsídio a que tinha direito. Continuo a lutar e há dias em que acredito que terei mais clientes e as coisas vão melhorar mas há dias em que só me apetece emigrar. Sabe, é que não é fácil acabar o mês a contar os euros para coisas tão frugais como comida ou combustível. Compreendo que realidades bem distantes da sua, cuja maior preocupação agora será qual o próximo destino onde irá passar férias com a esposa. Cujas preocupações também passarão pelo facto de se irá comprar mais um par de sapatos de milhares de euros em rosa ou bege.
Desculpe se a minha indignação pela forma sobranceira como se expressa toma algum tom ofensivo, é só que acho o seu discurso acerca da realidade do mercado de trabalho, para quem o perdeu, irrealista e alienada.
Pois eu.concordo com tudo o que diz Ricardo limitando me a analisar o conteúdo do post em questão,porque não julgo o livro pela capa como me parecem fazer alguns comentadores…
As pessoas perdem o chão.
Não acho de maneira alguma q o Ricardo tenha sido insensível. É uma opinião que é bastante dura, mas na minha opinião, bem verdadeira. A verdade é q se os portugueses não tivessem uma alma de vítima, podíamos ter um pais muito mais grandioso.
Quando um eng. nao consegue arranjar emprego vai ficar a espera em casa? Ou n será melhor contactar empresas, apostar na sua formação, conhecer gente na área em questão?
E se o Ricardo tem sucesso em tudo aquilo q faz, por alguma razão é.
Sim, dá a sua opinião. Mas repete-a tantas vezes… Basta uma, não é por escrever dois posts enormes a repetir as mesmas coisas que as pessoas não percebem a sua opinião. Só não concordam com ela. Também não pretendo (e acho que a maior parte das pessoas) que escreva para “agradar à maioria”, mas há muita gente por este Portugal fora que se “reinventa” todos os dias, que tenta com toda a sabedoria e mestria começar negócios, que não fica no sofá à espera de algo e que não têm resultados. Porquê? Porque estamos numa porcaria de país que não dá qualquer valor à sua população.
O que aconteceu ao Ricardo, acontece a 1 em cada 100.´
E acho que ninguém o insultou. A Joana disse que era um chato e é. Constatou um facto.
Já agora: ” à falta de argumentos para combater outros argumentos faz-se isso: insulta-se o interlocutor. “
Se eu tivesse um blog só respondia aos comentários que merecem ser respondidos. Por isso é que há tanta gente a insultar nos blogues. Se eu escrever um comentário insultuoso tenho logo resposta, se escrever um normal ou a elogiar não recebo nada em troca. Vejo muita gente até com dúvidas e perguntas que nunca têm uma resposta de volta e isso é triste. Eu sei que nem sempre vocês blogers têm tempo de responder a tudo, mas porque é que perdem tempo a responder a quem não merece? Porque é que em vez de responderem a esses comentários não respondem a outros com interesse. As vezes um “obrigado pela sua opinião” chega.
Tenho de concordar com a Joana. O Ricardo até pode escrever muito bem, mas é, de facto, chato e massador para quem o lê. A verdade é que a sorte é imprescindível na nossa vida e, por vezes, aqueles que se encontram em melhores postos de trabalho e que vingaram na vida não correspondem exatamente aos mais talentosos, aos mais empenhados, aos mais indicados para o cargo. A sorte é tramada e isso ninguém pode negar. Se calhar, apesar do talento que possa ter para desempenhar a sua profissão e o seu cargo, viu-se beneficiado por uma certa sorte que talvez não tenha beneficiado outros que até seriam melhores para o cargo que desempenha. E não estou aqui a criticá-lo por isso, é a lei da vida. Agora, como a Joana disse, acho que escusava de ser tão arrogante para com aqueles que, infelizmente, se encontram numa situação tão complicada. São eles, mas também poderia ser O Arrumadinho, e se fosse você se calhar não iria gostar nada de ler um texto deste género, a tecer críticas porque tal pessoa almoçou com um amigo que lhe contou coisas e que essas coisas são muito verdadeiras porque até era exatamente o que pensava.
