A missão olímpica e as férias

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Em tempo de férias gosto de desligar um bocadinho do mundo. Leio menos jornais, praticamente não vou à net, e limito-me a ver os noticiários da noite para me pôr a par do que se passa por aí. E o que se passa por aí é muito desinteressante. E é muito desinteressante há bastante tempo.

Agora, para lá da crise, da contestação social e da guerra na Síria o assunto do dia são os Jogos Olímpicos. Tal como eu esperava, a participação portuguesa está a ser medíocre. Nem medalhas, nem surpresas, nem brilharetes. Tirando o Rui Costa no ciclismo (13.º) e o João Costa no tiro (7.º) quase todos os outros foram uma desilusão. Tal como em Pequim com Naide, agora, a porta-estandarte da desilusão foi Telma Monteiro. É uma das melhores do mundo na sua categoria, mas foi à vida logo no primeiro combate. Sei que ninguém mais do que ela deve estar de rastos com isto, mas acho que o problema está mesmo na forma como o senhor Vicente Moura abordou estes Jogos, dizendo que esta era a participação portuguesa “mais bem preparada de sempre”. Bom, quando uma pessoa ouve isto pensa logo em medalhas, na bandeira a subir, no hino, no nome de Portugal elevado. Mas depois a coisa começa e o que vemos é um grande leque de vigésimos quartos, décimos quintos, trigésimos terceiros lugares, eliminações na primeira e segunda ronda, marcas muito longe das necessárias para chegar às finais. E é isto a equipa “mais bem preparada de sempre”? Quatro anos no Projecto Olímpico para conseguir estas marcas, que nem chegam aos recordes nacionais?

Eu percebo todos os argumentos de quem defende os atletas. Não têm as condições dos outros, muitos nem conseguem ser profissionais, treinam em infra-estruturas piores, com treinadores menos capacitados, e depois não podem competir ao mesmo níveis dos outros. Também há o argumento do mercado: somos muito menos, temos menos atletas, logo, é normal que não consigamos ter um universo de escolha tão grande como uma China, uma Alemanha, uma França ou uns Estados Unidos, os papões das medalhas. Tudo bem. Mas mesmo naquelas modalidades em que temos atletas de topo, dos melhores do mundo, falhamos, e falhamos à grande (estou a falar da Telma Monteiro), nem sequer é aquela derrota por um centímetro, por um golpe, por um segundo, não, é uma eliminação logo à primeira, pumbas!, já foste. E isso é triste.

Já não nos restam muitas possibilidades de conseguirmos um brilharete. O Marco Fortes, no lançamento do peso, pode chegar à final, mas dificilmente conseguirá ir além de um sexto lugar. Mas, como as coisas estão, o mais provável é mesmo nem chegar à final. Na Maratona, a Dulce Félix, campeão da Europa dos 10 mil metros, tem a ambição de ficar nas 10 primeiras, mas nós sonhamos com uma medalha, mas, lá está, o mais provável é mesmo ficar aí em 24º.

Ou seja, é tudo uma questão de expectativas. Se o senhor Vicente Moura tivesse vindo com um discurso mais realista, a malta não se punha a sonhar alto, e tudo o que viesse a mais seria espectacular. Agora, como as coisas estão, a missão olímpica portuguesa arrisca-se a voltar a casa envergonhada.

1 Comentário

  1. Boa tarde uma curiosidade eu também fui operado duas vezes a uma ruptura total tendão de Aquiles estou neste momento a recuperar da segunda cirurgia seguida e não consigo andar !!
    Seu marido consegue andar ? Quanto tempo para voltar andar ? Perdeu muita força no caminhar ???

  2. Ahaha aquele que mencionou o Miss Universo, até não fomos maus. O ano passado classificámos pela primeira vez de 7mos… tendo em conta que sao 100 mulheres e que ca nao ha preparação nenhuma, ai até não estamos mal.

    Mas calma! ainda pode ser que os atletas que vão participar hoje, consigam fazer um bom papel.

