Ainda a greve dos professores

245
56943

Analisei com atenção quase todos os comentários aqui deixados – na maioria por professores – sobre a greve de ontem. Li as críticas e retive várias ideias. Em momento algum me convenceram de que a minha opinião está errada.

A principal tecla em que todos batem é na minha “desinformação” relativamente ao número de horas lectivas de um professor. Escrevi “entre 12 e 20”. Muitos dizem aqui que chegam a ter “25 horas lectivas” por semana. E é o máximo que é referido: 25 horas. Logo, e como é lógico, haverá muitos outros professores que trabalham bastante menos. Ainda ontem, uma pessoa me disse que a mãe é professora e tem 16 horas lectivas. Também há muitos professores, como o senhor Mário Nogueira, que têm horário zero. Ou seja, se formos fazer a média entre os horários zero, as pessoas que têm 16, 17, 18 horas lectivas e as que têm 25 chegaremos a um número a rondar os 18/20. Ou seja, em média, um professor terá 18/20 horas lectivas por semana. A todos os que protestam com isto e dizem que têm 25 eu peço para olharem para o lado e verem quantos colegas têm menos. E são muitos.

Agora pergunto: mas afinal, se juntarmos a isto as tais reuniões, o trabalho burocático, a preparação das aulas, afinal, quantas horas trabalha um professor? Digam-me. É que pelas opiniões aqui deixadas eu fico a achar que devem trabalhar umas 15 por dia. Lamento, mas não me convencem disso.

Se os professores passam 20 horas a dar aulas, têm outras 20 (cinco por dia) para as tais reuniões (que não são diárias), e para preparar as aulas (o que, como também muitas pessoas escreveram nos comentários não é uma coisa que tenha de demorar horas e horas, sobretudo para professores mais velhos, já que os programas não mudam radicalmente de ano para ano, há fichas de trabalho de apoio para professores, há muita coisa que fica de uns anos para os outros – e eu sei do que estou a falar).

Outra coisa que muita gente escreveu foi que eu conheci a realidade dos meus pais nos anos 80 e 90, e que hoje é tudo diferente. Mas onde é que foram buscar esta ideia? Os meus pais reformaram-se há dois anos, não há 20. Ou seja, ainda há dois anos eu ia à escola secundária da minha mãe ter com ela, e acompanhava de perto a realidade do ensino. E, para mais, conheço muitos professores, sei a vida que levam, sei que não têm de trabalhar “todos os dias até à meia-noite” como muitos dão aqui a entender. A profissão de professor tem as suas particularidades, obriga a corrigir testes, a ir a reuniões, a preparar aulas, mas quando um professor escolhe essa profissão já sabe ao que vai, já sabe que vai ter esse trabalho, não é propriamente enganado. Tudo isso faz parte das competências de um professor. Um jornalista também não passa o dia a escrever notícias, também tem reuniões, pesquisa, telefonemas a fazer, entrevistas, tem de desgravar coisas, ler jornais. Ou seja, “o trabalho” de um professor não é só dar aulas. Todas as burocracias, reuniões e trabalho preparatório e correcções de testes fazem parte das funções de um professor, não são “trabalho extra”.

Outro dos comentários que me deixaram, de uma irmã de uma professora, dizia que a irmã chegava a passar “duas horas por dia a preparar aulas”. Boa. Mais um dado: duas horas por dia. São 10 semanais. Se as juntarmos às 20 lectivas já temos 30. E ainda faltam 10 para se chegar às 40, que é o que um normal funcionário do sector privado trabalha.

Outro comentador escreveu: “Não tens noção do dia-a-dia de um professor”. Por acaso até tenho, como tenho de muitas outras profissões. E sei que em muitas e muitas outras profissões, sobretudo no privado, se trabalham 40, 42, 45, 50 horas semanais, porque há trabalho para fazer, porque se as pessoas não fizerem o trabalho que têm em mãos ninguém mais o fará, e correm o risco de serem despedidas.

Se muitos professores dizem que eu não tenho noção do que é ser professor, eu posso dizer que muitos deles não têm noção do que é o mundo no privado, muito mais competitivo, exigente, em que o patrão tem um rosto, os chefes têm de mostrar resultados, a pressão é elevada, e quem se deixa ficar para trás é ultrapassado. Isto, seguramente, muitos professores não sabem o que é.

Último comentário: “E nem nos pagam as deslocações para o local de trabalho”. A sério? Querem mesmo usar este argumento? Mas em que profissão é que o patrão paga ao trabalhador para ele se deslocar para o emprego? Sem comentários.
Volto a referir que tenho o máximo de respeito pela profissão de professor, eu próprio, se não tivesse seguido jornalismo, gostaria de ter sido professor, acho que é uma classe que recebe muito menos do que deveria, e que é fundamental para a evolução da nossa sociedade. Agora, não me parece que seja uma classe com problemas maiores do que o das outras profissões.

Alguém escreveu nos comentários do post anterior que é inadmissível “o que este governo está a fazer aos professores”. E isto leva-me para o meu texto anterior. E o governo antes deste? E o outro antes? E o outro antes? E o outro antes? Para a FenProf, todos os ministros são maus, todas as políticas educativas são erradas, todos os anos são anos de sair à rua. Lembram-se de algum ano em que não houve greves dos professores? Eu não. E não encontram aqui um padrão? Eu encontro. O clima de instabilidade social, de protesto, de luta, serve, não para defender a classe, mas para minar os governos, que nunca são da cor política que apoia à FenProf. Por isso, deixo já aqui uma notícia: depois deste ministro, virá outro igualmente mau. E depois outro ainda pior. E seguir-se-á outro terrível e incompetente. E vamos andar sempre nisto.

Eu não preciso de ser professor para dar a minha opinião sobre um assunto. Os professores não têm opinião sobre nada? Só falam e opinam sobre professores? É que, partindo desse pressuposto, não podem dizer que o Cardozo é um aselha porque nunca foram jogadores de futebol, não podem dizer que o ministro da Educação é mau porque nunca foram ministros, não podem dizer que um actor é fraco porque nunca foram actores e não conhecem os meios destas profissões. Eu tenho todo o direito a dar a minha opinião sobre a situação geral dos professores que, por muito negra que esteja, não me parece que seja pior do que a de muitos e muitos outros sectores da sociedade.

Para terminar, umas ideias sobre jornalistas e jornalismo (tem a sua graça os professores dizerem que eu falo sem saber o que é ser professor, mas depois acham-se sabedores das competências de um jornalismo: Os jornalistas não fazem só notícias. Têm direito à sua opinião. O que eu escrevi foi uma opinião, que não tem de ser “isenta, imparcial”. Isso é o que tem de acontecer quando se escrevem notícias.

Eu não escrevo para ser popular ou polémico. Eu escrevo o que penso. Sempre o fiz, sempre o farei.

245 Comentários

  1. Pior que aturar os filhos dos outros (malcriado) é ler que não sabe do que fala.

    Horário 0?

    Ler o código de trabalho faz bem a toda a gente que diz que trabalha.

  2. Sem dúvida…
    Quantas contradições!
    E a escrita? Culpa de maus professores, sem dúvida, … na faculdade. Contudo, sabe pontuar muito bem.
    É pena que assim seja um dos que contribui para a destruição do mundo dos blogues. “Arrumadinho”? Não me parece!

  3. Tem consultado os rankings internacionais ultimamente? Está consciente de a posição portuguesa tem melhorado bastante e que está o nível dos países mais desenvolvidos. Sabe que os alunos portugueses se destacam em instituições estrangeiras? Não falem sem saber!

  4. Sou professora de português, com vinte anos de ensino, leciono esta disciplina no ensino secundário: tenho seis turmas, num total de 150 alunos. Diz a lei que o meu horário de trabalho letivo deve ser de 1100 minutos, distribuídos por tempos letivos, o que dá 24 tempos ocupados integralmente com a sala de aula. Além disso, cumpro 2 tempos de trabalho na escola, ocupados com parte das reuniões semanais, quando não chega, marcam-se mais. As turmas que tenho correspondem a três níveis diferentes. Vamos supor que eu consigo preparar as minhas aulas em três horas para cada nível, o que perfaz mais nove horas de trabalho efetivo. Ora somando tudo, se a matemática não me engana, completa um horário semanal de 35 aulas. Friso que não estou a incluir aqui a realização dos testes: dois em cada período. Digamos que eu consigo concluir a correção de um teste em meia hora (prefiro assim, tenho medo de fazer a conta correta), precisarei de 150 horas para concluir a correção dos dois testes. Já não consigo completar as contas ao horário semanal, mas creio que ultrapasso o horário semanal. Não trabalho até à meia noite todos os dias, senão a qualidade das minhas aulas ficaria seriamente comprometida, mas ocupa de boamente os fins de semana para servir bem os meus alunos.
    Não pretendo com esta longa exposição convencê-lo da validade dos meus argumentos e da não validade dos seus, a minha intenção é só repor alguma verdade nos muitos comentários que se fazem sobre a vida de professor, fruto de estereótipos e pré-conceitos. Até hoje não me arrependo de ter abraçado esta profissão, ainda não e apesar de tudo, mas aborrece-me que estas meias verdades vão grassando por aí e que passem por certezas indesmentíveis.
    Estou absolutamente consciente de que, nestes últimos anos, toda a gente tem perdido muito em termos económicos, lamento por todos nós, mas o que é certo é que não houve nenhuma outra profissão cuja respeitabilidade tenha sido tão arrastada pelo chão como a de professor. Fazendo uma analogia com o futebol, assim como há milhares de treinadores de bancada, há milhares de entendidos em educação e sobre o serviço docente que não estão sequer preocupados em perceber. Não falo da sua profissão, não me comparo com ela, porque não a conheço, não sei nada de jornalismo, a não ser de ler os jornais. Agradecia-lhe a mesma atenção: quando souber o que se passa numa escola e o que é prestar serviço docente, teça os seus comentários. Diz que é jornalista, desafi-o a fazer uma investigação séria e imparcial sobre o tema. Pode acompanhar-me durante um período.
    Agradeço aos meus alunos o respeito que ainda me têm e o apoio da minha família, marido e filhos, por saberem abdicar de mim por longos períodos do ano e nunca se terem queixado.

  5. E mais uma coisa. A função pública não é toda igual. Quem conhece o trabalho dos tribunais (como eu, durante ano e meio e depois não aguentei mais) é que têm hora de chegada mas não têm hora de saída. Que muitas vezes vão trabalhar aos sábados (ninguémos obriga é verdade) mas tb não são pagos por isso. Passam o dia em diligências dentro da sala de audiências quando o trabalho na secção vai aumentando de volume e não seconsegue dar repsosta a tudo. Como nos tribunais há muitos serviços na administração pública que exigem muito fisicamente e psiquicamente dos trabalhadores, e não ganhamos balúrdios.

  6. Qualquer humano que queira sobreviver na sociedade precisa de saber ler e escrever e para isso é necessario passar por onde ? Pela escola, pelos professores … Então, não é uma das profissoes mais importantes se nao mesmo a mais importante ?
    Ninguem é alguem sem a escola.

    Inês

  7. Ah agora a sala dos profs tb não presta….Malandro do ministro que não manda colocar lá uns sofás dos bons com pufs e tudo…. iguais aos do gabinete do Mario Nogueira

  8. Realmente…esta história de professores é uma palhaçada autêntica. É das classes mais beneficiadas e das que mais critica (de "pança" cheia). Eu trabalho numa escola não sou docente, mas sim não docente e é uma vergonha o que se vê em regra geral, mas geral mesmo. Dão as suas aulinhas, muitas já preparadas à muitos anos salvo alguma diferença de programa, logo, o trabalho de casa é muito pouco. Os novatos ainda vão fazendo mais por isso porque assim tem de ser mesmo, mas já se julgam os reis da côcada preta, um nariz empinado mais uma vez regra geral e o engraçado é que muitos nem sabem escrever direito, quanto mais ensinar alguém. A questão de haver professores como existem moscas quanto a mim deve-se por muitos quererem Emprego com estas condições, porque para passarem por tanto a cada concurso, e cada vez se formarem mais, só por gosto não é de certeza. Quanto a mim, querem fazer faculdade façam, mas só devia chegar a uma escola como em outras áreas também quem tivesse uma respetiva média de fim de curso, porque haver professores com médias de curso de 11 só podem mesmo vir com erros gramaticais e de Português. Férias é outra das coisas, 25 dias normais, mais bônus para quem faz avaliação de provas por exemplo etc etc e…….nem mais….ainda reclamam. Enfim falaria por horas com coisas que vejo e assisto e só tenho uma coisa a dizer é uma autêntica vergonha, falta de respeito pelos outros e cara de pau mesmo fazerem as reclamações e tudo o que mais fazem. E agora verificando-se a questão que muito por alto ainda ouvi, que terão as 5h de trabalho semanal para completar 40h a trabalhar em casa….bem….eu teria vergonha de dizer ser professor.

  9. Epá, na sua escola não há salas de aulas desocupadas? Será que os tempos de aulas ocupam todas as salas existentes? Se procurar bem e quiser realmente uma secretária para trabalhar é capaz de encontrar alguma. Basta ter vontade.

  10. Se chegarem 5 minutos atrasados levam falta e nada mais?! Não sei em que mundo vive, pois quando andei no ciclo e no secundário chegavam tarde e a mas horas e ninguém lhes dizia nada!Se tivesse informado saberia que os professores no ensino publico acham que tem direito a 14 minutos de tolerância.

  11. 1. Professores são humanos, embora quase santos, especialmente qd se deparam com comentários acéfalos como o seu;
    2. Fala de qualidade dos professores ou qualidade do ensino? São coisas que, embora relacionadas, são distintas! Se fala da qualidade dos professores, explique-me, por favor, como afere, a frio, a qualidade da esmagadora maioria da classe docente em Portugal?! Recorreu a quê? Ao olho? À sua imaginação?! Ao que ouve num qualquer café de esquina? Aos professores que teve na sua vida escolar? ………..
    3. O clima de instabilidade é promovido pelo MEC (atual e anteriores);
    4. O senhor, que espero ter lido a minha resposta ao seu post, é que devia ter vergonha na cara!
    5. Já agora…, os professores também pagam impostos, sabia?! Ou não lhe ocorreu isso na sua mente criativa!
    Enfim…… Passe bem. E ñ fale daquilo que não sabe! Isso revela muita, mas muita pobreza de espírito (para ñ dizer outra coisa)

  12. Este anónimo da 13: 21 é dos tais que considera que o trabalho do prof só se faz diante dos alunos.
    Pela mesma lógica, deve considerar que:
    – o vendedor só trabalha quando fecha uma venda;
    – o bombeiro qd apaga um fogo;
    – um juiz qd está em sede tribunal;
    – um médico qd atende um paciente;
    – um bancário qd atende um cliente;
    – o guarda qd prende alguém ou passa uma multa!;
    – A costureira/alfaiate qd entrega a peça pronta;
    – O jornalista qd está em direto numa qualquer reportagem;
    – O trabalhador da restauração qd serve o almoço/jantar;
    – etc
    ———– Vistas curtas/Pensamentos mesquinhos/Mentes pequenas

  13. Sou professora contratada há 16 anos, tenho 24 horas lectivas, seis disciplinas diferentes, ensino diurno e nocturo (por exemplo, 5ª termino às 22h40m e sexta entro às 8h15m). Para além disto, oriento estágios. Garanto-vos que a minha actividade profissional me ocupa bem mais que as 40 horas semanais. Se me estou a lamentar? Não estou! Por enquanto ainda faço o que gosto! Estou apenas a relatar a realidade.
    AG

  14. O que a maioria não entende é que para uns professores começarem a ter mais horas letivas, quer dizer que outros não terão horários. Logo, mais professores para a rua. A greve também é contra isso.

  15. Não podia estar mais de acordo com aquilo que o Ricardo escreveu. Sem querer desprestigiar o nobre trabalho que alguns professores fazem ( porque infelizmente e como em todas as profissões nem todos são bons) o sector privado tem uma carga horária muitas vezes brutal e com um nível de pressão enorme…por isso vamos lá ter calminha.

  16. E agora temos uma nova situação. Hoje dia 21, a FENPROF após consulta de 10000 professores, decidiu prolongar a greve às avaliações na próxima semana. Afinal parece que temos mesmo professores a mais, considerando os 60000 que participaram na ultima manifestação. Bastaram 10000 para o Nogueira decretar.

    Tudo isto a pensarem no "futuro dos alunos". Enfim, cada vez mais ficam descrebilizados diante da opinião pública. Sinceramente já começo a sentir náuseas…!

  17. Parabéns pelo post! Eu tenho professores na família, mas são daqueles que não se queixam e não fazem greve: porque têm respeito pelos alunos e pelos que estão desempregados.

  18. Não digo que não há professores que trabalhem e muito, principalmente se forem directores de turma do ensino básico, directores de turma de secundário não têm tanto trabalho. Quanto a preparar aulas, tive professores que tinham imenso trabalho, outros ditavam as respostas e apontamentos incluidos no livro do professor, era ler a matéria, um aluno ir ao quadro fazer resumo e tava a aula de 75 minutos dada, descontando claro os atrasos do professor. Aumento de carga horária, não concordo, para professores que trabalham é demasiado, para os que não preparam aulas é menos tempo livre; mobilidade, também não mais nenhuma classe de funcionários de estado é sujeita a isto porque haviam os professores de o ser. Greve é sinónimo de protesto, não foi nem nunca será um acto de negociação, essas fazem-se em reuniões.

  19. CLAP CLAP CLAP
    de alguém que nunca só trabalhou as 40h por semana, que é engenheira, com 2 pós-graduações, que trabalha na área, com ordenado base de 600€!!!! e onde no meu contrato exerço uma função e ups! quando entro no posto de trabalho tenho de assumir 3 funções!!! uauuuu
    e queimar pestanas à 6feira à noite para entregar os relatórios da semana??? sim, porque há reuniões e relatórios semanais, para além dos mensais (fora o trabalho de campo operacional).
    sem desprestigiar o professor, muito sinceramente venham para o privado (indústria e construção) que até vos comem!

  20. Agora imagine ser professora, mas no privado… em que temos de mostrar trabalho semanalmente, fichas individualizadas, esboçar estratégias, desenvolver planos de trabalho individuais e fazer balanços para que os resultados positivos surjam e os alunos evoluam… o horário semanal vai para lá das 26 horas letivas, ganhamos menos do que no ensino público, temos menos férias e andamos felizes com o que fazemos…mas angustiados por outros se queixarem e não percebermos bem de quê?! Fomos rejeitados pelo sistema que não nos deixou provar o que valíamos, porque havia professores competentes suficientes. Será ?