Tu falas muito, mas se não fosses casado com quem és, ninguém lia o teu blog. Essa tua conversa é tão bonita como os unicórnios que não existem. O mundo não funciona assim.
Não vou repetir o que outros comentadores disseram antes de mim. Vou, antes, dar-lhe (a si) um conselho, apontar um caminho.
Volte à universidade, volte a estudar. Faça qualquer coisa que implique investigação, estudo, método. Reveja a literatura, descubra contradições, detecte ideias contracorrente. Se possível – e como parece ser um homem que gosta de perceber o “porquê” das coisas, de conhecer a fundo a razão dos fenómenos e dos comportamentos – escolha o estudo de caso.
E, depois deste percurso, entenda que a nossa experiência de vida – o nosso “caso” – não pode ser generalizado. Que os resultados – ainda que verdadeiros, ainda que verificados, ainda que comprovados – não podem ser replicados para outros casos, ainda que partilhem os mesmos sujeitos ou contextos.
Passando agora para o post, o que lhe falta, Arrumadinho, é perceber que o mesmo comportamento não gera obrigatoriamente o mesmo resultado. Que se aquilo que tem hoje é resultado do seu esforço, do seu trabalho, do seu sentido de oportunidade, é também fruto de um contexto. E que outros que se esforcem, que trabalhem, que tenham sentido de oportunidade, podem pura e simplesmente ficar pelo caminho.
O que lhe falta perceber, Arrumadinho, é que com posts como este – e não como o anterior, da publicidade, que apresenta uma solução para um problema – está, direta e/ou indiretamente, a fazer com que aqueles que não conseguem se sintam desmerecedores de oportunidades; que aqueles que não conseguem se sintam ainda mais desgraçados, porque se estão no desemprego é porque se calhar merecem. Se “apanham”, é porque nada fazem para se defender, para se levantar.
Por fim, gostaria de lhe dizer que a conjuntura de há três anos não tem nada a ver com os tempos que vivemos hoje. Há três anos, quando me despedi de um emprego e me candidatei a outros, tive de escolher entre a melhor oferta. E acredite que era a melhor, a mais sólida, a mais séria, a mais interessante. Quando fiquei desempregada – uma empresa tão boa, tão sólida, como pôde fechar assim? -, investi na formação (a sério), reciclei, reinventei, trabalhei. E continuo desempregada.
Não me leve a pensar, por favor, que estou assim porque quero. Não mereço isso.
Há a opinião de que está errado arrumadinho.
Eu não diria melhor.
O comentário da Joana está perfeito.
Arrumadinho, são raras as vezes em que discordo da sua opinião, mas neste caso, permita-me dizer, sem insultar que está errado.
A vida é dificil, para todos. O país está horrivel. Não há mercado de trabalho para tantos profissionais, dos mais diversos ramos. Não é uma questão de procurar, de reeinventar. Não há. O nosso país está podre (desculpem-me o termo).
Por favor, saia de casa! Veja a realidade das pessoas. Veja as pessoas que tentam, que não querem ser parasitas da sociedade, mas mesmo assim, não arranjam trabalho. Nenhum tipo de trabalho. Fixo, incerto… Nenhum! Ou porque são muito novos e inexperientes, ou porque são velhos…
O Arrumadinho é, sem duvida, uma pessoa dinâmica, tenho a certeza que luta para ter a vida que tem. Mas não é o unico.
Acredite, não há mesmo lugar para todos. Mesmo para quem se esforça muito.
A realidade é dura.
E perante tantos comentários negativos, seria honroso da sua parte assumir que talvez não esteja a ver bem as coisas.
Veja que perder o emprego é duro, é um choque tremendo. As pessoas têm vidas, despesas, empréstimos, e vêm-se sem nada de um dia para o outro.
Claro que ninguém se deve armar em coitadinho. Não há lugar para coitadinhos. Mas também não há lugar para intolerância.