    E acho que temos feito um bom papel em todas as areas, as vezes levar a medalha nao significa que os nossos atletas nao sejam também excelentes

  3. É muito fácil julgar aquilo que nunca sentimos e que já mais iremos fazer, somos todos muito espertos a resolver o mal dos outros, mas o nosso, há pois, isso e tal e coiso, por isso é que portugal nunca irá para a frente com pesooas a pensar como tu,e para tua informação um mundial ou um europeu não são qualquer coisa,só lá vai quem realmente está preparado, és muito bom a desvalorizar o melhor dos outros, mas és péssimo a valorizar o trabalho e sacrificio feito pelos outros, não fales daquilo que não sabes , e que eu saiba o futebol é um desporto como outro qualquer,´desporto é desporto meu amigo,simplesmente tem muitas variantes e os JO são prova disso.
    são pessoas como tu que não dignificam o trabalho, o sacrificio, e a dedicação que esta gente tem de fazer para manter aquilo que mais ama,Treinar muito cedo quanto nós ainda dormimos, trabalhar 8 a 9 horas por dia e voltar a treinar e chegar tardissimo a casa, sabes o que é isto é a realidade são poucos os desportistas pou que são renomerados só pela prática desportiva,falar mal é mais fácil, vende melhor, encontrar o bem e falar sobre ele dá muito trabalho porque se podessemos compravamos tudo feito!!!
    Olha temos pena, mas eu sei bem daquilo que falo, como disse no meu comentário anterior sou casada com um ex atleta de alta competição, que já foi operado duas vezes ao mesmo tendão de aquiles por gostar tanto do desporto que o levou a representar Portugal no estrangeiro,só mais este pormenor as duas operações e tratamentos de fisioterapia foram suportados por nós,no futebol as coisas não se passam assim é tudo tão mais fácil e o resto é só paisagem, tem um bom dia Arrumadinho porque eu a seguir vou imediatamente para a praia,see you!!!

  4. Arrumadinho, independentemente de concordar ou não com o post há uma coisa que se me ocorre nesta altura: onde estava toda a comunicação social e o apoio da população portuguesa durante a preparação de 4 anos para estes JO? Onde estava a divulgação dos resultados de tantos campeonatos nacionais, regionais, internacionais em que todos participaram nos últimos tempos?
    Onde estão os especiais sobre os atletas dos JO, as suas vidas e as suas carreiras – sem ser agr?
    Eu não sou especial fã de desporto, mas qdo toca ao futebol não lhe "consigo" escapar: é tanta a conversa que acaba por entrar alg coisa.
    Ignoramos estes atletas tds durante 4 anos de preparação e só agr nos lembramos deles?
    Claro que queremos bons resultados, eles estão lá para isso, mas tb devemos apoiar fora dos JO e depois – quer venham com medalhas ou n, como aconteceu com a Seleccção este ano.

  5. Tu dizes e bem, os atletas olimpicos não ganham tanto quantos os jogadores de futebol, mas não deixam de ser profissionais e de terem de ser responsabilizados por isso…. Mas ao que eu me lembro quando Portugal perdeu contra a Espanha, nós portugueses não dramatizamos tanto, pois não? Não eras tu que dizias que não se podia colocar a culpa e a pressão toda em cima do Ronaldo, que ele era só um? Pois acho que aqui as coisas se processam da mesma forma, não se pode colocar as culpas e pressões em cima da Telma Monteiro. Podia ter feito melhor? Podia, mas daí a crucificá-la vai uma grande distância. E mais do que ninguém ela deve estar-se a culpabilizar, são quatro anos a prepararem-se para uns míseros, mas intensos, minutos

    Beijinhos!

  6. Arrumadinho,

    "A profissão deles é aquela, e, como tal, têm obrigação de se superar e conseguir sempre o melhor possível, lutar sempre pelo melhor possível. Na minha profissão, se eu ficar aquém das minhas capacidades sou chamado à atenção por isso. Se falhar, sou criticado por isso. Ora, um atleta não deve ser diferente. O trabalho deles é aquele, por isso, têm de o fazer o melhor possível."