  21. Em Agosto acredito que tenha 22 dias, até porque o mês não dá para mais. Em Julho deve ter 15 dias (não me venha com reuniões porque aquilo é igual ao jantares que dou lá em casa aos amigos), em Dezembro deve ter outros 15 dias e na páscoa mais uma semanita. Tudo somado tem, no mínimo, 2 meses de férias. Não atirem areia para os olhos porque tenho muitos professores na família e sei bem da realidade. Bem haja.

  22. Em agosto acredito que tenha 22 dias de férias, até porque o mês não dá para mais. Em Julho deve ter 15, em Dezembro outros 15 e na Páscoa pelo menos 1 semana. Tudo somado dá 2 meses de férias num ano.

  23. Anónimo, será que trabalhar no campo é assim tão indigno?! Quando lhe der a fome, lembre-se das pessoas que trabalham no campo, 40, 50 e mais horas para que pudesse saciar a mais básica necessidade humana e que com certeza ganham muito menos que os professores! Todos os comentários que li aqui e noutros lugares,não conseguiram convencer-me a mudar de opinião. Os únicos argumentos que sabem usar é a arrogância e os insultos para quem tem uma opinião contrária e como se viu acima também para quem tem outras profissões. Já agora, os agricultores hoje em dia também têm estudos e alguns cursos superiores, não são analfabetos! Para terminar, fazia muito bem a muita gente trabalhar no duro que de facto é a vida no campo, para valorizarem a vida que têm. Pode ser que um dia os agricultores façam greve e deixem de produzir, aí muita gente vai aperceber-se que o que comem não nasce nas prateleiras do supermercado.

  24. Mariella mas que raio de conversa essa de quem paga a ADSE e o seguro de saúde!!!
    A ADSE é paga pelos funcionários do estado! E, se existir seguro de saúde pago pela entidade patronal nos privados (não é habitual nos colégios…) com certeza que sai do bolso de alguém que não propriamente os pais!!!
    Que mania que as pessoas têm que sustentam tudo e todos!!!

  25. Se isso é verdade é ainda mais grave, pois estão a ser pagos como dias inteiros de trabalho dias que são passados em casa, seja a corrigir testes seja a ver televisão.

    A minha mãe é professora e brinquei com ela toda a vida que a vida dela era uma maravilha, dado poder fazer montes de trabalho em casa e ter horários bastante satisfatórios (ela e todos os colegas, já agora).

    Claro que tinha semanas do ano menos boas, mas globalmente, tinha bastante sorte.

    E acha que ela se ria? Nada. Fazia o seu ar ofendido e injustiçado do não sabes do que falas. Mas não preciso de saber, se está ali à vista!!

  26. Olha que deves mesmo estar na escola errada…
    Se calhar não lhe chama férias, mas sim uma espécie de "já não há trabalho, ficamos em casa". Sim, nota-se bem o aumento de professores activos no Facebook e as fotos das férias começam a aparecer. 😉

  27. Só quem não vive de perto a realidade de uma escola e a falta de educação de alunos é que pode "cuspir para o ar". Devem ter todos filhos muito bem comportados… Acho o comentário do anónimo muito pertinente.

    Ser professor nos dias de hoje é quase uma profissão de risco. Muitos alunos são indisciplinados, gozam constantemente com tudo e com todos e simplesmente não querem aprender. E sim, há muitos pais que acham que a escola serve para entreter os filhos e que fazem comentários do género: "Eu nunca precisei de saber inglês/português/matemática/história para trabalhar." Do género, isso não interessa para nada. Ou que ensinam os filhos que pagam impostos para os professores os educarem/ensinarem.

    Por isso, sim, é dificil aturar os filhos dos outros, meninos mimados e mal educados. Queria ver se nas vossas profissões, as pessoas que delas beneficiam dissessem: "Eu não preciso do fruto do seu trabalho para nada." ou "eu pago impostos para você fazer isso." ou gozá-los descaradamente e desvalorizarem o vosso trabalho.

    Se ainda acreditam no Pai Natal, então muitas felicidades. Ah e que eduquem os vossos filhos a respeitar todos os profissionais, seja o padeiro, o engenheiro ou o professor.

  28. Sr arrumadinho, o livro q lançou levou qto tempo do seu trabalho? 1 a 2 horas? Que terá sido o tempo da apresentação do mesmo? Ou levou dias a reunir informação e a orienta-la para quem a vai ler? Devemos criticar o dia escolhido para a greve ou um governo que quer cada vez mais empobrecer um povo? Se hoje em dia há muitos professores aumentando o numero de alunos por turma vai haver o quê? Menos professores? É triste que na revolta de uma classe profissional se olhe para uma questão tão diminuida como o dia da greve!

  29. eu acho que tu não tens razão, e acho mesmo que o Governo devia pagar a gasolina da "caminete" que os leva para as manifestações, era o mínimo. Classe mimada do caraças!

  30. Está a esquecer-se que existem reuniões intercalares no Carnaval. Que no Natal e na Páscoa ocorrem, para lá das reuniões de avaliação, reuniões de área disciplinar, departamento, entre outras burocracias a serem tratadas, neste período.
    Dois meses e três semanas de férias no Verão? Desde quando?! Quem vigia e corrige exames nacionais? Quem trabalha no secretariado de exames? Quem elabora reapreciações?…

    E podia enumerar mais desfasamentos entre o seu comentário e a realidade dos professores. E não,não sou professora. Trabalho no sector privado e trabalho mais de 45 horas por semana.

  31. Isto é tudo muito bonito, mas esquecem-se de olhar para dentro da classe, principalmente para a forma como tratam crianças com vidas desestruturadas. As turmas ainda não são de trinta alunos e eu jà vejo alunos a serem discriminados e postos de parte. Vejo crianças ao fundo da sala,porque segundo os professores "são burros e não aprendem, não vão estar a destabilizar os restantes". Vejo professores que desistem de alunos sem peso na consciência, que os fazem sentir mal, e desacreditarem em si proprios, professores que afundam a autoestima de uma criança. Não vou esquecer um dia uma professora ter'me dito, sobre uma criança que acompanhava, "não vale a pena jà não hà nada a fazer ele não aprende" estavamos a falar de uma criança de oito anos, não aprende?? Por favor, não querem é ter trabalho. Não quero generalizar, porque também sei que hà bons profeesores e fazem tudo pelos seus alunos, mas hà quem trabalhe muito mal. Façam as greves que quiserem, manifestem-se contra o que acham errado, mas não se esqueçam de olhar para dentro e mudar o que està mal. Hà que ter direitos sim, mas hà que reconhecer deveres.

  32. Tem toda a razão mas quando deixarmos de existir volta a haver analfabetos. Ou é você que vai ensinar a ler as criancinhas do seu bairro.
    Mania que são espertos e nem sabem do que falam…

  33. Fui professora durante 40 anos, primeiro no ensino secundário, mais tarde no superior. Fiz os estágios, obtive os graus académicos e fiz os concursos necessários à progressão profissional. Sempre gostei imenso do que fiz e, embora me "queixasse", como qualquer trabalhador do setor público ou do privado, achando que podia ter melhores condições, nunca me arrependi da opção que tomei bem cedo.
    Isso não quer dizer que oiça/leia sem pestanejar opiniões que partem muitas vezes de ideias feitas repetidas e, até, de "mitos urbanos", como é o caso das longas férias dos professores.
    Um dia, tive de preencher um horário indicando o que estaria a fazer e em que local estaria contactável em cada uma das 35 horas do horário (foi no ano em que o horário dos funcionários públicos passou de 36 para 35 horas). Por irritação, resolvi preenchê-lo com as horas que efetivamente trabalhava – na 5ª feira, ao fim da manhã, já tinha contabilizado 50 horas. Este exemplo poderá ser replicado por muitos professores, estou certa disso.
    Também nunca tive/tivemos as imensas férias de que nos acusam. Tive, sim, férias obrigatoriamente marcadas em agosto, quando tudo é mais caro em todo o lado, reuniões quando é necessário fazê-las, ausência de tolerância de ponto, etc… E nunca recebi horas extraordinárias, mesmo quando o horário letivo era superior ao que a legislação consagrava.
    Não acho que nada disto seja complicado, vivi com isso e com as minhas escolhas.
    Mas sei também que não são muitas as profissões em que a atenção é tão solicitada como a do professor durante a hora de aula – não pode parar, fazer outra coisa, distrair-se, decidir que vai tomar café agora e não daqui a uns minutos. E sei também que há quem não aguente ter a vida organizada por um toque de tantos em tantos minutos, agora começa, agora acaba, e que, por isso, abandone a profissão – foi a minha primeira grande surpresa no início da carreira. E sei que cada início de ano letivo é tempo de apreensão, nervos, tensões enquanto não se conhecem os alunos novos das tuirmas novas e não se sabe como se vai estabelecer com eles uma relação produtiva.
    A profissão docente é muito interessante mas é dura, exigente, complicada. Estou certa de que se poderá dizer o mesmo de muitas outras. Por isso mesmo, acho que devemos recusar julgamentos apressados, de ouvir dizer, de "parece-me", de "vi lá em casa" e devemos, de facto, prestar atenção ao que dizem aqueles que todos os dias vivem as situações, que exprimem as suas alegrias mas também as suas dificuldades em ser, em cada momento, decisores (sim, a profissão docente é uma profissão de decisores constantes, de gente que em cada momento se adapta a situações que têm de ser resolvidas logo, tanto as más como as boas). E, quando eles dizem que não podem mais, é bom ver porquê.

  34. Sou aluna do 12º ano e não fiz exame na segunda feira, fui uma dos 20000. Na minha escola houve exame para alguns alunos, mas para outros não. Aí é que eu vejo o principal problema, não no facto de os professores terem decidido fazer greve. Para serem ouvidos e não ouvirem os tradicionais comentários de pertencerem a uma classe de fracos, eles tinham de fazer greve naquele dia por isso eu percebo. Só não percebo o governo que ainda não anulou o exame de segunda apesar de todas as irregularidades! Telemóveis a ser utilizados durante a prova e consequentes fugas de informação, 28 pessoas numa sala de exame quando no máximo poderia haver 10, realização de exame em cantinas e ginásios com 2 professores a vigiar, invasão das escolas por alunos revoltados enquanto alguns realizavam a prova, etc… Poderia listar ainda mais "incidentes" e posso acrescentar que me chegou aos ouvidos que há escolas a perguntar aos alunos que fizeram o exame se querem que este seja enviado para ser corrigido ou não, porque se não quiserem regista-se que não fizeram e refazem-no no dia 2 de julho, juntamente com aqueles que não tiveram oportunidade de o realizar! E para mim este caos foi provocado pelo governo que devia ter resolvido que, caso não houvesse realmente professores suficientes para a realização da prova em TODO O PAÍS, TODO O PAÍS deveria fazê-lo numa outra data. Para mim está aí o problema. O resto não me afeta tanto assim, a minha única preocupação é a falta de equidade em todo este processo!!!

  35. Suponho que a menina não ficou sem fazer exame de 12º, caso contrário veria as coisas de um prisma diferente. E, sim, o meu pais é professor e não é por isso que defendo a greve.

  36. Não costumo comentar as publicações dos blogs que vou lendo. No entanto, como professora que sou há quase 18 anos, não posso deixar de dizer o seguinte (e acreditem que a minha opinião só pode ser válida, pois dou-a como ex-aluna, como professora e como mãe de uma criança em idade escolar):
    O ensino público em Portugal está "pelas ruas da amargura"… trabalho 27 horas na escola e, na maior parte dos dias em que estou das 9h às 17h30m no meu local de trabalho, chego a casa e vou preparar aulas e materiais, corrigir trabalhos, preencher grelhas… trabalho bem mais de 40 horas semanais!! Mas o que mais me preocupa é a falta de respeito que há hoje da parte dos pais e das crianças para com aqueles e/ou aquelas que passam o dia com os filhos dos outros.
    Desafio cada um daqueles que pensa que sabe do que fala, a entrar meia hora numa sala com 26 ou 30 alunos e afianço-lhes que não aguentam 10 minutos. Porque trabalhar com crianças e massa humana não é o mesmo que estar sentado a teclar no computador sem ruído de fundo. E mais ainda… temo pelo futuro educativo do meu filho, a quem obrigam a passar um dia inteiro na escola e a ter uma aula de matemática após uma AEC de Expressão Dramática, por exemplo… Tudo isto porque os pais querem os seus filhos guardados na escola e os seus problemas resolvidos!! No meu tempo, as aulas eram de manhã e de tarde havia tempo para consolidar e brincar! As crianças brincam hoje??? Depois fala-se de indisciplina e bullying…
    É por isso que, quem escolheu esta profissão com paixão está, como eu, em sofrimento! Entendam isso!

  37. Gostaria de acrescentar que o facto de eu ver a "Anatomia de Grey" não me dá o direito de dizer que os médicos passam o tempo a discutir a vida uns dos outros e trabalham pouco. Além disso, não o aconselho a ir para professor, pois o ensino não merece mais alguém que coloca a Educação em segundo lugar.E, não, não senti o respeito pela minha profissão neste seu post.

  38. Olhe, eu sou médica, e posso GARANTIR-LHE que quando fiz greve remarquei todos os meus doentes para outro dia. E, caso não o pudesse fazer, teria ido vê-los.

    Somos médicos pelos doentes.
    Somos professores pelos alunos.

    Concordo com a greve como a principal arma de protesto contra atitudes políticas de que se discorda. Discordo da postura dos professores, que efectivamente em muitos pontos foram durante anos uma classe privilegiada (tal como os médicos), mas isso é apenas uma visão pessoal e subjectiva.

    E é óbvio que a greve tem de ter algum impacto, ou não serve qualquer propósito. Mas ESTE impacto, de criar ambiguidade e angústia nos estudantes que querem entrar na faculdade, parece-me excessivo.

  39. Anónimo das 10:00, já estava a estranhar ninguém puxar a minha ilustre profissão.

    Quantas greves de médicos conta até hoje? Pois. E de professores? Pois.

    Serviços mínimos na Saúde estão sempre assegurados, por uma questão ética. Aquilo que não se passou nesta greve, portanto.

    A minha mãe é professora (ou foi, reformou-se há 2 anos). Eu sou médica. Comparativamente à vida que ela teve, pasme-se, a minha é bastante pior, em todos os níveis.

    Comparando com os professores da minha idade (35 anos), sim, poderei estar melhor em termos de estabilidade profissional (nunca em termos de volume de trabalho, que aí não queiram concorrer com 80 horas semanais no PÚBLICO), mas 1) somos bastante menos profissionais, 2) foram 12 anos a estudar. E muito. Tem de haver algum retorno por este investimento pessoal.

    Se quer usar argumentos, use os seus sem puxar outras profissões. É feio, fica-lhe mal, e revela profundo desconhecimento do panorama global.

    Ana

  40. Os professores têm 22 dias de férias em agosto. Eu sou professora há 17 anos, gosto imenso da minha profissão, tenho um curso universitário da universidade de Coimbra no ramo da educação.

    Se conhecem alguma escola onde há mais do que 22 dias de férias em agosto, digam que eu concorro já para lá, porque eu nestes anos todos de ensino devo estar na escola errada.

  41. Mesmo…não poderia concordar mais com o Anónimo das 12:16h! Para quê generalizar? Todos sabem que não existem professores apenas de secundário, certo? E Joana, também sabe que existem outras escolas para além das por onde passou, certo?

    Como já li por aqui, maus profissionais existem em todas as profissões, lá porque se cruzou com eles, não significa que sejam todos assim!

    Se acham que os professores é só regalias e meses e meses de férias, porque não foram todos para professores?

    Eu sei bem porque não fui!

    E admito, não faço ideia de como é nas escolas secundárias, mas nas de 1º ciclo, há sempre alguém nas escolas (ou assim devia ser!)durante as férias! E nos 4/5 dias que os professores têm nas férias de Natal e Páscoa, pelos menos aqui por casa, são passados a corrigir testes e a fazer os registos de avaliação de cada aluno!

    Sou Engª Civil desmpregada e agora devia achar que os professores não têm razões para se "manifestarem" porque têm emprego?? Onde já se viu senhores…..! Há sempre quem esteja melhor e quem esteja pior…

    Diana

  42. Eu respondi mais acima. Longe, muito longe dos 22 dias. Sou irmã de uma professora, amiga de vários e contacto com muitos outros no âmbito da minha profissão.

  43. Maria….eu não disse que a minha mãe se reformava aos 65, que todos sabem que não vai acontecer! Penso que estamos a falar de professores, certo? Estou a falar do que conheço! Da greve dos PROFESSORES, relativamente às novas medidas….todos os outros trabalhadores poderão fazê-lo quando assim o entenderem! Repare que nunca referi que os professores sofrem mais que os restantes "trabalhadores"!

    A minha mãe tem ADSE e desconta para tal!! Não me parece que seja por isso que se escolha esta profissão! Se é assim tão vantajoso, porque não a seguiu também? A minha irmã trabalha num colégio privado e para ter seguro de saúde paga ela….! É muito importante que não se julgue sem conhecer! E mais uma vez, falamos de professores! Essa não é a minha profissão, e no entanto não estou a falar dela! Os enfermeiros, agricultores e tantos outros, quando assim o entendem também se manifestam, não percebo a sua referência! Atenção, todos os alunos irão fazer os exames….ninguém os impediu de nada! Se sabiam para o dia x, saberão com toda a certeza para o dia y! Quando eu fiz exames, o exame de química tinha o erro, os alunos repetiram o exame e tudo se resolveu, ninguém deixou de entrar na faculdade por isso!

    Apenas quis mostrar que nem tudo é como parece q que muitas vezes as pessoas falam sem conhecimento! Generalizar é errado!

