8 dicas para quem vai (ou quer ir) a Nova Iorque

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Sente-se sempre qualquer coisa de especial quando se passa pelo Ground Zero

Nova Iorque é uma das cidades da minha vida. Já lá fui seis vezes, e das seis vezes senti que poderia perfeitamente viver ali, mesmo não havendo já nada verdadeiramente incrível por fazer ou descobrir. Já fui a quase todos os sítios obrigatórios, mas sinto que nem vivendo ali cinco anos conseguiria ter tempo para fazer tudo aquilo que queria mesmo fazer. Desta vez, infelizmente, só consegui estar lá três dias, mas ainda assim consegui reviver o espírito da cidade, das pessoas, de alguns locais.

Este texto não é tanto sobre a minha experiência destes dias na cidade, mas é mais virado para aquelas pessoas que nunca foram e sonham ir a Nova Iorque, ou para os que têm viagem marcada em breve para a cidade (ou planos para ir lá nas próximas férias). Não vos vou dizer coisas que estão nos guias, vou tentar falar-vos das outras coisas. Vamos lá.

  1. Marquem os teatros com o máximo de antecedência

Uma das coisas de que mais gosto de fazer em Nova Iorque é ir ao teatro. E ir ao teatro é diferente de ir ver musicais. Quando falo de teatro falo mesmo de teatro. É em Nova Iorque que estreiam algumas das melhores peças do mundo, com atores que são grandes vedetas do cinema e da televisão. É uma oportunidade única não só de os podermos ver a atuar à nossa frente, como, no final, podemos tirar umas selfies com eles. Já vi variadíssimas peças em Nova Iorque, com atores como o Michael C. Hall (o Dexter), a Jessica Chastain, o Chris Rock, o David Strathairn ou o Jim Parsons (o Sheldon, da “Teoria do Big Bang”). O problema é que os bilhetes para as melhores peças esgotam muito cedo, por isso, o ideal é comprar pela internet com o máximo de antecedência. Não só se conseguem preços melhores, como lugares melhores. Se não o conseguirem, o ideal é irem (de preferência às segundas ou terças-feiras) para a porta do teatro, 5 minutos antes do início da peça, e tentar comprar um “last minute ticket”. Às vezes há sobras, e eles vendem-nas mais baratas, para terem a sala cheia. Dica: em dezembro estreia uma peça com a Cate Blanchet.

2. Vão correr a Central Park, mas não se esqueçam de Batery Park

Há dois anos, foi em Central Park que terminei a Maratona de Nova Iorque — e agora voltei lá
Há dois anos, foi em Central Park que terminei a Maratona de Nova Iorque — e agora voltei lá

Bem sei que nem toda a gente é maluquinha da corrida como eu, mas mesmo que não o seja, saibam que correr em Central Park, sobretudo a um domingo de manhã, é uma experiência inesquecível, sobretudo se estiver bom tempo. Central Park é um local mítico para os corredores, porque é ali que termina a maratona de Nova Iorque, mas vai tornar-se um local mítico para todas as pessoas que correrem ali, porque o espírito que se vive é indescritível. Há sempre milhares de pessoas a correr, a andar de bicicleta, de trotinete, gente magra, super fit, gorda, alta, baixa, sem uma perna, chineses, indianos, americanos, alemães, gente que corre a 200 à hora e malta que vai a passo, há de tudo, tudo mesmo. Ninguém olha de lado para ninguém, ninguém compete, ninguém quer saber.

Embora não costume correr com gadgets, desta vez tive de levar telefone para fotografar esta vista de Central Park
Embora não costume correr com gadgets, desta vez tive de levar telefone para fotografar esta vista de Central Park

Aos domingos, há dezenas e dezenas de grupos organizados de corridas, e podemos juntar-nos a qualquer um (foi o que fiz nesta última viagem) e até dá para conhecer gente. Corram à volta do grande lago, que tem uma vista maravilhosa para a skyline da cidade. Uma volta completa ao lago são à volta de 2,6 km.

A mítica fonte de Central Park, onde há sempre milhares de chineses (e eu) a tirar fotos
A mítica fonte de Central Park, onde há sempre milhares de chineses (e eu) a tirar fotos

Outra zona menos conhecida, mas também muito boa para correr, é junto aos rios (o East e o Hudson). Há infraestruturas próprias, com pistas para corredores, bebedouros, vistas maravilhosas e também há milhares de pessoas a fazer exercício. Recomendo que vão até à zona Oeste, depois da 12th Av, passem para perto do rio e desçam até Batery Park, que fica em downtown. Vão correr até ver a Estátua da Liberdade e, se derem a volta, verão a Brooklyn Bridge. É maravilhoso.

3. A 5.ª avenida é uma fraude

Uma das grandes desilusões da cidade é, sem dúvida, a 5.ª Avenida, muito famosa nos filmes e nas séries. Na verdade, não tem nada de verdadeiramente espetacular para ver ou fazer. Tem algumas lojas daquelas muito caras, pronto, mas de resto mais nada. Ou melhor, tem duas de que gosto: a loja da NBA (desta vez fui lá comprar duas camisolas ao meu filho mais velho, uma do Irwin, outra do LeBron James, ambos dos Cavaliers) e a loja da Apple, que fica mesmo colada a Central Park. Por isso, se nunca foram a Nova Iorque, não percam demasiado tempo a andar aqui para trás e para a frente, que há mais coisas giras para ver.