    Mas quem te diz que eles não fizeram o melhor possivel? A questão é que o "possivel" que tu pensas é diferente do "possivel" para eles.

    Como profissional de alguma coisa és sempre "obrigado" a mostrar o melhor e a exceder-te. No entanto no desporto isso nem sempre é "possivel" e muitas vezes nem é quando os atletas querem.

    Há que admitir que as nossas melhores hipóteses de ver atletas a fazer boas marcas ficaram cá lesionados. Só para tua informação, tivemos um atleta de natação que bateu um record nacional, mas infelizmente não chegou para passar a eliminatória.

  7. Arrumadínho se tivesse prestado atenção as notícias e menos ao mediaríamos veria q por exemplo existe uma equipa de vela portuguesa a esta em 4 lugar mesmo atras dos campeões… E a lutar… O pior e nao são conhecidos e vende mais a Telma monteiro derrotada do q os jornais terem esperança e motivarem quem esta em 4 lugar e tem ainda 10 regatas!!! Na segunda estiveram em primeiro lugar!!!! Portugal vende o mau… E já agora todos os q foram lutaram muito para ali estar… Se perdem nao e por nao se esforçarem como vejo cristianos e afim q já nao se preocupam em ganhar pois já tem o sufeciente no real Madrid… E eu adoro futebol!!!!! Arrumadínho tente ver mais atletas e suas prestações e nao só os q o jornal fala… E q esses interressa o q vende e em Portugal só vende a desgraça!!!!!!!!

  8. Lamento, mas discordo em absoluto da teoria de que os que lá foram são uns heróis só porque conseguiram lá chegar. Muitos deles são profissionais. Não ganham o que os futebolistas ganham, mas isso não faz deles menos profissionais, nem menos capacitados. A profissão deles é aquela, e, como tal, têm obrigação de se superar e conseguir sempre o melhor possível, lutar sempre pelo melhor possível. Na minha profissão, se eu ficar aquém das minhas capacidades sou chamado à atenção por isso. Se falhar, sou criticado por isso. Ora, um atleta não deve ser diferente. O trabalho deles é aquele, por isso, têm de o fazer o melhor possível. E os Jogos Olímpicos são, para muitos deles, o momento alto da carreira, o principal objectivo, a competição que andam a preparar há anos. Logo, é de esperar que seja nesta competição que estejam no auge da forma, que seja nesta competição que se superem, que se transcendam. Para muitas modalidades, os Jogos não são uma prova qualquer, não são um mundial ou um europeu – são muito mais do que isso. E só alguém que não perceba nada de desporto pode defender o contrário (há excepções, claro, como o futebol, o basquetebol ou o ciclismo, por exemplo, em que os Jogos não têm essa importância).
    Tal como escrevi, não exijo medalhas, não acho que tenhamos obrigação de vencer muita coisa, de ficar entre os três primeiros em nenhuma prova. Só queria ver resultados surpreendentes, ver as tais transcendências de que falei, os tais resultados "nos limites", e isso não tem acontecido. De todos os nossos atletas, talvez apenas três estão a conseguir ou conseguiram isso : o João Costa, no tiro, o Rui Costa, no ciclismo, e a dupla de velejadores em 49er. Todos os outros ficaram longe das suas melhores marcas, longe de resultados que se possa dizer que sejam positivos.
    Há muita gente que gosta de ser mais papista que o papa. Quando os próprios treinadores, os próprios atletas vêm falar de desilusão e fracasso, as pessoas gostam de vir dar palmadinhas nas costas e dizer "deixem-se disso, vocês são uns heróis porque conseguiram estar lá". Lamento, não são. Todas as nações do mundo, ricas ou pobres, pequenas ou grandes, têm atletas no Jogos, ou seja, não somos melhores do que ninguém por causa disso. A evolução não se faz na base das palmadinhas nas costas, mas de fasquias altas, exigência máxima.
    Quanto à comparação com o futebol, também acho ridícula. São realidades diferentes. Claro que o futebol tem mais protagonismo, mas tem aqui como tem em muitos outros países, e não é por isso que esses países são maus noutras modalidades. Relativamente ao que escrevi sobre a selecção no Euro, não há qualquer contradição. O princípio é o mesmo: não exigia o título à selecção nacional (como agora não exijo medalhas). Queria, sim, que se superassem, que fossem até onde lhes fosse possível. E eles fizeram isso. Perderam, por azar, com a Espanha, que acabou por ser campeã. Fiquei orgulhoso da nossa selecção porque eles foram grandes, como ficarei orgulhoso de qualquer atleta que, nos Jogos, consiga atingir os seus limites. E é só isso que eu peço, ou que eu espero, vá.