    Diana

  44. Acho piada ao professores!!! Todos os que foram alunos no ensino público nos anos 80 e 90 sabe muito bem como era a vida dos professores… Primeiro todos sabemos das progressões automáticas na carreira e vencimento sem qualquer tipo de avaliação, se o aluno não transita-se de ano a culpa era dele, ele é que era burro, ninguém verificava ou avaliava o que se passava na sala de aula quais o métodos utilizados (acetatos amarelos de tantos anos) ou se o aluno percebeu, ou seja o professor era um rei! Depois aquele estatuto de semi-deus, bastava olhar para a sala dos professores, ninguém podia lá entrar era uma sala sagrada onde os professores tomavam os seus cafés e fumavam os seus cigarros. Para falar com um professor quase que era preciso pedir por favor para que ele se digna-se a vir falar com pobre e coitado do aluno! Sem ser nas aulas ninguém via os professores, os alunos podiam-se matar nos recreios que eles não saiam do seu retiro sagrado! E meus amigos todos nos sabemos que quem queria ter uma vida santa ia para professor, pois tinha mais férias que os outros trabalhadores, eram relativamente bem pagos para o horário de trabalho que tinham e reformavam-se cedo, para além de todo um outro conjunto de regalias, pois essa história de reuniões é engraçada, eu tenho amigos professores primários e eles próprios dizem que chega a Julho e não têm nada para fazer para além de umas reuniões da treta! Esse período da treta acabou e tem de mudar, habituem-se à realidade igual de quem sempre trabalhou no privado e sabe se fizer greve sabe o que lhe acontece!

  45. Em primeiro lugar, sou professora há cerca de dez anos. Quis sê-lo desde os doze. Não me arrependo. Sofro muito todos os anos: antes, durante e depois do ano letivo começar. Já dei aulas dos 2 aos 50 anos. Já passei por vários tipos de ensino e de instituições. Não me faço de coitadinha, mas sei que trabalho muito. Quantas horas? Não sei. Depende do horário que tenho nesse ano. Depende do número de turmas ou da escola. Depende quantos níveis de ensino tenho. Depende se sou ou não Diretora de Turma, ou Coordenadora de algum Projeto ou se estou no Secretariado de Exames ou se estou Conselho Pedagógico. Se há profissões onde se trabalha mais? Há. Se há profissões onde se ganha menos? Há. As injustiças proliferam em todas as profissões. Pois, eu também sei que há jornalistas, escritores, advogados, médicos, carpinteiros e carteiros que podem gozar fins de semana prolongados sem estarem preocupados em avaliações urgentes ou até ponderarem tirar férias sem ser em agosto. Não fico infeliz que haja quem possa, porque, tal como diz, a nossa profissão tem as suas particularidades. Eu gostaria de salientar que, hoje em dia, as escolas estão, cada vez mais a ser geridas como uma empresa privada, devido à autonomia dada pelo Governo às referidas Escolas e, portanto, também existe pressão sobre nós. E de todos os quadrantes, acredite! Mas, mesmo que seja este o meu último no enquanto professora (e é o mais provável), sê-lo-ei sempre no coração. Vivi muitas alegrias. Aprendi muito. E exijo respeito por tudo o que fiz e faço pelos meus alunos….o que infelizmente nem sempre existe por parte dos outros.

  46. Uma questão que gostava de ver aqui respondida. E certamente que todos os que aqui falaram sobre os horários dos professores (filhos e filhas de professoras que trabalham até às 2h da manhã todos os dias e nunca chegam a casa antes das 20h, por exemplo)saberão responder a isto: quantos dias têm de férias? 22 dias? No Natal, na Páscoa, quando os alunos estão de férias, estão na escola SEMPRE a trabalhar? E no Verão? Em Julho e Agosto estão a trabalhar? Não vou questionar os horários, regalias que têm ou deixam de ter e afins. Só gostava de ver esta questão respondida. Foi falada, mas nunca ninguém se chegou à frente para responder. Os professores e aqueles que são familiares de professores, que respondam, por favor.

  47. As pessoas que hoje não compreendem o que se passa na educação, e pensam que sabem do assunto apenas por ouvir ou ler sobre isto nos meios de comunicação, dentro de dois anos vão dar razão a quem agora protesta, pois no ano letivo de 2014/2015 vão poder assistir aos seus queridos filhos em turmas com mais de 30 alunos e com um curriculo fragmentado.
    Para dar um exemplo concreto daquilo que se passa na escola pública este ano letivo, com esta reorganização curricular no 12.º ano retiraram-se horas letivas aos alunos a duas disciplinas, a Química e a Física, duas disciplinas independentes no último ano de escolaridade. Quantas horas letivas foram retiradas com a revisão curricular? de 7h passaram a 4h, foram retiradas 3h por semana. E o programa foi mudado? NÃO. Foi realizado algum estudo que sustente esta diminuição? NÃO. Então porquê diminuir a carga horária de duas disciplinas nucleares do Curso de Ciências e Tecnologias? Ficaram reduzidas apenas a 2 blocos de 90 min por semana. Como pode ter sido dado todo o programa? Pois meus caros, não foi cumprido, com o aval de quem manda.
    Quem perdeu? Foram os alunos, pois estas duas disciplinas são a base da Química geral e Física Geral do 1.º ano de qualquer curso de engenharia do ensino superior. Quantos professores ficaram com horário zero à custa disto? Vários a nível nacional. Quem é que está a pensar nos alunos? Quem pensa na minha filha que para o ano vai para o 12.º ano e precisa destas duas disciplinas para prosseguir estudos? Para além de ir ter menos horas semanais, os programas À semelhança deste ano letivo não vão ser cumpridos. Pergunto: Que educação temos para os nossos filhos? Vamos voltar ao tempo dos meus pais, em que se havia dinheiro estudava-se, se não havia ia-se trabalhar para o campo?

  48. Não sei qual é a admiração das respostas aos comentários. Não há muitos professores sem horário completo? Os professores que têm 8 horas de componente lectiva têm quantas turmas? 8?

  49. @Sandra
    Nao sou professor e se reparar os dois primeiros comentarios sao meus.
    Estou bem a LIXAR para se os enfermeiros rebentam com a propria saude ao terem duplos e triplos empregos/cargas horarias.
    Apenas me interessam 3 coisas :
    1 – se querem fazer mais do que o horario normal, entao que recebam à hora o mesmo valor que recebem no horario normal. Ha licenciados em enfermagem suficientesm pelo que o Estado nao tem de pagar 2X (preço extra) à hora quando pode pagar X.
    2 – se querem se arrebentar com turnos entao depois nao venham pedir reforma aos 50 anos (por desgaste profissional). Os operarios fabris e pedreiros reformam-se mais tarde e nem piam.
    3 – alem disto apenas me preocupa que graças a esse acumular de horas, enfermeiros jovens e nao so ficam desempregados e o serviços prestado por pessoas que fazem 2 turnos certamente nao é o mesmo.

    Em relaçao ao resto sejam mais humildes.

  50. O último ano foi o meu primeiro ano no ensino secundário e vou dar-vos um exemplo de como um professor meu nos avalia. Não sei se é caso único ou não, mas não me parece que ele, que tem um dia livre por semana e dá à minha turma duas aulas e se tiver mais uma ou duas turmas é muito, tenha direito a queixar-se face à situação actual de Portugal. Talvez eu esteja a ser injusta mas as aulas dele não parecem ter um imenso grau de dificuldade para preparar já que muitas das vezes nos põe a escrever os 90 minutos seguidos. No início do ano fomos avaliados com testes e fichas online que nos apresentavam a correcção automaticamente (ou seja, não tinha testes para corrigir em casa). Depois passou a avaliar-nos através de uma apresentação oral, dava-nos certos tópicos e nós íamos para a frente da turma falar e foi isso o nosso teste. Eu não tenho nada contra este professor, só penso "se alguém me dá um teste de filosofia para fazer como é que eu vou estar preparada para isso se nem sequer sei o tipo de perguntas que lá vão estar?".
    Como li em alguns comentários anteriores, os professores agora são professores porque sim e não porque gostam de sê-lo e os prejudicados somos nós, os alunos. Assim como na greve foram os alunos os prejudicados e mais ninguém.
    Não me parece que ele (ou outros) tenham tanto pelo que se queixar… Mas isto é só a opinião de uma miúda de 15 anos que não percebe nada do assunto.

  51. Oh opinante… sinceramente!!!
    Por mais que possa rer razão que, de facto, hoje em dia já não é habitual pagarem-se deslocações… todo o resto do seu argumento é absolutamente ridículo!!!
    O seu trabalho oferece-lhe condições deploráveis e por isso prefere lutar para que todos tenham essas condições em vez de lutar pela sua dignidade e condições de trabalho!! Lamentável realmente…

  52. Toda uma outra discussão!!
    CF devia preocupar-se em lutar por melhores condições pra si em vez de piores condições para os outros…

  53. Concordo com o post do Ricardo e concordo consigo também… acho que se complementam.
    Por mais que a realidade dos professores seja ainda priveligiada em relação às demais profissões, a verdade é que não podemos deixar de lutar só porque não estamos ainda tão mal como os outros!
    Fala-se aqui também da diferença entre público e privado e acho que é inadmissível que venham exigir que se aumente a carga horário no sector público só porque nos privados existem coisas como as isenções de horário!!! A carga horária que se pratica em Portugal é excessiva e impossibilita que se distribua o trabalho por mais funcionários… era contra isso que se devia lutar em vez de lutar para que os outros estejam tão mal como nós!!
    Podendo, assim, concordar com a luta dos professores não compreendo como tiveram coragem de fazer efectivamente greve neste dia, sabendo que potencialmente poderiam comprometer o futuro dos seus alunos! Para mim só se explica com falta de dedicação e brio profissional!

  54. Bom post, concordo plenamente.
    Gostaria de saber qual é o problema dos professores. se não estão bem mudem-se!! Há mil anos que o sector está saturado, o que esperam? se há muita oferta de professores e pouca procura, é natural que as coisas apertem! leis do mercado!
    Já agora, quantos dias de férias têm por ano?

    sinceramente…..

  55. já não há vacas sagradas. A população tornou se muito mais critica em relação aos médicos (o q se comprova pelo nr de queixas contra médicos, q aumentou exponencialmente nos últimos anos, e mantêm a tendência). ahhh e os médicos sabe o que fazem?! serviços mínimos!! ninguém morre, ou deixa de ter cuidados num dia de greve, por falta de profissional de saúde. agora c os professores, no dia mais importante do ano (e que se bem m lembro, passa-se todo o ano lectivo a prepara-lo) eles falham. tá mal!!

  56. Concordando que moralmente não parece correcto fazer greves à 2ª ou à 6ª (um dos motivos porque me recuso a fazê-las) não nos podemos esquecer que esse dia é pago e bem pago pelo funcionário… portanto não é assim um fim-de-semana prolongado tão agradável quanto isso!

  57. Acredite que tem… já lá vai o tempo em que privado era sinónimo de qualidade e rigor no ensino…
    Acontece é que infelizmente o ensino público também está a piorar de dia para dia!
    Não só pelas políticas dos sucessivos governos mas também pelo desinteresse e falta de brio profissional que se vai instalando na classe…

  58. Isto é que é uma boa profissional!
    A sério, vá ter com o Crato, que pode ser que ele ainda a ponha a ajudá-lo.

    Gente assim devia ser proibida de dar aulas…

  59. Quando são as greves dos médicos não vejo ninguém defender tanto os direitos dos doentes como se têm defendido os direitos dos alunos! E se há vacas sagradas em Portugal são os médicos!

  60. Eu gostava que, um dia, também os enfermeiros lutassem pelas suas condições de trabalho, se calhar é melhor irem pensando nas barbaridades que nos diriam e nos nomes feios que nos chamariam! É só para irem adiantando trabalho, não quero que sejam apanhados desprevenidos, vós pessoas cheias de Moral"
    Enfermeira Andreia, ao vosso dispor

  61. É por pessoas assim, que estamos como estamos!
    Ass. Andreia
    (não tenho aqui foto para pôr, mas se quiserem mando depois por mail umas quantas,já que um dos vossos problemas é o dar a cara)

  62. Espero que nunca tenhas que fazer greve pelas condições do teu emprego, se o tiveres, daqui a uns anos ( e eu não sou professora!).

  63. Só gostava de fazer uma pergunta, tipo inquérito aos professores:
    Quantos é que são professores porque realmente estudaram para seguirem essa mesma profissão?
    Quantos é que são professores, porque não arranjaram emprego na respectiva área de formação?
    Pois é, esse é o grande problema do ensino, é que houve uma enchente de gente que não percebia nada do que engloba a profissão, depois temos esta "grande qualidade" de ensino. Professores que detestam o que fazem, que não têm a menor paciência para aturar os alunos, pois nunca foi essa a área que eles escolheram.
    Sinceramente por mim, acho que só deviam aceitar nas escolas, os professores que tivessem feito a faculdade para isso mesmo.
    Que sejam professores por opção, não por obrigação!

  64. Já não há pachorra para as queixinhas dos professores. Escrevo em anónimo porque tenho familiares professores chatos como a putassa, que podem ler este blog. Não tenho medo do confronto, deixei é de ter paciência para aturar argumentos de bosta. Sinceramente, gostaria que esses professores da treta (sim da treta porque fazer greve reinvindicando apenas interesses da classe e não do aluno e/ou do sistema educativo, no dia de exame nacional é sinal de falta de brio profissional) tivessem a oportunidade de trabalhar um tempo no privado para ver o que é bom.

    E pensar que há tanto professor no desemprego com verdadeira vocação para o ensino…

  65. Só uma questão. Lá que porque há quem esteja pior ( ai a velha maxima portuguesa "podia ser pior") não devem os professores lutar?

    Ah! Só para terminar! Maus profissionais existem em todas as profissoes e sempre existirão, no entanto, lá porque conheci uma enfermeira que era uma incompetente não vou dizer que todos os enfermeiros(as) o são!

  66. Realmente Ana, concordo consigo, que comentário mais ridículo!!! Além disso é no mínimo caricato dizer que o pior é aturar os filhos dos outros que absurdo!!!

  67. Eu quero dar os parabens ao Sr Arrumadinho pela frontalidade com que abordou este assunto.
    Os professores querem passar uma imagem que não corresponde à realidade.O meu irmão é professor, conheço outras pessoas que tambem o são e nenhuma se enquandra no quadro negro que se quer transmitir.
    Bons três meses de férias brother 😉

  68. Anónimo das 17:52, credo, é caso para dizer que é daqueles alunos que mesmo depois de adultos continuam burros e sem saber interpretar o que lêem (e com probleminhas de agressividade, já agora).
    Claramente ali a Tita referia-se à anónima à qual dirigiu o seu comentário. A que referiu que "não conseguiria trabalhar num ambiente assim", e naturalmente por isso escolheu outra profissão e "não FOI para professora".

  69. Parece-me que há algo que falha sistematicamente nas suas análises, algo que a maior parte dos professores ensinam aos alunos, principalmente quando abordam o texto jornalístico: comprovar fontes e validar a informação!
    1ºEu sou professora e tenho 42 anos, e já no meu tempo de estudante fazia dois testes por período a TODAS as disciplinas, não sei qual foi o sistema de ensino em que estudou para achar que só de 3 em 3 meses são dados testes aos alunos.
    2º Os teste são só uma parte dos trabalhos que os professores corrigem em casa, a acrescentar existem perguntas de aula, trabalhos teórico-práticos, composições, trabalhos projeto, etc; dependendo das especificidades da disciplina em lecionação.
    3º Se lida assim tão de perto com professores deveria saber que independentemente das horas letivas atribuídas no horário TODOS passam exatamente o mesmo tempo na escola 27 horas: as restantes horas servem para lecionar aulas de apoio a alunos com dificuldades, preparar alunos para exame, trabalho de direção de turma, apoiar a biblioteca escolar, dinamizar clubes vários e dar aulas de substituição.
    4º Os professores têm vindo a aumentar a sua indignação porque a maior parte das disciplinas tem perdido carga horária, o que significa mais turmas no horário e mais níveis de lecionação, por outro lado, o número de alunos por turma tem vindo também a aumentar, o que significa mais tempo dispendido na correção de testes e trabalhos. Não é difícil encontrar um professor com 7 turmas (quatro níveis de lecionação) de 30 alunos, o que perfaz um total de 210 alunos. Como exemplo, o último teste que corrigi de uma turma de 30 aluno levou-me mais de 3 horas; seguindo a sua análise: 3×7 =21 horas + 27 horas de permanência na escola= 49, sem contar com a preparação de aulas dessa semana! Segundo o seu exemplo, não serão mais de 2 horas para a dita preparação, ou seja, 4 níveis de lecionação = 8 horas (isto, claro, a ignorar o nível e a especificidade de cada turma. Sim, infelizmente para nós, estas raramente andam a par!).
    Acredite que não me comove a forma como alguns professores se martirizam e exageram na descrição da sua atividade. Mas, de igual modo, não posso admitir que alguém que se diz jornalista , com o alcance que o seu blogue tem, publique análises completamente gratuitas e infundadas como tem acontecido nos seus últimos posts.
    Anabela Aguiar

  70. Oh querida, se não sabe ler, não diga disparates, ok? Eu estava a falar com a comentadora anterior, que é advogada e que dizia que não conseguia trabalhar num ambiente assim. E eu comentava que, por esse motivo, fez bem em não ir para Professora, porque se não tem estofo para tal, não o deveria fazer.

    Eu nunca falei de mim nem do que faço, por isso para a próxima veja se não perde uma boa oportunidade de estar calada. E só espero que os meus filhos não tenham a infelicidade de apanhar uma professora como você, que nem sabe ler o que escreveram nos testes ou nas composições.

    É que se há coisa que eu me orgulho é de não dar erros ortográficos. Já agora, não perdeu tempo a corrigir a comentadora anterior, nomeadamente "faze-lo", "espirito", "sacrificio", "ai", "provacoes", "expectavel" e "peca"…

    Olhe, se o seu passatempo é corrigir erros ortográficos, veio bater à porta errada!

  71. Tanta coisa se diz sobre os professores, aqui a verdade é só uma, os horários zero estão a ser "fabricados". Argumentam que há menos alunos, isso não é a realidade ainda para o ensino Secundário, apesar de já o ser para o 1.º Ciclo. Lembro que o ensino secundário tem alunos desde os 15 anos até aos 18 anos, que não se evaporaram no ar nestes últimos 3/4 anos, pois já nasceram antes desta crise se iniciar e já estavam no sistema educativo. Então como é que o Arrumadinho, sabedor da realidade das escolas, já que tem a mãe professora e o padrasto, explica que há mais horários zero com o mesmo número de alunos no ensino secundário de um ano letivo para outro?

