Na semana passada, aproveitei um fim de tarde para ir com o Mateus até ao Almada Forum, para vermos a exposição do LEGO Star Wars. Ele andava a contar os dias para irmos lá, e todos os dias me perguntava “É hoje?”, “É hoje?”, e na verdade eu também estava com muita vontade de ir por isso, quando finalmente lhe disse “Vamos ver os LEGOS do Star Wars?”, ele desatou aos pulos.
Drama que qualquer pai conhece: quando íamos a caminho, ao final da tarde, depois de um dia em que não parou de brincar, o que é que aconteceu? Aquilo que nenhum pai quer que aconteça, porque já sabe o que a casa gasta: adormeceu no carro. A viagem demorou 30 minutos — apanhámos algum trânsito — e quando chegámos ao Almada Forum estava ferrado. Tentei a técnica do entusiasmo: acordei-o repentinamente e disse “Mateus, chegámos ao LEGO do Star Wars!”, com grande excitação. Não resultou. Grunhiu e virou-se para o outro lado. Usei a técnica dos carinhos — ir acordando aos poucos, com festinhas, falando baixinho com ele. Nada. Tive de o arrancar da cadeirinha e pô-lo às cavalitas, que é a única coisa que ainda o faz sair de uma sesta para qualquer coisa sem ir aos berros. Resultou mais ou menos. Foi a acordar pelo caminho. Quando chegámos à exposição ainda ia com aquele ar desconfiado, mas lá por dentro entusiasmado, só que não o queria mostrar, porque podia parecer que estava a dar parte fraca.
Passou-lhe quando avistou ao longe os bonecos gigantes em LEGO. “Pai, olha!”, começou logo ele, a apontar para o Darth Vader, que é o preferido dele. “É o Darth Vader em Legos”. Depois viu o Chewbacca. “E o Chewbacca, vamos, corre”. Lá tive de acelerar o passo.
Fomos primeiro ver o Vader. Andou para trás e para a frente à procura de algum botão para que o boneco emitisse o som da respiração, porque é assim que funciona o boneco para aí com 1’20’’ que temos lá em casa. Depois pediu-me para subir para cima do Vader, para lhe tirar a espada, enfim, tive de andar ali a controlá-lo para que não destruísse o boneco. Tirámos fotos, simulou lutas contra o Vader e depois mudou o chip. “Vamos ver o Chewbacca!”. Lá foi ele a correr. Foi o mesmo filme, mas aqui resolveu fazer-me perguntas difíceis, até para um fã de Star Wars como eu. “Pai, porque é que há um mundo só de Chewbaccas?”, perguntou. “Erhhhh, depois vemos o filme em casa, Mateus”. Sei que no episódio 2, “A Guerra dos Clones”, há umas cenas num planeta só de Chewbaccas, mas sinceramente não me lembro dos pormenores. Fica para outra altura. O que vale é que havia ali tanta coisa que ele esqueceu-se mesmo.
Passámos para o Master Yoda. Quando estávamos a ver o boneco apareceu uma equipa de reportagem da TVI, que tentou entrevistar o Mateus. Ele começou por responder mas depois arrancou o microfone da TVI à repórter e tentou ele entrevistar o Yoda.
Uns minutos depois, acabou por fugir para dentro da zona privada das crianças, onde os adultos não entram, e esteve entretido a ir à piscina de peças buscar material para construir uma nave. Ali ficou durante uma meia-hora, até ter a nave pronta. Depois foi desafiado pelo Kenzo, o filho da Mónica e do Rubim, para ir jogar um jogo de naves nas consolas que por lá havia. E assim se passaram duas horas.
Quando finalmente o arranquei de lá, quis voltar a ver os bonecos gigantes todos outra vez, e ainda me perguntou onde é que podíamos comprar um Darth Vader daqueles para podermos montar em casa. Hummm, eu bem queria, mas duvido que passasse pela autoridade materna lá de casa.
Se quiserem aproveitar a exposição, ela ainda está pelo Almada Forum até ao dia 8 de abril, das 14 às 20 horas no piso zero, na Praça da Natureza, ao pé da Primark. No dia 7, das 16 às 19 horas, vai haver um encontro com um stormtrooper em tamanho real, para quem quiser ir lá tirar fotografias ao lado dele.