Tolerância, compreensão, solidariedade são palavras fundamentais nos dias que correm.
Ricardo,
não costumo ler o seu blogue; sou uma das tais pessoas que não nutre empatia com a sua escrita. Infelizmente, a escrita é o cartão de visita de um blogue.
Este post, no entanto, é-me visceral. Se lhe fosse, não o escreveria.
Acredito piamente que defende linha-a-linha o que escreveu. Afortunadamente, nota-se que não conhece a realidade. Ainda bem. O meu desejo que continue nessa profunda ignorância é – juro! – sincero.
Boa sorte para si e para mim. 🙂
Eu sou arquitecta e estou a viver em Londres há 2 anos.
Fiquei sem emprego em Portugal e tive de mudar de pais.
Tive, de certa forma, de me reinventar.
E mudar de pais nunca e pêra doce. Da sempre para criticar tudo e dizer o quanto se sente falta da nossa terra e da nossa família Emigrar e ver os pontos positivos e bem mais difícil . E e isso que eu tento fazer todos os dias…
As pessoas ainda acreditam na ilusão de empregos fixos mas essa ilusão noutras áreas há muito tempo que acabou. E ou se aceita que os tempos mudaram e se adapta aos novos costumes ou então morre-se, fisicamente ou espiritualmente.
A cada pessoa que encontro e que me diz : És tão corajosa por teres ido para fora!”, eu respondo que Não tinha mesmo outra opção “. E há ainda quem não perceba essa questão de se esbarrar contra uma parede e se fazer o que não se quer, e tirar do desprazer do fazer o que não se quer, um prazer. Pergunto-me varias vezes o que fazem os outros nestas situações …
Boa noite,
O meu nome é Mariana, tenho 21 (quase 22) anos e leio o seu blog há pelo menos uns 3/4.
Estou no último ano de um curso profissional de técnico de recepção (direccionado para hotelaria) mas O MEU SONHO É A COMUNICAÇÃO SOCIAL! O Jornalismo.
Sei da crise que se vive e da dificuldade que é em encontrar-se trabalho em qualquer área que seja, mas, achei que por ser mais abrangente (embora, repito, mais direccionada para recepção hoteleira) esta área teria um lugar para mim – além de que, também, me permite estar constantemente a comunicar com os outros (embora que não através da escrita). Mas, continuo a querer comunicação social, inscrevi-me para os exames nacionais…tenho tido pouco tempo para estudar por isso não sei se vou entrar…
A minha questão é, já tive vários blogues…como faço para “arrancar” com um blogue profissional? Dicas?
Ricardo, enquanto desempregada – não por opção – partilho da sua opinião, todos os dias tento encontrar soluções e alternativas! Pese embora me recusar a ser pessimista e a baixar os braços, já lá vai ano e meio de luta!
O mercado de trabalho, em qualquer área, nunca mais será o mesmo.
Partilhando da mesma opinião, que partilho, percebo que a maior parte das pessoas não consigam acompanhar o “tom” que imprime a este texto!
E quem tenha ficado sem trabalho há pouco tempo, dificilmente o conseguirá digerir!
Mas lá está, muita gente espera uma palmadinha nas costas ou uma cunha que venha por parte de um amigo do tio-avô que por sua vez também já tenha arranjado um tacho à nora do dito e há que pagar favores!
Há que procurar soluções, desbravar caminhos!
Concordo na totalidade com o que diz. O Ricardo está sempre com estas conversas. É altamente convencido por ter atingido algumas metas, esquece-se que há um outro lado do mundo.