    Não vejo o problema de quem trabalha mais ou menos, cada um sabe de si e Deus sabe de todos, é um disparate comparar o privado ao público, são realidades diferentes. É um disparate comparar salários, quando uma pessoa decide ser professor já sabe à partida as condições que vai enfrentar, não se pode andar a queixar. Para mim não são as condições de trabalho, é o facto de se estar a acabar com a escola pública, como hoje a conhecemos. Aqui a questão é só uma, o "patrão" faliu, então há que despedir os funcionários. E quais vão ser despedidos? TODOS, não vão ser só os contratados, os do quadro vão à vida também, mesmo aqueles que ainda tinham alunos, como é o caso do ensino secundário. Como conseguir fazer isto? Fazendo uma reformulação no curriculo, como a que foi feita em junho de 2012 e aumentando os alunos por turma. Como estas medidas ainda não abrangem o n.º de professores a despedir para reduzir os custos, saiu uma nova medida em DR este ano letivo, retirar as 2h de Direção de Turma da componente letiva e "voilá" o milagre está feito e milhares de professores vão ser despedidos sob a capa de já não haver alunos. Os efetivos mais novos vão sair da profissão (com 40 anos de idade) ficarão os de 50, 60 anos.

    Quem perde? A escola pública, com mais alunos por turma, menos horas letivas nas ciências experimentais e sociais, professores com 200 alunos cada um, esta vai ser a realidade já em 2013/2014, ao contrário daquilo que se apregoa.

    Explique lá isto Sr. Arrumadinho.

  72. Só espero que, quando os nossos filhos chegarem ao liceu, não sejam "despejados" em turmas de 40 ou 50 alunos (que é para o que caminhamos) e que, por isso, não tenham o acompanhamento necessário. Também é por isto que lutamos, pela educação de excelência, pelo ensino público, sempre. Mas, certamente, não será o caso do seus filhos que, provavelmente terão "direito" a frequentar um ensino privado e aí este tipo de questões não têm lugar.
    Cumprimentos

  73. Ora aí está arrumadinho! Disseste tudo e muito bem! Eu gostava muito de trabalhar 25h semanais, ou 30! Trabalho 50, pelo menos… Também adorava que me pagassem deslocações pro trabalho,a sério! Faço 90km por dia, pagos por mim. Tenho 22 dias de férias. Os meus cunhados, professores contratados, tem férias no carnaval, páscoa, Natal e mais 1semana e estão de férias até setembro! Eu quando consegui o meu trabalho passei por 6 entrevistas e testes psicotécnicos, ninguém me coloca numa empresa tendo eu só que preencher um formulário o mostrar o certificado de habilitações, não, tenho de dar provas que valia a pena… Também sou avaliada todos os anos e ninguém me perguntou se queria. Sou e pronto. E podia continuar…

  74. Exacto, há vários professores que testemunharam o número de horas que trabalham e o arrumadinho (e mts outras pessoas) basicamente insistem em chamar toda a gente de mentirosos pq eles é que sabem. Enfim…

  75. Os professores têm que dar aulas, ensinar matéria aos seus alunos, não tem que dar a educação que lhes falta em casa!

    Tem noção da quantidade de paizinhos que vão à escola e dizem ao professor "olhe, eduque-o que eu nao tenho mão nele!" Mas o que é isto?!

  76. 2 turmas? LOL

    Amiguinha, vais lá passar uma semana a casa e vês uma professora a trabalhar até bem depois da uma da manhã, boa?

    E sinceramente, o facto de teres que ser repreendida por mau comportamento, diz muito sobre o tipo de aluna que deves ser.

  77. Há-de me dizer em que escola é que há essas regalias todas… É que por acaso até conheço vários professores que às 8h estão a sair de casa e só voltam as 19h. Sem falar que ao contrário de mts funcionários públicos (e privados já agora) que deviam chegar as 9h e mts vezes chegam as 9h30, o professor se se atrasa 5 min leva falta e mais nada.

  78. Greves às 2ªF e às 6ªF como os médicos, enfermeiros e professores, claro sempre da Função Pública fazem muito não são greves, são fins de semana prolongados.

    Deixem-se de tretas e façam greves a uma 4ªF, sem ser feriado na 3ªF ou na 5ªF.

  79. Cara Sandra, eu tirei o curso de Enfermagem e por opção meti-o na gaveta e voltei de novo à universidade.

    Um dos motivos que fez com que deixasse de ser enfermeira foi o quão péssima é a classe de Enfermagem. Tenta criar conflitos com os médicos e com outros profissionais com quem trabalha e pior: tenta criar conflitos entre a própria classe.

    Sinto que se houvesse maior união entre os enfermeiros e sindicatos as coisas poderiam estar bem melhores. E o que se pode ver é que estão sempre a remar contra a corrente e a tentarem lixar uns e outros.

    Desta forma sinto que apoio mais a classe dos professores (na qual eu não estou incluida de todo…) do que a classe dos enfermeiros (na qual eu tirei um curso cuja única coisa que me deu foi um excelente grupo de amigos, uma excelente experiência no estrangeiro e uma péssima recordação do quão péssimos colegas de trabalho podemos ter num hospital em território português)

  80. e lá vem o típico comentário português… eu estou mal, trabalho muito e recebo pouco, logo, todos os que estão melhor que eu deviam era ficar pior!! A mentalidade devia ser, lutemos TODOS, para TODOS ficarmos melhor!! O português só fica feliz com a desgraça alheia!

    Não sou professora, mas concordo com a luta dele, pena tenho eu que a minha classe profissional não se una desta forma!

    Andy

  81. Já experimentou ser professor? Após uma semana no ensino, numa escola dos subúrbios, podemos voltar a falar.
    Professora

  82. Caro anónimo, falo da realidade que conheço: todos os meus professores tinham um dia em que não iam à escola. Isto pelo menos até há 5 anos atrás (quando terminei o secundário). Se calhar consigo é diferente (pode estar num escalão diferente) ou mudou entretanto. Mas, já agora, dá aulas durante quanto tempo por semana? E durante as férias de Natal (2 semanas), férias da Páscoa (mais duas semanas), férias do Carnaval (3 dias ou 1 semana) e férias de verão (2 meses e 3 semanas) faz o quê? Tem reuniões 8 h por dia? Se falo do que não sei, explique-me lá como funciona, são assim tão sobrecarregados? Trabalham quantas horas por semana? E não me fale só das semanas em que há picos (testes para fazer/corrigir), fale-me da média do ano. Eu acho é que em vez de lutarem por vos tirarem as regalias, deveriam todos lutar para ter as mesmas regalias, porque há trabalhadores neste país que não sabem o que é ir a uma consulta de um oftalmologista e pagar 5 euros em vez de 60.

  83. Duas turmas? Professores com duas turmas? Vai estudar, pequena, e deixa de emitir opiniões formadas por base no que te limitas a supor do pouco que sabes da vida de alguém.

    Ana

  84. Olá Ricardo. É a primeira vez que comento o teu blog que sigo regularmente.
    Pessoalmente não gosto de generalizações. Sei que podem ser grandes ferramentas de análise de um sistema mas tira-lhe o lado social. Da mesma forma que não gosto de médias. Dão uma ideia do que se passa, num determidado universo estatistico, mas não dão mais nada. Na minha opinião, há bons e maus profissionais (professores, no caso) como em todo o lado. Há quem não tenha o interesse minimo exigido para leccionar, há quem trabalhe muito pouco, há quem esteja acomodado há anos por não ter a pressão de um superior ou até mesmo por falta de amor ao que faz. Há de tudo. Depois também há o outro lado, professores que tem mil e uma turmas e testes e reuniões e que participam activamente, na parte que lhes compete, na educação do nosso futuro. Tudo isto existe e tudo isto faz parte da essência do Ser: há quem seja bom e há quem seja menos bom. Há quem faça mais e há quem faça menos. Sempre assim foi. O lado social que as estatisticas escondem, e sobre o qual incide o meu comentário, está relacionado com a escola como um todo. Devemos não esquecer que há escolas melhores que outras e te garanto que as "melhores que outras" estão em franca minoria. Ser professor, as vezes, cansa alma.Só quem lida com os alunos de hoje em dia sabe o que isso é. Parece assustador, mas tantos que não querem estudar e não têm qualquer interesse na escola. tantos que são mal educados, ofensivos, por vezes violentos. Tanto que levam tantos professores ao desespero. Mas enfim… esta minha estreia nos comentarios acaba por ser não um comentário ao post, mas um desabafo. O que vale é que não vivemos de médias, caso contrario dir-te-ia que somos um país de estudantes mediocres. O que vale é que também há os bons. Aqueles por quem vale a pena ser professor.
    Joana (ex-professora, filha de mãe professora)

  85. 'Ó Tita ainda bem mesmo que não foi para professora. É "fui" minha querida e não "foi". E sabe do que me queixo mais? São daqueles alunos que mesmo depois de adultos continuam burros e sem saber escrever!!!'

    Pior que isso é mesmo a falta de educação.
    Inês

  86. Para não falar dos dias de férias que eles têm (e não.. não estou a falar do mês de Agosto)…
    Mas enfim..
    Deviam ter uma experiência no privado, para verem o que são avaliações e exigências e horas e horas de trabalho…
    Atenção.. eu já dei aulas.. no universitário e no secundário… E tinha alunos terríveis..
    Mas, poupem-me e deixem de se armar os coitadinhos…

    No primeiro ano dá trabalho.. depois é um tal de copy paste.. e mudar o ano lectivo (tive tantos profs assim)…

    Enfim…
    Concordo com tudo o que foi escrito.. 😉

  87. O grande problema da classe dos professores é que ainda continua a achar que vivem na epoca em que 40% da populaçao era analfabeta e que o professor era uma especie de "Deus" porque a maioria das pessoas tinha poucos estudos.
    Eu sei que custa perceber, mas esse tempo ja passou.
    O tempo em que por cada senhor professor com 60 (30×2) alunos/pais havia 20 pais analfabetos + 20 com a 4ºClasse …. e que no maximo 1 em 200 tinha um curso superior.
    Paciencia, o mundo mudou e hoje sao uma profissao como muitas outras. Sao claramente muito importantes, mas ja nao sao os unicos a saber "ler e escrever" la no bairro 🙂

  88. o meu marido trabalhou na construção civil, em época antes da crise estava perto de casa, depois andou em lisboa, alentejo, coimbra e viseu. vivemos no porto, e quando esteve em coimbra e viseu vinha todos os dias a casa, a gasolina era paga, mas trabalhava no minimo 10 horas e ainda tinha de conduzir até casa. Depois teve de ir para espanha…e depois foi despedido, mesmo com tanto esforço que fez, e se por acaso lhe viesse á ideia fazer alguma queixa ou recusar uma deslocação a porta da rua era a serventia da empresa. tudo isto por um salario que rondava os 1000e mensais. a sério, os professores acham que estão muito mal? Era dois mesinhos no privado que mudavam logo de ideias…
    AR

  89. Melhor comentário que li aqui, a questão é mesmo andarmo-nos a virar uns contra os outros, a ver quem é que ainda tem uma regaliazita, em vez de nos voltarmos contra quem vai tirando mais e mais. Qualquer dia, ter comida na mesa também é uma regalia…

  90. Caro (a) anónimo (a), por essa linha de pensamento, que culpa têm os alunos para se fazer greve numa altura tão importante das suas carreiras académicas? É que muitos dependem deste exame para entrar na faculdade. Penso que toda a gente sabe que as condições de trabalho dos professores influenciam directamente os alunos, mas não lhes basta já as greves durante o ano lectivo que fazem com que fiquem atrasados nas matérias e se sintam mal preparados para os exames? Por mim os professores têm o direito à greve, não devem é prejudicar os alunos com as suas lutas por melhores condições laborais. Relativamente aos ordenados dos deputados também não concordo com o valor que recebem e é por isso que existe outras manifestações ao longo do ano.

  91. Será que a opinião pública tem conhecimento do que se está a passar por exemplo com o ensino da matemática? Será que sabem que o nosso ministro há 2 meses, por achar que tem o rei na barriga, revogou o actual programa de matemática (de 2007 que diga-se estava a dar desde há muitos anos os seus frutos e que só este ano chegou a todos os alunos!) para apresentar um novo programa completamente desfasado de tudo o que os estudos e pareceres internacionais sobre educação matemática sugerem . Este novo programa que foi apresentado AGORA é para implementar já em setembro. Maior instabilidade do que isto? Isto é olhar para o próprio umbigo. Não se pode de cada vez que há um novo governo lembrarem-se de deitar os programas a baixo! Isto não é pensar nos alunos. Não é pensar na Educação!
    Mas se calhar os lideres sindicais e quem de direito não sabem fazer as greves pelos motivos mais corretos. Talvez porque mais uma vez se centrem nos problemas dos professores de topo de carreira. Para terminar. Há 2 anos atrás estava colocada com horário completo a 70 kms de casa. A meio do ano lectivo surgiu-me uma proposta para um cargo numa conhecida editora privada portuguesa. Aceitei. Estou há dois anos a trabalhar em frente a uma secretária. Esta estabilidade do privado possibilitou-me a realização do meu sonho de ser mãe. O andar com a casa as costas enquanto professora e o facto de todos os anos não saber se ficaria colocada com 10 horas ou com 22 horas não me permitia pensar em família. Hoje o meu baby D tem 7 meses. E eu sonho todos os dias com o meu regresso às salas de aula, do fundo do meu coração.

  92. Arrumadinho, desculpa mas tenho de voltar a comentar.
    Sou licenciada em matemática e mestre em ensino da matemática. Amo de paixão esta coisa dos números e aprendi a amar o ensino. Transcendendo-me e sou imensamente feliz dentro de uma sala de aula a transmitir aos meus alunos que realmente a matemática faz sentido. Aplico a matemática às coisas que lhes são familiares e vibro com a cara de admiração deles.
    Dei 5 anos completos de aulas. Em escolas secundárias públicas do Alentejo a Trás-os-Montes.
    Se trabalhei menos de 20h letivas? Sim trabalhei. No meu primeiro ano fui colocada no alentejo com 4(!!!) horas letivas. Sou do Porto. Estava com 4 horas letivas, mais 2h de reuniões semanais. Sabes quanto ganhava? Menos de 200€!! Ou seja trabalhava poucas horas mas ganhava o proporcional a essas horas. Por amor à profissão aceitei. Fui para o alentejo dar aulas e, como deves imaginar, estava a pagar para trabalhar!
    Estas 4h letivas levavam-me pelo menos 4h a preparar. Depois neste cálculo que todos agora teimam em fazer das horas que os professores trabalham não podemos esquecer o desgaste que é 1 hora de aulas. Não me venham dizer que 1h de uma escriturária é tão desgastantes como 1h dentro de uma sala de aula. Imaginas o que é estar a explicar um sistema de equações a alunos que não sabem sequer ler? Às vezes penso que em vez de se debater questões de horas e de quem trabalha mais ou menos se deviam era centrar e debater o desfasamento que os nossos currículos e programas apresentam face às diferentes realidades que nos deparamos nas escolas.
    Depois quando falam das horas letivas dos professores e do seu preçohora versus trabalho que têm apenas se lembram dos professores topo de carreira com horários reduzidos e mesmo assim a ganharem como se tivessem um horário completo. Professores esses que escolhem os anos e as turmas que vão leccionar ano após ano e por isso têm sempre as aulas preparadas.
    No entanto, há mto tempo que o ensino deixou de funcionar assim. Nos últimos 10 anos quem vai para professor sabe bem das condições que lhe esperam. Sabemos que se tivermos um horário de 10 horas recebemos por 10 horas, e não pelas 22h de um horário completo.
    Sabemos que podemos ficar colocados a centenas de quilómetros. Sabemos que podemos ser colocados por 1 mês e ser dispensados no mês seguinte.
    Depois sabemos que podemos ser colocados a dar aulas a diversos anos de ensino, a diversos cursos e sabes a quantidade de currículos que existem hoje? Sabes que como professora de matemática fiquei colocada no concurso anual de professores a dar disciplinas como Procedimentos administrativos? Serviços-pós venda? Técnicas de atendimento? Não não tenho formação para tal. Não não concorri para tal. Mas foram estas disciplinas que me apresentaram quando me apresentei na escola que tinha ficado colocada. Sabes quanto tempo tive de preparação até dar a primeira aula? 24 horas! Sim, estas são algumas das coisas estranhas que se passam no nosso sistema de ensino e que infelizmente pouco são divulgadas. Sabes quantas horas demorava eu em pesquisas para preparar cada hora destas disciplinas que nunca tinha ouvido falar? Muitas. Muitas mesmo.

  93. Mais uma vez uma opinião ponderada e com sentido! Gostei particularmente da comparação com o sector privado, há pessoas que realmente não têm noção que existe quem entre às 9h da manhã num escritório saindo na maior parte das vezes a passar da meia noite, mas assim é a vida e não há cá greves nem manifestações. Ser professor claro que é importante e indispensável, mas como é óbvio qualquer profissão também o é! Existem os médicos, os enfermeiros, os pescadores, os engenheiros, os trabalhadores de construção civil, etc… qualquer profissão exige tempo, qualquer profissão hoje em dia exige que sejamos empenhados e claro que qualquer uma tem as suas dificuldades (os enfermeiros estão a emigrar, os pescadores passam a noite no mar numa situação de perigo, os da construção civil trabalham imenso fisicamente e recebem pouco) mas afinal os professores queixam-se de quê? De trabalharem muitas horas quando têm tardes livres mais um dia livre por semana? Queixam-se de corrigir testes e exames, de preparar aulas? Temos pena mas faz parte da profissão! Ah e depois é a classe que mais depressão tem, lembro-me nos meus tempos de escola ser quase o pão nosso de cada dia, professores de baixa por depressões. Estão no vosso direito de se manifestarem mas quando o fazem sejam ponderados e pensem realmente no que estão a fazer, arranjem um termo de comparação e vejam se estão assim tão mal! Costumo dizer que a grande maioria dos Portugueses são como os burros, com palas nos olhos que só vêem para a frente e não para os lados, e mais uma vez isso se comprova, e com isto meus amigos, claramente que o país não anda para a frente, o problema é ninguém ter uma opinião equilibrada e irem em contos e ditos, enfim…

  94. Se me perguntar se concordo com os duplos e triplos de uns e outros enquanto muitos de nós estão no desemprego, não concordo. Agora se forem devidamente declarados, temos de concordar que cada um faz o que quer para ganhar dinheiro, até sacrificar a sua saúde, vida pessoal entre outras coisas. Agora deixe-me dizer-lhe que há muitos professores que também têm duplos e triplos. Ou não dão os professores explicações? E já agora deixe-me perguntar, declaram a receita? Todos nos sabemos que a grande maioria não. E sei porque já fui aluna, e também frequentei explicações em que pagava e nao tinha comprovativo de pagamento. Então deixe que lhe diga que para além de ser medíocre o seu argumento, coloca os professores numa situação delicada, pois se os enfermeiros com 40h ainda têm tempo para duplos imaginemos os professores com uma media de 18h semanais.