  9. Lamento, mas discordo em absoluto da teoria de que os que lá foram são uns heróis só porque conseguiram lá chegar. Muitos deles são profissionais. Não ganham o que os futebolistas ganham, mas isso não faz deles menos profissionais, nem menos capacitados. A profissão deles é aquela, e, como tal, têm obrigação de se superar e conseguir sempre o melhor possível, lutar sempre pelo melhor possível. Na minha profissão, se eu ficar aquém das minhas capacidades sou chamado à atenção por isso. Se falhar, sou criticado por isso. Ora, um atleta não deve ser diferente. O trabalho deles é aquele, por isso, têm de o fazer o melhor possível. E os Jogos Olímpicos são, para muitos deles, o momento alto da carreira, o principal objectivo, a competição que andam a preparar há anos. Logo, é de esperar que seja nesta competição que estejam no auge da forma, que seja nesta competição que se superem, que se transcendam. Para muitas modalidades, os Jogos não são uma prova qualquer, não são um mundial ou um europeu – são muito mais do que isso. E só alguém que não perceba nada de desporto pode defender o contrário (há excepções, claro, como o futebol, o basquetebol ou o ciclismo, por exemplo, em que os Jogos não têm essa importância).
    Tal como escrevi, não exijo medalhas, não acho que tenhamos obrigação de vencer muita coisa, de ficar entre os três primeiros em nenhuma prova. Só queria ver resultados surpreendentes, ver as tais transcendências de que falei, os tais resultados "nos limites", e isso não tem acontecido. De todos os nossos atletas, talvez apenas três estão a conseguir ou conseguiram isso : o João Costa, no tiro, o Rui Costa, no ciclismo, e a dupla de velejadores em 49er. Todos os outros ficaram longe das suas melhores marcas, longe de resultados que se possa dizer que sejam positivos.
    Há muita gente que gosta de ser mais papista que o papa. Quando os próprios treinadores, os próprios atletas vêm falar de desilusão e fracasso, as pessoas gostam de vir dar palmadinhas nas costas e dizer "deixem-se disso, vocês são uns heróis porque conseguiram estar lá". Lamento, não são. Todas as nações do mundo, ricas ou pobres, pequenas ou grandes, têm atletas no Jogos, ou seja, não somos melhores do que ninguém por causa disso. A evolução não se faz na base das palmadinhas nas costas, mas de fasquias altas, exigência máxima.
    Quanto à comparação com o futebol, também acho ridícula. São realidades diferentes. Claro que o futebol tem mais protagonismo, mas tem aqui como tem em muitos outros países, e não é por isso que esses países são maus noutras modalidades. Relativamente ao que escrevi sobre a selecção no Euro, não há qualquer contradição. O princípio é o mesmo: não exigia o título à selecção nacional (como agora não exijo medalhas). Queria, sim, que se superassem, que fossem até onde lhes fosse possível. E eles fizeram isso. Perderam, por azar, com a Espanha, que acabou por ser campeã. Fiquei orgulhoso da nossa selecção porque eles foram grandes, como ficarei orgulhoso de qualquer atleta que, nos Jogos, consiga atingir os seus limites. E é só isso que eu peço, ou que eu espero, vá.