O meu pai é um engenheiro mecânico que toda a sua vida trabalhou nos quadros superiores de gestão de empresas de metalúrgica. Até que há uns anos, no início da recessão, o desemprego lhe bateu à porta (nos bateu à porta, aliás). Como homem ‘brilhante’ e ‘empreendedor’ que é, meteu mãos às obras e enviou CVs para todas as posições semelhantes à sua que apareciam na região norte do país. Telefonou a todos os conhecidos da área (incluindo amigos da faculdade com quem não falava há séculos), foi a dezenas de entrevistas de emprego onde foi prontamente rejeitado por ter demasiadas qualificações (ninguém quer pagar bem a um trabalhador de 50 e poucos anos quando pode pagar mal a um de 30 e poucos que se sujeite ao mesmo trabalho). Simplesmente não conseguia arranjar nada. Chegou a falar-se em casa na possibilidade de ele ir por 1 ano para Angola e de nós ficarmos cá. Que maravilha! Entretanto decidiu tirar um curso do CAT para ser formador, deu umas aulas de Desenho Técnico, trabalhou numas empresas por períodos de 6 meses a fazer o que um recém-licenciado faria e a receber uma merda, chegou a fazer 30okm por dia só para ir trabalhar. Simplesmente já não aguentava estar parado em casa sem nada para fazer. E andava triste. Já disse o quão triste o meu pai andava ‘com esta saída da sua área de conforto’? Com esta ‘reinvenção dos comportamentos’? Com 3 filhos universitários e uma esposa funcionária pública acha que isto foi reinvenção suficiente? Se o Ricardo conhecesse o meu pai acha que os seus olhinhos iam brilhar de aprovação? Ricardo, NÃO BASTA LUTAR, é preciso haver OPORTUNIDADES. E, infelizmente, neste momento há muito poucas neste país. Se o Ricardo não entende a fatalidade que isto é para uma pessoa, para uma família, então algo de muito errado se passa consigo. E eu adorava acabar este texto a dizer que estes últimos anos fizeram do meu pai uma pessoa mais forte (daquelas que o Ricardo gosta), mas o meu pai já era forte o suficiente… Não precisava desta merda.
Tão amigos que nós éramos…
Adoro o argumento da frontalidade ….
É lindo!!! (o argumento!!)
Sò faltou falar no “bater punho”!
Eu que já fui vitima de uma reestruturação, eu profissional na área da comunicação fico de facto impressionada com o que escreve. Não por não ser verdade, mas por não ser o momento.
Impõe-se para estes profissionais um período de luto, um período em que vão dizer mal da sua sorte e da sua vida, só depois deste, a maioria deles se voltará a reerguer.
O que escreveu é de uma falta de sensibilidade atroz. De uma falta de empatia chocante.
Naturalmente que tudo o que diz é verdade, absolutamente tudo. Mas tome por exemplo um funeral, não irá para lá dizer: ” levantem a cabeça, esqueçam isso e reinventem-se”. As pessoas precisam do seu luto, lá está! E todas as perdas o envolvem.
Sei bem o que um despedimento pode causar, os estragos que pode fazer, também sei que pode ser um oportunidade, para mim foi. Ainda assim, e se se afirma tão (re)conhecido no ramo, das duas uma, ou não expunha as suas ideias desta forma, ou limitava-se a um “Que chato pah”. Deu a sua opinião, tem o direito a fazê-lo, no entanto, a forma como o fez trará decerto consequência, mais ou menos públicas.
E a estas meu caro, a estas, não terá o direito a recebê-las como será obrigado a dar o corpo às balas.
Atentamente,
Mil vezes o discurso frio mas sincero e frontal do Arrumadinho, que o tipo de discurso falso e hipócrita de bloggers como sms e hsb!
Nem mais. Concordo plenamente!
A verdade é esta. Nenhum emprego hoje é seguro.
E isto deve impelir-nos a reinventar. Não podemos dizer não sei fazer até tentar. A sua visão é a mais realista que tenho lido nos últimos tempos. Atualmente se alguém quer futuro em Portugal não espere empregos seguros com salario ao fim do mês. Se queremos um emprego seguro temos de ser patrões de nós próprios. Esta visão não é só para o jornalismo mas para muitas outras áreas.
E em vez de nos atacarmos uns aos outros deviamos sim ouvir-nos, respeitar-nos afinal temos muito a aprender uns com os outros.