  95. Usando palavras suas Anónimo das 17:52:

    E sabe do que me queixo mais? São daqueles alunos que mesmo depois de adultos continuam burros e sem saber interpretar frases!!!

    A Tita quando escreveu "por isso mesmo não foi para professora" o termo "foi" é relativo à pessoa que escreveu o comentário e não à própria Tita. Só nesse caso, é que usaria "fui".

    Parabéns pela sua perspicaz burrice!

  96. Diana,

    Com certeza a tua mãe tem ADSE certo? Quem paga? Nós.
    Talvez a tua irmã que trabalha num colégio privado tenha seguro de saúde. Quem paga? Os pais dos alunos desse colégio.

    Compreendo o sentimento de tristeza da tua mãe, ia lá ela imaginar a vida de professora quando decidiu por esta profissão há 30 anos atrás.

    Há 30 anos atrás os enfermeiros, vendedores, empresários, canalizadores, apanhadores de fruta até, vislumbraram um futuro que ainda hoje se mantém, até vivem cada vez melhor vê lá. Isto tudo à custa dos professores. Verdade? Não, a vida está difícil para todos.

    Impedir alunos de fazerem exames de admissão à universidade ou simplesmente para conclusão do secundário e irem apanhar fruta é simplesmente desprestigiante para os professores. Deviam ter vergonha.

  97. Caro anónimo,

    Os professores são seres superiores, qual raça ariana, por terem uma licenciatura?
    Eu tenho um mestrado (uuuuhhhhhhh)e trabalho numa multinacional (uuuuuhhhhh outra vez) bem mais do que 50 horas por semana. De certeza que recebo uma muito dinheiro, ah afinal não. Recebo 1200€ por mês, não recebo subsídio de deslocação, estou a contrato e se eventualmente dissesse ao meu chefe que iria fazer greve ele iria simplesmente rir-se na minha cara.

    Mas isto sou eu com os meus estudos. Com certeza o namorado da Patrícia (sim leva acento e P maiúsculo por questões de respeito) deve ser um bronco qualquer que não dá para mais do que um pedreiro.

  98. Concordo novamente. E novamente expresso também a minha opinião, a de que a greve efectuada pelos professores em época de exames nacionais de 12º ano é totalmente INADMISSÍVEL! São os sindicatos que decidem quando fazer greve. E estes sindicatos, que são aqueles que deviam proteger a classe que representam, mais não fizeram que prejudicar milhares de alunos. Sabe-se lá, se não haverá até professores que não concordam com a data em que foi marcada a greve…afinal, sempre há pessoas que se recusam (e bem) a seguir o rebanho! Não sou professora, e já não sou aluna há alguns anos…mas ainda me lembro quando andei na escola e quando fiz os exames nacionais para entrar na faculdade! Quiçá tivessem os professores que integram este sindicato pensado nisso e talvez tivessem decidido outra data para se manifestarem.

  99. Nem mais MaR. Concordo. Já que damos opinião, ao menos damos a cara.
    Hoje em dia o melhor é mesmo ter emprego e não estar constantemente a lutar por regalias que muitos de nós foram perdendo. Eu tive que sair de Portugal para ter trabalho. E sinceramente, cada vez mais contente com a minha decisão!

  100. Ó Tita ainda bem mesmo que não foi para professora. É "fui" minha querida e não "foi". E sabe do que me queixo mais? São daqueles alunos que mesmo depois de adultos continuam burros e sem saber escrever!!!

  101. O problema deste país, o que faz com que o próprio país não ande para a frente são os próprios portugueses! Como estamos mal, como estamos a passar privações, como não temos trabalho vamos falar mal dos professores!!! O professor não pode relamar porque ainda trabalha e nós não… por favor, cresçam e apareçam! Qualquer um deve ter a dignidade de lutar pelo que acredita. Não sejam fraquinhos de cabeça, se estão mal lutem pelos vossos direitos e deixem de criticar os professores e os direitos deles. Sr Arrumadinho, opiniões como a sua leio-a, dobro-a, arrumo-a no bolso e deito-a no lixo quando chego a casa! Eu continuo de consciência tranquila e quantas mais greves houver mais greves farei! E no 1º ciclo TODOS os professores trabalham, pelo menos, 25 horas semanais, é só para poder argumentar e saber do que está a falar.Uma informação destas deve fazer-lhe falta, afinal é jornalista. Que gentinha tão pobrezinha e tão pouco iluminada. Com toda a certeza que não foram meus alunos!!! He, he, he

  102. wow wow wow!
    Aturar os filhos dos outros?
    É preciso ser mesmo ridiculo para se escolher a profissão de professor e depois queixar-se que tem de aturar os filhos dos outros.
    Não me diga que pensava que os professores davam aulas só aos seus próprios filhos?
    Que risota!

  103. Fazer Greve? Não tenho nada contra quem o faça mas não adepta de greve! tenho um trabalho, pagam-me para isso! senão o quiser ou não estiver a altura manda-me embora! nos privados nos não temos estas malhas todas!
    joana

  104. Pois lentamente a verdade em ao de cima.. Ao que parece estavam era no bem bom e agora ficam todos arreliados quando os querem chamar a realidade. Olha.. parecem criancas. Sim, porque as pessoas ainda se lembram o drama que foi quando o Ministerio anunciou que os professores tinham que ser, imagine-se o escandalo, avaliados! Como e que se atrevem a avaliar funcionarios, uma coisa inedita, nunca antes vista em nenhum lado..

  105. caros amigos, isto era um post sobre a greve.
    bem ou mal, sobre a greve dos professores.
    podem os professores ter alguma razão, ou não, e o governo pode ter alguma razão, ou não. que os alunos sofreram, ninguém duvida. que há bons professores, há (basta pensarmos na nossa própria experiência – estudando muito ou pouco, até ao secundário ou continuando – haverá algum professor que nos marcos, pela positiva ou negativa). também há maus professores. penso que é assim em qualquer profissão, certo?
    mas se é assim, então devemos acabar aqui com esta coisa do "público" versus "privado" e que no privado trabalham-se "40 e 50 e mais horas", como já vi aqui escrito, e no público "só" se trabalha 25 horas por semana.
    meus amigos, deixem-se disso, está bem, porque isso é COMPLETAMENTE ERRADO.
    isto é, não duvido que há comentadores que trabalham essas horas todas e que há outros que trabalham menos.
    mas será mesmo assim? porque senão, algo está errado (com os que dizem que trabalham essas horas todas, por conta doutrém – os profissionais liberais ou os que trabalham por conta própria é diferente): ou não são produtivos ou então a empresa onde estão não é produtiva: Portugal é dos paises europeus com menor produtividade; e somos dos que passamos mais horas no local de trabalho (as tais 40 e 50 horas por semana). como é? ou não são eficientes ou então a vossa empresa não é eficiente !!! e talvez esteja na altura de mudarem.
    dizem ainda que os funcionários públicos isto e aquilo e que são uns preguiçosos.
    meus caros, a não ser que sejam o Cristiano Ronaldo, quantos de vocês terá dinheiro para pagar médicos só privados? e quantos de vocês terá dinheiro para colégios privados? querem começar a pagar a uma empresa privada para algo tão simples como obter documentos oficiais? e querem começar a pagar cuidados médicos como no privado? e justiça privada?
    é que se dizem tão mal da função pública, qualquer dia o Governo faz-vos a vontade, privatiza tudo e então vão começar a pagar dinheirinho para aquelas coisas que vos falei: se tiverem dinheirinho, óptimo, ainda bem para vocês, se não, façam-se à vida, assaltem bancos, etc. porque não vai dar para pagar às empresas tudo aquilo que, por ora, com um custo comportável podem sustentar.

  106. Alguem lhe falou em estar em casa? Eu tambem trabalho, sempre trabalhei desde que terminei o curso, pago os meus impostos, SS e isso tudo e ainda fico com 1000 euros / mes. E, antes disso, trabalhava 12h por dia num emprego que me pagava 1500. Sabe porque sai? Para nao ser como voce e vir para aqui desbobinar frustracoes, porque passar tanto tempo num escritorio fechada a trabalhar e ter pouquissimo tempo para aquilo que realmente me faz feliz e me realiza, era nisso que me estava a tornar. Por isso mudei e escolhi nao me sujeitar a horarios de porcaria e escolhi viver com mais "regalias", mas com menos dinheiro. E, agora sim, sou feliz. E ambos estes empregos tiveram lugar em Portugal, em plena crise, sem cunhas, sem conhecimentos, mas exigindo que eu me mudasse, que procurasse, que viajasse para entrevistas, que passasse muitas horas de pesquisas na net e a falar com quem ja neles trabalhou, etc. Coisa que nao vejo nenhum dos meus colegas de curso a fazer, que preferiram ficar no "emprego mal pago, queixumes todos os dias" na terrinha onde sempre viveram, a viver a vidinha que sempre viveram. E eu, no meio disto tudo, acho e' que as pessoas devem ser felizes. Se os professores nao o sao e nao concordam com o que lhes impoem em termos laborais e acham que a greve e' um meio legitimo para fazer valer as suas pretensoes, forca. E' bem mais louvavel que comentar aqui a dizer que faz 21423709km por dia e que ninguem lhos paga, mas ja detectou ali uma certa classe a quem pagam e que, por isso, voce conclui que "andam 'a mama" e vai-se regozijar no dia em que a perderem. Isso sim e' triste, devia era lutar voce para ter condicoes melhores no seu emprego, porque, ai sim, sendo feliz, ia-se sentir bem quando os outros estao bem tambem.

  107. não diria melhor, o problema são os portugueses, as pessoas podem mudar de roupa, mas por dentro a me***a continua a mesma, não se podem mudar mentalidades, infelizmente.

  108. já li e reli e continuo com a mesma opinião, se são professores foi porque escolheram ser, não existem professores desde ontem, existem há já alguns anos e as condições sempre foram as mesmas!queixam-se das condições, recebem pouco para o trabalho que fazem, ok ninguém diz o contrário, mas acreditem que não prejudicaram o estado, prejudicaram os alunos que se mataram a estudar para os exames, queriam chamar a atenção e chamaram mas não pela positiva, todas as pessoas tem o direito a fazer greve, mas Srs Professores existem trabalhos com muito piores condições e a receber muito pior ordenado, e muitas das pessoas a fazer esses trabalhos são licenciados em engenharia, administração etc, outros que tem trabalho sazonal trabalham com chuva e com sol e não se queixam.
    outros querem trabalho e não há…
    quando reivindicarem alguma coisa, façam-no com cabeça tronco e membros sfvr e não prejudiquem quem supostamente estuda para vos pagar o ordenado.

    Outra coisa, assim como vocês vem para o blog do Ricardo dar a vossa opinião, assim ele também o fez, o blog é dele, logo, tem liberdade para opinar sobre o que quiser, os srs só lêem se bem entenderem agora criticar quem escreve num blog que é dele, é a mesma coisa que pedir sfvr não entrem no blog e não estraguem o que está feito.

    S

  109. Esqueci-me só de focar um ponto. A realidade do nosso país mudou, estamos falidos, temos menos crianças. Os professores continuam a formar-se, mas não há lugar para todos… Como tal, é um problema que tem de ser resolvido!!! Caramba se o meu patrão falir manda-me para a rua!!! O Estado está falido também tem que dispensar colaboradores, é triste mas está sobre dimensionado para as nossas possibilidades e necessidades… O que fazer, continuarmos, nós os contribuintes, a pagar para manter todos, mesmo os que não têm lugar??? Não é agradável nem fácil, mas é a nossa realidade….

  110. É a minha opinião!
    Ao menos mostro a cara… Não ando para aí a escrever de forma anónima! 😉

    E sim, hoje em dia devido à crise é muito bom ter trabalho! Não ouve notícias?!

  111. patricia, sem querer ser desrespeitoso, mas o teu namorado tem que estudos?
    lamento que estejas separada dele e lamento que tenha que trabalhar tanto na suiça.
    mas o que é que isso tem que ver com os professores? são os culpados da tua situação e do teu namorado? por o teu namorado não estar muito bem, os outros também têm que sofrer como ele?
    as coisas não são assim, se não eu pergunto-te (e olha que não sou professor): tá certo os senhores deputados ganharem aquelas fortunas? e os jogadores da bola? e as actrizes de telenovela?

  112. Caro Anónimo das 16h16, sabe como é que eu me faço à vida? Trabalhando, porque trabalhar é melhor do que estar em casa a receber e a chular o país! Porque trabalhando, pago as minhas continhas, sinto-me útil, e aprendo todos os dias algo novo. Ou acha que as empresas/instituições estão cheias de dinheiro e só não pagam mais porque não querem? É que no meu caso específico, porque eu falo com conhecimento de causa, prefiro ganhar estes tostões e ser alguém merecedor de respeito, do que ser uma parasita. Mas a sério, se souber de vagas de emprego que paguem bem, ofereçam transporte, alimentação, e já agora que não descontem IRS e S.Social, avise-me. Obrigada pela sua preocupação.

  113. O mais inacreditável é que neste país, a discussão em torno da educação centra-se sempre nos professores e não nos alunos. tenho o maior respeito pela profissão, mas não são os professores que são o resultado da educação, são os alunos.. o discurso centra-se sempre no intermediário desta e despreza constantemente quem deveria ser o centro das atenções: os alunos.

    Quanto aos sindicatos estou plenamente de acordo com o que foi dito – acrescentando só que é de uma hipocrisia arrebatadora que estejam constantemente a lutar contra o poder por serem sempre os mesmo na cadeira, mas vamos a ver e nos sindicatos também estão lá sempre os mesmos, da mesma "cor" política, com as mesmas ambições, com a mesma cassete.

  114. Li com a devida e merecida atenção todos os comentários expostos, lido com demasiados professores diariamente para poder expressar a minha opinião porque simplesmente tenho experiencia própria e sou conhecedor do esforço desumano a que são sujeitos ao ponto de dizer-lhes várias vezes que se todos trabalhassem o mesmo que eu (não professor) este país não se chamaria Portugal mas sim Suíça.
    Não me venham com justificações bestas de um facto que afeta maioritariamente toda a classe publica deste pais, essa coisa, dá pelo nome de comodismo e falta de vergar a mola.
    Trabalho diariamente à quase 9 anos, cerca de 13 a 14 horas por dia, sou licenciado na área onde trabalho, área essa onde me pediram 16 de média para poder entrar e agora no privado vejo professores que recebem mais do dobro do que eu no final do mês e que têm regalias que são uma afronta para o sector privado.
    Tenho, sinceramente, vergonha de pertencer a um país em que pessoas com os bloqueios que acima tive a infelicidade de ler, se encontram responsáveis pela educação escolar das gerações vindouras…
    Tenho dito e mais não digo porque tenho de trabalhar porque como não sou professor, ainda me falta muito trabalhito pela frente antes de poder gozar os 15 dias de férias que ainda me faltam gozar do ano de 2011 (sim, 2011).
    Este país pode não ser grande coisa mas quero pensar que nem todos os professores pensam da forma como acima parece transparecer, pois se um dos principais problemas que consigo identificar é a falta de cultura da população, essa falta parece encontrar-se assegurada se este tipo de mentalidades não se alterar.
    BUBA

  115. Olá Ricardo, sou uma anónima que muitas e muitas vezes discorda de si. Hoje venho aqui para lhe dizer que estou de acordo, que concordo com o que escreveu, tenho na família Professores, que o são por vocação e que desempenham a sua função de forma exemplar… Como tal, ontem e em todos os outros 'ontens' não fizeram greve, não são sindicalizados sequer. Têm sofrido os mesmos cortes, as mesmas estagnações de todos os outros, mas também sabem valorizar e identificar os benefícios de horários, férias, adse, etc que ainda possuem. Mereciam ganhar muito mais, e também ter outros apoios à mobilidade… Por serem cumpridores e profissionais, e pelo facto da educação ser a base da sociedade. É pena fazerem parte de uma classe que tantas vezes é confundida e protagonizada por meia dúzia de nódoas que nada fazem, nomeadamente os sindicalistas que nunca fizeram nada na vida!!!

  116. E que se lixem os direitos? É nesse ponto em que estamos? Qualquer dizemos "o importante é ter uma carcaça de pão para comer por dia". Acho importante lutarmos por mais do que simplesmente ter trabalho.

  117. Adoro o conceito de professores = viver 'a grande! Esses, como sempre se soube e foram conhecidos, magnatas da sociedade. Jesus.

    "Hoje em dia o mais importante é ter trabalho".

    Amanha provavelmente vai ser ter o que comer.

    E depois… ver ate' quando conseguimos sobreviver?

    Com a sua mentalidade, talvez ate la' cheguemos antes do que julgamos, bravo!

  118. Todas as classes profissionais têm o direito e a obrigação de lutar por condições condignas e justas para as particularidades de cada profissão. Bons e maus profissionais existem em todas as profissões, da mais humilde à com maior "status". Por isso, obviamente há professores que não fazem a ponta de um corno com o horário não lectivo, como há médicos que só trabalham efectivamente quando chegam ao seu consultório privado, como existem trabalhadores do privado que passam metade das suas "50" horas de trabalho semanal no facebook ou agarrados ao telemóvel. A todos os "desgraçadinhos" do sector privado que trabalham cerca de 10 horas extra grátis por semana deixo-lhes a seguinte pergunta: querem mesmo nivelar por baixo??? Acham que toda a gente deve comer e calar quando mesmo os direitos mais básicos de qq trabalhador são assim atirados para o lixo?? Como dizem no Alentejo "quanto mais uma pessoa se baixa mais o cú se vê"…. força, continuem!!!

  119. Quem esta' desfasado da realidade (ou melhor, quem esta' condenado a ser um infeliz para sempre), e' quem vem para aqui defender para os outros o mal em que vive e do qual se queixa, sem fazer nada para mudar. Olhe, estamos em crise, e' uma m***a. Tem das opcoes: resingar-se com isso e ser mais uma das chatas que diz que trabalha 50h por semana a ser mal paga e quer que todo o mundo viva assim, ou, dentro do cenrario possivel, ser feliz (e comecar por preocupar-se mais com a sua situacao e em muda-la que com os outros que ja tentam mudar a deles). Faca-se 'a vida!