  10. Foi um post pouco interessante, devo dizer que li mensagens muito mas, muito interessantes, é de louvar a participação dos nossos atletas, não vou repetir tudo o que já foi dito a este respeito, deste lado tudo parece fácil, achamos sempre que poderia ser melhor, com toda a certeza que eles deram o seu melhor, parabéns ao nossos atletas pela coragem e dedicação ao desporto, porque neste país desporto é só futebol e o resto é paisagem, o meu marido foi capeão nacional de badminton, e todos os custos da modalidade foram á suportados por ele , isto é que é amor á camisola, do governo nada recebeu, nem se quer um obrigado de ter representado o país em provas europeias. Neste país é só o futebol que importa, que mais parece um leilão "quem paga mais".

  11. Gotaria de lembrar que os atletas que participam nos JO tiveram de atingir os chamados "mínimos olimpicos". Para atingir tais mínimos já tiveram grandes resultados e concerteza já hasteram a bandeira e puseram o nosso hino a tocar diversas vezes
    pelo mundo fora. Onde estava o apoio dos portugueses nessa altura? Porque só nos lembramos dos nossos atletas de 4 em 4 anos? Onde estavam os meios de comunicação para divulgar tais feitos durante esses quatro anos?Sem divulgação não existem apoios por possíveis patrocinadores, e sem estes não existe dinheiro para nos tornarmos competitivos.
    Penso que é um feito extraordonário que com o míserável apoio que temos, termos atletas nos JO.

  12. Por vezes surgem estas aves raras em cargos de relevo e responsabilidade, como esse senhor, e fazem tudo ao contrário, armam-se em bons, colocam as expectativas muito altas sem haverem condições para isso e depois é uma desilusão e parece que andamos anos para trás! 😛

  13. O desejo de superação está sempre muito presente em nós. Queremos ganhar mais, mais férias, mais isto e mais aquilo. No caso dos jogos olímpicos queremos mais records, mais medalhas, mais esforços.

    A verdade é que a evolução da condição humana não é nem poderia ser tão rápida como aquela que ambicionados. Um record não é uma marca média que se obtém, mas sim o extremo da capacidade humana. É desumano exigir que um atleta consiga sempre atingir o seu record pessoal, ou o record nacional. O record foi atingido uma vez e pronto, ficou marcado como a melhor marca alguma vez alcançada. Por maior que seja o esforço, não se pode atingi-la de novo a cada nova tentativa.

    Além do mais, nenhum dia de trabalho é mais perfeito que o anterior, tal como um exame não tem de correr sempre melhor que o outro. Há dias melhores e há dias piores. No caso dos Jogos Olímpicos, há apenas e somente um dia, um minuto, alguns segundos. Todos são profissionais, todos têm as mesmas condições e todos deviam ser isentos à pressão… claro que quem está a ver no sofá, de férias, esquece-se que todos são também humanos, que todos chegaram onde apenas uma pequena quota parte da população do mundo chega.

    Sou pelos atletas, não porque treinam em piores condições, mas porque se esforçam. Ninguém é atleta por um país, mas sim pela sua própria vontade. Nenhum deles tem de nos dar nada e nenhum nos deve nada. Vão lá porque gostam e serão os seus piores críticos nas suas falhas. Somos nós quem temos a obrigação de lhes agradecer por terem levado a nossa bandeira lá, apesar de nem sempre ela ter sido hasteada tão alto quando gostaríamos!

  14. Falta acrescentar que somos um dos países europeus com um dos mais baixos índices de prática desportiva. E provavelmente um dos países com mais elevada crítica desportiva. Ou seja, somos poucos mas ainda nos tornamos menos e somos rápidos a cair sobre os poucos que estão na alta competição.

    E se entrarmos no paralelismo com a quantidade de equipamentos desportivos construidos para efeitos eleitorais mas que não criam campeões ou, no mínimo, competitividade interna entre atletas…

  15. Só um "louco" podia esperar melhor de Portugal, com excepção feita à Telma e mesmo ao Pina, que podiam fazer muito melhor. Os nossos favoritos estão lesionados e isso reduz bastante a possibilidade de sonhar com medalhas.

    Hoje, ouvi o discurso dos atletas que vão concorrer no atletismo e o discurso deles é bem diferente de quem "manda". Não prometem medalhas, dizendo que vão para bater os recordes pessoais e coisa e tal. Acho uma medida inteligente para ninguém cobrar nada.