Falas assim porque o que a tua mulher ganha dá para te pagar as contas e ainda fazeres viagens. Sim, porque apesar de falares muito de empreendedorismo, a tua mulher é quem detém o verdadeiro sucesso e foi uma das pioneiras. Tu vieste por arrasto, muita da tua visibilidade vem do facto de ela ser famosa. Agora que anunciaste os posts comerciais vens com esta postura arrogante para gerares comentários e visitas. Pessoas como o senhor-pseudo blogger que acha que tem uma visão crítica da sociedade só para dizerem que têm uma opinião polêmica são nojentas. Vai correr maratonas que estás melhor lá. E reza para que os teus filhos não venham a fazer parte do grupo de pessoas que são ovelhas sem garra. Mas até lá com certeza que lhes arranjas tachos.
Tato?! ” reinventa te mas é o… Canario” ?!
Parece que o espírito comunista pós 25 de abril continua bastante aceso.
Não estou a perceber o porque de tanta indignação !? Ok , 160 jornalistas foram dispensados , sabem que está a acontecer no resto da pais a mesma coisa com outro tipo de profissões ??? Aki em guimarães uma fábrica de calçado também dispensou 200 pessoas !! Ninguém fez este drama que estão a fazer na blogesfera !! Na maioria dos casos dispensados , como vocês adoram dizer , tem meios de contornar a situação , como diz o arrumadinho , mais facilmente que o resto das pessoas . Não se insurjam contra o rapaz !!
“têm de entender que o mercado de trabalho é uma selva”
Não é comunista, mas pelos vistos é adepto do chamado capitalismo selvagem.
Há pessoas que não são criativas. Há pessoas que não se conseguem reinventar e querem fazer o seu trabalho. Merecem passar fome por isto?
Eu gostava de saber quando é que o trabalhador perdeu TODOS os seus direitos. Gostava de saber porque é que pessoas, que muitas vezes não são as mais inteligentes e espertas mas fazem o seu trabalho e sustentam bem a empresa onde trabalham, são postas de parte.
Viva o empreendedorismo, as novas ideias, as start-ups, negócios online e tudo isso. A sério, acho excelente que Portugal esteja a sair a do buraco e a ter cada vez mais ideias. Mas não se pode esperar que pessoas que trabalharam da mesma maneira durante 20 anos passem por uma transformação tremenda de carreira do nada!
Querem que as pessoas sejam mais criativas? Façam formações na empresa, dêem ideias, façam trabalhos em grupo, não sei. Mas as empresas não são feitas de individuais só, é um esforço colectivo.
Por isso, tudo isso do reinventar-se e de ser mais criativo e que se lixem os outros, isso não é bem assim. E as coisas não vão lá assim.
Caro Pedro, aquilo que diz ser arrogância eu vejo como frontalidade. Isso, sempre fui e sempre serei. É verdade, custa muitas vezes ouvir alguém falar com frontalidade, mas pronto, eu dou o corpo às balas, como se vê.
Para quem há um post atrás referiu que no dia em que saiu de uma publicação, teve três telefonemas para começar noutras tantas, acho que há aqui alguma falta de tacto e altivez. É possível expor as coisas de outra forma , mostrar a tal empatia da Sónia Morais Santos sem ser a por paninhos quentes ou com pancadinhas nas costas.
É verdade que já ninguém se pode acomodar ao emprego que tem porque no Portugal de hoje, não se sabe o amanhã. E também eu detesto os coitadinhos desta vida e sou apologista de não baixar os braços e ir à luta. No entanto percebo perfeitamente os comentários críticos neste texto.
Não vale a pena Ricardo… Infelizmente, nestas alturas as pessoas gostam é de discursos fatalistas e de vestir a pele dos coitadinhos. É adoptando esse tipo de discursos que se ganha mais audiência e simpatizantes.
Temos o exemplo na política! E é por isso que muitas vezes este país não anda para a frente, porque se prefere lamentar a “sorte” ao invés de procurar alternativas!