  120. "condições de trabalho"… que herege e' quem ousa exigir tal coisa! Deviamos ser todos quase escravos, a trabalhar por uma codea de pao que nos fosse atirada de vez em quando. E' essa a logica dos coitadinhos do privado?

    Direitos constitucionais, direitos humanos, direito do trabalho… does that ring any bell?

  121. Portanto, quem decide seguir a carreira docente deve faze-lo desde logo num espirito de sacrificio, sabendo que a sua vida acaba ai e que deve suportar todas as provacoes que lhe queiram impor. E' que de "estar resguardado num gabinete sossegadinho", passando pelo que e' expectavel exigir de um professor, ate' ao que vivemos nos dias de hoje, vai um longo caminho. Eduque-se, Tita! Peca ajuda a um professor.

  122. Se esta historia toda da crise em alguns paises ate podia servir para aumentar a solidariedade entre as pessoas, criar entre-ajuda, fazer-nos todos unir em prole de um objetivo comum… esse pais nao e' certamente Portugal. Aqui vivemos no pais do "o vizinho nao esta' suficientemente mal como eu? vamos la fazer de tudo para que fique igual ou pior!". E' o pais dos queixumes, sem nada fazer para mudar, mas depois de dizer mal dos que ainda tentam. E' o pais do apontar supostas regalias, onde noutros paises isso e' o basico de qualquer trabalho. E' o pais de quase falar com um orgulho amargo das 12h que se trabalhou num dia e das horas extraordinarias que ficaram por pagar. E ai de quem teve as suas pagas! E' porque deve ser politico, ou com conhecimentos, ou num tacho e merece que o deitemos a baixo. Triste.

    Eu sou portuguesa, vivi 24 anos da minha vida em Portugal e agora estou a trabalhar temporariamente no estrangeiro, sendo que o meu objectivo e' voltar. Mas quando leio estas coisas, faz-me ponderar se isso 'e a coisa acertada a fazer. E nao e' por causa de crises ou de empregos precarios ou de greves. Acabei o curso ja em crise e trabalhei durante 3 anos na minha area, em Portugal, a ganhar um salario jeitoso e porque me mexi para me candidatar a coisas que me pareciam interessantes e que preenchiam os padroes minimos que impus para mim. O problema de viver em Portugal e' so' um: os portugueses.

  123. Concordo plenamente com o que escreveste.
    Os professores acham que são vacas sagradas cá do sitio .
    A forma como fizeram esta greve foi vergonhosa , afetaram milhares de jovens que dependem daquele exame para o acesso à faculdade. A verdade que foi a profissão que escolheram , e quando a escolheram já sabiam para aquilo que iam .
    Fui aluna de secundário à relativamente pouco tempo , e sei que até havia professores q perdiam tempo em casa a preparar aulas , a maior parte deles não ! repetiam aquilo que faziam ano após ano , n procurando qualquer tipo de nova abordagem . Uns são competentes , outros nao !
    Quanto aos sindicatos , faço tuas as minhas palavras . há ai muito trabalhador malandro que não quer fazer nada da vida . E depois são sempre os patroes os maus da fita.
    Muitos dos q vão para os sindicatos vão simplesmente pelas regalias que tiram disso … porque a lei nisso protege os de forma , a meu ver, excessiva . Não fazendo a maior parte dos delegados sindicais nenhuma das funções que lhes compete .

    Uma greve é um direito constitucional , mas a verdade é que a educação também o é.
    e quando existe a colisão de dois direitos fundamentais , tem de haver a restrição de algum deles .
    Neste caso, deveria ser a educação o direito restringido?
    Com certeza que não .

  124. 22 dias? Só se for pra rir. Nas escolas por onde eu passei, encontrar professores depois das reuniões de avaliação (portanto, meio de Junho) é ficção científica. Quanto muito, encontrava-os nas vigilâncias de exames ou quando tinham algum serviço na escola (que, por norma, não ultrapassava 2 ou 3 horas durante 2 ou 3 dias). Isto já para não falar que a grande maioria tirava férias a partir de 15 de Julho (mínimo permitido), "reentrava" a meio de Agosto e essa reentrada por de ser feita… por carta. Espectacular. No Natal, na Páscoa, no Carnaval, depois das reuniões, as escolas são locais-fantasma. E não me digam que não, que a minha experiência não é assim tão curta… Cheguei a ter assuntos pendentes para resolver com professores, e cheguei a saber que tinham ido de férias, para o estrangeiro, uns dias. Ou então combinar tardes de piscina, de shopping e afins, mesmo por baixo do nariz de quem queria ouvir.

  125. Olhe opinante eu trabalho no privado e a mim pagam-me os quilómetros que faço com o meu carro. Se não for assim, uso o carro da empresa. Sabe que mais, arranje outro emprego.

  126. Que sorte, ser apenas a sua mãe a poder reformar-se aos 65 anos… ora bem, todos os outros trabalhadores, seja de que sector for, podem faze-lo ao 50 anos, certo?!

  127. Mas é isso mesmo que se pretende. Igualdade. Mas que no seu caso seja para melhor e não para pior no caso dos outros.
    É que se formos por esse prisma ainda há quem esteja pior que a sua situação então vamos tirar assim para nivelar pelo outro. Faz sentido???
    Nenhum. Mas é essa a argumentação utilizada.
    Preciso de acreditar que um dia vão perceber o quanto essa argumentação está errada.

  128. Acho que se devia entregar, voluntariamente, a um campo de trabalhos forcados na China. Afinal, neste momento, voce vive melhor que essas pessoas! Mas olhe que, devido a todas as pessoas com a sua mentalidade, qualquer dia acabam-se as "regalias", por isso mais vale antecipar esse cenario ja e ir arrumando as coisas. Espertinha!

  129. TOTALMENTE DE ACORDO… Agora falaste tudo… Os trabalhadores do público estão muito mal habituados, se estivessem a trabalhar nas condições, e aqui incluo tudo, tempo de trabalho condições de trabalho, regalias, tudo…, como muitos do sector privado então aí Deus me livre morriam… É triste este país chegar ao que chegou…. CF

  130. Que estranho!! Oh arrumadinho estás a selecionar bem os comentários, neste post a maioria está de acordo contigo. Bom trabalho

  131. Adoro…. É incrível como há tanta gente que vem para aqui falar disto e daquilo e ainda mais, falar de professores e nem sabe escrever o básico dos básicos. Agora parece que virou moda. Já ninguém sabe distinguir o há do à e aparentemente o tiveste do tives-te (que nem existe). Enfim……

  132. Adoro…. É incrível como há tanta gente que vem para aqui falar disto e daquilo e ainda mais, falar de professores e nem sabe escrever o básico dos básicos. Agora parece que virou moda. Já ninguém sabe distinguir o há do à e aparentemente o tiveste do tives-te (que nem existe). Enfim……

  133. Não costumo fazer comentários em blogues, mas este assunto da Greve já me está a fazer alguma comichão e não não sou Professora, mas estou diretamente ligada ao círculo da educação e diariamente lido com Professores pelos quais também nutro grande respeito, mas sinceramente esperava mais dos vossos contra-argumentos Senhores Professores, depois de ler os últimos textos deste blog fiquei com a dúvida se são todos nós que não conhecemos a realidade dos Professores ou se são os Professores que demonstram um profundo desconhecimento pela realidade de todos os outros profissionais deste país.
    E vou abandonar este assunto que já foi mais do que debatido na minha página pessoal do facebook e vou trabalhar que a minha profissão também exige tarefas burocráticas e além do que é visível e ninguém me vê a queixar disso!

  134. Por isso mesmo não foi para Professora! Alguém achava que a profissão de Professor consistia em estar resguardado num gabinete sossegadinho? E agora queixam-se que têm alunos? Opá, que chatice…

  135. o que a malta ainda parece não ter percebido, é que este tipo de conflitos na sociedade, do povo contra o povo, é óptimo para o governo continuar a fazer as suas barbaridades… enquanto andarmos entretidos em discussões privado/func. publico/professores, andamos a ajudar o governo, que deveria ser o alvo único de criticas pelo que tem feito. Virem as baterias para cima, e não para o lado… apliquem toda essa energia de combate contra os tiranos que estão a dar cabo deste país…

  136. Então mas porque é que não usa o tempo que passa na sala dos professores "a cumprir horário" para adiantar algum trabalho??? Tive professores que me marcaram bastante e de quem gosto muito e considero a vossa profissão muito importante mas triste é eu estudar tantos anos por aquilo que quero, pertencer a uma geração altamente qualificada e ter que me sujeitar a ter um emprego de treta para poder ter uma vida normal, para poder ser independente. Trabalho 45h por semana numa área que em nada me realiza. Acho que todos nós devemos lutar pelos nossos direitos… mas.. sinceramente, tenham algum bom senso e tentem perceber pelo que lutam, não se transformem num rebanho que vai atrás de alguma coisa só porque sim…

  137. Ora até quem enfim alguém que faz sentido naquilo que escreve. O superior interesse do aluno. Afinal é para isso que a escola serve… Para ensinar! A prioridade deveria ser o aluno. E essa prioridade não foi respeitada com a greve.

  138. Só gostava que me esclarecesse uma dúvida: porque é que no sector privado se realizaram todos os exames (o que pressupõe que não houve professores a fazer greve), se na realidade a greve era da classe profissional "professores" no geral? Ah… esperem, ás tantas, era porque a greve era só dos professores do sector público, porque os do privado já tem os salários congelados á anos, porque já estão habituados a trabalhar mais do que 40h/semana, porque já estão habituados a entregar relatórios de tudo e mais alguma coisa ao patrão deles, … por isso não fazia sentido fazerem uma greve a reivindicar direitos que já não os tem!
    Há ainda outra coisa que acho graça, é quando utilizam o argumento de que quando escolheram essa profissão as coisas não eram assim! ora bem, a minha irmã escolheu a profissão de desenhadora à cerca de 20 anos. Na altura era uma profissão como outra qualquer, mas que hoje em dia deixou de existir! O trabalho de desenhador passou a ser feito em computador e por arquitectos, deixando de haver desenhadores! e agora o que é que ela faz… tem que ir para a assembleia da república fazer greve de fome para ver se alguém lhe resolve o problema! o meus Deus, os tempos mudam e as pessoas tem que se adaptar e evoluir consoante as circunstancias! tudo evolui menos o sector publico que continua a achar que direitos adquiridos, são direitos adquiridos mesmo quando são alterados os pressupostos iniciais. Na maneira de pensar de um professor, se quando decidui ser professores era assim, agora também tem que ser, independentemente das circunstancias actuais serem diferentes! Hoje há menos alunos… logo não será necessário haver tantos professores! E como já admitiram, os professores de há 20 anos trabalhavam muito menos que os de agora, logo, agora será necessário menos para produzir o mesmo que há uns anos atrás, certo? Eu acho que não é preciso ser muito inteligente para chegar a esta conclusão! Deixem de ser casmurros e habituem-se á ideia de que tem que produzir mais e melhor!
    ARPA

  139. Obrigada por este post, a sério.
    O meu comentário vai recair apenas sobre "E nem nos pagam as deslocações para o local de trabalho".
    Eu trabalho no privado há 4 anos, faço CENTO E VINTE KILOMETROS POR DIA, e nunca ninguém me deu um cêntimo para transporte! E sabem porque não me queixo? Porque se me fizer esquisita, tenho 5003 colegas à espera desta vaga. Coisa que não acontece com muitos funcionários públicos, por exemplo, com os Senhores Guardas que me acompanham no transporte público. Caso verídico que eu presencio todos os meses. Eu recebo muito menos com toda a certeza e pago 160€ de passe, eles (quatro indivíduos) tem-no pago na totalidade. Só que um dia esta "mama" acaba-se e depois revoltam-se contra tal malvadez. Mas não se lembram que durante dezenas de anos, o privado nunca teve meras regalias. Equidade? Igualdade? Venha ela, para ambos os lados! Horas de trabalho, vencimentos, pontes, horas extra, regalias na ADSE, …

  140. Mas diga-me uma coisa, acha que os professores sao so unicos que tem um ambiente de trabalho complicado?

    Ja pensou porventura nos milhares de trabalhadores a recibos verdes, nos profissionais liberais que nem sequer tem no futuro a possibilidade de um contrato de trabalho? Nos profissionais do retalho que investem milhares de euros no negocio e depois se aquilo nao da nada arriscam-se a perder todo o seu patrimonio? Mesmo o post do Ricardo e bastante ilustrativo da realidade profissional no jornalismo! Acha que sao so os professores que tem uma vida profissional complicada? Claro que nao!

    Porque razao e que estao constantemente nesta luta cega contra tudo e todos onde na maioria das vezes as grandes vitimas deste processo sao os alunos, a geracao futura de um pais. Desculpe mas penso que e inaceitavel esta postura de sindicatos como a FENPROF a incitar a ruptura do funcionamento normal da epoca de exames finais sabendo que para a maioria dos alunos e a conclusao de 3 anos de trabalho e uma condicao para passarem para uma nova etapa da sua vida pessoal e profissional.

    Esta greve demonstra uma profunda ma fe dos professores e toda a simpatia que podia ter pela vossa causa, na minha parte, desapareceu. Recuso que uma classe de qualidade duvidosa quando comparada com a media da UE faca refem os alunos que nenhuma culpa tem de politicas estatais erradas. Ha anos que varias pessoas avisavam dos riscos do excesso de trabalhadores na funcao publica especialmente no sector da educacao.

    Eu nao agradeco nenhum professor por ter me ensinado a ler como nao espero que ninguem me agradeca quando eu desempenho a minha profissao. E para isso que eu ca estou, para trabalhar. Se aceito um posto de trabalho para mim a minha recompensa pessoal e chegar ao final do dia e constatar que consegui fazer o meu melhor dentro das minhas capacidades. As pessoas esperam que eu faca o meu trabalho, e eu como cidadao espero que os professors facam o deles dentro do quadro existente. Se nao o conseguem fazer, entao afastem-se e assumam as consequencias. Estou certo de que o que nao falta ai sao pessoas dispostas a trabalhar.

    'Ask not what your country can do for you, ask what you can do for your country.' John F. Kennedy

  141. "Além disso, todas as semanas têm um dia sem dar aulas, exactamente para preparar essas mesmas aulas"???????
    Cara Sofia Ferreira mas o que é isto?? Desde quando?!
    Está a falar dos Professores em geral?! Eu não tenho dia nenhum para preparar aulas para os meus alunos!!! Dou aulas de segunda a sexta, de manhã e de tarde, sem nenhuma folga para preparar as aulas como diz!!!
    Barbaridades atrás de barbaridades… não sabem mesmo do que falam!
    Se cada um se metesse a falar da sua profissão e não da dos outros, este país não estaria assim tão podre como está!!!!
    Cara Srª aprenda uma coisa, cada um sabe de si e Deus de todos! Não fale do que não sabe!

  142. Concordo. Acho surreal esta tendencia de agora que vai no sentido de acabar com os poucos direitos que ainda existem nalgumas profissoes, ou cercear quem luta por eles, porque "ha quem trabalhe muito mais", "ha quem tenha sido forcado a emigrar", "ha quem faca horas extraordinarias e nao lhes pagam". E entao? Esses que se defendam tambem e que nao aceitem a sua situacao. Vamos agora comecar a nivelar tudo por baixo so porque ha quem ainda esteja pior? Devemos estar gratos so porque estamos parcialmente mal, quando ainda ha quem esteja pior? Ridiculo. (nao tenho acentos neste teclado, dai os "erros").

  143. Acho que só fica mal ao arrumadinho desmentir todos aqueles professores que ontem comentaram no seu blog para partilharem as suas experiências – realidade enquanto professores.

    O que eu acho graça é esta onda de solidariedade com as pobres das crianças. Se for preciso passam a vida a critica a geração em questão e agora são os maiores protectores dos mesmos.
    Se andam assim por causa da greve e com medo que o grau de dificuldade aumente nos próximos exames a realizar-se no dia 2 de Julho, então, preparem-se para a faculdade. Aí é que vai doer…

  144. Nao concordo nada com o que escreveste. A minha mae era professora, reformou-se ha 2 anos e nos ultimos anos de trabalho dela (quando ja tinha 60 e poucos) notava que ela tinha cada vez mais trabalho e passava cada vez mais tempo na escola. Era na altura da Maria de Lurdes Rodrigues e de tudo o que ai surgiu. Posso-te dizer que entre aulas, reunioes, preparar actividades, sei la mais o que, era comum ela chegar a casa por volta das 20h e ainda ter coisas da escola para fazer.

    Eu sou advogada e antes (quando trabalhava numa sociedade de advogados) trabalhava cerca de 12h por dia e, ainda assim, acho que nao deve ser tao estafante como para um professor, que passa os dias em escolas com miudos chatos e mal educados (mais os seus pais, mais os colegas). Imagina o barulho, a confusao, o esforco de te fazeres ouvir numa sala de aula, o constante desafio aos teus nervos… deve ser infernal. Como advogado, jornalista, etc tambem aturas muita coisa, tambem tens barulho no escritorio onde trabalhas, tambem tens telefones a tocar a toda a hora e pessoas a falar, mas nao e' a mesma coisa. Trabalhar numa escola deve ser muito mais dificil, por isso nao e' so' uma questao de horas, mas tambem do desgaste (fisico, psicologico e emocional) que essas horas implicaram. Eu nao conseguiria trabalhar num ambiente assim!

  145. Devo dizer que concordo plenamente, penso da mesma forma, principalmente "Ou seja, "o trabalho" de um professor não é só dar aulas. Todas as burocracias, reuniões e trabalho preparatório e correcções de testes fazem parte das funções de um professor, não são "trabalho extra".". Portugal atravessa um momento bastante difícil, e acho que as pessoas têm o direito de estar descontentes e de sair à rua, mas também têm o dever de repensar certas formas de pensar, não se acharem tanto vitimas, e agirem mais de acordo com as suas próprias convicções e bases, os professores são importantes e contribuem para a construção da sociedade, médias nacionais negativas a português, greves em alturas de exames tão determinantes para o futuro dos seus alunos, levam a pensar quais os verdadeiros valores dos professores de hoje.