    Não posso de ficar contente com o desempenho do João Costa, que fez uma prova muito boa no tiro e sobretudo para a Telma Santos que entrou para a história ao ser a primeira atleta portuguesa a triunfar no badminton.

    Continuação de boas férias

    homem sem blogue
    homemsemblogue.blogspot.pt

  16. Nao percebo, o homem estava a puxar pelo o país e ele estava errado?
    Os atletas só de estarem lá já é uma grande vitoria,porque só eles sabes a preparação e a corrida atras de patrocinadores para conseguir competir. É obvio,que a equipa portuguesa não tem apoios financeiros e tão pouco preparação suficiente para competir contra países que investem muito em seus atletas.
    FORÇA PORTUGAL.

  17. Acho que o grande problema é que somos dos poucos países onde só se pensa em futebol. Só há dinheiro para futebol. Não somos um país em que o desporto seja incentivado e é pena!Isto deveria começar já na escola primária. Quanto às expectativas, é típico de todos os Portugueses querer ser mais do que realmente somos. Acho que já é um feito enorme conseguirmos que todos os 4 anos sejam apurados mais atletas do que na Olimpíada anterior.

  18. Olá Arrumadinho!

    Sou leitora assídua, devo dizer que muito graças à Pipoca, que já leio há anos e adoro.
    Não pude deixar de prestar atenção a este post e comentá-lo porque há uns tempos li isto aqui (sendo que até postei no meu facebook por concordar tanto):

    "Portugal tem 10 milhões de habitantes e um universo de recrutamento de futebolistas muito limitado. Há perto de 150 mil futebolistas federados em Portugal, em todos os escalões. Em Espanha há cinco vezes isto. Na Alemanha há 10 vezes isto. Em França há oito vezes isto. E mesmo assim nós conseguimos ser tão bons quanto eles. Como ontem fomos. Tivemos azar, como noutras alturas tivemos sorte.
    Não gosto de vitórias morais, mas não me magoa quando caímos vergados pelo azar.
    Parabéns a Portugal."

    Pergunto se essas palavras só se aplicam ao futebol porque aqui o discurso em relação ao Judo e outras modalidades representadas pelos portugueses nos Jogos Olímpicos já mudou um pouco. Aqui os mesmos argumentos são compreendidos mas já não tão bem aceites, se é que entendi bem.
    Sei que, no caso do Judo, foi uma desilusão por ter sido logo uma eliminação tão prematura mas num desporto em que tudo se pode decidir em segundos penso que não se pode ser tão redutor. O esforço, o trabalho e a dedicação foram tantos ou mais que os de um jogador de futebol, a diferença é que tudo se decide mais rápido e o Judo (tal como quase todas as restantes modalidades desportivas) não tem tantas demonstrações públicas e visibilidade como o futebol. E tal como a pressão pode ser traiçoeira para os jogadores de futebol, também o pode ser (e é, de facto) para os judocas ou qualquer outro desportista que se veja confrontado com um nível de competição tão elevado como acontece nos JO.

    Devo ainda relembrar que a Telma Monteiro não ganhou nenhuma medalha nos JO mas é Campeã Europeia, feito que os jogadores profissionais de futebol nunca alcançaram. E quem fala da Telma poderá falar de muitos outros desportistas.

    O que eu quero dizer com isto é que da mesma forma que também não gosto de vitórias morais, posso admitir que não me sinto envergonhada quando vejo que caímos vergados pelo azar. Tanto no futebol como em qualquer outro desporto que represente o meu país de forma digna e perseverante.

  19. Só falo do que sei. Deveria fazer o mesmo. O assunto é o judo: Telma Monteiro, Joana Ramos e João Pina. Viu os combates? Se os viu, percebeu-os? Sabe o que é um wazari, um yuko, um ponto de ouro? Tem noção do que é um combate de judo? Sabe que na categoria -52 kg as 12 atletas mais cotadas foram afastadas, inclusivé a 1a mundial e ao primeiro combate? Sabe o brutal trabalho , para lá dos limites da dor, que estes judocas têm feito? Não seja tão leve nas suas apreciações. Aí está uma reportagem interessante: como se prepara um judoca deste nível, para um mundial, europeu ou j. Olímpicos. Boa noite.