Espero que continues a ser como és, frontal e sem discursos falsos e hipócritas para agradar às maiorias.
O Ricardo escreveu tudo e é por causa de pessoas que não se sabem “reinventar” e não fazem nada se for muito difícil (na ótica das mesmas) que o país está como está.
“Chato”, “convencido”, “arrogante”, “puto mimado com o rei na barriga”, “acha que sabe tudo”, tem a mania “que é sabichão”. Nada disto me parecem argumentos construtivos de uma qualquer ideia. Não há aqui uma opinião, apenas uma tentativa de insultar.
Tem razão. Escrever à pressa às vezes dá nisto.
Mais, no post anterior havia “menos brilhantes”…
Neste passaram mesmo a “calões”.
Desconfio que alguém não vai ser convidado para o jantar de despedida …
Arrumadinho, nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Por vezes não é preciso ser empreendedor, lutar contra a maré, reinventar… para algumas pessoas essa não é a solução. Para outras é. Para aqueles para quem essa é a solução: força e pés ao caminho. Para os outros: calma e vamos lá procurar outras soluções, elas existem – os empregos diferentes e certinhos.
Conheci uma mulher dinâmica, empreendedora, lutadora, e que se reinventou: ficou no desemprego porque a fábrica textil onde trabalhava faliu. Abriu uma papelaria. Com sucesso! Um dia fartou-se (horários terríveis, assaltos, férias nicles). Filhos criados, fechou a papelaria, e é mulher a dias – e também faz uns arranjos de costura e passa a ferro para fora. Está feliz, muito feliz. Limpa as escadas do prédio onde era empresária. E está feliz, até deixou de ter insónias.
Cada qual tem de encontrar o seu caminho.
Mas é bom que algumas pessoas, como o Arrumadinho, apontem caminhos possíveis!
A sério que há gente que se ocupa a vir aqui destratar o autor??
Acordem, é por isso que estamos como estamos… O portuguesinho está mais preocupado em atacar o próximo do que a dar soluções que valham..
Arre que estas coisas enervam, isso sim é chato…
Ricardo,
Apesar de me sentir mais aconchegada pelo que a SMS escreveu, não deixo de compreender o que nos quer dizer, o que acontece é que nestes casos, não acho que a solução seja generalizar, além de que também não acho que haja lugar para tanto pró-activismo, tanta reinvenção…Não temos terreno para tal, (Acho eu, muito humildemente).
No final de tudo, é inevitável não sentir um completo desalento por estes que tanto fizeram, e que no final não deixam de passar de números, por estes , que tal como tantos outros noutras áreas vêem a sua vida desfalcada em nome de uma crise que só tem um Público, o Povo.
Obrigada pela sua partilha, sou visita Diária:)
Ai arrumadinho, eu gosto muito de ti mas estes posts fizeram-me pensar e como eu sei que tu és guionista… Olha lá, foste tu que escreveste o guião do Parvo Coelho quando disse que o desemprego é uma oportunidade?
A sério que gosto muito de ti!
A Joana insultou? Onde?
Não consigo ver nenhum insulto.
A Joana, tal como o arrumadinho, deu uma opinião.
Bem, vou parar por aqui. Não estarei eu também a insultar.