  146. Os meus parabéns pelas tuas palavras.

    Felizmente pela minha vida passaram alguns, não tantos como eu gostaria, excelente professores. Pessoas com uma paixão à profissão/missão e de um enorme altruísmo e generosidade para com os alunos.

    O que vejo hoje em dia é um bando, políticos disfarçados de não políticos e que se apelidam de sindicalistas e que mais não fazem do que defender uma côr/tendência/interesse de forma completamente cega.

    Serão que ainda não entenderam que trabalhar exige sacríficio e "oferta" de algo em troca????

    Para finalizar, quando é que esses "sindicalistas", vão utilizar o tempo de antena que têm para de facto melhorarem as condições de ensino para os alunos?
    Não acham que o que precisamos não é de mais exigência, disciplina, programas actualizados, participação activa das escolas nas comunidades…..mas isso, não ouço os políticos disfarçados de não políticos a defender.

  147. Toda a gente tem direito a sua opiniao e o Ricardo expressou a sua. Quanto a isso estamos de acordo que esta no seu legitimo direito.
    O que ja me parece excessivo e tanta zanga provocacao…ja sabe que irao chover comentarios contrarios ao seu, porque a arrogancia na forma como os aborda? Bem sei que um blog, jornal, o que for precisa de alguma polemica para ser lido e "sobreviver" mas tenha calma na forma como se insurge contra quem pensa diferente. Nao precisava de ter escrito este segundo texto, a opiniao ja a tinha deixado antes.

  148. Bravo!
    Sou filha de professores e concordo pelnamente com estes textos!
    Acho que o Mário Nogueira, assim como todos os dirigentes sindicais deveriam viver das cotas dos seus associados e nunca dos salários pagos pelo Ministério da educação! Se querem ser sindicalistas, então vão fazê-lo por amor à camisola e nunca por financiamento do Estado!
    Esta luta é uma vergonha, tenho vergonha dos argumentos invocados e da forma como os estão a fazer valer!
    Sou trabalhadora em funções públicas e acho que os professores não têm que ser mais beneficiados do que os restantes trabalhadores!
    Todos nóes estamos a passar por maus momentos e já n temos a segurança que exuitiu noutros tempos!
    Além disso, esta luta não é pela qualidade do ensino, tem em vista unicamente o "Umbigo" próprio de cada professor, descurando, sempre, o mais importante!
    É por estas e por outras do género que o nosso país está como está! Enquanto não houver mudança de mentalidades nada feito!
    Estou de luto pela luta dos professores!

  149. Concordo plenamente. Mais, porque é que os professores não falam das férias dos alunos? É que durante essa altura têm bastante tempo para preparar todas as aulas do período (e não me venham dizer que passam 8 h/dia em reuniões nessa época). Além disso, todas as semanas têm um dia sem dar aulas, exactamente para preparar essas mesmas aulas, algo que bastantes professores não fazem, limitam-se a ir debitar a matéria da mesma forma ano após ano. Não estou a dizer que não estão a ser prejudicados, mas estão a tentar fazer-se por uma classe muito desfavorecida quando não o são. Durante quantos e quantos anos era raro não haver pelo menos um professor a faltar numa semana de aulas? Eu lembro-me de ter, pelo menos, um feriado por semana e saí da escola há 5 anos. Comparem-se com o sector privado, principalmente em indústrias, em que as pessoas trabalham no mínimo 40 h por semana, que quando há um feriado à terça ou à quinta a fábrica fecha segunda ou sexta, respectivamente e é descontado um dia de férias aos trabalhadores que, na maior parte das vezes, são obrigados a ter férias em Agosto (quando a empresa fecha) e, em alguns anos, descontando esses dias de paragem resulta em cerca de 2 semanas de férias.
    Eu felizmente tive grandes professores durante a minha vida académica a quem eu devo aquilo que sou hoje, mas também tive e conheci muitos que não honravam a profissão nem respeitavam os alunos, pessoas que, na maior parte das vezes, nunca sonharam ser professores e que não têm a mínima vocação para estar ali; cheguei a ouvir coisas como "o governo cortou-me em 10 % o ordenado por isso eu vou cortar em 10 % o tempo que dou de aulas" como se os alunos tivessem culpa de alguma coisa, enfim.

  150. AHAHAHAHAHAHAH
    Espero bem que não seja professor, porque a escrever desta maneira nem num blogue devia postar nada.

    Cump.

    Ana

  151. Só queria acrescentar que o direito à greve todos têm, mas que seja por motivos válidos. O argumento de que são uns "coitadinhos" não pega, porque o resto dos trabalhadores tem noção das regalias de um professor (nomeadamente o horário diário, férias, etc.). Deviam sim lutar por maior respeito à profissão e melhores condições nas escolas, que infelizmente estão cada vez piores.

  152. Arrumadinho, a serio como é que te das a este trabalho? Explica-me, por favor? Os professores vão se sentir sempre os mártires da história! Eu conheço muitos professores e sei que muitos deles não seguiram a carreira por vocação mas sim por status… Pois os que seguiram por vocação não se queixam tanto, metem a mão na consciência e percebem “ Há anos que andamos a ter tantas regalias! Há anos que não temos patrão!”
    Vou-vos dar 2 exemplo que conheço: no Japão os únicos que não tem que se vergar perante o Imperador são os professores, porque é neles que esta o futuro do Pais! Pois sim, mas sabem que eles vivem num apartamento de 40m2 e tem ordenados abaixo da media japonesa???? Sabem disso??? Sabem que em vários países como Brasil, Polonia os professores são de classe baixa!!! Ganham mal? Ninguém quer ser professor a não ser por vocação? E em Portugal??? Os professores que conheço vivem muito mas muito bem! Atenção não estou a dizer que os outros países estão certos!
    Eu venho de uma família de 8 professoras (mãe e 3 tias; irmã e 3 primas ). Se te disser que a minha madrinha me olha de lado ( bem fiquei sem prendas lol) porque tivemos uma discursão sobre objectivos. Ela estava indignada por ir ser avaliada por objectivos!!!! E a mim saltou-me a tampa, porque ela trabalhava há 15 anos e não sabia o que era isso (ou melhor achava ridículo) e eu a pirralha da família trabalhava há um ano e o meu desempenho era avaliado semestralmente por objectivos…
    Os professores não têm noção do que é o privado! Eu fico indignada, sou eng. Química e trabalho na área de desenvolvimento há 7 anos no ramo automóvel de uma multinacional e se te disser que no mínimo 12 h por dia são certinhas! E qual horas de almoço de jantar, não na há! Sabem o que há são reuniões as tantas da madrugada ou as tantas da noite… horas a fio de pressão, viagens atras de viagens, não há horas extra, não há banco de horas (perdemos isto tudo com a crise), não tenho ADSE ( ou espero meses pela consulta ou pago!). Eu não quero ofender nenhum professor, não é esse o meu objectivo de todo, o vosso trabalho não é fácil e a tendência é a piorar… mas afinal estamos em tempos difíceis ou não??? Nem vou falar na tabela salarial…
    Gostava de lançar aqui um pedido, senão te importares Ricardo… convido todos a que não sejam professores a dizerem quantas horas por semana trabalham? Se há fim de semanas, se há dias de folga????
    Joana

  153. Os eventuais problemas que apresentou na mensagem inicial agudizam-se nesta segunda. O problema não reside no comentário pessoal e livre do que será o exercício de uma profissão (que se desconhece – ou se pode inferir que desconhece – por mais que afirme conhecer). O problema é sustentar o comentário em estereótipos e num conhecimento casuístico e tomá-lo como um amplo conhecimento da profissão. O problema é falar amplamente do tempo adstrito ao desempenho de uma profissão sem ter a noção exacta do que é, de facto, a especificidade do seu exercício. Cada profissão tem especificidades associadas com o seu exercício, aspectos positivos e negativos. É ingénua, até infantil, a comparação "inter-profissões", da forma como o procura (e incita a) fazer.

    Custa-me ver um Jornalista (profissional) revelar-se um comentador tão superficial. Ou, não sei, se será um comentador (profissional) ser um jornalista superficial.

  154. So digo isto :

    O problema da Educaçao em Portugal ´e que os professores e repectivos sindicatos ainda nao perceberam que o Ministerio Educaçao SERVE para dar educaçao aos alunos e nao empregos aos licenciados com cursos de professor.

    Basta ver a quantidade de programas tipo Pros-Contras sobre Educaçao que na pratica se resumiram a falar dos professores e seus interesses.

    A unica coisa que interessa ´e saber se o numero de professores ´e o ideal para o numero de alunos existentes.
    Quantos professores ficam desempregados nao interessa.
    O problema ´e sempre visto ao contrario.
    Acho que isto resume o problema.

  155. Nope, nem ando lá perto!

    Era apenas um comentário meu, não vale a pena gastar tantos pontos de interrogação!

    Já agora, e se fosse?

    Paulo

  156. 🙂
    essa da recomedaçao das 35 horas/semanais ´e mesmo para rir.
    ate parece que nao sabemos todos que muitos enfermeiros cumprem as 35 horas/semanais e depois fazem outras 20 ou mais de horas extraordinarias ou em 2º empregos……alias o ideial ate seria o horario serem 20 horas/semanais para poderem ter 3 ou 4 empregos e ganharem mais ainda.

  157. Opiniões à parte tenho que concordar com uma questão:

    – "sei que em muitas e muitas outras profissões, sobretudo no privado, se trabalham 40, 42, 45, 50 horas semanais, porque há trabalho para fazer, porque se as pessoas não fizerem o trabalho que têm em mãos ninguém mais o fará, e correm o risco de serem despedidas."

    Amén!

  158. Oh arrumadinhos, mas para quê isto? a sério? o senhor manda bitaites sobre as outras profissões, mas não quer "ouvir" sobre a sua. A questão não é a sua opinião, tem direito a ela, tudo bem. Agora escrever aqui inverdades é que me parece mau, por ser jornalista e por ter um blogue tão lido. E, apesar dos relatos, aqui deixados sobre o dia a dia de tantos professores, continua a insistir que não, ah não é bem assim, as matérias não mudam e tal e as aulas já estão preparadas, ah e tal não acredito que os professores trabalhem tantas horas. Em suma, chama mentirosos a todos os que aqui, relataram o seu dia a dia…
    Refere que no privado trabalham mais de 40 horas, e acha isso bem? é daqueles que durante o dia anda a fazer de contas que trabalha e quando chega às 17 horas começa a labutar e fica até tarde para agradar aos patrões? E ainda desdenha sobre as deslocações? a sério? é mesmo por aí que quer ir? mais uma vez refiro, se quer ter opinião fundamente-se primeiro. Conhece as novas zonas pedagógicas? Por acaso sabe que um professor que viva em Torres Vedras, por exemplo, pode ser colocado em Abrantes? faça lá as contas aos kilómetros… e agora pense lá um bocadinho, imagine uma professora que mora em Torres Vedras, que tenha dois filhos e que vá ser colocada em Abrantes a cumprir 40 horas. Pense lá um bocadinho na vida que esta professora irá ter.Este post e o anterior são absolutamente ofensivos.

  159. Olá Arrumadinho! Eu sou professora de Matemática, leciono 4 turmas e tenho 24 horas de componente letiva. Trabalho normalmente ao fim de semana, a preparar aulas, a preparar e corrigir testes ( à volta de 120 por cada rodada), questões aulas e outras fichas de trabalho. Preparo relatórios, faço formação (pós-laboral, claro) e muito mais. Desejo imenso que aumentem a carga horária para 40 horas (para trabalhar menos), mas quando terminarem essas 40 horas, o trabalho fica na escola. Vou correr para casa para desfrutar da minha outra vida, dos meus filhos, da praia, das saídas, sem fichas, sem manuais, sem testes, sem documentos, sem relatórios, sem computadores. Este é o meu verdadeiro desejo.

  160. Finalmente alguém que concorde comigo.

    O problema é que sempre viveram à grande.

    Enquanto uns trabalham 40 horas semanais, outros fazem uma meia dúzia de horas (no máximo 25h?!)… E mais, de certeza que o ordenado é o dobro de quem trabalha estas 40 horas.

    Não concordei minimamente com a greve! Tudo bem que façam greves, mas acho mau demais andaram a prejudicar quem lhes dá a profissão, ou seja, os alunos.

    Enfim…

    Podem até mudar de local de trabalho, mas ao menos têm emprego! Ou não será assim?

    Hoje em dia o mais importante é ter trabalho, na minha opinião.

  161. Comentário vergonhoso! Ao longo da sua vida lembre-se sempre de uma coisa, se não fossem os PROFESSORES, neste momento, o Sr. Francisco não saberia ler nem escrever, seria um analfabeto! Que ingratidão! Aproveito para lhe dizer que caso não saiba, os professores também pagam impostos e como tal também contribuem para o pagamento de ordenados!
    E para concluir lhe digo que não foram os Professores que colocaram o País neste estado!!! Já agora aproveito para o convidar a vir passar uma semana numa escola e no dia a dia de um professor, garanto-lhe que as suas palavras nunca mais seriam as mesmas em relação a um PROFESSOR!

  162. Mas pq raio vem sempre à baila o "no sector privado isto, no sector privado aquilo"?

    Todos nós sabemos que no sector público há mais direitos que no privado e isso é errado. Mas não é errado por haver mais no público, é errado por haver MENOS no privado. Dizem que "no privado trabalha-se 50 horas por semana" como se isso fosse bom. NÃO É!!!! Nem pode ser. É por isso que temos de lutar. Temos que lutar para que no privado os direitos sejam iguais aos do público mas dando direitos a eles que não têm. Não retirando aos outros….é assim tão difícil de perceber?

    Em tempos foi feito um estudo: perguntaram a vários portugueses o que preferiam: cenário a) ser aumentado em 100 euros e o colega em 200; cenário b) serem aumentados em 50 euros e o colega em 40. Sabem qual foi a escolha da maioria? Exacto. Cenário B. Explica muito do que se passa em Portugal.

    No dia em que os Funcionários Públicos estiverem no nível dos privados qual será a desculpa? Será que aí os privados terão a sua condição profissional melhorada?

    Arrumadinho, ou és contra a existência de Sindicatos (e estás no teu direito) ou és a favor da existência de Sindicatos. Se és a favor tens q aceitar figuras e situações como a do Mário Nogueira. É alguém que não está ali ao calhas, é alguém a quem a classe reconhece valor para o representar. Muita malta nova que eu conheço gostava de ter uma posição mais activa nos sindicatos mas tem medo de represálias da entidade patronal/chefias/etc. Por isso estes dinossauros vão-se mantendo.

  163. Nem mais caro anónimo. E também me fixo por aqui que não vale a pena sequer perder mãos 2min do meu precioso tempo a fazer ver o que o cego não quer ver.

  164. Eu não sou professor mas convivo de perto com uma…e sabes o que é pior nessa profissão? ATURAR OS FILHOS DOS OUTROS…principalmente aqueles sem educação nenhuma. Os professores têm essas horas lectivas mais outras horas em que têm de estar lá caso outro professor falte, têm horas em que são obrigados a estar disponíveis para apoios a que nenhum aluno aparece. Inventam-se disciplinas atrás de disciplinas para encher chouriços, só porque os pais dos meninos não têm outro sitio onde os deixar e os professores que tomem conta deles. Eu sou do tempo em que havia 8 ou 9 disciplinas mas todas elas importantes e com a carga horária necessária, de repente reduziram-se as horas semanais das disciplinas fulcrais, acrescentam-se 5 ou 6 disciplinas que não interessam para rigorosamente NADA e obrigaram os professores a dar as mesmas matérias em 3/4 do tempo. Um professor não lida com máquinas que caso não funcionem avisa-se o supervisor e o assunto resolve-se, lidam com pessoas, pior, com crianças e adolescentes que em regra geral têm níveis de concentração e noções de educação baixas, por vezes muito baixas. Podes ser um trabalhador do privado mas sabes que nunca terás o pai ou a mãe da máquina à porta do teu local de trabalho a fazer barulho só porque a máquina fez asneira, sabes que chega à horinha do toque e tu fechas a cabeça, acabou o trabalho, podes descansar. Não te podes distrair e falar para o lado a meio do trabalho. Não tens de preparar trabalho, métodos de ensino, formas de manter os alunos interessados para que possam depois mostrar resultados(nos exames) que mostrem o teu bom desempenho, sim, porque a qualidade dos professores é provada por 3ºs(os alunos), não tens de corrigir trabalhos nem testes, nem fazer novos para garantir que os resultados são os mais justos possíveis. É muito fácil pegar nos testes dos anos anteriores, mas também é muito fácil para os alunos pedirem a colegas mais velhos os mesmos testes para terem notas que não merecem. Se a profissão de professor é assim tão vantajosa como tu e muitos outros dizem, porque não a escolheram? É muito fácil falar da carga física contra quem tem a cabeça em constante stress pela obrigação de ensinar e educar e acima de tudo fazê-lo bem.
    Esta greve foi quando tinha de ser, para serem ouvidos e respeitados. Quando há 3 ou 4 anos os camionistas fizeram greve foram ouvidos, porquê? Porque causaram impacto, eram necessários e o país sofreu com a sua paragem. No mundo em que vivemos, infelizmente, tem de ser assim.

    Não tens de ser isento, tens de ser rigoroso. Usas muito texto para enrolar, desinformas e ainda cais no ridículo ao tentar ironizar uma situação que de piada tem ZERO…isso no meu ponto de vista, é ser um péssimo jornalista, se calhar devias mesmo ir para professor, podia ser que abrisses os olhos.

  165. Visito este blog todos os dias e nunca comento, mas neste assunto não posso deixar de apoiar a opinião do Ricardo. Subscrevo cada palavra.
    Nádia.

  166. Sem querer fugir ao tema do trabalho dos professores, gostava de tirar uma dúvida.
    As férias de um professor são compostas pelos mesmos dias de um funcionário "normal"? Também só gozam de 22 dias de trabalho?
    A ideia que eu tenho é que não. Que têm umas férias de verão mais alargadas, umas mini-férias na Páscoa, fora as pontes que antes ainda iam beneficiando.
    Se assim é, há igualdade? De que se queixam?

  167. Estão a esquecer-se do principal problema: é que este exame vai ser usado como prova de ingresso de muitos alunos e consequentemente, atrasar inscrições para a faculdade, originada da demora das correcções dos exames de Julho. Isto vai dar uma confusão… Apenas porque os senhores professores acharam por bem criar impacto num dia em que os alunos têm exame e muitos deles o utilizam como prova de ingresso.
    Sou contra a greve? Não, a greve é um direito de todos.
    Sou contra a greve ONTEM? SOU. Prejudicou-se MILHARES de alunos. E se o objectivo era criar impacto, poderiam ter feito esta greve num dos exames de 11º! Que ainda têm um ano pela frente e não têm urgência em preencher ingressos! E o melhor: Fazê-lo num dia neutro. E é isto.

