Maratona de Nova Iorque: a aventura (parte II)

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Há uns tempos comecei aqui a relatar a minha experiência na Maratona de Nova Iorque, em Novembro do ano passado. Comecei por falar da péssima preparação, da forma quase irresponsável como corri a Maratona de Lisboa um mês antes de ir para Nova Iorque e da satisfação que senti ao cortar a meta, mesmo não me tendo preparado decentemente para a prova. É nesse ponto que retomo a história.

14 km em 30 dias

Depois da Maratona de Lisboa percebi que o coração e a cabeça são, numa maratona, tão importantes quanto as pernas. Não treinei o suficiente, senti falta de força, mas consegui encontrar forças para chegar à meta sem ter parado, e para ter conseguido o meu melhor resultado naquela que é chamada de prova rainha do atletismo. Pela primeira vez, consegui baixar das 4 horas (3h58), o que foi uma segunda vitória para mim.

Depois da prova de Lisboa, estive quase uma semana sem treinar, a recuperar a 100 por cento. Uma vez mais, tudo isto me apanhou numa fase da minha vida profissional que me absorvia por completo e me retirava o treino que eu precisava para treinar. Preparar uma maratona não é propriamente a mesma coisa que preparar uma corrida de 10 km. Obriga a treinos longos, de 15, 18, 20, 25, 30 quilómetros, que não se fazem propriamente em meia hora. E eu não tinha, no meu dia a dia, tempo para mais. Em vez de treinar o que podia, acabava invariavelmente por não treinar. Na minha cabeça, estavam no entanto os exemplos das duas maratonas anteriores, Paris e Lisboa, em que quase sem treinar consegui chegar ao fim, e sempre a melhorar as marcas.

Desta vez não foi diferente. Os dias passavam e eu sempre sem correr. Duas semanas antes da maratona, consegui fazer 10 km. Uma semana depois corri mais 4. E foi só. Corri 14 km entre a Maratona de Lisboa e a da Nova Iorque, no espaço de 30 dias. Uma vergonha.

Admito que estava com medo. Na véspera da prova, um sábado, houve uma corrida curta, de solidariedade, de 5 km, entre a primeira avenida e central parque, que fiz com a minha mulher. Chovia, estava frio. As previsões meteorológicas apontavam para um dia seco na manhã seguinte, mas muito frio. No final desses cinco quilómetros sentia-me relaxado, mas muito inseguro, cheio de dúvidas sobre como me iria sentir no dia da corrida, a corrida mais importante da minha vida, e um sonho de muitos e muitos anos.

TO BE CONTINUED…

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