4. Times Square é sobrevalorizado

Esta é outro daqueles locais onde passamos imenso tempo quando vamos pela primeira vez a Nova Iorque, mas, depois, percebemos que aquilo não tem assim nada de espetacular. A primeira vez é sempre impressionante, todos aqueles néons, a vida da cidade, milhares de pessoas a qualquer hora do dia, mas a verdade é que toda aquela gente é turista, as lojas são todas viradas para o turismo, e não há ali nada que valha mesmo a pena. Não, por acaso até há: é em Times Square que está o ticket office para comprar bilhetes com desconto para os teatros e musicais. Mas preparem-se: vão para a fila uma hora antes de abrir, senão não se safam.

5. Se querem comprar gadgets é na B&H

Nova Iorque tem oferta de tudo e mais alguma coisa, mas muitas vezes os preços são tabelados e é indiferente comprar algumas coisas num sítio ou noutra. Onde notei verdadeiramente diferença foi na B&H, uma loja de judeus que fica na 9th Av, com a 33th st. Conseguem máquinas fotográficas, lentes, câmaras de vídeo, e todo o tipo de material eletrónico com ficam a menos 30 a 35 por cento do que em Portugal. Vale mesmo muito a pena. A loja é um mundo, e a organização é muito engraçada. Obrigatório para quem gosta de encontrar achados tecnológicos.

6. T-shirts oficiais de séries é nas lojas da HBO e no Rockefeller

Eu sou maluquinho pelas corridas, mas também sou maluquinho por séries. E adoro T-shirts de séries. Em Nova Iorque, há dois sítios onde as podem encontrar (oficiais, não cópias baratas): na loja do edifício Rockefeller (há do “Friends”, do “Seinfeld”, de grandes clássicos) e na loja da HBO, que fica na 42th com a 6th Av. Têm T-shirts das maiores séries da HBO (“Os Sopranos”, “Game of Thrones”, “O Sexo e a Cidade”, “Curb Your Enthusiasm”, “Entourage”, “Boardwalk Empire”), mas também todo o tipo de merchandising oficial. Desta vez comprei uma T-shirt de “Game of Thrones”, que mostrarei em breve.

Não, não foi esta a T-shirt que comprei na loja da HBO (mas apeteceu-me)
Não, não foi esta a T-shirt que comprei na loja da HBO (mas apeteceu-me)
Para as fãs de "O Sexo e a Cidade"
Para as fãs de “O Sexo e a Cidade”

7. Podem comer M&M’s à borla

A loja oficial de M&M’s, perto de Times Square, é uma diversão, mesmo para quem não adora M&M’s. É incrível como é que os americanos conseguiram criar um culto à volta de umas bolinhas coloridas de chocolate e amendoim. Já lá fui algumas vezes, e percebi uma coisa engraçada: há imensa gente que vai ali só para comer à borla e depois vai-se embora. Qualquer pessoa pode chegar àqueles tubos gigantes de M&M’s, tirar os que quiser para dentro de um saco de plástico, e andar pela loja a comer. Depois, abandona o saco (ou come tudo) e vai à sua vida. Fica a dica para os mais trafulhas (eu comprei vários saquinhos, não gamei nada — pronto, gamei dois M&M’s, um de coco e outro de menta, porque queria saber se gostava antes de os comprar).

8. O melhor hambúrguer é…

É provável que vejam várias casas a anunciar-se como tendo o melhor hambúrguer da cidade. A verdade é que não há uma eleição oficial, e há muitos hambúrgueres maravilhosos. Os meus preferidos até agora são os do Burger Joint, uma tasca que fica dentro do hotel Meridien, na 56th, entre a 6th e a 7th Av. Quando entrarem no hotel vão achar que estão no sítio errado — aquilo é um luxo — mas depois vão perceber que não, que no hall do hotel há uma entrada para um submundo, o deste Burger Joint. Lá dentro, estão noutro ambiente, no de tasca, com as paredes todas escritas, uma fila imensa à porta e toda a gente a enfardar que nem uns cavalos.

Desta vez, e pela primeira vez, experimentei os do Shake Shak e gostei bastante. A carne estava ligeiramente bem passada, o que não é bem a minha cena, mas ainda assim era muito saborosa. Adorei as batatas enroladas e o ambiente do restaurante. Há vários na cidade, mas fui ao de Herald Square, na 36th, entre a 6th e a 7th Av.

O hambúrguer do Shake Shak, com umas batatas fritas maravilhosas
O hambúrguer do Shake Shak, com umas batatas fritas maravilhosas

Bom, acho que podia continuar aqui a dar mais 20 dicas, mas depois o texto tornava-se ainda maior e, provavelmente, mais secante. Mas volto em breve ao assunto Nova Iorque. Ainda há muito para contar sobre esta visita recente. Até lá, podem ver muitas das fotos que tirei na minha página de Instagram. Procurem-me por @oarrumadinho.

2 Comentários

  1. Olá Ricardo, obrigado pelas suas NY Tips. 🙂
    Estou com imensa vontade de ir lá no próximo ano, mas gostav mesmo de saber qual é para si assim a altura do ano mais indicada para desfrutar ao máximo da cidade. A minha intenção seria ir durante uma semana, mas talvez só consiga ir 5 dias para não esticar demasiado o plafond disponível para viagens…
    Obrigada,
    Beijinho!

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