“…à falta de argumentos…”
Não concordo com isso do: “não gostas, não olhes, não visites”. Eu não sou uma grande conhecedora de blogs, por isso leio basicamente os do clix e sapo, quando quero distrair-me. Pelo facto de estarem “publicitados”, atraem mais pessoas, que não a de um círculo apertado de seguidores. Por essa razão têm mais leitores, mas não serão apenas leitores apaixonados pela causa. Sinceramente, quando não gosto, não comento. Mas entendo que os comentários negativos (quando não odiosos e mal educados) são um lado que tem de ser aceite com naturalidade. Além disso, se eu fosse comentadora, acharia uma grande falta de respeito ser sempre ignorada quando comento a dizer algo positivo, mas TODOS os comentários negativos terem um contra-ataque. Acho que uma caixa de comentários rica de opiniões diversificadas é uma mais-valia para qualquer post, e agradável para quem lê. Adoro a Cocó, e adoro o blog, mas nem sempre concordo com o que diz. Já não o adoro da mesma forma (afinidades, o que fazer) e às vezes concordo com o que diz. Faz parte, penso eu. Neste caso, sei por experiência própria o golpe que pode ser um despedimento numa idade tardia a alguém que se dedicou durante muitos anos a uma empresa. Admiro os fortes, mas as depressões são mais frequentes e podem destruir vidas nestas fases menos boas. Há um período de luto em que estas pessoas vão precisar de se queixar, de maldizer da sua sorte. Depois, terão de reunir forças e os amigos serão fundamentais para os ajudar a erguer. Continuação de felicidades, Catarina.
Tão verdade este comentário da Joana! E, Ricardo, a si ficava-lhe bem fazer uma introspecção quando estas chamadas de atenção aparecem, porque já vi várias pessoas comentarem aqui nesta linha e o Ricardo acha sempre que se trata de falta de argumentos e de insultos. Isso só é mais uma prova da sua arrogância.
Ass: Pessoa que sempre teve emprego e que nunca esteve mais de um mês desempregado e, quando esteve, também teve várias propostas, mas isso não implica que se ache dono de uma só razão.
Ai Ricardo tanta arrogância, e como jornalista que és e por solidariedade com os 140 colegas que foram despedidos ontem, devias ser mais brando e não dar o ar que quem não se safar daqui para a frente é um bolo dum otário. Leio o teu blog e já sei que és o maior que tudo em que te metes é um sucesso, mas dá tréguas agora nem que seja por um dia. Pareces ligado a corrente e com a máxima “pimenta no cu dos outros para mim é refresco” debaixo da língua.
Que poço de sensibilidade.
Que insenvivel pah!
Claro que as pessoas vão acabar por se orientar, arranjar uma solução… Reinventar ou lá o que quiser chamar.
As contas não se pagam sozinhas. E o subsidio acaba um dia.
Mas, é um choque.
É um choque para todas as familias
As pessoas perdem o seu dia-a-dia, os amigos, a rotina.
È UM CHOQUE!
Adorava ver se se uma realidade destas te batesse à porta.
Cara Joana, normalmente, há falta de argumentos para combater outros argumentos faz-se isso: insulta-se o interlocutor. Se acha que o que eu escrevo é chato, arrogante, o que quer que seja, então, qual é a lógica de vir aqui ler? Se eu quiser ter tacto, também sei ter, também posso ter, não estarei é a ser sincero na minha opinião. Se a acha arrogante, então, pronto, é a sua opinião. Mas jamais encontrarão aqui textos só para agradar a maiorias. Eu escrevo o que penso, e a Joana confunde convicção com “a mania que sabe tudo”. Onde é que eu escrevo que aquilo que digo é que é o correto e a fórmula de sucesso garantido? Em lado algum. Eu dou simplesmente a minha opinião.
Joana, concordo! É que é mesmo isso!
Ana Maria
Ricardo, és tão, mas tão chato. Estás a dar a tua opinião, okay, mas consegues fazê-lo, por uma vez que seja, sem parecer um convencido arrogante que tem a mania que sabe tudo e que a vida lhe corre bem porque faz as escolhas certas e que tudo no mundo ocorre com esse determinismo que parece tão bem conhecer? Pelo amor de deus. A diferença de uma Sónia, ou de outra blogger qualquer, é que escreve com outro tacto, com outro carisma, que o Ricardo claramente não tem. Parece um daqueles putos mimados que tem o rei na barriga e acha que sabe sempre tudo sobre tudo. Leio-o e só penso: que chato! Deve ser daqueles que dá secas monumentais a quem o rodeia… viva mas é a vida e deixe de se armar tão em sabichão da vida dos outros.