  20. Tens toda a razão. Não temos a mesma preparação, e está errado que se leve as pessoas a pensar que estamos excelentemente preparados quando na verdade não temos condições semelhantes a países sequer como a Ucrânia, etc.

  21. Não podemos dizer que são uma desilusão os nossos atletas!
    São pessoas guerreiras que acordam todos os dias de manhã para treinar quando Portugal ainda dorme. Treinam em priores condições e com piores treinadores de certeza e exigem-lhes o mesmo que os melhores do mundo?
    Fazem muito mais do que qualquer um de nós faz. E se estão nos Olimpicos já fazem parte do melhor dos melhores. Estão num sitio que o comum dos mortais nem pode sonhar como é.
    Todo o trabalho que fizeram até aqui para estarem hoje em Londres é louvável. E tenho muito orgulho de os ver lutar/jogar/atirar/velejar porque estarem lá com as cores de Portugal já me faz vibrar de felicidade e sentir um enorme orgulho nos nossos atletas. Com as condições que Portugal proporciona aos seus atletas qualquer lugar que consigam em Londres é de ouro!
    Não valorizamos nada do que é nosso: escritores, jogadores, realizadores, actores… Os nossos atletas olimpicos são mais uns que achamos que podiam ser melhores. É um pensamento errado.

    Mariana

  22. Portugal…a beira mar plantado, povo de antigas façanhas da era dos descobrimentos,deita tudo a perder,não sabe vingar….morre sempre na praia…não é a toa que nos acompanha sempre o triste fado…sp habituados a parcas vitórias..e amargas derrotas…a desilusões…

  23. Estamos no 3 dia e nao podemos falar em vergonha uma vez que os bons resultados apareceram e a telma Monteiro lutou e apenas perdeu no tempo de compensação onde a primeira a pontuar era logo vencedora! Estamos perante bons resultados pois hoje a Telma santos fez história ao ser a primeira(o) representante português a vencer um jogo no badminton e nao só Portugal foi muito bem preparado e os resultados nao se mostram apenas por medalhas bons lugares sao também importantes para desbravar caminhos para futuros representantes portugueses
    Os atletas sentem este tipo de desmotivamentos

  24. Eu só tinha esperança de medalha mesmo na Telma, de resto só os queria ver a fazer boas figuras.

    Um dia mau toda a gente pode ter e a adversária dela teve muita sorte em ter ganho o combate, mas isso pode acontecer a qualquer um.

    Por outro lado também acho natural que as expetativas sejam altas quando se trata da Telma, pois ela já ganhou vários títulos.

  25. O problema é que praticamente nunca ganhamos nada!

    Concurso Eurovisão: 0
    Miss Universo: 0
    Futebol Selecção: 0
    Jogos Olímpicos: 0 .

    Afinal em que é que somos bons???

    Nos ParaOlímpicos lá nos safamos (não é ironia ), mas é a unica coisa, não concordam??

  26. A insistência no 24 só poderá ser interpretada como uma homenagem a mim próprio. Mas isto ninguém vai perceber, não é?

    Vicente Moura devia estar a referir-se à preparação e profissonalismo com que a "Missão" Portuguesa preparou (logística, seriedade) a ida a Londres. Porque de resto, com Nélson Évora, Naíde e Obikwelo de fora, ficou ainda mais complicado.

    Será uma participação medíocre se não forem batidos alguns recordes nacionais.

    Mas no final do dia, o que importa é que o Axel Witsel se mantenha por cá.

  27. Vicente Moura = o maior cab**o da história do desporto nacional!
    Está agarrado ao lugar, é um fascista e vive à conta… já chega!

    Somos pequenos porque não temos mentalidade nem responsáveis com liderança e visão!

    Grandes JO que estão a acontecer, ter expectativas com Portugal é para quem não acompanha o desporto extra-futebol!

    boas férias!

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