  168. Toda a gente tem direito à sua opinião, não sei porque é que atacam o Arrumadinho por dizer o que pensa. Eu já dei aulas no privado, era paga a recibos verdes e ninguém me pagava os domingos inteiros que passava a preparar as aulas. Também nunca me queixei, porque isso fazia parte do meu brio profissional, de querer apresentar bons resultados e estar preparada para várias situações na aula. Mais tarde, quando passei para um trabalho de escritório no privado e gastava 150 euros por mês de gasolina para me deslocar, nunca me passou pela cabeça pedir um reembolso ao meu chefe. Que raio de argumento.

  169. Caro Arrumadinho,
    Preciso da sua ajuda… A minha mãe é professora há 30 anos e nos últimos tempos chega a casa raramente antes das 20h e nunca se deita antes das 2h da manhã. Claramente anda a fazer alguma coisa errada, pois segundo o que diz, tal não se justifica. Gostava de saber cm poderia ela n o fazer…

    Ah… E não me parece que qd escolheu ela ser professora há 30 anos atrás, soubesse que eventualmente não se iria reformar antes dos 65,ou que o seu salário fosse congelado nem a meio da carreira, ou que se fossem formar agrupamentos de escolas que obrigassem a mil burocracias (que mudam todos os anos, tal como grelhas de avaliação entres outras coisas, que não passam de ano para ano) e reuniões….

    E aqui em casa sabemos tb o que é trabalhar no privado, a minha irmã tb é professora num colégio… Que nada tem a ver com uma escola pública. Não que tb não trabalhe mais horas do que deva, ou que não tenha reuniões para fazer… Mas tem outras vantagens de um colégio privado.

    E atenção… Não mencionei nada do que seria '' próprio '' na profissão de um professor. Apenas algumas das coisas que não era suposto qd a minha mãe escolheu tal profissão.

    Às vezes as coisas não são tão lineares Qt isso. E para fazer comparações entre sectores privado e público, o certo seria entre professores dos mesmos. Só aí será uma justa comparação em que o importante não são as reuniões ou o facto de ter um patrão '' que se conheça ''… São outros factores…

    Diana

  170. concordo com tudo Arrumadinho! quem ouvir os professores a falar até pensa que só eles é que trabalham (e quem diz professores diz a maioria da função pública). eu trabalho 40/45 horas por semana sob uma pressão imensa para ganhar uma miséria e nunca fiz greve, porque preciso de trabalhar para sobreviver, e muita sorte já tenho eu de ter um emprego!

  171. Não vi ninguém negar-lhe o direito à opinião, enquanto jornalista ou enquanto escritor de um blogue. Vi conselhos para que procurasse mais informação, para que não visse apenas um dos lados. A sua posição é a de muitas pessoas e é essa posição pouco conhecedora que leva um país a não valorizar os seus professores. Não diga é que os respeita porque cai na mais profunda incoerência. Se os respeitasse fundamentava a sua opinião com verdades. Não pretendo demovê-lo a si nem a ninguém da opinião que possa ter da classe docente. Mas posso e devo insurgir-me. Acredito que grande parte dos professores é bom profissional e que ninguém vai para a docência pelas grandes regalias que esta oferece. Acredito nos professores que não são tolos e que não lutam por nada a não ser dignidade e alguma estabilidade necessária para as suas práticas letivas. Acredito nos professores que vão para a escola dar apoio aos alunos que vão a exame sem haver nada na lei que os obrigue a tal. Acredito que muitos professores dão muito de si à escola e aos alunos. Se assim não fosse porque confiariam tantos pais nos professores para ensinarem, educarem, alimentarem,criarem os seus filhos demitindo-se muitas vezes, eles próprios, dessa missão?

  172. Não podes fazer médias com os horários de cada professor. Não concordo com as reduções de horário a partir de determinadas idades (coisa que vai mudar) mas grande parte de quem protesta (falo por todos os meus colegas que mais têm aderido às greves) tem as tais 25 horas letivas. Por isso não podes pura e simplesmente fazer médias desse género.

    Concordo com o que dizes, o trabalho de um professor, na maior parte das semanas, ronda as 35 horas. A pior parte é mesmo em épocas de avaliações e reuniões. Cada vez um professor com componente letiva completa tem mais alunos e com as turmas de 30 alunos só vai aumentar. Estamos a falar de centenas de testes para corrigir. Estamos a falar de centenas de textos para corrigir (sou professora de línguas, mandar textos para casa, para treinar, acontece todos os períodos) estamos a falar em centenas de notas para lançar, de comportamentos e atitudes a analisar, avaliações orais e auditivas para se fazer. Eu tive, este ano, dez turmas. Tive semanas e fins de semana infernais. E é aqui que se prende a revolta, a tendência é a piorar. E o desempenho de cada um de nós cada vez é mais condicionado.

    Esta greve tem muito que ver com a mobilidade especial. Há docentes (cada vez mais) a ficar com horário zero por causa dos mega agrupamentos e das famigeradas turmas de 30 alunos. Esses docentes terão que ser colocados em outras escolas, com 40, 50, 60 km de distancia dos locais onde eles já criaram as suas vidas. Achas que neste contexto tem sentido o que disseste de forma negativa ""E nem nos pagam as deslocações para o local de trabalho". A sério? Querem mesmo usar este argumento? Mas em que profissão é que o patrão paga ao trabalhador para ele se deslocar para o emprego? Sem comentários."? Se tu estás anos numa escola, ou numa cidade, e tens a tua vida adaptada a isto, onde vais colocar esta novidade de teres que fazer, diariamente, uma viagem de uma hora e meia para cada lado? Ou se fores para mais longe, vais mudar de casa? Pior, se não houver lugar noutras escolas da zona, é desemprego. A sério? Tenho colegas com 30/40 anos, com filhos e casas e tudo o mais prestes a ir, ou para os quintos ou para o fundo desemprego. Isto revolta-me.

    Sei que há coisas em que os professores exageram. Eu sou professora, tenho muito trabalho, mas tinha ainda mais quando trabalhava num colégio ou quando trabalhava numa loja. Agora que andam a brincar connosco, andam. Um professora sabe para o que vai quando o decide ser, mas nunca ninguém lhe disse que tinha que ser quase caixeiro viajante.

  173. Li o anterior post e agora este e acho que tens 1'00% razão na posição que defendes! Todos os trabalhadores têm direito a greve, a defender os seus direitos. É um direito constitucional pelo qual muitos homens lutaram anos a fio, com grave prejuízo para si e para as suas famílias. Não obstante, a sociedade portuguesa tem que repensar os seus direito e especialmente os seus deveres, tem que perceber que as regalias tidas como assentes há 5 ou 10 atrás, neste momento, não podem ter-se por garantidas. Há que trabalhar, arduamente, especialmente aqueles que chegam ao final do mês e que, independentemente da competência ou trabalho realizado, auferem um ordenado. A mim ninguém me paga deslocações e se eu não trabalhar, chego ao final do mês sem €€. E esta, hein??

  174. Sou aluna do 11º Ano! Portanto, este ano estou a ter exames nacionais.

    Ninguém me convence que há professores a deitaram-se às 1h00, ou o quer que seja, quando muitas das vezes demoram duas semana para corrigir um teste, e ainda por cima só têm duas turmas. Também não percebo o constante discurso do "pagam-me o mesmo" quando nos estão a repreender pelo nosso mau comportamento, poderia dizer que quem lhe paga são os meus pais, portanto faça favor de continuar a aula.

    Outra coisa que me chateia é sem dúvida dizerem de boca cheia que estão a fazer isto tudo pelos ALUNOS? Eu já tenho matéria atrasada a disciplinas, não é com mais greves que ela fica sumariada. Vamos lá ser pessoas racionais e perceber que os professores, neste momento, só estão a sabotar uma das avaliações mais importantes, aquelas que contam para a Universidade, e determinam o nosso futuro.

    P.S. Que não me caia o mundo em cima, porque tenho de estudar o resto da matéria para os exames.

  175. Eu ando na faculdade e nem lugar temos para trabalhar. Trabalhamos no meio dos corredores muitas vezes. São grupos de 10 pessoas e nem vídeoprojector há pra todos conseguirmos ver e acompanhar tudo. E pago 950euros de propinas pra isto. Portanto não me parece assim tão mau ter de partilhar secretaria.
    Mas experimente trabalhar em corredores e depois diga-me alguma coisa 🙂

  176. Agora vou puxar a brasa à minha sardinha. Sou licenciada em enfermagem, recebo como bacharelato, aliás como todos os enfermeiros deste país uma vez que a tabela salarial não foi atualizada em 1998 altura em que enfermagem passou a ser licenciatura. Se assim é no público, deixo-vos à vontade para imaginarem no privado. E não vão pela reportagem da tvi porque realmente não sei onde foram buscar aqueles valores, mas gostava que fossem reais. Trabalho 40h semanais, quando existem recomendações da organização internacional de trabalho para um horário de 35 horas semanais atendendo ao desgaste físico, psicológico e emocional da profissão. 35 horas semanais é uma horário que abrange alguns enfermeiros vinculados a funções públicas, porque os que têm contratos individuais de trabalho encontram-se todos com uma carga horária de 40h. Ser professor é exigente? Concordo. Mas há igualmente profissões de elevada exigência, que me parecem estar em situação mais constrangedora e atendendo ao panorama geral só me ocorre isto, infelizmente, calha a todos. Deixarem os alunos sem a possibilidade de realização de exames é lícito? Imaginem os enfermeiros fazerem uma greve geral sem serviços mínimos? Não quero de forma alguma que se pense que por enfermagem estar mal, todos devem estar e nem é isso que defendo. Ainda que todas as greves tenham constrangimentos e que sejam esses constrangimentos que dão visibilidade ao descontentamento manifestado, não concordo com a atitude dos professores e da fenprof.

  177. Concordo plenamente com a tua opinião, toda a minha familia trabalha no sector privado, chegam a trabalhar mais de 40 horas semanais, sem horários fixos, e nunca os vi a fazer greve. Trabalha-se para sobreviver, é assim que as coisas funcionam. Não concordo com toda a indignação que os professores mostram, principalmente quando se observarmos bem as coisas à nossa volta nem estão assim tão mal, e têm ordenados muito mais superiores aos da maior parte das pessoas.
    É compreensível que dar aulas não é fácil, que dá trabalho e principalmente fora da sala de aula, mas tal como disseste muito desse trabalho já está feito dos anos anteriores, e os professores trocam materiais entre si, de forma a diminuírem o trabalho e darem o melhor material possível.
    O mais deplorável nesta greve é a atitude do sr Mário Nogueira, que nunca propõe nenhuma solução para todos os males que afirma que o ensino tem. Eu sou aluna, frequento uma escola publica e tive exames nacionais, vejo a realidade do ensino, a vida dos meus professores, e uma coisa posso dizer: desde a entrada deste ministro na educação que muita coisa melhorou, o ensino está mais exigente e focado na aprendizagem dos alunos, as "baldas" não tão toleradas como antigamente e de facto ele está preocupado com o sucesso escolar dos alunos, e não em avaliar os professores à toa.
    Acho que a greve foi a maior barbaridade de sempre.

  178. Não sou professora, pelo contrário, sou aluna do 12º ano que ontem teve exame de Português. Tal como tu concordo com a Greve e acho bem que a façam, mas sei que esta greve não prejudicou nem professores nem governo, mas sim o 75 mil alunos do 12º ano. É um ano importante, é o fim de um ciclo e o começo de outro. Toda esta história prejudicou muito os alunos e eu senti-o. A verde, é que ontem consegui fazer o exame sem problemas, mas mais de 20 mil colegas meus não o fizeram. Agora, vão ter de fazer dia 2 de Julho um outro exame, em que o governo diz que tem o mesmo grau de dificuldade. A sério que ele acha que tem? claro que não. É um exame diferente, com um texto diferente, gramática diferente. E vamos acabar todos por entrar para a faculdade de forma diferente. Acho que isto tudo ainda vai dar mais problemas e no final quem vai acabar por ser prejudicado são os alunos.

  179. 1. Existem muitas pessoas que sao professores e que nao o deviam ser. A vida de professor e como a vida de santo, tem que ser motivada essencialmente por valores de servico.

    2. A qualidade dos professores portugueses regra geral e pessima e isso retira mto da base de legitimidade das pretensoes. Se fossem mto bons entao sim, penso que se justificavam. Agora, o ensino em Portugal fica constantemente aquem das expectativas e da media europeia nos rankings de educacao. Ainda agora ha dias sairam as notas dos alunos do quarto ano e aparentemente apenas metade e que passaram num exame de portugues. Isto e inaceitavel.

    3. Este clima de instabilidade promovido pelos os sindicatos e completamente reprovavel considerando que sao os professores que devem servir o sistema de ensino e nao o contrario. Alias, sao as familias e todos os contribuintes que pagam os salarios desta gente, e como agradecimento causam directo prejuizo aos alunos? Isto e realmente de loucos. Se nao concordam com as condicoes da funcao publica entao facam outra coisa, agora criar uma guerra cega com todos os ministerios para justificar a existencia de aparelhos sindicais nao.

    4. A todos os professores que tiverem a ler este post: penso que deviam ter vergonha na cara honestamente e pensar que tipo de esquema valorativo e que empreguem no exercicio da vossa carreira. Estou a escrever isto como um cidadao que paga os meus impostos e que esta farto de ver incompetencia e irrealismo na funcao publica. Se querem trabalhar para a funcao publica entao tem que ter obrigatoriamente algum tipo de motivacao associada ao bem publico e se ja nao o tem e tempo de sair e dar lugar a outro. Os cortes no Estado sao necessarios e quem nao percebe isto em ultima analise nao e patriota, e quem nao e patriota nao devia trabalhar para a funcao publica. (ps. este teclado nao tem acentos)

  180. Concordo contigo Arrumadinho. Considero a profissão de professor uma profissão importante e que deve ser bem paga e na mesma medida bem executada.

    Sempre foram uma classe protegida.. querem sempre reivindicar os seus direitos e esquecem-se que tiveram sempre mais férias que os restantes trabalhadores, que tinham horários mais apelativos, seguro de saúde, etc.. Um funcionário privado não tem nada disso. Eu faço quase todos os dias horas extra e nunca recebi mais 1 cêntimo por isso.

    Esta greve foi ridículo, desnecessário e prejudicou os jovens que estão no 12º ano… Gerou confusão, conflitos, e principalmente ansiedade em jovens que tem que provar em exame aquilo que aprenderam em 3 anos, que tem de lutar por uma boa nota para aceder à Universidade. Foram egoístas e pensaram apenas no umbigo deles. Foi muito errado.

  181. Totalmente de acordo…

    Os professores acham que estão mal?

    O meu namorado é um de tantos que teve de emigrar por causa de não ter trabalho em Portugal, está na Suíça a trabalhar 45 horas ou por vezes mais por semana, ganha metade do que os Suíços ganham e trabalha o dobro ou triplo deles, está sozinho, longe da família e é claro que as deslocações para o trabalho, ninguém as paga… Quem é obrigado a ausentar-se do país por não ter trabalho é que está mal! Isso sim, são sacrifícios que são obrigados a fazer!

    Começo a ser da opinião que a maioria dos trabalhadores do sector público são uns mimados que não estão habituados a trabalhar como se trabalha no sector privado.

    Enfim…

  182. É que já não se trata de qualidade da profissão. Trata-se de dignidade. Isso a profissão de professores está a perder e bastante. Sou aluna e filha de uma professora e acredite ou não a minha mãe trabalha na escola das 8 às 8. Ainda assim, na maior parte das vezes quando chega a casa ainda traz trabalho. Assim como ao fim de semana. Não sei que profissão de professor é que o Arrumadinho conhece, mas de certo não é a mesma que eu.
    Mas pronto isto foi mesmo só um desabafo porque às vezes custa ouvir pessoas a falarem daquilo que nunca sentiram na pele. Aquilo que quanto a mim é mais importante é a questão da mobilidade e o facto de que apesar da minha mãe ser efectiva pode a qualquer momento ter horário zero e no ano seguinte ser despedida… Um professor efectivo. Mais uma vez digo: esta greve trata de dignidade de uma profissão.
    Quanto ao dia que foi escolhido… É uma greve com um propósito: haver negociação. Quem está contra a data aconselho a procurar no google o significado e propósito de uma greve.

  183. O problema é que andaram anos e anos mal habituados…
    Que profissão trab só de manhã ou só de tarde? Ou das 11 às 13 das 16 às 18? No max tem um dia completo numa semana… PIOR!!! k TEM UM DIA LIVRE!
    Já soube de casos k eram 2!!!
    Razões de queixa todos temos, mas não me parece de todo a profissão mais "coitadinha".

    BM

  184. O mesmo se passa quando achamos que Portugal é a pior coisa do mundo e lá fora é que se está bem. Faz parte do nosso espírito.
    Os professores vêem "Portugal" na sua profissão, sentem-no cada vez pior, e acham que estão piores que todos os outros. Não sabem – ou não lhes interessa – que no "estrangeiro" há profissões cujas condições são ainda piores.

  185. mais valia teres feito o que fizeste aqui há uns tempos (recentes) em que publicas-te, retiras-te e publicas-te outro texto…

    enfim, cada um vê o que lhe dá jeito.

  186. A luta dos professores é justa. Contudo, acredito piamente que muito do clima de instabilidade e ódio que se vive, se deve ao senhor Mário Nogueira o qual se assemelha a uma criança birrenta sempre que um ministro da educação toma qualquer atitude.
    O que se tem passado mostra uma luta exclusiva entre a fenprof e o ministério em que os professores e alunos servem apenas como marionetas.

  187. Não melhoraste grande coisa. 🙂
    Digo eu que se os professores tivessem ao menos uma secretariazinha para trabalhar eles não se importavam de passar o dia enfiados na escola. Agora ficarem todos a monte na sala dos professores para cumprirem horário (a parvoíce de tentar mostrar serviço dá nestas coisas) e depois irem para casa usar o próprio computador e restante material não faz grande sentido, não achas?

DEIXE UMA RESPOSTA